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toxicologia

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Tema: Álcool etílico 
Disciplina: Análises toxicológicas e ambientais
Doscente: Profa. Dra. Idylla Tavares
Equipe: Alvilene Almeida, Amilis Fidelis, Ana Caroline, Brenna Lima, Edson Flávio, Estephanny Vanessa, Lorena Georgina, Mariza Granjeiro.
INTRODUÇÃO
Desde os tempos mais remotos, o álcool é consumido pelo ser humano tanto em forma de medicamento como na de combate à angústia, à depressão e às preocupações do dia-a-dia. Com os primeiros relatos datados de cerca de 6.000 anos atrás, no antigo Egito e na Babilônia.
Pode-se observar nas obras gregas, mitos sobre a criação do vinho. Com destaque para as figuras de Dioniso, Icário e o Rei Anfictião protagonizando a visão grega sobre o uso do vinho (álcool). 
Além disso, por mais que se diga o contrário, os indivíduos sempre procuraram substâncias estimuladoras ou depressoras do sistema nervoso central, encontrando no álcool um grande aliado, devido a sua capacidade de alterar o comportamento.
EPIDEMIOLOGIA
Primeiros relatos de consumo de cerca de 6.000 anos atrás;
Na Idade Média foi introduzida a técnica de destilação na Europa;
No Brasil, a instalação dos primeiros engenhos para produção de açúcar e de aguardente tornou os destilados nacionais mais acessíveis.
Estima-se que, no Brasil, uma em cada dez pessoas tenha problemas devido ao abuso de álcool.
Mesmo aceito socialmente, o consumo de álcool sofreu restrições que tentavam controlar ou prevenir o uso indevido. 
Ainda assim, o seu uso continua o mais elevado entre todas as substâncias psicoativas.
O abuso e a dependência de álcool são problemas de Saúde Pública no mundo.
USO
O álcool contido nas bebidas é conhecido como etanol, e é produzido através de fermentação ou destilação de vegetais como a cana-de-açúcar, frutas e grãos. 
As bebidas fermentadas são obtidas pela produção de etanol resultante da quebra de açúcares, por alguns microrganismos - as leveduras.
As bebidas alcoólicas com teor maior do que 14% são produzidas por meio da destilação.
	Bebida	Porcentagem de Álcool
	Cerveja	5%
	Cerveja "light"	3,5%
	Vinho	12%
	Vinhos fortificados	20%
	Uísque, Vodka, Pinga	40%
TOXICOCINÉTICA (Absorção e Distribuição)
O Etanol (CH3CH2OH) tem baixo peso molecular, é hidrossolúvel e é absorvido no estômago (20%) e intestino delgado (80%).
A absorção do álcool é rápida no início do uso e declina posteriormente. Por ser hidrossolúvel, distribui-se por praticamente todos os tecidos, intra ou extracelularmente. 
Se difunde rapidamente através da Barreira Hematoencefálica, atingindo o SNC.
Entre 90 a 98% do Etanol ingerido, é biotransformado no fígado por meio da oxidação;
Um adulto metaboliza, em média, cerca de 120mg/kg por hora, ou seja, 7 a 12 gramas de álcool em uma hora.
TOXICOCINÉTICA (Biotransformação e Excreção)
VIAS DE BIOTRANSFORMAÇÃO DO ÁLCOOL: 
A principal é da enzima Álcool Desidrogenase (AD);
Sistema de Oxidação Microssômico (SOM);
Catalase (no máximo 10% da biotransformação).
TOXICODINÂMICA
O álcool aumenta a inibição sináptica mediada pelo ácido gama-aminobutírico (GABA) e pelo fluxo de cloreto;
Os efeitos sedativos e motores do álcool são inibidos pela bicuculina (antagonista específico dos receptores GABAérgicos);
O álcool em doses elevadas aumenta a permeabilidade ao cloro na ausência de GABA (efeito semelhante ao de barbitúricos, anestésicos e outros álcoois alifáticos);
SISTEMA ADRENÉRGICO: O uso crônico aumenta a síntese e liberação de Noradrenalina; Estresse e ansiedade podem influenciar na dependência.
ÁCIDO GAMA-AMINOBUTÍRICO (GABA): Em uso crônico há uma redução do GABA no cérebro.
SISTEMA OPIOIDE: Naltrexona; Efeitos do álcool em receptores opioides (leva ao aumento de dopamina no núcleo accumbens);
TOXICODINÂMICA
SEROTONINA: A elevação dos níveis de serotonina pelo uso de inibidores seletivos da recaptação de serotonina.
DOPAMINA: O aumento da dopamina extracelular estaria relacionado com o desejo de repetir o uso.
ACETILCOLINA: Uso agudo - diminui a atividade colinérgica / Uso crônico - produz tolerância.
GLUTAMATO: Segundo alguns autores, as alterações no sistema nesse sistema são uma adaptação aos efeitos depressores do Etanol.
CÁLCIO: Importante participação na função de neurotransmissão e pode ter um papel no efeito hipnótico do álcool.
TOXICIDADE AGUDA
O SNC é o órgão mais rapidamente afetado pelo álcool;
O álcool causa: sedação, diminuição da ansiedade, fala pastosa, ataxia, prejuízo da capacidade de julgamento e desinibição do comportamento.
As alterações no comportamento dependem de: Dose ingerida; Velocidade da absorção; Peso e sensibilidade do indivíduo; Tolerância.
Clinicamente a intoxicação é caracterizada por comportamento mal adaptado após recente ingestão de álcool, cujos sinais mais marcantes são: ataxia, nistagmo, fala pastosa ou indistinta, rubor facial, irritabilidade atenção prejudicada.
Alterações metabólicas como: cetoacidose alcoólica, desidratação, hipoglicemia e alterações eletrolíticas.
TOXICIDADE CRÔNICA
Praticamente todos os sistemas do organismo são afetados.
AS ALTERAÇÕES ORGÂNICAS MAIS COMUMENTE ENCONTRADAS QUANDO HÁ O USO CRÔNICO DE ÁLCOOL SÃO:
Sistema Hematológico;
Sistema Gastrintestinal;
Sistema Neurológico;
Sistema Cardiovascular;
Sistema Endócrino-reprodutivo;
Síndrome Fetal;
Alcoolismo é a dependência do indivíduo ao álcool, considerada doença pela Organização Mundial da Saúde. Consequências irreversíveis.
É tipicamente associado aos seguintes sintomas (que não necessariamente ocorrem juntos): Compulsão; Dificuldade de controlar o consumo; Sintomas de abstinência física.
Tolerância: Necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância.
Abstinência: Síndrome de abstinência pela falta da substância; Consumo da mesma substância ou similar para aliviar ou evitar os sintomas da abstinência.
DEPENDÊNCIA
DEPENDÊNCIA
A síndrome de abstinência ocorre com a redução ou com a interrupção súbita do consumo da substância no paciente, surgindo entre 12 e 16 horas após à privação da bebida, inquietação, nervosismo e ansiedade. Várias horas depois, podem aparecer cãibras musculares, tremores, náuseas, vómitos e grande irritabilidade. Pode durar de 5-7 dias.
A partir do segundo dia de abstinência, nos casos mais graves surge o denominado “delirium tremens”.
Pode-se desenvolver a dependência psicológica com um uso regular do álcool.
TRATAMENTO
Dissulfiram: Inibe a ação da Aldeído Desidrogenase – impedindo a metabolização e aumentando o acúmulo dessa substância; 250mg.
Naltrexona: Antagonista opioide; Evidências iniciais sugerem que atua no bloqueio dos euforizantes do álcool; E estudos demonstram que a medicação diminui o high produzido pelo Etanol; 50 a 100mg. 
Acamprosato: Agonista que estimula a atividade do GABA e antagoniza os aminoácidos excitatórios (Glutamato); Diminui o desejo de beber e suprime a hiperatividade na fase de abstinência; 2g/dia em 3 tomadas.
INTERAÇÕES COM OUTRAS SUBSTÂNCIAS
O Etanol pode interagir com fármacos – farmacocinética;
Pode potencializar ou diminuir a ação dos fármacos nos órgãos-alvos;
Os efeitos depressores são potencializados por sedativos-hipnóticos, anticonvulsionantes, antidepressivos, ansiolíticos ou narcóticos;
O álcool compete pela enzima Cit P-450 (acarreta o aumento de drogas ou fármacos disponíveis na circulação);
Pode interagir com antibióticos e antiinflamatórios, podem causar sintomas semelhantes ao Dissulfiram;
A cinética pode ser atrapalhada pela ingestão concomitante de leite e pelo esvaziamento gástrico.
BENEFÍCIOS
Os poderes medicinais “milagrosos” do consumo de álcool no combate ao estresse, desânimo, depressão, preocupações e angústia foram comprovados por qualquer pessoa que já tenha se embriagado. Mas, há alguns anos, pesquisas confirmam aquilo que nossos ancestrais defendiam: “o álcool pode ser um santo remédio”.
Estudos revelam que o consumo moderado apresenta efeitos como a diminuição de fibrinogênio plasmático e atividade antitrombótica.
Um padrão de uso, leve a moderado, pode assumir um papel protetor à saúde, especialmentequanto ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
REFERÊNCIAS
World Health Organization – WHO. Global status report on alcohol. Genebra: WHO, 2004.
Klatsky AL. Alcohol, cardiovascular diseases and diabete mellitus. Pharmacol Res 2007; 55(3):237-47.
WOLLIN, S. D.; JONES, P. J. H. Alcohol, red wine and cardiovascular disease. The Journal of Nutrition, v. 131, n. 5, p. 1401-1404, may. 2001.
JANSZKY, I. et al. Wine drinking is associated with increased heart rate variability in women with coronary heart disease. Heart, v. 91, n. 3, p. 314-318, mar. 2005.
SANTOS, M. B. P. DOS S.; TINUCCI, T. O CONSUMO DE ÁLCOOL E O ESPORTE: UMA VISÃO GERAL EM ATLETAS UNIVERSITÁRIOS. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 3, n. 3, p. 27–43, 2004.
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