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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA __ VARA DE FAMILIA DA COMARCA DE APUCARANA – PR MARGARIDA, brasileira, solteira, trabalhadora rural, inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXXX, RG nº XXXXXXX, residente e domiciliada à Rua XXXX, nº XX, Apucarana/PR. vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de sua advogada abaixo assinado conforme procuração em anexo (doc. XX), com endereço para fins de comunicação processual sito à Rua XXXXX, onde receberá intimações/notificações referentes ao feito, e-mail: XXXXX@XXXX, propor a presente demanda: AÇÃO DE ALIMENTOS GRAVÍDICOS _______________________________________________________________ Com fulcro no art. 2º da lei nº 11.804, em face de FRANCISCO, brasileiro, casado, empresário rural, inscrito no CPF sob o nº XXXX, RG nº XXXX, residentes e domiciliados à Rua XXXX, nº XX, Londrina/PR, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: I. DOS FATOS Tem-se que a autora, começou a trabalhar no plantio de milho na propriedade do réu. Ocorre que, pouco tempo depois de sua chegada, passou a manter relações sexuais com ele. Tendo em vista que a autora morava em local distante, o réu a convidou para morar em uma casa dentro de sua propriedade, com a intenção de facilitar os encontros, já que é casado, convite que foi aceito pela autora. Após alguns meses, a autora descobriu que estava grávida. Porém, o réu recusou-se a reconhecer o filho, alegando que se tratava de uma relação extraconjugal. Ato contínuo, o réu, terminou a relação entre eles e praticamente despejou a autora de sua propriedade. Ressalta-se que a autora não possuí condições financeiras para custear todas as despesas da gestação, a qual, conforme atestado por seu médico, é de risco, razão pela qual não pode sequer exercer o seu trabalho. Ademais, a autora não pode contar com ajuda financeira de seus familiares pois são muito humildes. Tão pouco retornar à casa de seus pais, por se tratar de família muito tradicional e de modos rudes, não aceitam uma filha solteira grávida. Diante de tal situação dramática, alugou uma pequena casa em Apucarana, pelo valor mensal correspondente a R$ 350,00 (trezentos e cinquenta reais) mensais, pois não tem condições de passar pela gestação sem local para residir, certamente. No entanto, a autora, devido às recomendações médicas, tem encontrado dificuldade para trabalhar e arcar com o pagamento de suas despesas, bem como manutenção de alimentação saudável, o que prejudica, como sabemos, o nascituro. A autora necessita de um valor aproximado a R$ 3.350,00 (três mil reais) mensais para arcar com as despesas referentes ao: a) Plano de saúde b) Alimentação; c) Moradia; d) Remédios; e) Enxoval do bebê; e f) Cesariana – conforme recomendação médica que a proíbe de trabalhar – devido à gravidez de risco; II. DAS PRELIMINARES A) DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA Nos termos do art. 98 e seguintes do Novo Código de Processo Civil, a autora afirma, para os devidos fins e sob as penas da Lei, não possuir condições de arcar com o pagamento das custas e demais despesas processuais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, pelo que requerer o benefício da gratuidade de justiça. B) PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA Para a concessão da referida tutela, está descrita no artigo 300 do CPC, no qual a parte deverá comprovar a probabilidade do direito, bem como o perigo ao dano ou resultado útil ao processo. Assim, temos que a probabilidade do direito comprovados nas provas anexas que confirmam a gravidez da autora (Laudo de ultrassonografia; Atestado médico ginecológico), bem como no fato da relação mantida entre as partes durante meses, que comprova o indício da paternidade do réu, conforme consta em anexo (Fotografias; Declarações de testemunhas; e Mensagens de texto). Já o perigo ao dano ou resultado útil do processo, está no fato que se Vossa Excelência não determinar alimentos provisórios até a sentença definitiva, poderá trazer graves consequências a autora durante sua gestação, visto que a mesma encontra-se impossibilitada de exercer sua profissão devido à gravidade de sua gestação e sem recursos para o custeio do pré-natal e de seu sustento, já que foi praticamente despejada da casa onde morava. Em suma, não há dúvida de que é imprescindível a concessão dos alimentos provisórios até o julgamento final da lide. III. DO DIREITO Presentes as provas documentais, tais como: a) Laudo de ultrassonografia e testado médico ginecológico; b) Fotografias; c) Declarações de testemunhas; e d) Mensagens de texto comprovando que mantivera diversas relações sexuais com o réu durante meses, inclusive, na semana apontada no laudo de ultrassonografia como a correspondente ao início da gestação. É evidente que a gestação foi concebida durante o período de relações sexuais mantidas entre as partes, competindo ao réu ajudar na manutenção dos gastos com a criança desde a concepção. Neste sentido, o art. 6º, da Lei 11.804/2008: Art. 6º. Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré. Com efeito, preceitua a Lei 11.804/2008, em seu art. 2º, verbis: Art. 2º. Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes. Conforme o dispositivo legal acima mencionado, para a concessão dos alimentos gravídicos basta o indício de paternidade, o que é evidenciado período de relacionamento entre o casal, devendo a cognição ser sumária, haja vista ser impossível, no momento da propositura da demanda a aferição da paternidade. Assim se posiciona, a jurisprudência, como demonstrado na ementa abaixo: Ementa. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ALIMENTOS GRAVÍDICOS. POSSIBILIDADE, NO CASO. 1. O requisito exigido para a concessão dos alimentos gravídicos, qual seja, "indícios de paternidade", nos termos do art. 6º da Lei nº 11.804/08, deve ser examinado, em sede de cognição sumária, sem muito rigorismo, tendo em vista a dificuldade na comprovação do alegado vínculo de parentesco já no momento do ajuizamento da ação, sob pena de não se atender à finalidade da lei, que é proporcionar ao nascituro seu sadio desenvolvimento. No presente caso, verifica-se, portanto o alcance de todos os requisitos para obtenção do direito a alimentos gravídicos. Dessa forma, estando presentes todos os requisitos legais exigidos, a autora faz jus à presente ação, a fim de garantir que ela tenha condições financeiras de levar a termo sua gravidez e de assegurar que a futura criança, ao nascer, tenha condições dignas de sobrevida. Assim sendo, requer a concessão do valor de R$ 3.350,00 (três mil, trezentos e cinquenta reais) mensais para garantir condições dignas ao nascituro. IV. DOS PEDIDOS Ante o exposto, pede que seja julgada TOTALMENTE PROCEDENTE a presente ação, concedendo à autora os alimentos gravídicos Para tanto requer: a) O benefício da justiça gratuita, uma vez que não possui condições de arcar com o pagamento de custas, despesas e honorários advocatícios, conforme declaração de hipossuficiência anexa; b) A fixação dos alimentos gravídicos no valor de R$3.350,00 (três mil, trezentos e cinquenta reais) mensais; c) Confirmação, ao final, da tutela requerida; d) Citação do réu para que compareçam em audiência de conciliação, instrução e julgamento, sob pena dos efeitos da revelia; e) Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial pela oitiva de testemunhas, estudo social, exame de DNA e depoimento pessoal; f) Expedição de ofício ao Banco do Brasil a fim de que seja aberta conta específica para o depósito da pensão mensal. Dá-se à causao valor de R$ XX.000,00 (XXX reais). Termos em que, pede e espera deferimento. Apucarana, 05 de maio de 2020. _____________________________ Assinatura do advogado (Assinado digitalmente) Página 6 de 6
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