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Crítica Amor a flor da pele (1)

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Crítica do filme “ Amor à flor da pele” 
 
Este filme é um dos poucos casos em que cada quadro é realmente uma 
obra de arte. Mesmo parando em uma cena aleatória, esta regra se mantém, devido 
a constante sincronia entre a fotografia, os cenários e o figurino da protagonista. 
Onde o filme peca em intensidade da história, ele compensa de sobra em todos os 
outros aspectos. Não que a trama seja fraca; ela é apenas simples e um pouco 
previsível, porém é bem desenvolvida e de maneira convincente. Boa parte disso se 
deve ao fato da não romantização da relação entre as duas protagonistas, algo 
extremamente raro em filmes que tratam de romances, e do quão bem os atores 
retratam essa relação. No caso, ambos protagonistas trazem performances 
extremamente humanas. A sensação de repressão emocional é constante o filme 
inteiro e é explorada com excelência pelos diálogos tímidos entre os dois, e 
especialmente pelos longos períodos de sua ausência. Além disso a trilha sonora, 
em específico o tema principal do filme, possui uma presença tão grande e bem 
colocada, ao ponto de ser quase uma personagem por si só, representando 
perfeitamente a relação entre as duas protagonistas, uma valsa onde os dois são 
incapazes de se abrir um ao outro. Um dos poucos pontos negativos do filme é 
como a passagem de tempo é retratada ao seu decorrer. De um corte ao outro, o 
único indicativo de mudança temporal é a troca de vestidos da protagonista, o que 
por mais que seja um meio inteligente, deixa à imaginação quanto tempo realmente 
passou entre cenas. Levando tudo isso em conta, este filme é de certo uma das 
maiores aulas sobre fotografia e desenho de produção na história do cinema, e uma 
ótima obra como um todo.

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