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Ação de concessão de benefício - pensão por morte

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AO JUÍZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DA COMARCA DE CARUARU/PE
	Maria José Freitas, viúva, costureira, inscrita no CPF sob o nº 111.222.333-44, RG nº 1234567, residente e domiciliada à Rua das Flores, nº 01, bairro Tulipa, Caruaru/PE, vem à presença de Vossa Excelência, por meio do seu advogado, infra assinado, ajuizar:
AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO 
PENSÃO POR MORTE
com fulcro no artigo 74 da Lei nº 8.213/91
	Em face do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), autarquia federal, localizada na Rua Almeida, nº 02, Bairro Cristal, Caruaru/PE, pelos fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor.
	PRELIMINARMENTE
	DA JUSTIÇA GRATUITA
	A autora atualmente trabalha com costureira independente, tendo sob sua responsabilidade a manutenção da sua família, razão pela qual não pode arcar com as despesas processuais. 
	Além disso, devido a pandemia, após a politica de distanciamento social, a autora teve seu trabalho afetado, diminuindo a demanda de pedidos por costura, agravando drasticamente sua situação financeira. A autora junta declaração de hipossuficiência e comprovante de renda que demonstram a inviabilidade de pagamento de custas judiciais sem comprometer sua subsistência. De acordo com o artigo 99 do NCPC:
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso.
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.
Assim, conforme demonstrado, a autora faz jus ao benefício da justiça gratuita, ressaltando que a lei não exige atestada miserabilidade do requerente. Requer que seja deferida a gratuidade de justiça à autora. 
DA TUTELA DE URGÊNCIA
Nos termos do art. 300 do NCPC: 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
No presente caso tais requisitos são perfeitamente caracterizados, vejamos:
DA PROBABILIDADE DO DIREITO: Como ficou perfeitamente demonstrado, o direito da autora é caracterizado pela demonstração inequívoca da veracidade dos argumentos exordiais, uma vez que com as provas documentais juntadas em anexo é possível confirmar que todos os requisitos estão preenchidos, sendo iminente a necessidade da obtenção da tutela, deve o magistrado deferir antecipadamente o objeto postulado. 
DO RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO: Trata-se de benefício de caráter alimentar que garante a digna sobrevivência da autora e seu filho. Assim, é claro o risco de ineficácia do provimento final da lide, exatamente por estar a parte autora desprovida de qualquer fonte de renda pelo distanciamento social causado pelo COVID-19.
1. DOS FATOS
A autora é cônjuge, sendo diretamente dependente do sr. José Cícero Freitas, que faleceu em 01/10/2020, conforme provas que faz em anexo. Desse matrimônio, gerou-se Cícero Freitas Filho, nascido em 21/05/2003, menor também dependente do genitor falecido. 
Por comprovada dependência, a autora solicitou imediatamente perante o órgão requerido o benefício da pensão por morte, o qual restou indeferido sob o argumento de que o sr. José perdeu a condição de segurado, por ocasião de seu falecimento, conforme demonstra-se com o parecer, que ora se junta. 
2. DO DIREITO
A pensão por morte é um benefício pago aos dependentes do segurado que veio a falecer, nos termos do artigo 74 da Lei nº 8.213/91:
Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data:
I - do óbito, quando requerida em até 180 (cento e oitenta) dias após o óbito, para os filhos menores de 16 (dezesseis) anos, ou em até 90 (noventa) dias após o óbito, para os demais dependentes; 
II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso anterior; 
III - da decisão judicial, no caso de morte presumida.
	Se comprovada a condição de segurado e a dependência econômica dos requerentes. Segundo o Desembargador Federal do TRF-5, Alexandre Costa de Luna Freire:
Para sua concessão devem ser comprovados dois requisitos: a qualidade de segurado do instituidor da pensão e a dependência econômica do beneficiário em relação a ele. II. QUALIDADE DE SEGURADO DO INSTITUIDOR: qualidade de Segurado demonstrada, tendo em vista a existência de vinculo empregatício entre o Instituidor e a Prefeitura de Viçosa até o mês anterior à data do óbito. III. RECONHECIMENTO DO DIREITO: Demonstrado o preenchimento dos requisitos há de ser concedido o benefício de pensão por morte. IV. Apelação do INSS improvida." (TRF-5 - AC: 08000223320134058103 CE, Relator: Desembargador Federal Alexandre Costa de Luna Freire, 1º Turma)
	Portanto, fora demonstrado os dois requisitos básicos para a concessão, encaixando-se perfeitamente a autora e o filho menor. 
	Contudo, não obstante à comprovação acostada, insta destacar que a concessão de pensão por morte independe da manutenção da qualidade de segurado, uma vez que preenchia todos os requisitos para aposentadoria na data do seu óbito. O STJ se manifesta:
Súmula 416, STJ: É devida a pensão por morte aos dependentes do segurado que, apesar de ter perdido essa qualidade, preencheu os requisitos legais para a obtenção de aposentadoria até a data do seu óbito.
	Nesse mesmo sentido, se posiciona o Desembargador Federal do TRF-3, Baptista Pereira, expressando que:
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. UNIÃO ESTÁVEL. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA COMPROVADA. 1. Para a concessão do benefício de pensão por morte, devem ser comprovadas a qualidade de dependente, nos termos da legislação vigente à época do óbito, e a qualidade de segurado do falecido, ou, independentemente da perda da qualidade de segurado, o preenchimento dos requisitos para concessão de qualquer aposentadoria. 2. (...) (TRF-3 - APELREEX: 00002627820154036183 SP, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL BAPTISTA PEREIRA, Data de Julgamento: 21/02/2017, DÉCIMA TURMA, Data de Publicaçaõ: e-DJF3 Judicial 1 DATA: 03/03/2017)
	Portanto, a perda de qualidade de segurado é irrelevante para a concessão de pensão por morte aos dependentes, razão pela qual é devido o pedido. 
2.1 DA LEGITIMIDADE DO AUTOR
O artigo 16 da Lei nº 8.213/91 expressa quais são os indivíduos que gozam da condição de dependentes, sendo eles:
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; 
II - os pais;
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada.
	
	Resta claro a condição de dependentes da autora e seu filho, conforme documentos anexados na ação, visto que esta se trata de cônjuge e filho não emancipado menor de 21 anos. 
2.2 DA DEPENDÊNCIA ECONÔMICA
Muito ainda, não se faz necessário comprovar a dependência econômica destes, como previsto no §4º do artigo acima, sendo esta presumida.
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada.
	Esta presunção de dependência é prevista legalmente, mas ainda resta esclarecer que a autora e seu filho dependiam diretamente economicamente do segurado falecido.
2.3 DO PRAZO PARA PROPOSIÇÃO DO BENEFÍCIO 
	Segundo o artigo 74 da Lei nº 8.213/91, a pensão por morte será devida a contar da data do óbito quando requerida em até 180 dias após o óbito para os filhos menores de 16 anos ou 90 dias para os demais dependentes. Como resta claroa data do óbito, ocorrido em 01/10/2020, ainda goza-se do prazo legal para ajuizamento da ação. 
3. DOS PEDIDOS
Diante dos fatos expostos, requer:
a) A concessão do benefício da gratuidade de justiça, por ser a autora pobre na forma da lei, nos termos do artigo 98 do CPC;
b) Que seja deferida a antecipação dos efeitos da tutela, para determinar a concessão imediata da pensão provisória por morte, uma vez que indispensável a subsistência do mesmo; 
c) A citação do réu para, querendo, oferecer resposta;
d) Que seja julgado totalmente procedente o pedido para condenar a ré à implementação da pensão por morte, retroativo à data do requerimento, inclusive 13º salários, prestações vencidas e vincendas, com aplicação da correção monetária pelo INPC desde quando devidas;
e) A produção de todos os meios de prova em especial a prova documental e testemunhal que serão arroladas oportunamente;
f) A condenação do réu ao pagamento dos honorários advocatícios nos termos do art. 85, §1º do CPC;
g) Manifesta o interesse na audiência conciliatória, nos termos do art. 319, inc. VII do CPC.
Dá-se a causa o valor de R$ 10.000,00
Termos em que pede deferimento.
Caruaru/PE, 18/11/2020
Advogado e OAB

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