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FICHAMENTO OBRIGAÇÕES - Cessão de crédito e contrato

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UNIVERSIDADE TIRADENTES 
 GABRIELA GOMES CABELO PEREIRA 
 
 FICHAMENTO DE OBRIGAÇÕES
 Cessão de crédito
 Cessão/Assunção de dívida
 Cessão de contrato
 ARACAJU-SE
 2018
Cessão de crédito
Cessão de crédito é negócio jurídico bilateral, pelo qual o credor transfere a outrem seu direito na relação obrigacional. Trata-se de um dos mais importantes instrumentos da vida econômica atual, especialmente na modalidade de desconto bancário, pelo qual o comerciante transfere seus créditos a uma instituição financeira. Tem feição nitidamente contratual. O terceiro, a quem o credor transfere sua posição na relação obrigacional, independentemente da anuência do devedor, é estranho ao negócio original.
O credor que transfere seus direitos denomina-se cedente. O terceiro a quem são eles transmitidos, investindo-se na sua titularidade, é o cessionário. O outro personagem, devedor ou cedido, não participa necessariamente da cessão, que pode ser realizada sem a sua anuência. Deve ser, no entanto, dela comunicado, para que possa solver a obrigação ao legítimo detentor do crédito. Só para esse fim se lhe comunica a cessão, mas sua anuência ou intervenção é dispensável.
Essa forma negocial de cessão é uma das mais importante. No entanto, a doutrina reconhece a existência da cessão judicial, realizada por meio de uma decisão do juiz (a exemplo da decisão que atribui ao herdeiro ou legatário um crédito do falecido), e da cessão legal, operada por força de lei (como a cessão dos acessórios da dívida — garantias, juros, cláusula penal)
 Ressaltando que é desnecessário o consentimento prévio do devedor para que ocorra a cessão, ou seja, o sujeito passivo não tem o direito de impedir a transmissão do crédito, apesar de a sua notificação seja exigida para que o negócio produza os efeitos desejados.
 Diferentemente do que se dá com a novação, a obrigação não é extinta, realizando apenas a transmissão da qualidade creditória a um terceiro, inexistindo da mesma forma, o animus novandi necessário para caracterização desse instituto análogo. Não pode ser confundida, também, com a sub-rogação legal, uma vez que o sub-rogado não poderá exercer os direitos e ações do credor além dos limites do desembolso. Tal restrição não é imposta à cessão de crédito. Se a sub-rogação for convencional, o tratamento dado pela lei é o mesmo da cessão de crédito.
A cessão de crédito pode ocorrer a título gratuito ou oneroso, sendo mais comum está modalidade. A cessão pode ser total ou parcial, e abrange todos os acessórios do crédito, como os juros e os direitos de garantia (CC, art. 287). 
 Por ter natureza negocial, a cessão pressupõe a observância dos pressupostos gerais de validade, especialmente a capacidade e legitimidade das partes.
 Para valer a terceiros, a cessão de crédito deverá constar de instrumento público ou, se for celebrada por instrumento particular, deverá conter as circunstâncias previstas no § 1º art. 654 do CC , quais sejam, a indicação do lugar em que foi passado, a qualificação das partes, a data, o seu objetivo e conteúdo, sendo indispensável, em ambos os casos, o registro do ato para que gere efeitos erga omnes . A cessão de direitos hereditários e de créditos hipotecários, por sua vez, só admite a celebração por meio de instrumento público. 
 Transmitido o crédito, os acessórios e garantias da dívida também serão cedidos, se não houver estipulação expressa em sentido contrário, em virtude do princípio de que o acessório segue o principal. Havendo garantia real imobiliária, é indispensável a anuência do cônjuge do cedente, para que a cessão seja considerada válida.
 Aspecto importante que merece ser ressaltado diz respeito à notificação do devedor, para que a cessão tenha eficácia jurídica em face deste último. O devedor não precisa autorizar a cessão. Isso não quer dizer que não deva ser notificado a respeito do ato, até para saber que, a partir daquela comunicação, não pagará mais a dívida ao credor primitivo, mas sim ao novo. Esse dever de informar toca a questão da boa-fé objetiva nos contratos. Trata-se de um dever anexo de lealdade, imposto ao cedente, como requisito indispensável para a eficácia jurídica do negócio de transmissão que realiza. Por tais razões, o Código Civil de 2002 prevê em seu art. 290 que: “Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita’’.
 A notificação pode ser dispensada se o devedor, por escrito público ou particular, se declarar ciente da cessão realizada. Não havendo a notificação, a cessão não gerará o efeito jurídico pretendido, e o devedor não estará obrigado a pagar ao novo credor. Aliás, por expressa determinação legal, fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo. Notificado, o devedor vincula-se ao cessionário, podendo opor a este as defesas que lhe couber, como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão tinha contra o cedente. 
Ainda na cessão de crédito, destaca-se que; muito embora não seja necessário o consentimento prévio do devedor, o sujeito passivo deve ser notificado, para que o negócio atinja os efeitos desejados (jurídicos). Visto isso, a obrigação não é extinta, ocorrendo apenas a transmissão de qualidade creditória à um terceiro. Além disso, a cessão deverá constar em instrumento público, ou particular, revestindo-se das solenidades previstas no Art. 654 do CC/2002, para que sejam gerados efeitos "erga omnes". 
	
	No entanto, já a cessão de crédito, ou assunção de dívida, é um negócio jurídico no qual o devedor, com o expresso consentimento do credor (para que seja considerada válida e eficaz), transmite a um terceiro a sua obrigação. Sua cominação legal está prevista no Art. 299 do CC/2002, que discorre: " É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
		Parágrafo único: Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa."
Essa regra, prevista no art. 294 do CC-02 (art. 1.072 do CC-16), tem a mais alta importância prática, e significa que o sujeito passivo da obrigação poderá defender-se, utilizando as “armas jurídicas” que apresentaria contra o cedente. Assim, se o crédito foi obtido mediante erro ou lesão, por exemplo, poderá opor essas exceções à cessão do crédito. Da mesma forma, poderá provar que já pagou, ou que a dívida foi perdoada. 
3. Cessão de crédito e institutos afins
Como já exposto, a cessão de crédito pode ocorrer a título gratuito ou oneroso, sendo mais comum esta última modalidade. Pode caracterizar, também, dação em pagamento (datio in solutum), quando a transferência é feita em pagamento de uma dívida.
A cessão, contudo, tem por objeto bem incorpóreo (crédito), enquanto a compra e venda destina-se à alienação de bens corpóreos. Nesta participam apenas um comprador e um vendedor. Naquela há necessariamente os três personagens citados. A cessão de crédito distingue-se, também, da novação subjetiva ativa, porque nesta, além da substituição do credor, ocorre a extinção da obrigação anterior, substituída por novo crédito. Naquela, porém, subsiste o crédito primitivo, que é transmitido ao cessionário, com todos os seus acessórios (CC, art. 287), inexistindo o animus novandi.
4. Requisitos da cessão de crédito
Objeto, capacidade e legitimação Em regra, todos os créditos podem ser objeto de cessão, constem de título ou não, vencidosou por vencer, salvo se a isso se opuser “a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor” (CC, art. 286).
A cessão pode ser total ou parcial, e abrange todos os acessórios do crédito, como os juros e os direitos de garantia (CC, art. 287). Assim, por exemplo, se o pagamento da dívida é garantido por hipoteca, o cessionário torna-se credor hipotecário; se por penhor, o cedente é obrigado a entregar o objeto empenhado ao cessionário.
5. Espécies de cessão de crédito 
A cessão de crédito resulta, em regra, da declaração de vontade entre cedente e cessionário. Diz-se que, nesse caso, ela é convencional e pode ser realizada a título oneroso ou gratuito, sendo mais comum a primeira modalidade. Na cessão a título oneroso o cedente garante a existência e a titularidade do crédito no momento da transferência. Nas cessões a título gratuito só é responsável se houver procedido de má-fé (CC, art. 295)15. A cessão de crédito voluntária pode ser também total ou parcial, embora a lei não se refira diretamente, em nenhum dispositivo, à última espécie. Nela o cedente retém parte do crédito, permanecendo na relação obrigacional, salvo se ceder também a parte remanescente a outrem. Se o crédito for cedido a mais de um cessionário, dividir-se-á em dois, independentes um do outro. Como a lei não disciplina a cessão parcial, não se pode falar em existência de preferência em favor do credor primitivo, ou de alguns dos cessionários, no caso de haver cessões parciais sucessivas, embora nada impeça que convencionem entre si algum critério de prioridade no pagamento. Pode, ainda, a cessão de crédito ser legal e judicial. Em muitos casos, com efeito, a transmissão do crédito, do lado ativo da relação obrigacional, opera-se não por convenção entre as partes, como na cessão, mas ipso jure, ou seja, por força de lei, ou por meio de decisão judicial. 
A cessão de um crédito pode ser total ou parcial. Na cessão parcial, o cedente pode permanecer na relação obrigacional, se retém parte do crédito, ou retira-se, se cede a outrem a parte restante. A cessão a mais de um cessionário acarreta a decomposição do crédito em dois, independentes um do outro, não obstante terem a mesma origem. 
Não há, porém, prioridades; os créditos parciais pertencem à mesma categoria. O objeto da cessão pode ser singular ou múltiplo. Nenhum obstáculo a que o credor ceda todos os seus direitos contra o mesmo devedor, ou contra vários. Múltiplo será somente se os diversos créditos foram exigíveis de um só devedor. No exame dos efeitos da cessão de crédito pode-se restringir a matéria ao estudo dos direitos e obrigações do cedente e do cessionário. Os direitos do cessionário são os do credor a quem substitui na relação obrigacional. O crédito transfere-se, de regra, com todas as suas vantagens e riscos. 
De forma abrangente, traz-se no Art. 286 do código civil de 2002, a abordagem sobre o conteúdo, tal que " O credor pode ceder seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, de não constar do instrumento da obrigação"
Assim seno, a cessão de crédito não pode ocorrer em três situações : Se a natureza da obrigação for incompatível com a cessão, se houver vedação legal, ou se houver cláusula contratual proibitiva. 
Ainda na cessão de crédito, destaca-se que; muito embora não seja necessário o consentimento prévio do devedor, o sujeito passivo deve ser notificado, para que o negócio atinja os efeitos desejados (jurídicos). Visto isso, a obrigação não é extinta, ocorrendo apenas a transmissão de qualidade creditória à um terceiro. Além disso, a cessão deverá constar em instrumento público, ou particular, revestindo-se das solenidades previstas no Art. 654 do CC/2002, para que sejam gerados efeitos "erga omnes". 
Assunção de Dívida 
 
A assunção de dívida ou cessão de débito constitui novidade introduzida pelo Código Civil de 2002. Embora não regulada no diploma de 1916, nada impedia a sua celebração, em face da autonomia da vontade e da liberdade contratual, desde que houvesse aceitação do credor. Ademais, o art. 568 do Código de Processo Civil, em vigor desde 1974, ao enumerar os “sujeitos passivos da execução”, entre eles inclui, no inciso III, “o novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo”.
A transmissão da dívida corresponde a uma necessidade real do comércio jurídico, embora de menor intensidade que a preenchida pela cessão de créditos ou pela circulação dos títulos cambiários. A ideia da transferência de débito se encontra, inclusive, integrada na dinâmica da vida jurídica, como sucede na transferência ope legis da dívida do de cujus aos seus herdeiros. Ocorre frequentemente, por exemplo, na venda do fundo de comércio, em que o adquirente declara assumir o passivo, e na cessão de financiamento para aquisição da casa própria.
2. Características e pressupostos
O que caracteriza a assunção de dívida é, precipuamente, o fato de uma pessoa, física ou jurídica, se obrigar perante o credor a efetuar a prestação devida por outra. A pessoa chama a si a obrigação de outra, ou seja, a posição de sujeito passivo que o devedor tinha em determinada obrigação.
Na assunção de dívida, todavia, a pessoa do devedor é de suma importância para o credor, não só em relação às suas qualidades e exação no cumprimento dos deveres, como também no que diz respeito à idoneidade patrimonial, podendo não lhe convir a substituição de devedor solvente por outra pessoa com menos possibilidade de cumprir a prestação. Por tal razão, o consentimento do credor deve ser expresso (CC, art. 299, primeira parte). “Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa” (CC, art. 299, parágrafo único).
3. Assunção de dívida e institutos afins 
3.1. Assunção de dívida e promessa de liberação do devedor 
A assunção de dívida tem afinidade com outras figuras jurídicas, das quais deve, no entanto, ser distinguida. A maior semelhança observada é com a promessa de liberação do devedor, ou assunção de cumprimento, que se configura quando uma pessoa (promitente) se obriga perante o devedor a desonerá-lo da obrigação, efetuando a prestação em lugar dele. É o que sucede quando, por exemplo, o donatário se obriga perante o doador a pagar certas dívidas deste, ou o locatário se compromete a pagar certos tributos que a lei impõe ao locador
3.2. Assunção de dívida e novação subjetiva por substituição do devedor
 A assunção de dívida também se aproxima bastante de uma das modalidades de novação, que é a novação subjetiva por substituição do devedor (CC, art. 360, II). Em ambas as hipóteses ocorre a substituição do primitivo devedor por outra pessoa no dever de cumprir a prestação a que o credor tem direito. A diferença reside no fato de a novação acarretar a criação de obrigação nova e a extinção da anterior, e não simples cessão de débito. Todavia, esta pode ocorrer sem novação, ou seja, com a mudança do devedor e sem alteração na substância da relação obrigacional, como nos exemplos citados da cessão de financiamento para aquisição da casa própria e da alienação de fundo de comércio. A interpretação do contrato, em cada caso duvidoso, é que poderá demonstrar a real intenção das partes e permitir a opção por uma ou outra figura.
3.3. Assunção de dívida e fiança 
A assunção de dívida guarda acentuada afinidade, igualmente, com a fiança, pois tanto o fiador como o assuntor se obrigam perante o credor a realizar uma prestação devida por outrem. Todavia, distinguem-se pelo fato de a fiança constituir, em regra, uma obrigação subsidiária: o fiador goza do benefício da excussão, só respondendo se o devedor não puder cumprir a prestação prometida (CC, art. 827). Mesmo que se tenha obrigado como principal pagador (art. 828, II), o fiador responde sempre por uma dívida alheia.
3.4. Assunção de dívida e estipulação em favor de terceiroSão flagrantes as afinidades entre a assunção de dívida e as estipulações em favor de terceiro, tendo em vista que em ambas se pode estabelecer uma vantagem de ordem patrimonial para uma pessoa estranha à convenção entre as partes. Todavia, um aspecto significativo distingue as mencionadas situações. Nas estipulações em favor de terceiro, reguladas nos arts. 436 a 438 do Código Civil, o estipulante ou promissário cria a favor do terceiro beneficiário o direito a uma nova prestação, mediante a obrigação contraída pelo promitente. É uma nova atribuição patrimonial que nasce da estipulação, como se dá no seguro de vida.
4. Espécies de assunção de dívida 
A assunção de dívida pode efetivar-se por dois modos: a) mediante contrato entre o terceiro e o credor, sem a participação ou anuência do devedor; e b) mediante acordo entre terceiro e o devedor, com a concordância do credor. A primeira hipótese é denominada expromissão, e a segunda, delegação. A rigor, a expromissão é que constitui uma das formas típicas da assunção de dívida. Todavia, o Código Civil italiano disciplina, no capítulo da transmissão singular de dívidas, a delegação (art. 1.268), a expromissão (art. 1.272) e a acolação (il accollo: art. 1.273). O art. 299 do novo Código Civil não dispôs sobre as espécies de assunção. A sua redação parece revelar a intenção do legislador de disciplinar somente a delegação, na qual o consentimento expresso do credor constitui requisito de eficácia do ato. “Na forma expromissória não haveria que se falar em consentimento do credor, uma vez que é este quem celebra o negócio com o terceiro que vai assumir a posição do primitivo devedor.
5. Efeitos da assunção de dívida 
O principal efeito da assunção de dívida é a substituição do devedor na relação obrigacional, que permanece a mesma. Há modificação apenas no polo passivo, com liberação, em regra, do devedor originário. Essa liberação pode não ocorrer, como visto, se houver opção pela forma cumulativa. Os encargos obrigacionais transferem-se ao novo devedor, que assume a mesma posição do devedor originário. O novo devedor não pode, porém, opor ao credor “as exceções pes soais que competiam ao devedor primitivo”, como preceitua o art. 302 do Código Civil. Pode arguir vícios concernentes ao vínculo obrigacional exis tente entre credor e primitivo devedor, não podendo, todavia, alegar, por exemplo, o direito de compensação que este possuía em face do credor.
A assunção de dívida tem afinidade com outras figuras jurídicas, das quais deve, no entanto, ser distinguida. A maior semelhança observada é com a promessa de liberação do devedor, ou assunção de cumprimento.
CESSÃO DE CONTRATO
Cessão de contrato e cessão de posição contratual malgrado o Código Civil de 1916 e o de 2002 não tenham regulamentado, no capítulo concernente à transmissão das obrigações, a cessão de contrato, trata-se de figura que se reveste de significativa importância prática em certos setores do comércio jurídico, a que fazem referência várias leis especiais, bem como dispositivos esparsos do próprio diploma civil. Tem grande aplicação, por exemplo, nos contratos de cessão de locação, fornecimento, empreitada, financiamento e, especialmente, no mútuo hipotecário para aquisição da casa própria. O contrato, como bem jurídico, possui valor material e integra o patrimônio dos contratantes, podendo por isso ser objeto de negócio. Esse valor não se limita ao bem da vida sobre o qual incide a manifestação de vontade das partes, mas abrange um conjunto de atividades representado por estudos preliminares, tratativas, expectativas, viagens, consultas a especialistas, desgaste psicológico, despesas etc., que não pode ser desconsiderado. Esse complexo, que inclui os direitos e as obrigações, os créditos e os débitos emergentes da avença, denomina-se posição contratual, de valor econômico autônomo, passível, portanto, de circular como qualquer outro bem econômico.
A cessão do contrato ou da posição contratual envolve três personagens: o cedente (que transfere a sua posição contratual); o cessionário (que adquire a posição transmitida ou cedida); e o cedido (o outro contraente, que consente na cessão feita pelo cedente). A finalidade da cessão, que tem natureza contratual, é pois transferir a terceiro a inteira posição de um dos contraentes em outro contrato, de natureza bilateral. O contrato em que figurava a posição transferida, objeto da cessão, denomina-se contrato-base.
Transferem-se todos os elementos ativos e passivos correspondentes, num contrato bilateral, a posição da parte cedente. Na cessão de contrato, não ocorre apenas a substituição de um sujeito por outro, como se dá, no lado ativo na cessão de crédito; o cessionário assume os direitos e obrigações do cedente, que se lhe transmitem globalmente por efeito do negócio único que estipularam.
A cessão de contrato só é logicamente possível nos contratos bilaterais. E para a cessão ser viável, é preciso que as prestações não tenham sido completamente satisfeitas pelos contratantes. É indispensável a cooperação jurídica do contratante cedido; sem seu consentimento não se opera.
A cessão de contrato, trata-se de figura que se reveste de significativa importância prática em certos setores do comércio jurídico. Tem grande aplicação, por exemplo, nos contratos de cessão de locação, fornecimento, empreitada, financiamento e, especialmente, no mútuo hipotecário para aquisição da casa própria. Há, todavia, uma impropriedade na aludida expressão, como reconhece a moderna doutrina, pois na verdade não é o contrato que é cedido, mas os direitos e deveres emergentes da posição de contratante.
A cessão do contrato ou da posição contratual envolve três personagens: o cedente (que transfere a sua posição contratual); o cessionário (que adquire a posição transmitida ou cedida); e o cedido (o outro contraente, que consente na cessão feita pelo cedente).
Em regra, o campo de atuação da cessão do contrato é o das obrigações de execução diferida e de trato sucessivo, em que as relações são duradouras.
Quando, em um determinado contrato, uma das partes cede a sua posição contratual, o faz de forma integrada, não havendo, pois, a intenção de transmitir, separadamente, débitos e créditos. Por isso, entendemos assistir razão aos adeptos da teoria unitária, defendida por juristas de escol, Pontes Miranda ,Silvio Varela, Sílvio Ventosa, entre outros , segundo a qual a cessão de contrato opera a transferência da posição contratual como um todo, sem que se possa identificar a fragmentação dos elementos jurídicos componentes da posição contratual. Para que seja considerada válida, a cessão de contrato deverá observar os seguintes requisitos; A celebração de um negócio jurídico entre cedente e cessionário; Integralidade da cessão; A anuência expressa da outra parte.
 Por óbvio, obrigações há, de natureza personalíssima, que não admitem cessão. Assim, se contrata a feitura de uma obra de arte com um artista famoso, este não poderá ceder a sua posição contratual. A natureza mesma da obrigação impede, na hipótese, a cessão contratual. 
 Pode ocorrer, que a obrigação não seja pactuada (personalíssima), e, ainda assim, o contrato proíba a cessão. Entretanto, não havendo cláusula proibitiva, a cessão de posição contratual é possível, desde que haja expresso consentimento da outra parte. Não havendo esse consentimento, o cedente continuará obrigado à satisfação do crédito.
Além da cessão de débito e crédito, há a cessão de contrato, a qual transfere a sua própria posição contratual, ou seja compreendendo créditos e débitos, deveres e obrigações a um terceiro (cessionário) que o substituirá na relação jurídica originária. Para que seja válida a cessão de contrato, deverá preencher tais requisitos: A celebração de um negócio jurídico entre cedente e cessionário, a integralidade da cessão (cessão global) e a anuência expressa do cedido.
Referências Blibiográficas:
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2003. v. 1.
Livro - DireitoCivil 2 (Direito das obrigações). Autor: Carlos Roberto Gonçalves 
PABLO STOLZE GAGLIANO// RODOLFO PAMPLONA FILHO// NOVO CURSO DE DIREITO CIVIL VOL II / OBRIGAÇÕES 
GOMES, Orlando. Obrigações. 17. Ed. 
Manual de Direito civil, Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho. Volume único, 2017

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