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Leitura Obrigatória
A leitura e os tipos de leitores
Gabriel Henrique Collaço
Com a leitura deste texto, você terá suporte para organizar o processo de leitura, 
fundamental para o desenvolvimento de um trabalho de pesquisa, além de 
conhecer os tipos de leitores. É momento de desvendar caminhos possíveis para 
a elaboração do projeto de curso com qualidade de informação.
Ler é um processo interessante para os que leem com a finalidade de 
aprimoramento do saber. Assim, os caminhos da pesquisa, desde a confecção 
do projeto até a escrita do trabalho de curso, adquirem o seu sentido didático, 
criativo. 
Convém adiantar e alertar que aqueles que tiverem dificuldades 
em compreender o que leem (interpretar textos) e expressar-
se de modo correto, claro e preciso, fazendo-o de maneira 
desordenada e vaga, encontrarão obstáculos a serem 
transpostos. Por isso, se você deixa a desejar neste campo, ou 
seja, se não tem um adequado domínio do idioma pátrio e não 
cultiva os hábitos da leitura e da redação, deve, imediatamente, 
procurar sanar esta insuficiência. (BRUSCATO, 2002, p. 4).
Como, nos tempos atuais, trabalhamos com certa urgência de informação, a 
velocidade acaba atrapalhando o nosso tempo de pensar. Não há, assim, a 
possibilidade de reflexão profunda sobre aquilo que lemos. Neste sentido, falta 
o embasamento teórico, o que prejudica o conteúdo da obra. Na pesquisa 
acadêmico-científica, temos que ser sujeitos críticos, estar constantemente em 
crise.
No entendimento de Nicolau Sevcenko (2001, p. 18):
A palavra “crítica” deriva do verbo grego krínein, que significa 
“decidir”. Seu equivalente em latim é cernere, que, além de 
“decidir”, significa também, como é fácil perceber, “discernir”. 
Outras derivações gregas da palavra são: krités, que significa 
“juiz”; kritikós (que por sua vez deriva de krités), que se refere 
à pessoa capaz de elaborar juízos ou proceder a julgamentos, 
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Leitura Obrigatória 
concluindo por uma decisão, ou seja, por uma avaliação judiciosa 
destinada a orientar as ações que dada comunidade deve 
empreender; outra óbvia derivação do mesmo termo grego é 
kritérion, que são os fundamentos relativos aos valores mais 
elevados de uma sociedade, em nome e em função dos quais os 
juízos e as críticas são feitos, os julgamentos são conduzidos e 
as decisões são tomadas. Daí se conclui que uma comunidade 
que perca sua capacidade crítica perde junto sua identidade, vê 
dissolver-se sua substância espiritual e extraviar-se seu destino. 
Curiosamente, outra das derivações da palavra grega em questão 
é krísis, significando o vácuo desorientador que se estabelece 
quando os critérios que orientam os juízos, por alguma 
calamidade histórica, política ou natural, se vêem suspensos, 
abolidos ou anulados.
Está chegando a hora de decidir, de discernir, de julgar o que é pertinente para a 
sua pesquisa no curso de Direito. Para isso, ler é fundamental. 
O problema é que não existem só as pessoas que não leem, há também as que 
leem, mas que não o fazem corretamente. Não sabem ler com olhar crítico, ir 
além do que está escrito. E a realidade se constrói com o refinamento da nossa 
visão, interpretando os signos com um ‘olhar diferente’.
Segundo Gabriel Perrisé (1998),
[...] a leitura não é, na sua forma legítima, uma fuga da realidade. 
É uma fuga para a realidade. Mas exige do leitor uma qualidade, 
um interesse, uma preocupação. O desejo sincero de encarar 
os grandes problemas, sem querer resolvê-los, dissolvê-los, 
extingui-los, como se o ser humano fosse onipotente. Porque 
também somos tentados pela pretensão de ser mais altos do que 
somos.
Chegou o momento de seleção de material prévio para leitura, pois logo iremos 
elaborar o Projeto de Trabalho de Curso em Direito. Na questão da leitura, Marina 
Margarida de Andrade (2002, p. 55) sugere uma leitura prévia ou de contato, que 
consiste em procurar no sumário, nos títulos, no prefácio, na contracapa e nas 
orelhas do livro, as informações desejadas. “Uma leitura ‘por alto’, de páginas 
salteadas, pode dar uma ideia do conteúdo da obra. Às vezes, só uma parte ou 
um capítulo contém informações que interessam; outras vezes, só interessa o 
prefácio ou a introdução.” Uma primeira leitura para seleção que será aprimorada 
posteriormente. 
A leitura e os tipos de leitores 
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Andrade (2002, p. 55) ainda expõe outros conceitos: a leitura seletiva, que 
“consiste em uma leitura mais detida dos títulos e subtítulos [...]” na qual se 
verificam, “com mais precisão, as partes que contêm informações úteis para o 
desenvolvimento do trabalho”; a leitura crítica, analítica, que, mais atenta, “tem 
por objetivo [...] apreensão de seu conteúdo, que será submetido à análise e 
interpretação”; a leitura interpretativa, que, após a análise do texto, “procura 
estabelecer relações, confrontar ideias ou confirmar opiniões. A interpretação 
consiste em um processo de reelaboração pessoal das informações e ideias 
extraídas das leituras”. 
A esses conceitos também correspondem os procedimentos de leitura adotados 
na obra de Márcia Porto (2009, p. 28):
Leitura integral (leitura sequenciada e extensiva de um texto); 
leitura inspecional (quando se utiliza de expedientes de escolha 
de textos para leitura posterior); leitura tópica (para identificar 
informações pontuais no texto, localizar verbetes em um 
dicionário ou enciclopédias); leitura de revisão (para identificar 
e corrigir, num texto, determinadas inadequações sobre uma 
referência estabelecida); leitura item a item (para realizar uma 
tarefa seguindo comandos que pressupõem uma ordenação 
necessária); leitura expressiva.
As leituras como forma de meditação ou aquelas leituras que decorrem do 
momento movente que vivemos, com o advento das tecnologias e, ainda, de 
informações disponíveis em mundo virtual, colaborando para o aprimoramento do 
saber, são abordadas no texto “A leitura fora do livro”, de Lúcia Santaella, no qual 
a autora contextualiza os tipos de leitores em função das suas características e 
de fatos históricos.
“A leitura fora do livro”, de Lúcia Santaella (1998)
Fora e além do livro, há uma multiplicidade de modalidades de leitores. 
Há o leitor da imagem, desenho, pintura, gravura, fotografia. Há o leitor 
do jornal, revistas. Há o leitor de gráficos, mapas, sistemas de notações. 
Há o leitor da cidade, leitor da miríade de signos, símbolos e sinais em 
que se converteu a cidade moderna, a floresta de signos de que já falava 
Baudelaire. Há o leitor espectador, do cinema, televisão e vídeo. A essa 
multiplicidade, mais recentemente veio se somar o leitor das imagens 
evanescentes da computação gráfica, o leitor da escritura que, do papel, 
saltou para a superfície das telas eletrônicas, enfim, o leitor das arquiteturas 
líquidas da hipermídia, navegando no ciberespaço.
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Leitura Obrigatória 
Em vez de discorrer sobre cada uma dessas modalidades, escolhi uma outra 
rota classificatória e histórica ao mesmo tempo. Percebi que, por trás dessa 
multiplicidade, há três tipos ou modelos de leitores. Trata-se de uma tipologia que 
não se baseia na diferenciação dos processos de leitura em função das distinções 
entre classes de signos ou espécies de suporte desses signos, mas toma por base 
os tipos de habilidades sensoriais, perceptivas e cognitivas que estão envolvidas nos 
processos e no ato de ler, de modo a configurar modelos de leitor, como se segue:
1 O primeiro é o leitor contemplativo, meditativo da era pré-industrial, o leitor da 
era do livro e da imagem expositiva. Esse tipo de leitor nasce no Renascimento e 
perdura hegemonicamente até meados do século XIX. 2 O segundo é o leitor do 
mundo em movimento, dinâmico, mundo híbrido, de misturas sígnicas, um leitor 
filho da revolução industrial e do aparecimento dos grandes centros urbanos, o 
homem na multidão. Esse leitor, que nasce com a explosão do jornal e com o 
universo reprodutivo da fotografia e cinema, atravessa não só a era industrial, 
mas mantém suas característicasbásicas quando se dá o advento da revolução 
eletrônica, era do apogeu da televisão. 3 O terceiro tipo de leitor é aquele que 
começa a emergir nos novos espaços incorpóreos da virtualidade. Vejamos cada 
um desses tipos em mais detalhes. 
Antes disso, no entanto, vale dizer que, embora haja uma sequencialidade histórica 
no aparecimento de cada um desses tipos de leitores, isso não significa que um 
exclui o outro, que o aparecimento de um tipo de leitor leva ao desaparecimento 
do tipo anterior. Ao contrário, não parece haver nada mais cumulativo do que 
as conquistas da cultura humana. O que existe, assim, é uma convivência e 
reciprocidade entre os três tipos de leitores acima, embora cada tipo continue, de 
fato, sendo irredutível ao outro, exigindo inclusive habilidades perceptivas, sensório-
motoras e cognitivas distintas.
1. O leitor contemplativo, meditativo
Esse primeiro tipo de leitor tem diante de si objetos e signos duráveis, imóveis, 
localizáveis, manuseáveis: livros, pinturas, gravuras, mapas, partituras. É o mundo 
do papel e da tela. O livro na estante, a imagem exposta, à altura das mãos e do 
olhar. Esse leitor não sofre, não é acossado pelas urgências do tempo. Um leitor 
que contempla e medita. Entre os sentidos, a visão reina soberana, complementada 
pelo sentido interior da imaginação. Uma vez que estão localizados no espaço e 
duram no tempo, esses signos podem ser contínua e repetidamente revisitados. Um 
mesmo livro pode ser consultado quantas vezes se queira, um mesmo quadro pode 
ser visto tanto quanto possível. Sendo objetos imóveis, é o leitor que os procura, 
escolhe-os e delibera sobre o tempo que o seu desejo faz dispensar a eles. Embora 
a leitura da escrita de um livro seja, de fato, sequencial, a solidez do objeto livro 
permite idas e vindas, retornos, re-significações. Um livro, um quadro exigem do 
leitor a lentidão de uma dedicação em que o tempo não conta.
A leitura e os tipos de leitores 
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2. O leitor fragmentado, movente
Este leitor nasce com o advento do jornal e das multidões nos centros urbanos 
habitados de signos. É o leitor apressado de linguagens efêmeras, híbridas, 
misturadas. Mistura que está no cerne do jornal, primeiro grande rival do livro. 
A impressão mecânica aliada ao telégrafo e à fotografia gerou esse ser híbrido, 
testemunha do cotidiano, fadado a durar o tempo exato daquilo que noticia. Nasce 
com o jornal um tipo novo de leitor, o leitor fugaz, novidadeiro, de memória curta, 
mas ágil. Um leitor que precisa esquecer, pelo excesso de estímulos e na falta 
do tempo de retê-los. Um leitor de fragmentos, leitor de tiras de jornal e fatias de 
realidade.
Com a sofisticação dos meios de reprodução, tanto na escrita quanto na imagem, 
com a reprodução fotográfica, a cidade começa a se povoar de signos, numa 
profusão de sinais e mensagens. As palavras, as imagens crescem, agigantam-se 
e tomam conta do ambiente urbano. Sinais para serem vistos e decodificados na 
velocidade. Como orientar-se, como sobreviver na grande cidade sem as setas, 
os diagramas, os sinais, a avaliação imediata da velocidade do burburinho urbano. 
O leitor do livro, leitor sem urgências, é substituído pelo leitor movente. Leitor de 
formas, volumes, massas, interações de forças, movimentos, leitor de direções, 
traços, cores, leitor de luzes que se acendem e se apagam. 
Há uma isomorfia entre o modo como esse leitor se move na grande cidade, o 
movimento do trem e do carro e o movimento das câmeras de cinema. Velocidade 
que cria novas formas de sensibilidade e de pensamento, outra maneira de interagir 
com o mundo. Esbarrando a todo instante em signos, signos que vêm ao seu 
encontro, fora e dentro de casa, esse leitor aprende a transitar entre linguagens, 
passando das coisas aos signos, da imagem ao verbo, do som para a imagem, com 
familiaridade imperceptível. Isso se acentua com o advento da televisão: imagens, 
ruídos, sons, falas, movimentos e ritmos na tela se confundem e se mesclam com 
situações vividas. Onde termina o real e onde começam os signos se nubla e 
mistura como se misturam os próprios signos.
3. O leitor virtual
O aspecto sem dúvida mais espetacular da era digital está no poder dos 
dígitos para tratar toda e qualquer informação, som, imagem, texto, programas 
informáticos, com a mesma linguagem universal, uma espécie de esperanto das 
máquinas. Graças à digitalização e compressão dos dados, todo e qualquer tipo 
de signo pode ser recebido, estocado, tratado e difundido, via computador. Aliada 
à telecomunicação, a informática permite que esses dados cruzem oceanos, 
continentes, hemisférios, conectando numa mesma rede gigantesca de transmissão 
e acesso, potencialmente, qualquer ser humano no globo. Tendo na multimídia sua 
linguagem, e na hipermídia sua estrutura, esses signos de todos os signos estão 
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disponíveis ao mais leve dos toques, num clique de um mouse. Nasce aí outro 
tipo de leitor, revolucionariamente distinto dos anteriores. Não mais um leitor que 
tropeça, esbarra em signos físicos, materiais, como era o caso do leitor movente, 
mas um leitor que navega numa tela, programando leituras, num universo de signos 
evanescentes, mas eternamente disponíveis, contanto que não se perca a rota 
que leva a eles. Não mais um leitor que segue as sequências de um texto, virando 
páginas, manuseando volumes, percorrendo com seus passos a biblioteca, mas 
um leitor em estado de prontidão, conectando-se entre nós e nexos, num roteiro 
multilinear, multissequencial e labiríntico que ele próprio ajudou a construir ao 
interagir com os nós entre palavras, imagens, documentação, músicas, vídeo etc. 
Trata-se de um leitor implodido, cuja subjetividade se mescla na hipersubjetividade 
de infinitos textos, num grande caleidoscópico tridimensional onde cada novo nó e 
nexo podem conter outra grande rede numa outra dimensão. 
Enfim, trata-se aí de um universo inteiramente novo que parece realizar o sonho ou 
alucinação borgiana da biblioteca de Babel, uma biblioteca virtual, mas que funciona 
como promessa eterna de se tornar real a cada clique do mouse.
E, conhecendo os tipos de leitores que, na atualidade, se completam ao invés de 
se excluírem, como abordado no texto de Santaella (1998), precisamos também 
verificar pontos que se tornam importantes para um bom resultado da leitura. 
Marina de Andrade Marconi (2001, p. 34) mostra alguns posicionamentos em 
relação à leitura: ter atenção, intenção, reflexão, espírito crítico, poder de análise, 
síntese e velocidade, sempre com eficiência. Ela ainda aponta as falhas na 
leitura que podem resultar de atitudes, como dispersão do espírito, inconstância, 
passividade, exagero na censura e na crítica, isto é, excessivo espírito crítico, 
preguiça e deslealdade, “quando se falsificam as ideias obtidas no texto, 
distorcendo o pensamento do autor”. (MARCONI, 2001, p. 35).
A leitura é uma relação dialógica entre quem escreve e quem lê. Autor e leitor 
não apenas decifram os sinais gráficos, mas também contextualizam as suas 
vivências, os conceitos prévios com os conteúdos do texto. À medida que lê 
mais, o leitor se torna mais crítico e obtém, assim, maior domínio da língua. 
Para Martins (1991, p. 66), “a leitura é um processo de compreensão de 
expressões formais e simbólicas, não importando por meio de que linguagem”. 
Nesse processo dialógico, o leitor tem contato com novas ideias e tira 
conclusões, armazenando dados para produzir um discurso, não esquecendo 
que, em cada ocasião, deve usar uma forma de linguagem. Falar difícil, utilizando 
linguagem técnica em exagero, com grupos que não possuem o mesmo grau de 
conhecimento, não irá adiantar, pois a comunicação não será eficiente.
A leitura e os tipos de leitores 
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Sendo assim, o hábito de ler instiga a criatividade e, no processo de 
confecção de uma pesquisa, as leituras preliminares são fundamentais para 
o desenvolvimento significativo do trabalho de curso. Para isso, precisamos 
conhecer ascaracterísticas da redação acadêmico-científica.
Sugestão de leitura
MELLO, Jônatas Junqueira. Boa ideia: a nova ortografia para advogados, 
estudantes e curiosos. São Paulo: Saraiva, 2009.
A obra apresenta as principais inovações do Acordo Ortográfico da Língua 
Portuguesa, promulgado pelo Decreto n. 6.583, de 29 de setembro de 2008. São 
analisadas as mudanças da ortografia, bem como a alteração no alfabeto, na 
acentuação, no emprego do hífen e na pontuação.
Referências bibliográficas
ANDRADE, Maria Margarida de. Como preparar trabalhos para cursos de pós-
graduação: noções práticas. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
BRUSCATO, Wilges. Monografia jurídica: manual técnico de elaboração. São 
Paulo: Juarez de Oliveira, 2002.
MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica: para o curso de direito. 
2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 1991. 
PERRISÉ, Gabriel. O problema da leitura e a leitura dos problemas. Revista 
Mirandum, Barcelona; São Paulo: Universitat Autònoma de Barcelona; 
Universidade de São Paulo, Mandruvá, ano II, n. 6, set./dez. 1998. Disponível 
em: <http://www.hottopos.com/mirand6/o_problema_da_leitura_e_a_leitur.htm>. 
Acesso em: 22 nov. 2012.
PORTO, Márcia. Um diálogo entre gêneros textuais. Curitiba: Aymará, 2009.
SANTAELLA, Lucia. A leitura fora do livro. In: MENEZES, Philadelpho. Exposição 
poesia intersignos: do impresso ao sonoro e ao digital, São Paulo, abr./maio, 
1998. Disponível em: <http://www.pucsp.br/pos/cos/epe/mostra/santaell.htm>. 
Acesso em: 22 nov. 2012. 
SEVCENKO, Nicolau. A corrida para o século XXI: no loop da montanha russa. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2001. (Virando séculos, 7).

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