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Construtivismo Piagetiano aplicado à educação musical infantil. Seminário em Psicologia genética Ariel campos pinto e gleidson Jordan DOS SANTOS NESSE TRABALHO VEREMOS: Três elementos da Biografia de Piaget: Casamento, observação dos filhos e trabalho como professor; O Construtivismo Piagetiano; Funções de Representação, Funções afetivas e funções de conhecimento; Principais características do estágio pré-operatório Estudo de caso Recorte da sistematização dos conteúdos Considerações Finais Bibliografia Biografia de Jean Piaget (trecho) Piaget se casou com Valentine Chatenay, em 1923, mulher que antes teria sido sua aluna/assistente. Deste casamento, nasceram Jacqueline Piaget (1925), Lucienne Piaget (1927) e Laurent Piaget (1931). Os filhos foram grandes potencializadores para as pesquisas de Piaget sobre a inteligência e os modos de sua construção, pois por ser pai, estava sempre em contato com as crianças. Contato esse que era muito bem cuidado pelo olhar de pesquisador do próprio Piaget. Em 1923, o ano de seu casamento com Piaget, Valentine assina uma pesquisa em co-autoria de seu companheiro. O título do trabalho é: Sur un caractère frappant du langage enfantin. Essa pesquisa busca tratar sobre a construção da linguagem em crianças de 6 a 8 anos em relação a um interlocutor. Enquanto prosseguia com suas pesquisas e publicações de trabalhos, Piaget lecionou em diversas universidades europeias. Registros revelam que ele foi o único suíço a ser convidado para lecionar na Universidade de Sorbonne (Paris, França), onde permaneceu de 1952 a 1963. Até a data de seu falecimento, Piaget fundou e dirigiu o Centro Internacional para Epistemologia Genética. Ao longo de sua brilhante carreira, Piaget escreveu mais de 75 livros e centenas de trabalhos científicos. Piaget morreu em Genebra, em 17 de setembro de 1980. Introdução ao Estudo de Caso O objetivo geral foi verificar se a estrutura teórica adaptada representava fator mobilizador e facilitador da aprendizagem musical e, de maneira específica, se estimulava a aquisição de novos conteúdos e se permitia aos alunos interação vivencial entre teoria e prática. Os resultados demonstraram que a utilização de metodologias e recursos didáticos apropriados à fase do desenvolvimento psíquico (pré-operatório, entre os 2 e 7 anos) contribuem para a construção do conhecimento musical das crianças, uma vez que estas interagem e consolidam sua aprendizagem de acordo com os recursos psíquicos disponíveis, alicerçando a construção de esquemas para novas aquisições de conhecimento. Foram observadas aulas de musicalização infantil, individual e coletiva, com crianças de idade entre 4 e 7 anos, ambos os sexos, matriculadas em uma escola particular de música em Goiânia/GO. Observou-se a construção de um material didático-pedagógico (caderno de desenho) bem como as atividades lúdicas desenvolvidas com as crianças. Os estudos da Psicologia demonstram que os processos de desenvolvimento humano se estruturam e, provavelmente, dependam de três grandes circunstâncias: a primeira, é que o desenvolvimento das pessoas tem relação direta com a etapa de vida em que se encontram, a segunda, é que se estão diretamente inter-relacionados com as dimensões sociais, culturais e históricas que permeiam suas existências e, a terceira, é que realizam-se sobre as experiências particulares de cada indivíduo, não sendo portanto, generalizáveis. Acerca do psiquismo das crianças, Piaget admite que estas desvendam o mundo através de duas chaves: a sua própria ação no ambiente e o modo como esta ação é internalizada enquanto construção interna do mundo. O Construtivismo No construtivismo piagetiano, as fontes de organização utilizadas para a compreensão das interações entre a criança e o mundo são consolidadas em esquemas (padrões de comportamento devidamente organizados para compreender a realidade) que por sua vez passam pelos processos de assimilação (incorporação do novo à uma estrutura já conhecida), acomodação (transformação que o organismo sofre para lidar com o ambiente) e adaptação (modificação dos esquemas para que haja adaptação à nova situação). Divididos por faixas etárias aproximadas, temos quatro estágios definidos: estágio sensório-motor (2 anos; estabelecimento das sensações), estágio pré-operatório (2 aos 7 anos; processos de simbolização pela linguagem), estágio operatório concreto (7 aos 12 anos; aquisição de operações concretas, operações lógicas) e estágio operatório formal (12 anos; distinção entre real e possível, abstração). PIAGET (1972, p. 32) distinguiu que no desenvolvimento psíquico, apesar do seu caráter global, há três funções que se manifestam diferenciadamente: a) funções de representação: permitem representar, por exemplo, um objeto por uma palavra, ou seja, é a representação de um significado usando um significante; b) funções afetivas: responsáveis por alavancar o desenvolvimento cognitivo e que podem ser analisadas a partir das relações estabelecidas com o outro sob o ponto de vista das regras morais, que vão desde a anomia (ausência de regras), passando pela heteronomia (regras impostas pelos outros) até o desenvolvimento da autonomia moral e, c) funções de conhecimento: responsáveis pela abordagem e conhecimento que se faz do mundo e a organização da realidade. Principais características do estágio pré-operatório O estágio pré-operatório é uma etapa importantíssima para o desenvolvimento psíquico, pois a criança dá continuidade aos avanços da fase anterior (sensório-motora) direcionando-se à compreensão do mundo através do reforço da função simbólica; Na função simbólica o pensamento e a organização da realidade são apreendidos através dos sentidos e representados através de símbolos; O pensamento é baseado em pré-conceitos oscilando entre a individualidade dos objetos e a generalidade dos conceitos, procedendo por analogias imediatas e não por dedução; No que diz respeito à experiência social e ao desenvolvimento cognitivo, as crianças de 2 a 4 anos estão inseridas em contextos sociais basicamente familiares (pais e irmãos), Independência Motora (somente após os 7 anos); Estudo de Caso Construção de Material Didático; Metodologia criada há 8 anos; Escolha da Faixa etária; Atividades lúdicas; Recorte da sistematização dos conteúdos (1) Capa do caderno: motivação para o estudo da música; (2) Nome das notas musicais: fora da seqüência (para fixar a memorização); (3) Sons grave, médio, agudo: desenhos, brincadeiras no piano e registros no caderno; (4) Grupo de 3 e 2 teclas pretas no piano com sons grave, médio e agudo; (5) Desenho das mãozinhas da criança no caderno: número dos dedos; (6) Nota Dó no piano: grupo de 2 teclas pretas e registro da nota no caderno, colagem e pintura do tecladinho; (7) Ritmo e pulsação: atividades de sensação corporal e depois registro no caderno trabalhando inicialmente com o Som e Silêncio, depois se estendendo para as figuras de metade e dobro; (8) Nota Fá no piano: grupo de 3 teclas pretas e posterior registro no caderno; (9) Conceito de Pauta; (10) Claves de Sol e Fá; (11) Início do registro das notas na pauta. Considerações Finais A sistematização dos conteúdos teóricos formatados no caderno de desenho produziram educação musical lúdica e mobilizou as crianças para a aprendizagem; Experiências de acordo com as necessidades de adaptação e a seqüência de atividades, proporcionaram aprendizagem eficaz e lúdica dos conteúdos da música; A musicalização infantil quando permeada por situações estimuladoras, lúdicas e possíveis de experimentação influencia diretamente o aprendizado; Tanto no que se refere à compreensão quanto a internalização dos conteúdos musicais. Bibliografia Duarte, J. V. (2001). Construtivismo piagetiano aplicado à educação musical infantil. PPG Música UFG/CNPq Ferreiro, E. (2001). Biografia de Piaget. Génova: universidad de Génova. Fonzar, J. (1985). M. Jean Piaget e Mlle Valentine Châtenay e a imprecisão da linguagem infantil: releitura dum texto. Educar emRevista, (4), 66-72.
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