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Recurso Administrativo Prática Previdenciária Estácio

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO E DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Recurso Administrativo
Gabriel Taborda Dorigoni
Trabalho da disciplina de Prática Previdenciária
Tutor: Profª Marcilene Margarete Cavalcante Marques
Porto Alegre - RS
2020
RECURSO ADMINISTRATIVO
Ilmo(a) Sr(a) Presidente da Junta de Recursos da Previdência Social
__________, brasileira, viúva, doméstica, RG ______, CPF _____, residente e domiciliada na Rua Gonçalves Dias, nº 69, Bairro Sítio Boa Vista, Município de Igarassu/PE, por seu advogado que vos subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor RECURSO ADMINISTRATIVO, em face da decisão de INDEFERIMENTO DE PENSÃO POR MORTE, proferida nos autos do processo administrativo nº ______, pelos motivos que passa a expor.
Da tempestividade.
Destaca-se que o prazo para interposição de recurso administrativo é de 30 (trinta) dias, a contar da data do recebimento da notificação da decisão vergastada, proferida pelo INSS - artigo 633, da Instrução Normativa nº 45/2010. Por conseguinte, tendo em vista que a decisão que negou o deferimento do benefício pleiteado restou publicada em __/__/____, a presente peça recursal encontra-se plenamente abarcada pela tempestividade.
Dos fatos.
De plano, cumpre destacar que a recorrente firmou matrimonio com o de cujus em 03 de julho de 1964, através do regime de comunhão universal de bens. Assim, inegável que a vida destes se deu como um casal, fato plenamente corroborado pela documentação anexada ao requerimento originário.
Destaca-se que o de cujus, na condição de segurado, percebeu valores a título do benefício denominado Amparo Social ao Idoso até o momento do falecimento. Não obstante, com o falecimento do de cujus, a recorrente prontamente procedeu no seu cadastro junto ao INSS, buscando receber o benefício de pensão por morte ao qual tinha direito, conforme legislação vigente.
No entanto, para sua surpresa, o referido instituto previdenciário negou a concessão do benefício pleiteado, sob o argumento de que o período de carência necessário para tanto não fora respeitado. Irresignada, abalada com a situação e tendo sua subsistência ameaçada, a ora recorrente vem, através desta peça, buscar aquilo que lhe pertence, por ser a mais absoluta medida de justiça.
Do direito.
Inicialmente destaca-se que o benefício pleiteado pela recorrente, qual seja, pensão por morte, bem como seus regramentos, está previsto ao longo dos artigos 74, 75, 76, 77 e 78, incluindo incisos e parágrafos, da Lei nº 8.213/91, também conhecida como Lei da Previdência Social. A legislação bem destaca, em uma breve análise, que esta corresponde à uma prestação continuada, a qual substitui os vencimentos que eram recebidos por segurado em vida, em favor daquele que perdeu seu ente presumidamente querido.
Por conseguinte, destaca-se que a documentação constante dos autos previdenciários, especialmente a certidão de casamento, traz à baila a necessária observância do artigo 16, caput, da Lei supracitada, incluindo seu inciso I e seu § 4º.Desta forma, tem-se a seguinte conjectura, a recorrente era dependente do de cujus, tendo em vista se tratar de cônjuge, bem como sua dependência econômica é plenamente presumida.
Todas as questões narradas até este momento, aliadas à condição de segurado do falecido, no momento do óbito (documentalmente comprovada), trazem o amplo preenchimento dos requisitos legais necessários para a concessão da pensão por morte. Assim, fixados tais esclarecimentos, passa-se a abordar a necessidade de reforma iminente da decisão atacada, pois a carência alegada não poderia ser utilizada para justificar o indeferimento do pedido.
Conforme se verifica da documentação constante dos autos administrativos, o de cujus era agricultor, sendo tal situação de especial relevância, pois se manteve até o momento de seu falecimento, vide certidão de óbito. Ainda, verifica-se que o ultimo período de labor com carteira assinada, prestado pelo falecido, se encerrou em 31/12/2008.
Feitas tais observações, destaca-se que o de cujus estava abarcado pela previsão constitucional contida no art. 40, parágrafo 13º, da Carta Magna. Prevê, o regramento apontado, que o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela previdência social, mantém-se na qualidade de segurado, por até 12 (dose) meses da cessação das contribuições pertinentes.
Ou seja, mesmo deixando de contribuir em 31/12/2008, o de cujus permaneceria como segurado, ao menos, até 31/12/2009, ou seja, até data posterior ao seu falecimento.No momento do falecimento, o de cujus era efetivamente segurado, sem qualquer sombra de dúvidas.
Complementando tal questão, tem-se que o de cujus não só era segurado, mas um segurado que pertencia à chamada “classe especial”. Isso pois, o mesmo exercia as atividades de agricultor, do momento em que deixou seu último emprego com carteira assinada, até o momento do óbito.
Cumpre destacar, desta forma, que o falecido, na qualidade de segurado da “classe especial”, encontrava-se abarcado pelas previsões contidas no art. 11, inciso VII, da Lei sobre Planos de Benefícios da Previdência Social, anteriormente referida. Independente da ótica aplicável, o de cujus era efetivamente segurado no momento do óbito.
Ante o exposto, revela-se de suma importância destacar a aplicabilidade do disposto pelo art. 26, inciso I, da Lei nº 8.213/91. Tal regramento bem destaca que a concessão da pensão por morte independe de carência. Desta forma, conforme alhures exposto, o de cujus claramente possuía a qualidade de segurado no momento do óbito, razão pela qual se faz imperiosa a desconsideração da carência exigida.
Destarte, o período de carência exigido até a data do óbito, apontado como impeditivo para concessão do benefício, pelo INSS, não encontra respaldo na legislação aplicável. Deve, desta forma, a decisão vergastada ser revertida e o benefício de pensão por morte pleiteado pela recorrente, concedido.
Dos pedidos
Ante todo o exposto, em face dos fartos julgamentos jurídicos narrados, requer-se o devido provimento do recurso ora interposto, com a reversão do indeferimento vergastado e a devida concessão do benefício de pensão por morte à recorrente. Ainda, postula-se, subsidiariamente, em caso da carência exigida ser objeto de nova análise, a possibilidade de realização de justificativa administrativa para comprovação de dito requisito responsável pelo indeferimento.
Resguarda-se, finalmente, a possibilidade de produzir provas do alegado, através de todos os meios de prova no direito admitidos.
Nestes termos, pede deferimento.
Porto Alegre, ____ de ____ de ____.
Advogado
OAB/__ nº _____
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