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Crítica do filme “ Amor à flor da pele” Este filme é um dos poucos casos em que cada quadro é realmente uma obra de arte. Mesmo parando em uma cena aleatória, esta regra se mantém, devido a constante sincronia entre a fotografia, os cenários e o figurino da protagonista. Onde o filme peca em intensidade da história, ele compensa de sobra em todos os outros aspectos. Não que a trama seja fraca; ela é apenas simples e um pouco previsível, porém é bem desenvolvida e de maneira convincente. Boa parte disso se deve ao fato da não romantização da relação entre as duas protagonistas, algo extremamente raro em filmes que tratam de romances, e do quão bem os atores retratam essa relação. No caso, ambos protagonistas trazem performances extremamente humanas. A sensação de repressão emocional é constante o filme inteiro e é explorada com excelência pelos diálogos tímidos entre os dois, e especialmente pelos longos períodos de sua ausência. Além disso a trilha sonora, em específico o tema principal do filme, possui uma presença tão grande e bem colocada, ao ponto de ser quase uma personagem por si só, representando perfeitamente a relação entre as duas protagonistas, uma valsa onde os dois são incapazes de se abrir um ao outro. Um dos poucos pontos negativos do filme é como a passagem de tempo é retratada ao seu decorrer. De um corte ao outro, o único indicativo de mudança temporal é a troca de vestidos da protagonista, o que por mais que seja um meio inteligente, deixa à imaginação quanto tempo realmente passou entre cenas. Levando tudo isso em conta, este filme é de certo uma das maiores aulas sobre fotografia e desenho de produção na história do cinema, e uma ótima obra como um todo.
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