Inquérito para apuração de falta grave

Prévia do material em texto

www.oabdebolso.com
Inquérito para
apuração de
Falta Grave
 
D IRE I TO DO TRABALHO
Conteúdo disponibilizado pelo @oabdebolso
Conteúdo disponibilizado pelo @oabdebolso
Conteúdo disponibilizado pelo @oabdebolso
Conteúdo disponibilizado pelo @oabdebolso
Conteúdo disponibilizado pelo @
oabdebolso
www.oabdebolso.com
Legendas:
1) Alguns trabalhadores em situações especiais só podem ser validamente despedidos se praticarem falta
grave devidamente apurada nos autos de ação de inquérito judicial, são eles:
dirigentes sindicais, conforme art. 8º, VIII da CF e Súmula 197 do STF;
representantes dos trabalhadores no Conselho Curador do FGTS, conforme art. 3º, §9º da Lei n. 8.036/90;
dirigentes de Cooperativa de Empregados, conforme art. 55 da Lei n. 5.764/71;
representantes dos trabalhadores no Conselho Nacional de Previdência Social, conforme art. 3º, § 7º da
Lei n. 8.213/91;
representantes dos trabalhadores nas Comissões de Conciliação Prévia, conforme art. 625-B, § 1º da CLT.
Vale lembrar que, não há interesse processual do empregador para ajuizar a ação de inquérito judicial para
apuração de falta grave dos seguintes trabalhadores:
empregado acometido por acidente de trabalho, conforme art. 118 da Lei n. 8.213/93;
empregada gestante;
empregado membro eleito de CIPA ou “cipeiro”, conforme art. 10, II do ADCT;
qualquer outro empregado destinatário da garantia no emprego, nos termos do art. 7º, I da CF;
Convenção n. 158 OIT; Convenção ou Acordo Coletivo etc.
 
2) Se não houver suspensão do empregado, o empregador terá o prazo de até dois anos para ajuizar o
inquérito, nos termos do art. 7º, XXIX, CF c/c o art. 11 da CLT, tendo em vista que o objetivo precípuo da ação
é justamente extinguir o contrato de trabalho do empregado estável. O prazo bienal para o aforamento do
inquérito é decadencial e inicia-se a partir do momento em que o empregador tomou ciência da falta grave
imputada ao empregado.
 
3) Havendo a suspensão do empregado, o empregador ajuizará reclamação por escrito (não é permitida a
reclamação verbal) perante a Vara do Trabalho, dentro de trinta dias, contados da data da suspensão do
empregado, entretanto, será discutível a questão do perdão tácito do empregador.
 
4) Distribuída a ação haverá a designação de audiência.
 
5) Tendo em vista a garantia do Contraditório, o empregado deverá ser intimado para apresentar defesa.
 
6) Tratando-se de inquérito para apuração de falta grave, na audiência de instrução, cada parte poderá
apresentar até 6 testemunhas, consoante dispõe o art. 821 da CLT.
 
7) Finda a instrução processual, será facultado às partes a apresentação de razões finais. Para tanto, cada
parte disporá de 10 minutos para aduzi-las oralmente. É possível, ainda, a apresentação de razões finais em
memoriais.
 
8) Após as razões finais o juiz irá proferir decisão, a qual deverá reconhecer ou não a falta grave cometida
pelo empregado estável.
www.oabdebolso.com
Legendas:
9) Não havendo o reconhecimento da falta grave, e consequente improcedência do inquérito, nada se altera
no contrato de trabalho. Caso tenha ocorrido a suspensão do contrato de trabalho, o empregado será
reintegrado e terá direito aos salários e outras vantagens pecuniárias do período de afastamento, consoante
art. 495 da CLT.
 
10) Reconhecido o cometimento de falta grave pelo empregado estável será efetivada a extinção contratual.
Caso tenha havido a suspensão do empregado, a extinção retroage à data da suspensão, data em que o
empregador teria demitido o empregado, se pudesse. Em não havendo a suspensão e continuando o
empregado no trabalho até a decisão judicial, essa decisão extinguirá o contrato de trabalho na data do
ajuizamento da ação.
 
11) Quando a reintegração do empregado se mostrar desaconselhável, como consequência da
incompatibilidade criada pela circunstância fática ou/e pelo processo judicial, o juiz poderá converter a
reintegração em indenização, com fundamento nos arts. 496 e 497 da CLT.