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Prof. MSc. Raquel Souza da Silva enfraquelsouza@gmail.com ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ, TRANS E PÓS OPERATÓRIO IMEDIATO Macapá - Amapá 2019 OBJETIVOS - Definir enfermagem perioperatória e o objetivo da assistência de enfermagem; - Descrever a preparação pré-operatória imediata do paciente; - Descrever o papel da equipe de enfermagem na fase transoperatória; - Descrever os principais problemas no trans e no pós operatórios; - Descrever as responsabilidades da equipe de enfermagem na SRPA e na unidade clínica; - Descrever a assistência de enfermagem em cada fase do perioperatório; - Descrever algumas considerações finais sobre o tema. O que é ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA? - Pré-operatório - Transoperatório - Pós-operatório Qual o objetivo da assistência de enfermagem perioperatória? INTRODUÇÃO Fonte: Bartmann, 2010; Carvalho; Bianchi, 2007. ACOLHIMENTO E HUMANIZAÇÃO Admissão: 24h antes da cirurgia Fatores emocionais Crenças espirituais e religiosas Histórico dos fatores de saúde PRÉ-OPERATÓRIO Fonte: Carvalho; Bianchi, 2007; Smeltzer; Bare, 2005. FATORES DE RISCO Estado nutricional Desequilíbrio Hidroeletrolítico Uso de drogas ilícitas, etilismo e tabagismo Estado cardiovascular, respiratório, endócrino, hepático e renal PRÉ-OPERATÓRIO Fonte: Carvalho; Bianchi, 2007; Smeltzer; Bare, 2005. Função Imune CONSENTIMENTO INFORMADO Voluntário e por escrito Cirurgia não emergencial Proteção do paciente e do cirurgião Procedimentos invasivos, incisão, sedação, anestesia e radiação PRÉ-OPERATÓRIO Fonte: Smeltzer; Bare, 2005. ORIENTAÇÕES GERAIS Exercícios respiratórios Exercícios de tosse Exercícios de mobilização Deambulação precoce PRÉ-OPERATÓRIO Fonte: Carvalho; Bianchi, 2007. PREPARO DA CIRURGIA Jejum, pele e higiene geral Trato gastrintestinal e geniturinário Medicação pré-operatória e check list Transferência do paciente para o CC PRÉ-OPERATÓRIO Fonte: Bartmann, 2010. Necessidades da Família PRÉ-OPERATÓRIO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM 1. Ansiedade relacionada à experiência cirúrgica e ao resultado da cirurgia 2. Medo relacionado à ameaça percebida do procedimento cirúrgico 3. Déficit de conhecimento dos procedimentos e protocolos pré- operatórios - Obter uma história de saúde cuidadosa, ouvir bem e fornecer informações que ajudam aliviar a ansiedade; - Um enfermeiro calmo, compreensivo e carinhoso inspira confiança do paciente; - Evitar tons ásperos, de julgamento ou punitivos se o paciente repetir inúmeros questionamentos, ainda que as respostas tenham sido dadas anteriormente; - Iniciar o ensino pré-operatório geral logo que possível; - Utilizar musicoterapia é uma intervenção fácil, barata e não invasiva; ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Fonte: Bartmann, 2010; Smeltzer; Bare, 2005. Fonte: Possari, 2004; Smeltzer; Bare, 2005. TRANSOPERATÓRIO PAPEL DA EQUIPE Acolher na SRPA Mapa e Check list Montagem da sala Controle de infecção Circulante e Instrumentador Enfermeiro gerente e assistencial Fonte: Carvalho; Bianchi, 2007. TRANSOPERATÓRIO PROBLEMAS Náuseas e vômitos Anafilaxia Hipóxia Hipotermia e Hipertermia maligna Hipotensão e hipertensão Coagulação intravascular disseminada TRANSOPERATÓRIO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM 1. Ansiedade relacionada às preocupações expressas devido à cirurgia ou ambiente cirúrgico - Apresentar-se, dirigir-se ao paciente chamando-o pelo nome, de forma frequente e calorosa; - Utilizar competências de comunicação comuns e básicas, como o toque e o contato visual; - Dizer ao paciente quanto tempo se espera que dure o procedimento e outros detalhes ajuda o paciente a ganhar uma sensação de controle; 2. Risco de lesão por posicionamento transoperatório relacionado às condições ambientais na sala de cirurgia - Manter posição mais confortável possível; - Os nervos devem ser protegidos contra a pressão; - Manter suportes de braço bem acolchoados; - Manter contenção suave em caso de agitação; - Avaliar pressão dos braços sobre o tórax; ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Fonte: Smeltzer; Bare, 2005. TRANSOPERATÓRIO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM 3. Risco de lesão relacionado à anestesia e cirurgia - ATT transferir o paciente da maca - mesa cirúrgica; - Verificar e confirmar informações no prontuário; - Avaliar a necessidade de hemoderivados, instrumentos, equipamentos e suprimentos; - Nunca deixar o paciente sedado sozinho; - Posicionar adequadamente a placa neutra de dispersão do bisturi elétrico; 4. Sensopercepção alterada relacionada à sedação ou anestesia geral - Manter a privacidade, os direitos e dignidade; - Evitar excesso de ruído na sala de cirurgia, comentários depreciativos sobre o aspecto físico; - Garantir que o paciente seja tratado como pessoa, respeitando seus valores culturais e espirituais; ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Fonte: Smeltzer; Bare, 2005. Fonte: Possari, 2004; SOBECC, 2009. PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA - SRPA Leitos Avaliação Equipe Localização Função respiratória, cardiovascular e neurológica Fonte: Smeltzer; Bare, 2005. PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO RESPONSABILIDADES DA EQUIPE NA SRPA Prevenir e detectar complicações Índice de Aldrete e Kroulik Alívio da dor e desconfortos no local da cirurgia Equilíbrio fisiológico Transferência da SO para o leito da SRPA Fonte: Carvalho; Bianchi, 2007. PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO RESPONSABILIDADES DO ENFERMEIRO NA SRPA Iniciar a avaliação para a alta Fornecer informações ao paciente e à família Avaliar coloração e umidade da pele Aspirar as VAS Identificar os problemas ocorridos no intra Fonte: Possari, 2004; Smeltzer; Bare, 2005; SOBECC, 2009. PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO ALTA DA SRPA Ausência de dor, náuseas, vômitos ou hemorragias SSVV estáveis e saturação de oxigênio > 92%Orientação no tempo e espaço Escore no Índice Aldrete e Kroulik entre 8 e 10 Mobilidade dos membros e débito urinário ÍNDICE ALDRETE E KROULIK Circulação Consciência Atividade muscular Respiração Saturação de oxigênio Fonte: Bartmann, 2010; Possari, 2004; SOBECC, 2009. PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO ÍNDICE ALDRETE E KROULIK ÍNDICE DE ALDRETE E KROULIK Parâmetro Resposta Pontuação Atividade muscular Movimenta os quatro membros Movimenta dois membros É incapaz de mover 2 1 0 Respiração É capaz de respirar profundamente ou sob comando Apresenta dispnéia ou limitação da respiração Tem apnéia 2 1 0 Circulação PA apresenta variação de até 20% do nível pré-anestésico PA apresenta variação de 20% a 49% do nível pré-anestésico PA apresenta variação acima de 50% do nível pré-anestésico 2 1 0 Consciência Está lúcido e orientado no tempo e no espaço Desperta, se solicitado Não responde 2 1 0 Saturação de O2 É capaz de manter saturação de O2 > 92%, respirando ar ambiente Necessita de O2 para manter saturação > 90% Apresenta saturação de O2 < do que 90%, mesmo com suplementação de O2 2 1 0 Fonte: Carvalho; Bianchi, 2007. PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO RESPONSABILIDADES DA EQUIPE NA UNIDADE CLÍNICA Admissão Avaliar as condições clínicas gerais Monitorar pulso, PA e FR Monitorar as intercorrências na FO Outras intercorrências/complicações Fonte: Possari, 2004; Smeltzer; Bare, 2005; SOBECC, 2009. PÓS-OPERATÓRIOIMEDIATO PROBLEMAS Atelectasia Pneumonia e Embolia pulmonar Trombose Venosa Profunda Constipação e Íleo paralítico Hematomas, infecção e deiscências PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM 1. Risco de eliminação traqueobrônquica ineficaz relacionada à função respiratória deprimida - Avaliar o estado respiratório na admissão; - Avaliar a orientação do paciente; - Estimular os exercícios de respiração profunda; - Incentivar a deambulação precoce; - Administrar oxigênio úmido s/n; 2. Dor aguda relacionada à incisão cirúrgica e trauma tecidual - Investigar a presença de dor e medicar conforme a prescrição; - Instruir o paciente a imobilizar a ferida operatória ao se movimentar. - Posicionar o paciente para maximizar o conforto; Fonte: Smeltzer; Bare, 2005. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM 3. Risco de alteração da temperatura corporal relacionada aos medicamentos, sedação e ambiente frio. - Monitorar a temperatura a cada 4 h, ficando alerta à hipertermia ou detectar hipotermia; - Propiciar um ambiente terapêutico com temperatura e umidade adequadas; - Quando hipotérmico, cobri-lo com cobertores; 4. Risco de déficit de volume de líquido relacionado à perda sanguínea, privação de ingesta, vômitos e sondas de demora - Repor soluções EV de acordo com a prescrição; - Monitorar ingesta e débito, incluindo os drenos e observando a distensão vesical; - Avaliar a permeabilidade dos acessos venosos para detectar infiltração; - Controle rigoroso de P.A. e P. ; Fonte: Smeltzer; Bare, 2005. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM 5. Risco para perfusão tissular periférica alterada relacionada à imobilização - Estimular os exercícios com a perna e a deambulação precoce; - Evitar restrição, como faixas apertadas que possam pressionar e comprometer a circulação; - Avaliar os pulsos periféricos distais, o enchimento capilar e a sensibilidade dos membros inferiores; 6. Risco de lesão decorrente da disfunção sensorial e ambiente físico - Manter as grades laterais elevadas ate que o paciente esteja totalmente acordado; - Proteger o membro que contém o acesso venoso, para que a agulha não se desloque por acidente; Fonte: Smeltzer; Bare, 2005. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM 7. Risco de constipação e retenção urinária relacionadas aos agentes anestésicos - Orientar quanto a ingestão melhorada da dieta; - Evitar cateterização vesical; - Utilizar métodos naturais que o encorajem a urinar; - Incentivar a deambulação precoce; 8. Alto risco para infecção associada à incisão e drenos cirúrgicos ou comprometimento da técnica asséptica - Usar rigorosa técnica asséptica quando trocar os curativos e trocá-los quando estiverem sujos; - Monitorar valores laboratoriais; - Monitorar os drenos cirúrgicos para oferecer boa drenagem do ferimento; - Preservar o sistema urinário fechado; - Monitorar a temperatura a cada 4 h; Fonte: Smeltzer; Bare, 2005. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM 9. Risco de nutrição alterada, menor que as necessidades corporais relacionado à ingestão diminuída e maior necessidade de nutrientes secundária à cirurgia - Manter SNG para o retorno da ingestão da dieta; - Esperar pelo menos 30 minutos após o episódio de êmese antes de oferecer líquidos por VO; - Incentivar a ingesta de alimento por VO; - Comunicar ao SND atrasos no horário da dieta; - Não interromper o momento da dieta com procedimentos de enfermagem; 10. Processos do pensamento alterados relacionados com o processo cirúrgico, agentes anestésicos, hipóxia ou dor - Avaliar o nível de consciência; - Determinar o tipo de anestesia usada; - Monitorar o nível de SPO2; - Reorientar o paciente no tempo e no espaço; Fonte: Smeltzer; Bare, 2005. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BARTMANN, M. Enfermagem cirúrgica. Rio de Janeiro: Senac, 2010. CARVALHO; R.; BIANCHI, E. R. F. Enfermagem em centro cirúrgico e recuperação. Barueri: Manole, 2007. POSSARI, J. F; Centro cirúrgico: planejamento, organização e gestão. São Paulo: Iátria, 2004. SMELTZER; S. C.; BARE, B. G. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. SOBECC, Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Pós- Anestésica e Centro de Material e Esterilização. Práticas recomendadas da SOBECC. 5 ed. SOBECC: São Paulo, 2009.
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