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4 - ALIMENTOS GRAVÍDICOS

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE APUCARANA/PR.
Margarida, brasileira, agricultora, portadora da cédula de identidade n. xxxxxxxxxx, inscrito no CPF sob o n. xxx.xxx.xxx-xx, sem endereço eletrônico, residente e domiciliado à Rua xxxxx, nº xx, em Apucarana-PR, pelo procurador signatário, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, ajuizar a presente demanda visando obter:
ALIMENTOS GRAVÍDICOS em face de:
FRANCISCO, brasileiro, casado, portador da cédula de identidade n. xxxxxxxxx, inscrito no CPF sob o n. xxx.xxx.xxx-xx, residente e domicialido à rua xxxxxxxx, nº xx, em xxxx, consoante fundamentos de fato e de direito que passam a ser expostos:
1) DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA:
Nos termos do Art. 98, do CPC/15, a parte autora, afirma preencher todos os requisitos, para os devidos fins e sob as penas da Lei, não possuir condições para arcar com o pagamento das custas e demais despesas processuais sem prejuízo de seu sustento, tendo em vista, a gravidez de risco e não haver nenhuma fonte de renda, razão pelo qual, requer o benefício da gratuidade de justiça
2) DOS FATOS:
A demandante da presente ação é trabalha rural,e há tempos, passou a trabalhar no plantio de milho de propriedade de Francisco, casado com Rosa. Posterior breve período de convivência, os polos da ação começaram a exercer relações sexuais de forma habitual, caracterizando uma relação extraconjugal, mesmo a autora tendo conhecimento do casamento do demandado. 
Outrossim, devido a distância existente entre as residência das partes e a fim de facilitar os encontros regados a libido , Francisco, rico empresário rural, fez um convite à autora para que passasse a residir dentro da propriedade do adúltero, o que foi aceito pela mesma. 
Após alguns meses, Margarida veio a engravidar, porém, ao revelar a gravidez para o réu o mesmo negou-se a assumir a paternidade, e, como senão bastasse, pediu que a autora desocupasse imediatamente a casa em que estava instalada, ou seja, dentro da propriedade do pai do nascituro. 
Margarida se viu sem um lar sobre sua cabeça, sem condições financeiras para custear despesas da sua gestação e própria existência, e, como se não bastasse, sua gestação é de risco, conforme atestado médico em anexo. 
Em face ao exposto acima, é notório que a parte autora não possuí qualquer condição para exercer qualquer trabalho, ou sequer buscar ajuda familiar, extremamente tradicionais e que não aceitariam uma filha solteira e gestante. 
Sendo assim, foi anexado aos autos laudo de ultrassonografia, atestado médico ginecológico, fotografias, declarações de testemunhas e mensagens de texto comprovando a veracidade de todo e qualquer fato acima exposto. Ademais, cabe salientar que as mensagens de texto, comprovando uma das inúmeras relações sexuais existentes, corresponde com a data do laudo de ultrassonografia. 
Em suma, não restam mais dúvidas de que Margarida necessita ser auxiliada pelo pai de seu próprio filho, com um valor de, no mínimo, R$3.000,00 (três mil reais), tendo em vista que foi despejada da propriedade de Francisco, e agora reside em Apucarana-PR, por meio de um contrato de aluguel, no valor de R$350,00 (trezentos e cinquenta reais). Outrossim, vale lembrar que a autora terá que arcar com despesas referentes a plano de saúde, alimentação, moradia, remédios, enxoval do bebê e cesariana, conforme recomendação médica, por se tratar de uma gestação de risco. 
Logo, não restam dúvidas em relação à legitimidade de Margarida, razão pelo qual se faz necessária a propositura desta demanda, a fim de garantir a dignidade da pessoa humana, bem como, outras garantias constitucionais, para que Margarida venha a ser resguardada e possa ter uma ajuda financeira adequada á suas despesas médicas e para manutenção de sua gestação.
3) DO DIREITO:
Conforme o dispositivo 6º, caput, da Lei nº 11.804/08:
“Art. 6º, Lei nº 11.804/08: Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré.”
É necessário que exista indícios de paternidade suficientes para a fixação dos devidos alimentos, o que, mesmo o autor sendo casado com uma terceira pessoa, não excluí sua responsabilidade como pai. Outrossim, o mesmo artigo cita que: 
“Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão.”
Desta forma, é evidente que a gestação foi concebida com inúmeras comprovações de paternidade, sendo assim, compele ao réu ajudar na manutenção dos gastos desde sua concepção, a fim de não ferir os direitos do nascituro e da gestante. Ademais o art. 2º diz que: 
“Art. 2º, Lei nº 11.804/08: Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despes as adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes.”
Sendo assim, não há motivo plausível que afaste a obrigação alimentícia do réu, uma vez que, comprovadamente, o mesmo possuí uma boa situação financeira que o permite arcar com as despesas necessárias, outrossim, o corpo da lei deixa claro que o mesmo tem obrigação de prestar assistência de todas as formas possíveis, entretanto, infelizmente a ré hoje vive de aluguel devido a um despejo forçado. 
Ademais, o mesmo artigo em seu parágrafo único diz que:
“Parágrafo único . Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas que deverá ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos.”
Outrossim, a situação fática não permite que autora arque com estes custos dentro de seus recursos. 
a) Da legitimidade:
Com base nos dispositivos já mencionados, Margarida configura como companheira de Francisco, uma vez que possuía uma relação com o mesmo, mesmo que extraconjugal, sendo assim, o demandado tem o dever de preservar e resguardar o direito do nascituro, conforme o prevê o Código Civil: 
“Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
§ 1º. Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
(...)
Art. 1.695, CC. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento. 
Em face ao exposto, não restam dúvidas que a autora, após ter sido despejada da propriedade, não ter condições de manter os custos da gravidez e não poder exercer nenhuma atividade profissional, por orientação médica em razão da gravidez de risco, se faz necessário o ajuizamento da presente demanda. 
b) Da concessão de alimentos provisórios;
Em vista de todos os fatos acima expostos, não há mais o que se discutir quanto a insuficiência de recursos de Margarida, uma vez que restou evidenciada sua impossibilidade de arcar com seus custos e de sua gestação, entretanto, se faz necessária a determinação do valor o mais breve possível. Sobre os alimentos, o texto legal prevê que: 
“Art. 4º, Lei nº 5.478/68. Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressa mente declarar que deles não necessita.
Vale lembrar, em relação à possibilidade do alimentante, que não restam dúvidas devido à situação financeira elevada de Francisco, empresáriorural, tendo, portanto, condições necessárias para garantir a manutenção digna de Margarida e de sua gestação.
Ementa. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ALIMENTOS GRAVÍDICOS. POSSIBILIDADE, NO CASO. 1. O requisito exigido para a concessão dos alimentos gravídicos, qual seja, “indícios de paternidade”, nos termos do art. 6º da Lei nº 11.804/08, deve ser examinado, em sede de cognição sumária, sem muito rigorismo, tendo em vista a dificuldade na comprova ção do alegado vínculo de parentesco já no m omento do ajuizamento da ação, sob pena de não se atender à finalidade da lei, que é proporcionar ao nascituro seu sadio desenvolvimento. 2. No caso, considerando a carteira de gestante, as fotografias e especialmente as declarações de que as partes mantiveram relacionamento amoroso no ano de 2014 em período concomitante à concepção, há plausibilidade na indicação de paternidade realizada pela agravante, restando autorizado o deferimento dos alimentos gravídicos em 30% do salário mínimo. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70065086043, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Moreira Lins Pastl, Julgado em 20/08/2015) (grifamos).
Logo, em razão de todos os fatos expostos, fica comprovada a existência do “trinômio alimentar” ( NECESSIDADE - POSSIBILIDADE - PROPORCIONALIDADE), tendo sido comprovada a necessidade de Margarida, uma vez que foi despejada e não tem condições de se manter devido a gravidez de risco.
 No tocante a possibilidade, não restam dúvidas quanto ao poder aquisitivo do pai do nascituro, sendo assim, restou evidenciado que o mesmo tem meios de prover uma gestação e vida digna à parte autora, sem prejudicar sua própria subsistência.
Por conseguinte, foram juntados documentos médicos, depoimentos das testemunhas, e, ao analisar os fatos acima expostos, não há discrepância quanto ao pedido da parte autora com a realidade, uma vez que se trata de uma gestação de risco, ocasionando assim, uma série de cuidados redobrados em todos os aspectos que permeiam o atual momento da autora. 
Por fim, a Constituição Federal de 88, em seu art. 229 nos diz que: 
“Art. 229, CRFB/88: Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.”
Sendo assim, evidenciado o preenchimento do “trinômio alimentar”, ( NECESSIDADE - POSSIBILIDADE - PROPORCIONALIDADE), e, a obrigação da parte ré em prover os alimentos, passamos aos: 
4) PEDIDOS:
Em face ao exposto, requer: 
a) o recebimento da presente exordial, para que seja processada nos termos da legislação vigente;
b) o deferimento do benefício da Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da Lei n. 1.060/50 e art. 98 do Código de Processo Civil;
c) Intimação do representante do Ministério Público para que acompanhe o feito na condição de custos legis, consoante, Art. 178, II, CPC/15;
d) A fixação, inaudita altera parte, dos alimentos provisórios no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) equivalente a (x) % dos ganhos do réu;
e) Confirmação, ao final, da tutela requerida;
f) A Citação do réu para que compareça em audiência de conciliação, a ser designado por este douto Juízo;
g) a produção de todo o gênero de provas em Direito admitidas, em especial, documental, pericial, testemunhal,estudo social, exame de DNA e depoimento pessoal do réu;
h) A concessão dos alimentos provisórios, consoante Art. 4º, Lei nº 5.478/68;
i) A condenação de Francisco ao pagamento dos alimentos no valor indicado, além dos honorários advocatícios, custas e despesas processuais (arts. 82, § 2º, e 85, CPC).
5) DO VALOR DA CAUSA:
Dá-se à causa o valor de R$ 36.000,00 (Trinta e Seis Reais), conforme Art. 292, III, do CPC/15, a ser acolhido por Vossa Excelência.
Nestes termos, pede deferimento. 
Apucarana/PR, xx de xxxxx de 2020.
Adv. xxxxxxxxxxxxxx
OAB/PR xxxxxx
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