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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM GESTÃO EMPRESARIAL Resenha Crítica de Caso Luciana Furtado Azevedo Trabalho da disciplina Economia Empresarial Tutor: Prof. Ronald Castro Paschoal Ananindeua/Pará 2020 http://portal.estacio.br/ 2 REPOSICIONANDO A RANBAXY Referências: Kothavala, K., Ghemawat, P. Reposicionando a Ranbaxy. Havard Business School, 707-P01, 18 de Fevereiro de 1998. O presente estudo de caso escrito pelos autores Kothavala K. e Ghemawat P., trata de um texto no qual aborda a análise de uma empresa indiana do ramo farmacêutico, a Ranbaxy, frente a um possível reposicionamento de mercado. A Ranbaxy iniciou suas atividades no ano de 1962, tornou-se em 20 anos uma das 10 maiores empresas farmacêuticas da Índia, devido as suas estratégias de Humanos, fabricação, Marketing e P&D e dentre outras ações, conseguiu desenvolver seus projetos aplicando-os em países desenvolvidos e subdesenvolvidos de forma a expandir seus negócios e aumentar a sua lucratividade. Obtendo, com isso, um aumento de 10 vezes mais em suas vendas nos anos de 1985 e 1995, chegando a ser premiado no ano 1995 pelo seu excelente resultado no que tange as exportações de produtos, bem como nas áreas de pesquisa. Isto posto tais premiações e homenagens refletiam o histórico de realizações da empresa em um cenário farmacêutico nacional. Ainda em 1995 seus lucros pularam para passando a ser Rs. 7,1 bilhões de rúpias, o que a colocara em segundo lugar entre as empresas farmacêuticas domésticas do país, com 3,8% do mercado, perdendo somente para a empresa Glaxo que de detinha um percentual 5,5% do mercado, no entanto, se fosse levadas em consideração as exportações efetuas pela Ranbaxy, esta ocuparia o primeiro lugar no mercado, já que era a maior exportadora de produtos farmacêuticos e a sexta maior exportadora de manufaturados de toda indústria, além de liderar em investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Vale salientar que em fevereiro de 1993, a Ranbaxy passou a ter como CEO o Dr. Parvinder Singh, que herdara o cargo de seu pai, um homem que ambicionava metas maiores e articulava uma nova missão para a companhia. Em novembro do mesmo ano, já sob o comando de Singh, que a empresa passou a ter novos rumos, tornou-se a empresa 3 farmacêutica internacional voltada para pesquisas obtendo até 2003 um faturamento de US$ 1 bilhão em vendas. Singh almejava novas metas para empresa, sua missão era torná-la uma empresa farmacêutica internacional voltada para pesquisa, contudo essa missão exigia um reposicionamento da Ranbaxy que seriam além de um crescimento de 20% nas vendas, uma mudança no escopo de atuação, mudando do mercado em desenvolvimento para um mercado desenvolvido, da produção de princípios ativos e produtos intermediários para a produção de produtos finalizados para o mercado internacional, e da engenharia reserva de produtos produzidos em outros Laboratórios para a descoberta de novos medicamentos. No entanto houveram alguns percalços onde a Ranbaxy acabou por ter uma partição menor nos lucros, entre 0,1% a 0,2%, para a empresa farmacêutica Cipla, isso fez com que a Ranbaxy passasse a refletir mais e fosse mais cautelosa no tange seus projetos de internacionalização, bem como de seus objetivos estratégicos. Mas esse não era o único impasse, as Indústrias Farmacêuticas na Índia estavam na décima segunda posição no mercado mundial, onde sua participação era de apenas um pouco mais de 1% do total mundial, mesmo sua população tendo ultrapassado dos 16% na participação mundial. Esses números se devem a uma série de fatores socioeconômicos, tais como: a baixa renda da população, o uso de remédios tradicionais à base de ervas e os preços significativamente baixos graças a medidas do governo, eram as principais razões. A influência do Governo na formação e reajuste dos preços gerava uma concorrência de non price entre as empresas, bem como outras medidas adotadas pelo governo eram sobre o reconhecimento das patentes. As empresas podiam registrar suas patentes de processos, mas não de seus produtos, o que fazia com que as empresas investissem em engenharia reserva ao invés de desenvolver novos produtos. As políticas governamentais também tinham profunda influência nas relações internacionais das Indústrias Farmacêuticas. Tais restrições objetivavam a construção de uma indústria doméstica de baixo custo, com isso o governo limitava as empresas estrangeiras que obtivessem mais de 40% das ações indianas, a fabricar apenas 66 drogas previamente estipuladas e a produção local tinha que responder ao mesmo número de importações, e além disso, tinham que ser vendidas pelo mesmo preço da produção doméstica. Logo, as 4 importações eram concentradas em drogas intermediárias e em princípios ativos sem produção local e sofriam altas tarifas de importação. Os autores apresentaram expectativas para o mercado farmacêutico indiano, no qual era previsto um crescimento de 15% a médio prazo, maior que a previsão de 10% do mercado no âmbito mundial. Tal previsão levava em consideração, além de fatores sociais, o aumento da população e dos níveis de renda e às melhorias de infraestrutura e a conscientização sanitária, tal como: as reformas governamentais na regulação do setor, que incluía um relaxamento do controle dos preços e nas restrições; a concorrência e uma provável adoção gradual de um regime de patente, que reconhecia tanto as patentes de um produto como a de processos. Mesmo com a melhora do setor nos anos 90, o governo continuava controlando os preços dos produtos responsáveis por metade das vendas domésticas, mas os aumentos bruscos de preços eram compensados por altas reduções de preços de outros produtos, principalmente de princípios ativos. Outro conjunto de mudanças foi que, o governo aboliu as exigências por licenças de capacidade para o mercado doméstico, as barreiras levantadas contra a concorrência estrangeira foram reduzidas com a remoção das restrições ao investimento estrangeiro e com a diminuição das tarifas de importação. Isto posto, com essas liberações esperava-se um aumento significativo da presença de empresas multinacionais no mercado indiano. Esse aumento era debatido de maneira voraz na Índia, alguns se opunham e acreditavam que os preços das drogas com patentes explodiriam e as indústrias indianas locais e estrangeira seria destruída pelas multinacionais, outros concordavam e apontavam que as indústrias locais e estrangeiras iriam destinar recursos as pesquisas e desenvolvimento do mercado. A partir daí a Ranbaxy foi atraída por mercados estrangeiros, devido os preços superiores, as exportações de princípios ativos eram realizadas através de revendedores ou fabricantes de produtos e não exigiam muito das estratégias de marketing. Com visão empreendedora, iniciou o processo de crescimento internacional, ampliando sua variedade de produtos e destinando seus recursos em outros tipos de drogas, como as cardiovasculares. 5 Considerando a organização da Ranbaxy, que estava, historicamente, organizada em torno do mercado indiano, com as exportações sendo executadas através de uma divisão internacional, podemos enfatizar a sua dimensão geográfica, na qual acarretou em importantes mudanças funcionais, a fim de aprimorar um processo de planejamento considerando em metas quantitativas e detalhado por função. A Empresa estava bem posicionada no que se refere a exportação, sendo feitas em uma divisão internacional, atuando em 47 mercados, sendo a maioria de seus princípios ativos distribuídos pela Eli Lilly Export S.A. e pela subsidiaria em Hong Kong e países baixos. Segundos os autores, a Eli Lily Export S.A e a Ranbaxy formaram a primeira, deuma série de joint ventures, a ter um controle acionário dividido meio a meio entre as partes, o que promoveu a expansão em novos mercados, fazendo com que a empresa se adaptasse às normas reguladoras dos países desenvolvidos realizando outros investimentos em qualidade, logística e tecnologia. Diante de todas as dificuldades a empresa cresceu com cuidado, que através de sua atuação no mercada de exportações, adaptando-se as regras de cada país, com o objetivo de atingir um lucro maior, e consequentemente elevando a empresa. Sendo assim, chegou em um cenário econômico globalizada e flexível, isso tudo pela grande importância da adoção de estruturas modernas de gestão descentralizada e planejamento estratégico usando como base a tecnologia de informação para informar os executivos e gerentes na tomada de decisões, investindo em capital humano de instrução técnico cientifica avançada. Para tanto, a Ranbaxy usou de um ambiente de gerenciamento aberto; com comunicações claras, interna e externamente; informações precisas; planejamento flexível e respostas rápidas, bem como precisou adaptar-se a cada país, implementando e mantendo sedes em cada uma das quatro regiões para que pudesse administrar de perto e com isso facilitar as operações nas regiões, mesmo sabendo que os investimentos nesses novos mercados desenvolvidos seriam superiores e o lucro gerado em seus negócios seriam também atrativos. Desta forma pode se verificar a realização do objetivo do Dr. Singh que era o de fortalecer o empreendimento internacionais sem sacrificar sua posição doméstica foi alcançado, porque Singh teve que abdicar dos velhos estereótipos de liderança e controle 6 centralizado, este que deu lugar a um gerenciamento descentralizado, partindo da premissa de que deve haver: motivação, trabalho em equipe, compromisso e espirito de aventura. Ao final, mesmo sentindo-se orgulhoso de conquistas em sua empresa, os autores nos mostram que Singh tinha certeza de que muitas coisas ainda precisavam ser feitas. Diante do estudo de caso, entende-se que a Ranbaxy como qualquer outra empresa multinacional, possui matriz em um determinado país e atua em distintos territórios no mundo, com a instalação de filiais em outros países em busca de mercado consumidor, energia, matéria-prima e mão de obra barata para diminuir seus custos de produção, tornando-se evidente também sua influência na economia e política.
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