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1 2019/01 UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA UNIVERSO - CAMPUS GOIÂNIA Curso: Direito FILOSOFIA E HISTÓRIA DO DIREITO PROFº. MS. GLEYZER ALVES E SILVA ALUNO:___________________________________________ HSJC – PROF. GLEYZER ALVES 2 *VT1 – questões a serem analisadas na plataforma EAD. SIMULADO ENADE – valor: 02 pontos. *VT2 Estudos Independentes Resolução de exercícios propostos, análise de artigo científico exigidos pelo MEC, resoluções de lista de exercícios constantes no final do material de apoio e resolução de questões ENADE – valor 3,0 pontos *VT3 – TRABALHO DE EXTENSÃO – VISITA, DOAÇÕES E CONFECÇÃO DE RELATÓRIO JURÍDICO A UMA DAS INSTITUIÇÕES: ASCEP (Associação de apoio a criança especial de Goiânia) OU SOLAR COLOMBINO ANTÔNIO AGUSTO DE BASTOS - valor: 05 horas extracurriculares e 2,0 PONTOS *VT4 - EXPOSIÇÃO DE TRABALHOS EM GRUPOS DE, EM MÉDIA, 06 COMPONENTES, NAS DATAS E FORMA ABAIXO (VALOR 3,0 PONTOS): TODOS OS GRUPOS DEVEM EXPOR A CULTURA COMO UM TODO (ESCULTURA, PINTURA, LITERATURA, ARQUITETURA, CULINÁRIA, HÁBITOS SOCIAIS, MÚSICA, DANÇA E OUTROS) DOS POVOS SOLICITADOS: GRÉCIA MESOPOTÂMIA HEBREUS ROMA CULTURA MEDIEVAL INGLATERRA ÍNDIA MUÇULMANOS JAPÃO CHINA UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA UNIVERSO - CAMPUS GOIÂNIA Curso: DIREITO - 3 - PLANO DE ENSINO 1º SEMESTRE DE 2019 CURSO: DIREITO DISCIPLINA: FILOSOFIA E HISTÓRIA DO DIREITO CÓDIGO: N053 PERÍODO: 1º PRÉ-REQUISITO: CARGA HORÁRIA: 75 CRÉDITOS: 05 PROFESSOR: GLEYZER ALVES E SILVA OBJETIVOS: Compreender o Direito a partir da construção do pensamento jurídico e de sua organização histórica. O conhecimento histórico do desenvolvimento da ciência jurídica servirá como instrumento, ao lado das demais disciplinas fundamentais, para o estudo da dogmática jurídica a partir de uma concepção crítica. BIBLIOGRAFIA BÁSICA: UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA UNIVERSO - CAMPUS GOIÂNIA Curso: DIREITO - 4 - 1 - WOLKMER, Antônio Carlos (org.). Fundamentos de História do Direito. 2. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2008, 432 p 2 - DAVID, René. Os Grandes Sistemas do Direito Contemporâneo. 4ª. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002, 556p. 3 - GILISSEN, John. Introdução Histórica ao Direito. Tradução de A. M. Hespanha e L. M. Macaista Malheiros. Lisboa. 1986. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: 1 - NASCIMENTO, Walter Vieira do. Lições de História do Direito. 15ª ed. ver. e aum. Rio de Janeiro: Forense, 2006. 300p. 2 - LOPES, José Reinaldo de Lima. O Direito na História. São Paulo: Max Limonad, 2000. 3 - BITTAR, Eduardo C. B.(org.). História do Direito Brasileiro - Leituras da Ordem Jurídica Nacional. São Paulo: Editora Atlas, 2003. 4 - CASTRO, Flávia Lages. História do Direito – Geral e Brasil. Rio de Janeiro: Editora Lúmen Júris, 2003. 5 - CARDOSO. Ciro Flamarion. Sete Olhares sobre a Antiguidade. 2ª ed. Brasília. UNB, 1998. PERIÓDICOS: UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA UNIVERSO - CAMPUS GOIÂNIA Curso: DIREITO - 5 - 1. Jus Navegandi 2. Revista Eletrônica Direito e Política 3. Revista de Direitos e Garantias Fundamentais 4. Portal de Periódicos CAPES/MEC 5 - Revista da Faculdade de Direito da UFG, disponível em http://www.revistas.ufg.br/index.php/revfd. 6 - Revista de Direitos e Garantias Fundamentais, disponível em http://www.fdv.br/sisbib/index.php/direitosegarantias/index. 7 - Direito & Justiça – Revista da Faculdade de Direito da PUCRS, disponível em http://revistaseletronicas.pucrs.br/fo/ojs/index.php/fadir/index. ARTIGOS CIENTÍFICOS DE PONTA SOBRE O TEMA DA DISCIPLINA: 1. Artigo selecionado do PORTAL DE PERIÓDICOS CAPES/MEC VÍDEOS NO YOUTUBE/VIMEO: 1. Inserções de videos diversos, videoclipes, trechos de filmes, e filmes na integra, que denotem o contexto da evolução histórica do direito. UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA UNIVERSO - CAMPUS GOIÂNIA Curso: DIREITO - 6 - AVALIAÇÃO: V1 – Verificação Discursiva/Objetiva com conteúdo ministrado até a data da prova, com valor de 0 a 10 pontos. HABILIDADES E COMPETÊNCIAS AVALIADAS: conhecimento crítico sobre a evolução histórica do direito, desde a denominada “pré-história” à idade contemporânea. Análise dos Sistemas Romano Germânico e Anglo-Saxônico. V2 – Verificação Discursiva/Objetiva com conteúdo ministrado durante o semestre, com valor de 0 a 10); HABILIDADES E COMPETÊNCIAS AVALIADAS: Abordagem científico-dogmática sobre as famílias socialista e de direito religioso e filosófico, bem como a evolução histórica do direito brasileiro, VT – Verificação de trabalhos individuais ou em grupo, seminários, debates etc, com valor de 0 a 4,0 (atividades presenciais); 3,0 (atividades online); 2,0 (atividade integrada inerente ao ENADE) e 1,0 (participação em Congresso Multidisciplinar). HABILIDADES E COMPETÊN- CIAS AVALIADAS: Oportunizar aos acadêmicos o desenvolvimento de uma visão global so-bre os novos arranjos familiares, bem como sobre a proteção da pessoa dos filhos, através do incremento cultural e crítico, inter-relacionando os contextos social e jurídico. VS – Verificação Suplementar Discursiva, com conteúdo ministrado durante todo o semestre, com valor de 0 a 10. HABILIDADES E COMPETÊNCIAS AVALIADAS: os acadêmicos deverão ser capazes de evidenciar domínio doutrinário e científico da matéria e boa capacidade linguística, certificando que o conteúdo a ser verificado compreende a todos os itens trabalhados no transcorrer do semestre. TRABALHO DISCENTE EFETIVO - TDE: ESTUDOS INDEPENDENTES 1 - Estudos a partir da Bibliografia básica indicada, bem como da complementar. Buscas na internet de textos, jurisprudências e afins. Análise UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA UNIVERSO - CAMPUS GOIÂNIA Curso: DIREITO - 7 - de legislação, doutrina, textos complementares e anotações feitas em sala de aula, com o intuito inicial de obter prévio conhecimento básico e posteriormente, reforço do tema analisado em sala de aula., bem como para exposição de trabalhos em sala. Exposição de trabalhos. Horas: 06. Nota: 2,0. 2 - Exposição de seminários e resolução de listas de questões objetivas e discursivas elaboradas pelo professor, bem como extraídas do ENADE, exame de ordem/OAB e concursos diversos, buscando soluções às questões propostas em sala, complementando a análise do tema. Horas: 06. Nota: 3,0. 3 - Visita e doações diversas a instituições sociais., conscientizando o discente de seu papel na sociedade, enquanto acadêmico e futuro profissional do Direito. Confecção de relatório jurídico atinente à atividade social desenvolvida. Desenvolver conteúdo ministrado em sala de aula, integrando fundamentos teóricos e situações práticas de Direito. 06 horas. Nota:2,0 INTERLIGAÇÃO DA DISCIPLINA: A disciplina gera grande interesse por parte do corpor discente, por tratar de tema propedêutico e que favorece as divagações de ideias sociais, tanto no contexto social hodierno, quanto no histórico. Por sua própria natureza, trata-se de uma disciplina que guarda forte relação com todas as áreas do Direito e da dinâmica social, possibilitando abordagens críticas, formadoras de senso de justiça social, introduzindo basicamente todas as cadeiras jurídicas. PERFIL DO EGRESSO: A eficácia da disciplina para contribuir com o perfil dos egressos pretendido pela IES depende do desenvolvimento de maior capacidade linguística dos acadêmicos, de maior incremento cultural, de maior desenvolvimento de análise crítica, de incentivos para o raciocínio lógico- científico e, especialmente, de maior conhecimento das realidades nacional e regional relativamente a justiça social, segurança pública, funções do Estado.ARTICULAÇÃO TEORIA-PRÁTICA: Trata-se de todo um trabalho voltado para a percepção cultural dos acadêmicos sobre seus próprios espaços sociais, com suas contradições e UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA UNIVERSO - CAMPUS GOIÂNIA Curso: DIREITO - 8 - desafios. O mundo negocial, percebido à ótica do direito contratual, enquanto fenômeno social, deve ser abordado no sentido de possibilitar a proposta de soluções para a construção de uma sociedade mais justa. Para tanto, os acadêmicos são instigados a desenvolver opiniões críticas através de filmes, leitura de artigos científicos e análises de casos concretos obtidos na vida cotidiana. No processo, devem ser utilizadas as várias alternativas midiáticas atualmente disponíveis, inclusive Laboratórios de informática e Biblioteca. METODOLOGIAS: O processo didático-pedagógico da disciplina História dos Sistemas Jurídicos Contemporâneos não pode prescindir de aulas expositivas, extrema exigência de leitura de doutrina científica, leitura de artigos científicos e abordagens de fatos históricos. Instigar o aluno ao metodo de aula invertida é de extrema relevância. A disciplina é muito própria para a formação científica dos acadêmicos através de estudos de casos HISTÓRICOS confrontados com a SOCIEDADE HODIERNA. No processo, além dos estudos fatos históricos, será desenvolvida atividade de extensão e, consequente confecção de relatório jurídico, em consonância com a atividade de extensão ministrada. A estratégia proporciona ao aluno dizer o direito e vivenciar a atuação do profissional. EXTENSÃO: Durante o Semestre são desenvolvidas atividades de extensão que visam não apenas a intervenção dos acadêmicos na sociedade, mas o desenvolvimento de compromisso com a agenda social, tanto do ponto de vista nacional como regional. Esses projetos são desenvolvidos em parceria com outros professores, o que lhes dão magnitude e relevância social. No presente semestre, os acadêmicos participaram do projeto UNIVERSO, ASCEP E SOLAR COLOMBINO – UMA QUESTÃO DE CIDADANIA, sob a liderança do Professor Gleyzer Alves. PESQUISA: Os alunos são motivados para a pesquisa, especialmente a bibliográfica, pois além de influir positivamente na aquisição de conhecimento doutrinário, também contribui na formação científica como um todo. No semestre, os acadêmicos desenvolveram diversos trabalhos de pesquisa que resultaram em VTs. Há também forte incentivo para a participação nos eventos institucionais voltados para a extensão e pesquisa (Semana de Extensão e Jornada Científica). UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA UNIVERSO - CAMPUS GOIÂNIA Curso: DIREITO - 9 - REQUISITOS: São requisitos necessários para um efetivo aprendizado da disciplina: capacitação linguística (leitura, compreensão de textos, boa redação e oratória); razoavel nível cultural; formação básica social. Para favorecer o nivelamento acadêmico, são propostas atividades (leitura de artigos científicos, filmes, leitura e análises de fatos divulgados na midia etc) e exigida a leitura de doutrina e artigos científicos. AUTONOMIA DISCENTE: Pesquisas voltadas para as práticas negociais e contratuais. Pesquisas doutrinárias, jurisprudenciais e bibliográficas a respeito da situação do Direito Contratual brasileiro no contexto geral. Incentivos institucionais para fomentar visitas às instituições sociais e colocar em prática a teoria analisada em sala de aula. TRATATIVAS: Chamada – feita no último terço da aula Avaliação – Provas de bom nível de dificuldade, com questões variadas entre fáceis e de maior complexidade, devendo ser ao menos 40% discursivas, com questões elaboradas nos moldes do ENADE, e com inserções de questões do referido certame, bem como extraídas de concursos diversos. Aula invertida – devendo os alunos comparecerem em sala com a leitura prévia dos artigos de lei e doutrina atinente a o tema da aula. UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA UNIVERSO - CAMPUS GOIÂNIA Curso: DIREITO - 10 - ATIVIDADES DATAS Início das aulas (calouros) 04/02/2019 Início das aulas (veteranos) 18/02/2019 V1 11/04 a 18/04 Eventos 20/05 a 23/05 V2 10/06 a 15/06 2.ª chamada (V1 e V2) 24/04 e 19/06 VS 24/06 a 29/06 Término do Semestre Letivo 29/06/2019 Reunião com Professores A ser marcada pela gestão do curso Reunião com Representantes de Turma A ser marcada pela gestão do curso Divulgação Notas VT À partir de 27/06/2019 - 11 - PLANO DE AULAS # Conteúdo da aula Habilidades e competências desenvolvidas Link de referência do material de apoio CH 1 AULA INAUGURAL. EXPOSIÇÃO DE CONTEÚDO, METODOLOGIA, BIBLIOGRAFIA. INTRODUÇÃO À HISTÓRIA E À FILOSOFIA DO DIREITO - OBJETO, MÉTODO, FONTES E IMPORTÂNCIA. O DIREITO COMPARADO.. CONCEITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS DE DIREITO E JUSTIÇA; Percepção do conteúdo da História do Direito como um todo. Saber e conhecer o porquê da disciplina, conhecendo seu objeto, método, fontes e a real importância. Identificar-se como sujeito no referido processo evolutivo histórico. 1- Prévia apresentação geral de tudo que será estudado e analisado durante o semestre. 2- Aula expositiva dialogada e crítica. 3- Abertura para debates 4- Estudo comparativo e identificação de um período para outro de forma dialogada e crítica. 5- Seminários, dinâmicas de grupos, grupos de verbalização e observação. 3 2 O DIREITO DOS POVOS PRIMITIVOS. DIREITO ARCAICO: PALEOLÍTICO, MESOLÍTICO E NEOLÍTICO. Saber contextualizar o processo evolutivo histórico. Aula expositiva; Capítulo de doutrina 3 - 12 - 3 DIREITOS TRADICIONAIS NÃO EUROPEUS. DIREITO DOS POVOS ANTIGOS. ASPECTOS GERAIS DO DIREITO DO DIREITO DOS HEBREUS, DA GRÉCIA, DO EGITO E DA MESOPOTÂMIA. DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO NO PERÍODO CLÁSSICO ROMANO GERMÂNICO. Identificar a construção e formação do Direito em cada período e suas transformações. Saber que o reflexo social é o direito em construção. Conhecer como o direito se ramificou em famílias, o que são e quem são as famílias. 1- Aula expositiva dialogada e crítica. 2- Abertura para debates 3 4 O SISTEMA ROMANO-GERMÂNICO: A FORMAÇÃO HISTÓRICA DO SISTEMA. ESTRUTURAS DOS DIREITOS. FONTES DO DIREITO. CIVIL LAW. O DIREITO GERMÂNICO. Verificar a preponderância da família romano-germânica na formação do direito em outras culturas. Analisar a consolidação do direito consuetudinário e sua transformação num direito formal. Saber acerca da espinha dorsal formadora do direito e quais pontos o direito se fundamenta – fontes. 1- Aula expositiva dialogada 2- Utilização de mapas geográficos para localização tempo - espaço 3- Utilização de retroprojetor ANÁLISES DE ARTIGOS CIENTIFICOS. 3 - 13 - 5 DIREITO CANÔNICO. RENASCIMENTO CULTURAL E FORMAÇÃO DO ESTADO MODERNO. Verificar a preponderância da família romano-germânica na formação do direito em outras culturas. Analisar a consolidação do direito consuetudinário e sua transformação num direito formal. Saber acerca da espinha dorsal formadora do direito e quais pontos o direito se fundamenta – fontes 1- Aula expositiva dialogada 2- Utilização de mapas geográficos para localização tempo - espaço 3- Utilização de retroprojetor ANÁLISES DE ARTIGOS CIENTIFICOS. 3 6 REALIZAÇÃO DE SEMINÁRIOS CULTURAIS INERENTES AOS POVOS DA ANTIGUIDADE. RESOLUÇÃO DE EXERCÍCIOS REVISIONAIS PARA REALIZAÇÃO DE V1 Saber contextualizar o processo evolutivo histórico. 1. Estudo comparativo e identificação de um período para outro de forma dialogada e crítica. 2. Seminários, dinâmicas de grupos, grupos de verbalização e observação 3 7 O SISTEMA ANGLO-SAXÃO: COMMON LAW. O DIREITO INGLÊS HISTÓRIA, ESTRUTURA, FONTES.TÓRIA,ESTRUTURA, FONTES. O SISTEMA DE PRECEDENTES. Fazer a ponte entre os países que sofreram romanização para os que não sofreram. Contextualizar dessa forma e mostrar outro tipo de formação de Direito, diferenciado, genuíno e tradicional e um grande sistema – Common Law Aula expositiva; Capítulo de doutrina 3 - 14 - 8 OS DIREITOS SOCIALISTAS DOS PAÍSES DE TENDÊNCIA COMUNISTA: EVOLUÇÃO HISTÓRICA. FONTES DO DIREITO. ESTRUTURA DO DIREITO DIREITO E ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL Fazer a ponte entre os países que sofreram romanização para os que não sofreram. Contextualizar dessa forma e mostrar outro tipo de formação de Direito, diferenciado, genuíno e tradicional e um grande sistema – Common Law Aula expositiva; Capítulo de doutrina 3 9 APLICAÇÃO DE V1 Avaliação 3 10 ENTREGA, COMENTÁRIOS E CORREÇÃO DE V1. OS DIREITOS APÓS AS REVOLUÇÕES LIBERAIS E SUA INFLUÊNCIA NOS SISTEMAS JURÍDICOS. Avaliação; Fazer a ponte entre os países que sofreram romanização para os que não sofreram. Contextualizar dessa forma e mostrar outro tipo de formação de Direito, diferenciado, genuíno e tradicional e um grande sistema – Common Law Aula expositiva; Capítulo de doutrina 3 11 OUTRAS CONCEPÇÕES DA ORDEM SOCIAL E DO DIREITO: O DIREITO MUÇULMANO E DIREITO HEBRAICO. ASPECTOS GERAIS DO DIREITO CHINÊS E DO DIREITO JAPONÊS. Analisar e interpretar os direitos socialistas. Compreender que o estudo do direito dos países socialistas não nos dá apenas a conhecer um mundo novo, diferente do nosso; é uma fonte de ensinamentos. 1- Aula expositiva dialogada e crítica. 2- Abertura para debates 3- Estudo comparativo e identificação de um período para outro de forma dialogada e crítica. 3 - 15 - 12 DIREITO DE LIBERDADE E DE NÃO VIOLÊNCIA . TDE - 06 HORAS - PESQUISAS TEXTUAIS E DOUTRINÁRIAS PARA APRESENTAÇÃO DE SEMINÁRIO ATINENTE AO TEMA. Contextualizar o processo evolutivo social. Identificar as diversidades culturais influenciando na estrutura, formação e desenvolvimento do Direito. Traçar paralelos de identificação religiosos na formação do Direito. 1- Aula expositiva dialogada e crítica. 2- Abertura para debates 3- Estudo comparativo e identificação de um período para outro de forma dialogada e crítica. 3 13 ATIVIDADES DA SEMANA DE EXTENSÃO E JORNADA CIENTÍFICA Investimento no desenvolvimento cultural e científico dos acadêmicos Palestras 3 14 INTRODUÇÃO À FILOSOFIA JURÍDICA. LÓGICA JURÍDICA. Contextualizar o processo evolutivo social. Identificar as diversidades culturais influenciando na estrutura, formação e desenvolvimento do Direito. Traçar paralelos de identificação religiosos na formação do Direito. 1- Aula expositiva dialogada e crítica. 2- Abertura para debates 3- Estudo comparativo e identificação de um período para outro de forma dialogada e crítica. 4. Seminários. 3 - 16 - 15 O JUSNATURALISMO MODERNO. O JUSNATURALISMO TEOLÓGICO METAFÍSICO MEDIEVAL. Contextualizar o processo evolutivo social. Identificar as diversidades culturais influenciando na estrutura, formação e desenvolvimento do Direito. Traçar paralelos de identificação religiosos na formação do Direito. 1- Aula expositiva dialogada e crítica. 2- Abertura para debates 3- Estudo comparativo e identificação de um período para outro de forma dialogada e crítica. 4. Seminários. 3 16 O POSITIVISMO JURÍDICO: RAÍZES E CARACTERÍSTICAS DO NORMATIVISMO DE HANS E KELSEN. REALISMO JURÍDICO E TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO Proporcionar uma visão crítica acerca do direito brasileiro, após análise do processo de formação do direito em outras épocas e tempos e seus reflexos no processo de desenvolvimento jurídico brasileiro, destacandoa importância do sistema romano- germânico e seu viés positivista. Aula expositiva; Capítulo de doutrina 3 - 17 - 17 DIREITO BRASILEIRO: A FORMAÇÃO DO DIREITO BRASILEIRO E SUAS ORIGENS ROMANO-GERMÂNICAS. PANORAMA GERAL PÓS CONSTITUIÇÃO DE 1988. Proporcionar uma visão crítica acerca do direito brasileiro, após análise do processo de formação do direito em outras épocas e tempos e seus reflexos no processo de desenvolvimento jurídico brasileiro, destacando a importância do sistema romano-germânico. Aula expositiva; Capítulo de doutrina . Estudos de caso. 3 18 APLICAÇÃO DE V2 Avaliação 3 19 Devolução de avaliações e correção da prova Avaliação 3 20 VS – Encerramento do semestre 3 - 1 - I – CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS Em dezembro de 1994, a disciplina História do Direito retornou ao currículo do curso de Direito após longo período de ausência da graduação, o que não era de se estranhar pelo seu teor zetético por uma tradição política autoritária. Tradicionalmente o direito é tido como dogmático, onde determinados conceitos e fatos são simplesmente aceitossem questionamentos ou discussões (dogmas) . Em oposição ao dogmatismo, a zetética coloca o questionamento como posição fundamental, isso significa que qualquer paradigma pode ser investigado e indagado. Qualquer premissa tida como certa pela dogmática pode ser reavaliada, alterada e até desconstituída pelo ponto de vista zetético. A História do Direito é uma disciplina histórico-jurídica que tem por finalidade investigar a manifestação do fenômeno jurídico consubstanciado na cultura de uma época. Hans Kelsen escreveu em1934 o seu trabalho mais famoso, Teoria pura do Direito, cujo objetivo era discutir e propor os princípios e métodos da teoria jurídica [...] conferindo a esta um método e um objeto próprios capazes de superar as confusas metodologias, então, reinantes, dando ao jurista uma autonomia científica. A justiça não é uma questão suscetível de qualquer indagação teórico-científica, porque se constitui num ideal a atingir, variável de acordo com as necessidades da época e de cada contexto social, dependendo sempre de uma avaliação fundada num sistema de valores. A História do direito é muitas vezes tratada com condescendente desdém, por aqueles que entendem ocupar-se apenas do direito positivo. Diante disso, não se justifica na atual conjuntura sustentar o preconceito positivista empobrecedor e limitante, tornando o jurista despreparado para a compreensão da sua realidade jurídico-social, de tal forma que até o exercício de sua profissão restará prejudicado. A disciplina História do Direito é lecionada obrigatoriamente nos países que adotam o sistema continental, também, conhecido por família romano-germânica. Roma deixou, como um de seus inúmeros legados, a jurisprudência, a Idade Média, a dogmática, a Idade Moderna, a ideia de sistema, e a Contemporaneidade, a positividade do direito, características que compões a atual dogmática jurídica. O pensamento jurídico brasileiro tem vivido sob a égide do positivismo normativista há quase um século, tempo suficiente para consolidar uma tradição caracterizada por um exagerado tecnicismo, com um apego à apreciação lógico-dedutivista do direito. A História dos Sistemas Jurídicos contemporâneos consiste no estudo das diversas famílias (sistemas) jurídicas, laicas ou religiosas, que possuem traços em comum, sendo as principais a Romano-Germânica e a Anglo-Saxônica. E da análise destas e de outras famílias é que pode- se chegar ao entendimento contemporâneo de Direito, sobretudo o brasileiro. Buscar no passado respostas para o presente,com perspectivas dos caminhos que o Direito tomará, utilizando como uma das principais ferramentas o DIREITO COMPARADO. Esse é o foco da disciplina. - 2 - DIREITO COMPARADO Um importante instrumento paraa evolução jurídica,foi a utilização do direito comparado,isto é, o segmento do direito dedicado a estudar as semelhanças e diferenças entre os diversos ordenamentos jurídicos constituídos entre as mais diversas culturas existentes. O conhecimento de outros sistemas certamente aumentará o repertório do acadêmico, bem como do profissional do direito. O Direito Comparado é a comparação do Direito nas suas diversas formas .Tem sua origem na Grécia Antiga , mas somente há pouco mais de um século a importância dos estudos desse direito foi reconhecida. O método e os objetivos do direito comparado foram sistematicamente estudados e a própria expressão "direito comparado" foi acolhida e entrou em uso. Importante destacar que o referido ramo jurídico vincula-se intimamente ao“direito alienígena”, sendo, por vezes tratado como sinônimo deste. O desenvolvimento do direito comparado foi uma reação contra a nacionalização do direito que se produziu no século XIX,expandindo o conhecimento ou a busca pelo conhecimento de outros sistemas, pelo direito de outras nações. A disciplina do direito comparado divide as várias formas de direito existentes no mundo em "famílias" ou "sistemas". São eles: * Família romano-germânica (na qual se insere o direito brasileiro) * Família do "Common Law" (utilizado por Grã-Bretanha e boa parte de suas ex-colônias e Estados Unidos. * Família dos direitos socialistas (utilizado pelos países socialistas remanescentes). * Outras famílias (em especial dos países africanos e asiáticos, que muitas vezes misturam lei muçulmana, romano-germânica e sistemas ancestrais locais; há ainda o direito muçulmano, em países cuja religião oficial é o Islã,o direito judaico e o direito hindu.) O direito comparado é prioritariamente tema de história, de filosofia e de teoria geral do direito. Do ponto de vista historiográfico, o direito comparado é o componente discursivo da justificação dos modelos jurídicos. Tal ramo do direito possuitrês funções fundamentais : 1. Auxiliar as relações internacionais para compreender os povos estrangeiros e estabelecer um melhor regime para as relações da vida internacional; 2. Auxiliar nas investigações históricas (referentes ao direito); 3. Aprimorar o Direito Nacional ( é útil para conhecer melhore aperfeiçoar o nosso direito nacional), especialmente quando tratar-se de fato inexistente ou pouco ocorrente em nosso país. http://www.infoescola.com/direito/common-law/ http://www.infoescola.com/direito/direito-comparado/ - 3 - DIREITO E JUSTIÇA a) DIREITO Por direito podemos entender vários e diferentes significados. Seria difícil, mesmo, dizer em poucas palavras um só ou seu significado verdadeiro. No entanto, diferentes abordagens a respeito do significado do vocábulo “direito” podem ser trazidas ao presente texto. A primeira análise semântica do termo traz o clássico significado de algo que é reto ou que segue em linha reta o que é estabelecido segundo dada forma de ordenação. A sua utilização na vida cotidiana é muito comum. Qualquer pessoa entende o significado de alguém que diz que algo é o seu direito, e, portanto, é obrigada a respeitá-lo. Os dicionários da língua portuguesa expressam que o adjetivo “direito” passou a fazer parte da mesma no ano de 1277 d.C. Em seu primeiro significado encontramos que direito é aquilo que segue a lei e os bons costumes, é a pessoa justa, correta, honesta. Também é direito aquilo que está de acordo com o senso comum, com as normas morais e éticas aceitas pelas pessoas. É aquilo que é certo, correto e justo. Direita é a pessoa dotada de um comportamento impecável, de uma conduta irrepreensível, impecável. Aquilo que não contém erros também é direito, é certo, é correto. Ou ainda, com aparência, arrumação, aquilo que é adequado e acertado. Direito é aquilo que é justo, correto e bom. Também podemos entender como direito aquilo que é facultado a uma pessoa individualmente ou a um grupo de pessoas por força de leis ou costumes. Uma prerrogativa legal também é um direito. Isto sem nos esquecermos de que prerrogativa legal significa justamente um direito. Um direito é um privilégio, uma regalia, uma autorização legal para determinada atividade. Por fim, o direito também é um conjunto de normas[4][4] de vida em sociedade que visam a expressar e concretizar um ideal de justiça, traçando as fronteiras daquilo que está ou não em conformidade com as leis. Direito também é a ciência que tem por objeto o estudo das regras que disciplinam a convivência social. B) JUSTIÇA A palavra justiça, foi aceita na língua portuguesa a partir do século XIII. O seu significado é de caráter, ou de algo que está em conformidade com o que é direito, com o que é justo. Justiça também expressa uma maneira pessoal de perceber e avaliar aquilo que é direito, que é justo. Por justiça também podemos entender um princípio moral pelo qual o respeito ao direito é observado. Também é justiça o reconhecimento o reconhecimento do mérito de alguém ou de algo. A justiça também expressa a conformidade dos fatos com o direito. Justiça é o poder de fazer valer o direito de alguém ou de cada um. Justiça também é o conjunto de órgãos que compõem o Poder Judiciário de um país. Dentro deste Poder são encontradas cada uma das jurisdições encarregadas de distribuir a justiça. Pela expressão fazer justiça tem-se o significado de aplicar uma pena cominada ou reconhecer uma virtude ou uma qualidade em alguém ou em algo. - 4 - A palavra justiça vem do latim justitia,ae e expressa o significado de justiça, equidade, leis, exatidão, bondade, benignidade. Do direito romano nos é trazida a fórmula de justiça que se resume no dever de dar a cada um o que é seu, sem qualquer esforço ou sacrifício. C) DIREITO E JUSTIÇA Ulpiano ensina que: “Justitia est constans et perpetua voluntas jus suum cuique tribuendi”. O significado do clássico conceito significaria que a justiça é a virtude ou a vontade firme e perpetua de dar a cada um o que é seu. A justiça não seria uma virtude pessoal apenas, que comece e termine no indivíduo, mas, ao contrário, ela se dirige às relações humanas em geral. A justiça entre dois indivíduos seria chamada de comutativa, a justiça entre o indivíduo e a sociedade seria a justiça legal; a justiça entre o Estado e o indivíduo é a justiça distributiva. Também devem dirigir essas relações outros valores como a compaixão, a caridade, o amor filial, a urbanidade e etc. Logo, direito e justiça são palavras que trazem complexos e distintos significados. No entanto, é muito fácil entendê-las e assimilar o seu significado, pois, desde a mais tenra idade, as pessoas sabem o que lhe pertence e sabem defendê-lo com unhas e dentes da ação das outras crianças ou adultos que se aventuram a tomar para si o referido bem. À medida que crescemos e aprendemos o significado de direito como um conjunto de normas da vida social, também desenvolvemos a noção de que justiça, dentre outros significados, tem o sentido de uma norma cumprida, observada e respeitada. Fazer justiça é, enfim, respeitar o direito e abster-se de qualquer ação que perturbe o equilíbrio social advindo do respeito das leis por cada um de nós. - 5 - DIREITO PRIMITIVO OU ARCAICO Povos sem escrita, que viviam basicamente no regime matriarcal. Viviam no chamado período da pré-história, termo este não pacífico pelos estudiosos atuais. É o período anterior ao aparecimento da escrita, por volta do ano 4000 a.C. .Seu estudo dependeu da análise de documentos não-escritos, como restos de armas, utensílios, pinturas, desenhos e ossos. O gênero HOMO apareceu entre 4 e 1 milhão de anos a .C.. Aceita-se três etapas na evolução do homem pré-histórico, entreos estudiosos. São elas: a) PALEOLÍTICO (idade da pedra lascada) -Paleolítico inferior: 500.000 – 30.000 a.C. - Paleolítico superior: 30.000 – 8.000 a.C. b) NEOLÍTICO (nova idade da pedra, período da pedra polida) 8.000 – 5.000 a.C. c)IDADE DOS METAIS - 5.000 - 4.000 a.C. Esta divisão é evolucionista mas numerosos investigadores da história contestam tal visão. Afirmam que existe grande diversidade cultural entre os grupos humanos e que, diante de determinado problema, cada homem se organiza de um modo, o que resulta em culturas diferentes. Daí conclui-se que certos grupamentos humanos podem ter simplesmente acelerado um dos estágios ou ter saltado um deles. Nessa fase os ideais que se conhecem como Direito apresentavam-se sob a forma de autotuleta, embora, valha ressaltar, não há que se falar em direito enquanto ciência no aludido período. A autotutela é a mais primitiva das formas de solução de lides. Nascida com o homem na disputa dos bens necessários à sua sobrevivência, representando a prevalência do mais forte sobre o mais frágil. Com evolução da sociedade e a organização do Estado ela foi sendo expurgada da ordem jurídica por representar sempre um perigo para a paz social. Contudo, excepcionalmente, até porque o Estado não tem como socorrer o jurisdicionado a tempo e à hora, a autotutela é hodiernamente admitida, mas apenas para defender direitos que estejam sendo violados. As características da autotutela são: Ausência de um julgador distinto das partes; e a imposição da decisão de uma parte (geralmente o mais forte) em detrimento do outra. Importante salientar que no direito moderno, o exercício da autotutela para satisfazer uma pretensão, embora legitima, salvo quando autorizado por lei, constitui crime e está sujeito a sanção legal. Neste período, as associações humanas começam a solidificar-se. O direito - aqui vislumbrado com norma social a ser seguida bem como a um sistemas de solução de lides - começa a se desenvolver. É tido como um "Direito Primitivo" ou "Direito Arcaico". Imagina-se que o homem torna-se sedentário, isto é, começa a se fixar em um lugar, na Mesopotâmia e adjacências, em torno de 10 mil a.C., e um importante marco deste período foi o surgimento da agricultura, que se deu entre 8.000 e 5.000 a.C.( no período neolítico), quando o homem deixou sua vida nômade, sedentarizando-se às margens dos rios e lagos, cultivando trigo, cevada e aveia. Nesta época também domestica ovelhas e gado bovino, otimizando sua cadeia alimentar.. Aí também surgem os primeiros aglomerados urbanos, com finalidade principalmente defensiva. Nesta época também as viagens por terra e mar. O referido http://www.algosobre.com.br/historia/pre-historia-a-origem-do-homem.html - 6 - período corresponde àchamada comunidade primitiva, onde o solo pertencia a todos e a comunidade se baseava em laços de sangue, idioma e costumes. A partir deste ponto, a evolução das comunidades processou- se em duas direções: * por um lado, no sentido de acúmulo de produção excedente e extensão da posse e da propriedade individual dos bens, no sentido da transformação das antigas relações familiares. * por outro lado, houve o envolvimento afetivo – além do comercial - entre pessoas dos mais diversos clãs. Dá-se o primórdio do Estado Primitivo. Durante a idade dos metais (5.000 a 4.000 a.C.), o cobre passou a ser fundido pelo homem, seguindo-se o estanho, o que permitiu a obtenção do bronze, resultante da liga dos dois primeiros. Por volta de 3.000 a.C., produzia-se bronze no Egito e na Mesopotâmia, sendo esta técnica difundida para outros povos a partir daí.A metalurgia do ferro é posterior e tem início por volta de 1.500 a.C., na Ásia Menor, tendo contribuído decisivamente para a supremacia dos povos que a dominavam e souberam aperfeiçoá-la. Ressalta-se o fato de que o Direito era transmitido de forma consuetudinária, com a influência na religiosidade e na hierarquia social da época, a natureza nômade das pessoas, cedeu espaço aos clãs, que por sua vez deram origem ao Estado Primitivo - governos e organizações. Essa formação social, se fez principalmente na região do Nilo e Mesopotâmia, depois se expandindo para outras regiões. O DIREITO NA ANTIGUIDADE Neste período, destarte as grandes mudanças provocadas pelo advento da escrita, o direito passa ao ter um desenho que vislumbra o modo heterocomposto. Por meio da com a avocação da solução de lides pelos Estados Primitivos que vinham se formando, a jurisdição passa a ser exercida. A heterocomposição se verifica quando a solução das lides é determinada por um terceiro. Exemplos de heterocomposição são a arbitragem e a tutela ou jurisdição. No caso em tela, o terceiro em questão é o Estado. Em sentido paralelo, como forma alternativa de resolução de controvérsias, foi sendo desenvolvido o método de autocomposição, que nos dias atuais encontra sentido obrigatório, conforme se aduz do Código de Processo Civil de 2015, em seu art. 319. Pode-se dizer que a autocomposição, mesmo advinda dos primórdios da civilização, continua existindo até hoje no direito brasileiro. Inclusive é fomentada pelas leis mais atuais no Brasil, como a lei de mediação e o novo CPC, conforme já dito. O NCPC, por oportuno, descreve que "a conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial". https://pt.wikipedia.org/wiki/Civiliza%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13140.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm - 7 - A autocomposição é um sistema antigo de composição (resolução) de lides. Consiste no ato um dos litigantes, ou todos, abrirem mão do seu interesse por inteiro ou de parte dele, podendo tradicionalmente ocorrer por meio de desistência (do autor), submissão (do réu) e concessões recíprocas. No Direito brasileiro hodierno continua vigorando em caráter alternativo, desde que respaldada. Em regra, as lides são solucionadas por meio de heterocomposição. Diversas civilizações merecem destaque, no que pertine ao seu estudo jurídico. Contudo, destacam-se: a) O DIREITO MESOPOTÂMICO A região da Mesopotâmia (atual Iraque), situada entre os rios Tigres e Eufrates, foi o cenário do desenvolvimento de povos do mundo antigo. Fundada pelos Sumérios, e habitada também por Acádios, Assírios, Babilônicos e Caldeus, favoreceu o florescimento de uma civilização que deixou grande influência, com zigurates (templos religiosos), e até mesmo os jardins suspensos da Babilônia. Devido a uma necessidade de tornar mais amplo os ordenamentos jurídicos consuetudinários, e já após o advento da escrita, houve a positivação do direito, com base nas relações humanas e sociais. O poder religioso tem GRANDE relevância, nesse caso, tem-se a classe sacerdotal, privilegiada devido a influência que a mesma tinha sobre a população camponesa e artesã. Tantos os chefes militares quanto os sacerdotes, tinham suas imagens interligadas a personificação dos deuses, como em vários casos que podem ser encontrados na história, várias fontes que demonstram a relação entre o poder político e a religião, na figura dos chefes teocráticos. O Código de Hamurabi Antes do Código de Hamurabi, haviam somente registros do Código de Dungi, que foi criado pelos Sumerianos, mais foram os Babilônicos que se perpetuaram na história do direito antigo, quando o Imperador Hamurabi revisou os códigos sumérios e desenvolveu uma série de normas, acabou influenciando o direito de todosos povos semitas da região. Esse código foi caracterizado pelos seguintes pontos: a) Institucionalização da Lei de TALIÃO – Mais conhecida como ‘’Olho por Olho, Dente por Dente’’, isso nos mostra que a justiça era como um corretivo, aplicada pelos Babilônicos. b) Administração da Justiça em caráter semiprivado – Sendo que a vítima ou um dos seus familiares podiam levar o ofensor a justiça e os agentes da lei podiam auxiliar na execução da sentença. c) Desigualdade perante a lei – Já aqui podemos notar que o código dividia a população em 3 classe:, * aristocracia * os cidadãos comuns * os servos e escravos. Fator este que possibilitava aplicar as penas de acordo com sua classe social, sempre levando em conta a vítima e o agressor. http://pt.wikipedia.org/wiki/Indiv%C3%ADduo - 8 - d) A distinção entre o homicídio acidental e o intencional – O homicídio acidental recebia a punição por meio de multas paga a família da vítima e o Intencional pagava-se por meio da própria vida. Percebe-se que a pena de morte era uma sentença comum, porém um sujeito com status social elevado era privilegiado, conforme já exposto, o que infelizmente pode ser visto, em certas ocasiões, hoje em dia, quando a lei deveria ser igual para todos. b) O DIREITO GREGO O estudo jurídico grego deve-se a polis onde melhor se desenvolveu o direito e a democracia, atingindo sua perfeita forma quanto à Legislação, ao processo, no caso, Atenas. No período arcaico (século XIII ao VI a.C.) em Atenas, apresentam-se as seguintes inovações: armamento naval, terrestre, as moedas e o alfabeto. A escrita surge como nova tecnologia, permitindo codificações de leis e sua divulgação através de inscrições nos muros da cidade. Dessa forma, junto com as instituições democráticas que passavam a contar com a participação do povo, os aristocratas perdem também o monopólio da justiça. Dois legisladores atenienses merecem destaque: Drácon e Sólon. Drácon (620 a.C.) fornece a Atenas o seu primeiro código de leis, que ficou conhecido pela severidade e cuja lei foi mantida por Sólon, especialmente a relativa à distinção de homicídios: voluntário, involuntário e legítima defesa. Sólon faz uma reforma institucional, social e econômica, estimulando a agricultura e exportação de produtos, tais como a oliva e o vinho. A escrita grega surgiu e se desenvolveu ao longo da história dessa civilização, estando intimamente ligada ao direito grego. Entretanto, apesar de ser o berço da Filosofia, da democracia, do teatro e da escrita alfabética, a civilização grega preferia falar a escrever e, por outro lado, se recusava em aceitar a proliferação do direito e da figura do advogado que, quando existia, não podia ser pago. Os escritores do século IV eram, na maioria, oradores e professores, com preocupações sociais, culturais, religiosas e outras, e por estas e outras razões, os gregos não foram grandes juristas, não souberam construir uma ciência do direito, nem sequer desenvolver uma maneira sistemática às suas instituições de Direito privado. Por outro lado, cada pólis tinha seu próprio direito. Por isso, o direito grego tratava-se de uma noção mais ou menos vaga de Justiça, que estava difusa na consciência coletiva, sendo os registros que se tem sobre o direito grego extraídos de fontes literárias (discursos e textos diversos acerca de temas, tais como: casamento, sucessão, adoção, legitimidade de filhos, escravos, cidadania. Paradoxalmente, os gregos tinham um direito processual bastante evoluído, com registros de decisões de árbitros públicos e privados (mediação). Difundia-se a ideia de autocomposição. Como dito, o destaque jurídico grego é concedido a Atenas, especialmente no período compreendido entre 480 a.C. e 338 a.C - uma vez que Esparta, outra importante polis, era voltada para o militarismo e expansionismo. A lei ateniense era essencialmente retórica. Pode-se destacar o tribunal de Helieia, um tribunal popular, que julgava todas as causas, exceto as que envolviam crimes de sangue, que ficavam sob a alçada dos Aerópagos ( assembleia de magistrados) Por essa razão, atribui-se aos gregos a criação do júri popular. Não havia advogados, juízes ou promotores. Apenas dois litigantes e os logrógrafos (escritores de defesas que faziam discursos perante os - 9 - tribunais. Normalmente era alguém desconhecido da grande massa e que não cobrava honorários. Por fim,compete destacar a importância das instituições gregas que colaboraram de alguma forma para a evolução do direito ocidental: *Assembleia do povo - formada por cidadãos acima de 20 anos e de posse de seus direitos políticos; tinham atribuições legislativas, executivas e judiciárias no sentido de manter a ordem social; deliberando, elegendo, fiscalizando o cumprimento das norma se julgando os transgressores. *Conselho (Boulê) - 500 cidadãos acima de 30 anos, escolhidos por sorteio entre os cidadãos de reputação ilibada, com a função de examinar, preparar e controlar as leis. *Estrategos (guerra) -10 elementos eleitos pela assembleia; deviam ser casados e natos, administravam as guerras, cobravam e distribuíam impostos e tinham papel de polícia. *Magistrados (ações municipais) - eram candidatos eleitos anualmente, com função processual (organização dos julgamentos); de desenvolvimento de políticas públicas municipais; e de promover cultos religiosos. C) O DIREITO HEBRAICO Por possuir natueza religiosa, direito é dado por Deus ao seu povo, e desde o principio é imutável, só Deus o pode modificar, ou seja, mesma ideia que será reportada no direito canônico e no direito muçulmano. Os intérpretes, mais especialmente os rabinos, podem interpretá-lo para o adaptar à evolução social, no entanto, eles nunca o podem modificar. Há uma espécie de aliança entre Deus e o povo que ele escolheu, o Decálogo (dez mandamentos) ditado a Moisés é o seu alicerce, e o Deuteronômio é visto com uma forma de aliança. Uma maneira geral de aplicação do direito divino. O Decálogo (que significa "dez palavras") é o nome dado ao conjunto de Leis Divinas que, segundo a Bíblia Sagrada, foram escritos diretamente por Deus e entregues a Moisés, o libertador e legislador de Israel, no contexto da Antiga Aliança. Foram eternizadas como Tábuas da Lei, no período que ocorreu após a libertação do povo de Israel da escravidão no Egito, que durou cerca 430 O Êxodo, é a fuga do povo hebreu da perseguição e da escravidão faraônica no Egito, foi comandado por Moisés, grande líder e legislador. A época em que viveu Moisés, assim como o período histórico do Êxodo, ainda é um problema para os historiadores. Uma corrente defende que o faraó opressor dos hebreus teria sido Ramsés II e o faraó do êxodo, seu sucessor Merneptá, por volta de 1230 a.C. Os 10 mandamentos, são as leis que Deus nos deu através de Moisés, no Monte Sinai, escritos em duas tábuas de pedra (conhecidas também como as tábuas da lei), que foram colocadas dentro da Arca da Aliança. Podemos encontra-los na Bíblia em Êxodo 20:2-17 e Deuteronômio 5:6- 21 c.1. O Direito Sacro A fonte jurídica dos hebreus advem da Bíblia, a qual contém a "Lei" revelada por Deus aos Israelitas. Na Bíblia, encontram-se o Pentateuco, que recebe pelos Judeus o nome de Torá. Qualquer interpretação do direito hebraico apoia-se num versículo da Bíblia. https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_can%C3%B4nico https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_mu%C3%A7ulmano https://pt.wikipedia.org/wiki/Rabinos https://pt.wikipedia.org/wiki/Dec%C3%A1logo https://pt.wikipedia.org/wiki/Deuteron%C3%B4mio https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_Mosaica https://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%ADblia_Sagrada https://pt.wikipedia.org/wiki/Mois%C3%A9s https://pt.wikipedia.org/wiki/Israel https://pt.wikipedia.org/wiki/Antiga_Alian%C3%A7ahttps://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A1buas_da_Lei https://pt.wikipedia.org/wiki/Egito https://pt.wikipedia.org/wiki/Mernept%C3%A1 - 10 - Os escritos referem-se à leis reveladas por Deusa Moisés – sendo, por esse motivo, casualmente denominada como as "Leis de Moisés". Compõe-se de cinco Livros: • Génese (a Criação, a vida dos patriarcas); • o Êxodo (estadia no Egito e volta à Canaã); • o Levítico (livro de prescrições religiosas e culturais); • o Números (senso da população; sobretudo a organização da força material); • o Deuteronômio (que complementa os quatro livros precedentes); Conforme se deduz da leitura do Levítico e de Números, o enforcamento e o apedrejamento eram os modos ordinários de se aplicar a pena capital, prescrita pela lei dos hebreus: "Fala aos filhos de Israel nestes termos: quem ultraja o seu Deus, suportará o castigo do seu delito. Aquele que proferir blasfêmias contra o nome do Senhor, será punido com a morte e toda a congregação o apedrejará. Quer seja estrangeiro, quer seja natural do país, se proferir blasfêmias contra o nome do Senhor, será punido com a morte" (24:15,16). Os hebreus arrancavam todas as roupas do condenado á lapidação, exceto uma faixa, que lhe cingia os rins. Depois a primeira testemunha o arremessava ao solo, do alto de um tablado com dez pés de altura. E a segunda testemunha, lançando uma pedra, queria atingi-lo no peito, bem acima do coração. Se este ato não lhe desse a morte, as outras pessoas ali presentes o cobriam de pedradas, até o momento da morte do condenado. Cumprida a sentença, o cadáver era queimado ou dependurado numa árvore. O DIREITO MEDIEVAL O Direito Medieval era o conjunto dos Direitos Feudal (aplicado pelo senhor feudal no seu feudo) e Canônico (aplicado pela Igreja Católica Romana em toda a Cristandade). O discurso jurídico canônico se materializou no Tribunal da Santa Inquisição (oficializado pelo Papa em 1231). A Idade Média é apresentada como sendo o período iniciado com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C., e terminada com a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos em 1453. Na Europa Feudal, a Igreja era a instituição que monopolizava a interpretação da realidade social, pois era ali que estavam os estudiosos, os eruditos, os chamados “doutores da Igreja”; e a Igreja logo se tornou um lugar de saber inquestionável, para onde as pessoas deveriam se dirigir para saber o que deveriam fazer para alcançar a salvação eterna. Deus estava na origem de tudo: a vida e a morte dependiam da vontade de Deus, e era a Igreja que tinha o conhecimento SOBRE como alcançar a salvação, atendendo os desígnios de Deus. Aos poucos a Igreja Católica foi criando regras que visavam não só ao controle do clero, que se tornava cada vez mais hierarquizado e complexo, mas também ao controle da população em geral, que vivia, em sua grande maioria, sob a autoridade de senhores feudais católicos, que respeitavam a Igreja. A Igreja se preocupava muito com o comportamento da população em geral, pois ela acreditava que uma sociedade desregrada não era agradável a Deus. A interpretação da Igreja era a de que Deus havia determinado o papel de cada um na sociedade: um grupo rezava, outro lutava e outro trabalhava: seriam o clero, a nobreza (os senhores feudais e seus exércitos) e o povo (os camponeses). Não podia haver mudança de papel, as regras eram claras; e essa sociedade estamental deveria funcionar de forma previsível, rotineira, regrada, dentro do modelo - 11 - normativo estabelecido pela Igreja, para que Deus não se voltasse contra ela, mandando a peste, a fome e outras calamidades (castigos). Coube, então, à Igreja, a única instituição capaz de interpretar os desejos de Deus, a tarefa de produzir as regras ou cânones para o controle dessa sociedade. Um aspecto importante desses cânones foi o tema da privação do prazer. Os monges e religiosos de forma geral desenvolveram um tipo de vida marcado pela privação do prazer, pela virgindade ou abstinência sexual, por jejuns e muita oração, pois assim acreditavam que estariam mais próximos de Deus. É claro que a Igreja não impôs esse tipo de comportamento ao resto da população, mas tentou regrar a conduta dos cristãos de forma a fazer com que eles se entregassem o mínimo possível às tentações da carne, à gula, etc., e rezassem mais. Com relação à questão sexual, por exemplo, São Jerônimo (que era um doutor da Igreja e viveu entre os séculos IV e V) dizia o seguinte: “É adúltero aquele que mantém relação amorosa ardente com sua esposa”. Para ele, adúltero não era só o indivíduo que traía a sua esposa, mas também aquele que fazia sexo com sua própria esposa de forma ardente, ou seja, buscando alguma coisa (prazer) além da simples procriação. Só se podia fazer sexo para ter filhos. Outro doutor da Igreja medieval disse o seguinte: “Se uma mulher não deseja ter filhos, que ela faça um acordo piedoso com seu marido, porque a castidade é a única esterilidade permitida a uma cristã”. Que acordo piedoso é esse? Não fazer sexo de jeito nenhum O aborto, o infanticídio e qualquer método contraceptivo eram proibidos pela Igreja – e ainda são. Sobre essa questão, São Martinho, bispo de Braga, morto em 579, disse o seguinte: “Se uma mulher fornicou e matou o filho nascido deste ato, ou cometeu um aborto e matou aquele que tinha concebido, ou tomar poções para não conceber, seja no adultério como no casamento legítimo, os cânones precedentes (ou seja, anteriores) condenam esta mulher a ser privada da comunhão até à morte; mas nós decretamos, por graça, que estas mulheres e aquelas que as ajudaram no seu crime façam penitência durante dez anos”. Mesmo as pessoas casadas tinham que obedecer rigorosamente aos períodos de abstinência sexual estabelecidos pela Igreja. Por exemplo, não podiam ter relações sexuais na quaresma, nem em qualquer quarta- feira, sexta-feira ou domingo do ano; se vai ou foi à Missa, nada de sexo naquele dia; no dia da Páscoa, no dia do Natal e de Pentecostes, nada de sexo. Durante a gravidez também não, e durante trinta noites após o nascimento do filho, também não. Outro aspecto da realidade que foi aos poucos sendo controlado pelo direito da Igreja (ou, pelo menos, que a Igreja tentou controlar) foi o comércio e, principalmente, o seu elemento sustentador: o lucro. Importante lembrar que, no início de sua formação, a economia medieval era fechada: não havia moedas e quase não sobrava alimentos para os camponeses irem de um feudo a outro para trocar a sua produção por outros tipos de alimentos. As trocas comerciais eram muito restritas. Só que, com o tempo, alguns camponeses começaram a organizar feiras anuais onde, todos os anos, um GRANDE volume de trocas passou a ser realizado. Foi nesse contexto que eles voltaram a utilizar a moeda como elemento de troca, o que facilitou muito o comércio, porque não era mais necessário carregar produtos daqui para ali, para trocá-los por outros produtos; era só trocar os produtos por moedas, pegar essas moedas, ir até uma feira, e trocar essas moedas por outros produtos. Nesse contexto, dentro da sociedade feudal, começaram a aparecer aldeias onde se concentraram pessoas que haviam se especializado na - 12 - atividade comercial: aldeias que se tornaram, elas próprias, centros comerciais. Eram os burgos, e seus habitantes, os burgueses. Os burgueses não eram camponeses. Eles só compravam dos camponeses a sua produção e revendiam para outros camponeses, logicamente obtendo lucro. Quando esses burgueses entraram em cena, a Igreja condenou a sua atividade: o comércio. No decreto de Graciano (monge italiano e um dos maiores juristas da Igreja Católica), datado do século XII, existe a seguinte frase: “o mercador nunca pode agradar a Deus –ou dificilmente”. São Tomás de Aquino, um dos maiores intelectuais da Igreja de todos os tempos, dizia o seguinte, no século XIII: “o comércio, considerado em si mesmo, tem um certo caráter vergonhoso”. Quais os motivos dessa condenação? O próprio objetivo do comércio: o desejo de ganho, a sede de dinheiro, o lucro, o que levava o mercador, quase sempre, a cometer um dos pecados capitais: a cupidez ou avareza. Mas como a Igreja não conseguia impedir o desenvolvimento comercial, colocando obstáculos que fossem eficazes no sentido de neutralizar as atividades dos mercadores, ela, mais tarde, vai acabar se aliando aos mercadores – ela continuou condenando severamente apenas um dos desdobramentos da atividade comercial: a usura, que era o empréstimo a juros. Para a Igreja, o tempo pertencia a Deus, e nenhum ser humano podia ganhar dinheiro utilizando-se do tempo. A própria Bíblia condenava a usura. Em um texto do Antigo Testamento há a seguinte passagem: “Não exigirás de teu irmão nenhum juro nem para dinheiro, nem para víveres, nem para coisa alguma que se preste ao juro”. No Novo Testamento há também uma passagem sobre isso que diz o seguinte: “Emprestai sem nada esperar em retorno, e grande será vossa recompensa”. São Tomás de Aquino condenava a usura dizendo que o dinheiro deve servir para favorecer as trocas e que acumulá-lo, fazê-lo frutificar por si mesmo, era uma operação contra a natureza e contra Deus. Uma questão: Será que a Igreja realmente acreditava que, ao punir aqueles que se desviavam de suas diretrizes (se entregando aos prazeres da carne, o que, na visão da Igreja, “pesava” a alma do cristão, impedindo que ele alcançasse a SALVAÇÃO) ela estaria realmente salvando o corpo cristão, ou seja, a Cristandade, da perdição? Será que a Igreja realmente via a sociedade como um corpo, cujos membros podres ou tumores deviam ser extirpados, de forma que eles não comprometessem o todo? Ou será que tudo não passou de uma estratégia de poder? Ou as duas coisas? Esses são apenas alguns exemplos de regras da Igreja Católica Romana que, aos poucos, foram constituindo o Direito Canônico. Esse direito se diferenciava do Direito Feudal em dois aspectos principais. Primeiro: o Direito Canônico era um direito escrito, enquanto o Direito Feudal (que vigorava em cada feudo e tinha na figura do senhor feudal a autoridade judiciária máxima, pelo menos antes da formação dos primeiros estados), não era escrito: era costumeiro, ORAL: ou seja, consuetudinário. Segundo, o Direito Canônico era um direito centralizador, enquanto o Direito Feudal era fragmentário. O Papa não via a Europa Ocidental como uma colcha de retalhos, fragmentada em várias unidades políticas, cada uma com sua estrutura judicial. Ele via a Europa enquanto uma unidade cristã, uma realidade social unida na fé cristã, obediente a Roma. Por isso o Papa fundou um modo diferenciado de resolução de litígios baseado no direito ROMANO, que era um direito centralizador. - 13 - Durante a Idade Média, o poder estava dividido em três esferas: -poder local, exercido pelo nobreza medieval; -poder nacional, exercido pela monarquia; -poder universal, exercido pelo Papado. Cada feudo tinha o seu direito. Certifica-se que a Idade Média (na sua maior parte) foi um período de fragmentação ou descentralização do poder, e isso se refletiu de forma marcante na organização judicial. O senhor feudal exercia a soberania política e judicial, fazendo justiça de acordo com o direito consuetudinário, no seu feudo – somente no seu feudo. Como se tratava de um direito oral, dificilmente podemos deduzir o seu conteúdo, mas sabe-se que, desde o início, a partir do momento em que os senhores feudais (ou seus ancestrais “bárbaros”) começaram a se converter ao Cristianismo, os cânones da Igreja católica passaram a ser seguidos nos feudos católicos, pois assim que acontecia a conversão do senhor, o Papa mandava um membro do clero para viver no castelo desse senhor e fazer com que o direito da Igreja fosse ali respeitado. Tem-se, então, dois direitos sendo aplicados paralelamente na Europa Ocidental. O primeiro, fragmentado: cada feudo tinha o seu. O outro, centralizador, escrito, comum a todos os feudos católicos. Acontecia, algumas vezes, do Direito Feudal ir contra o Direito Canônico em determinados aspectos da realidade, sobretudo relacionados aos costumes do povo; mas quando isso acontecia, o senhor feudal normalmente acatava as determinações do Direito Canônico. Isso atesta a importância do direito da Igreja na Europa Medieval. Quando, a partir dos séculos XII-XIII, os feudos mais militarizados começaram a submeter os mais fracos, à força ou através de alianças, a Igreja ajudou os senhores feudais mais fortes pregando aos outros a necessidade da submissão e acabou se tornando a grande aliada dos monarcas que surgiram nesse processo de centralização do poder. A importância simbólica da Igreja era tanta, a crença católica era tão forte entre o povo, que quem passou a legitimar o poder político dos reis foi a Igreja, através da Sagração. O rei que não fosse sagrado pela Igreja não tinha o direito de exercer o poder, a população não o reconhecia como rei. Foi durante esse processo de centralização do poder nas mãos dos monarcas (antigos senhores feudais) que surgiu o Tribunal da Santa Inquisição, uma forma encontrada pela Igreja para sistematizar o controle sobre a Cristandade, aplicando o seu direito. A Santa Inquisição foi se estabelecendo em diversos pontos da Europa, amparada pelos senhores e reis católicos. A sua tarefa foi, principalmente, julgar os hereges, ou seja, aquelas pessoas que interpretavam os ensinamentos cristãos de maneira diferente daquela que a Igreja pregava. Mas a Inquisição também julgava casos de adultério, incesto, bigamia, bruxaria, sacrilégio, usura e outros comportamentos considerados desviantes do ponto de vista da moral religiosa. A primeira etapa do processo inquisitorial era ouvir os boatos. As autoridades eclesiásticas estimulavam a delação, dizendo que Deus recompensaria aqueles que entregassem os hereges e outros desviantes ao Inquisidor. Depois, os suspeitos eram interrogados. Havia um manual que regulamentava os interrogatórios e demais procedimentos inquisitoriais: o Manual dos Inquisidores. Se o suspeito vacilasse em suas respostas, se ele dissesse uma coisa e depois outra, ele poderia ser torturado para que confessasse. A condenação poderia vir com confissão ou sem confissão. Às vezes as provas eram tantas que já condenavam o réu sem confissão. Mas a confissão era a prova mais importante; só que, - 14 - na maioria das vezes, ela era obtida por meio da tortura. Não havia advogado de defesa. Quem se defendia era o próprio acusado. A pena máxima estabelecida pela Inquisição era a morte na fogueira. As penas mais leves iam desde penitências, orações, penas pecuniárias (em dinheiro), até os chamados “Autos de fé”, que eram procissões em que os condenados eram obrigados a participar vestidos de branco e com velas nas mãos (normalmente era assim), de forma que todos pudessem ver quem eles eram. O sistema jurídico inquisitorial contribuiu para a racionalização do sistema penal no final da Idade Média e início dos tempos modernos. Embora fosse um sistema ligado à Igreja e ao “Sagrado”, o procedimento de investigação era bastante racional. Para começar, os processos eram todos registrados por escrito. Havia investigação, depoimentos de testemunhas e um sistema de provas muito sofisticado para a época. Por exemplo, o testemunho ocular de duas pessoas era uma prova plena e podia levar facilmente à condenação. Vários indícios podiam se tornar uma meia prova ou prova semiplena. Duas provas semiplenas podiam se tornar uma plena. Entende-se por Direito Feudal o conjuntode normas consuetudinárias que regiam as relações advindas do sistema feudal de produção. Vigorou na Europa Ocidental por quatro séculos, a partir do século VIII, tendo sua origem no reino franco e, posteriormente, espalhando-se por todo o Ocidente. Paralelamente a ele vigiu também o chamado direito comum, que não cabe aqui ser analisado. No que diz respeito ao direito Feudal, este possuía independência do direito romano e do direito germânico. Suas características principais, destacadamente mais germânicas que romanas, eram *a valorização das relações pessoais e da propriedade fundiária *a ausência de qualquer concepção abstrata de Estado. Durante os quatros séculos em que vigiu, as únicas leis escritas existentes foram as capitulares, que continham, além de normas de direito penal e processual, algumas poucas regras de direito feudal. As capitulares eram editadas pelos reis, com o apoio de um consenso (capítulo), na tentativa de organizar a sociedade e proteger os súditos mais pobres. Eram fator de unificação jurídica, porque aplicáveis a todo o reino. Desapareceram no fim do século IX, a partir do que não existiram mais legislações aplicáveis a todo um reino até o século XII. Assim, o Direito Feudal desenvolveu-se através dos costumes, sendo que o soberano, muito raramente, intervinha para legislar, e sempre se restringia a uma questão particular. Tais costumes foram resumidos em obras como o Legesfeudorum, datado do século XII, portanto já do período de declínio do Direito Feudal. Como o direito era oral, e a principal fonte era o costume, as normas mudavam de região para região. Não houve qualquer espécie de ensino jurídico, nem se pode afirmar que se desenvolveu ciência jurídica de qualquer natureza. O único direito supranacional, no início da Idade era o direito da Igreja Romana, anteriormente explicitado. Ressalta-se que nem o Direito Feudal e nem o Direito Canônico, o qual gozava de prestígio, foram estudados na época. Portanto, conclui-se que, na época, o direito não possuía viés acadêmico, tampouco científico. O DIREITO NA IDADE MODERNA No período histórico que se inicia com a descoberta do caminho marítimo para a Índia em 1498 e se estende ao desenvolvimento da Revolução Francesa, em 1789pode-se destacar que o direito deixa de lado a descentralização feudal e inicia um processo centralizado com o advento do absolutismo monárquico. - 15 - O ABSOLUTISMO MONÁRQUICO Entende-se por Absolutismo, o processo de centralização política nas mãos do rei. É resultado da evolução política das Monarquias Nacionais, surgidas na Baixa Idade Média, com a aliança rei - burguesia. A burguesia possuía interesse econômico na centralização do poder político, pois com a padronização monetária e a adoção de mecanismos protecionistas, seria garantida a expansão das atividades comerciais. Tais incentivos comerciais contribuíram para o enfraquecimento da nobreza feudal e este enfraquecimento, em contrapartida, garantia a supremacia política do rei. Paralelamente ao enfraquecimento da nobreza feudal e fortalecimento da burguesia e da monarquia, ocorreram as Reformas Religiosas, o que colaborou para o enfraquecimento da Igreja Católica e a falência do poder papal. Assim, o processo de aliança rei -burguesia auxiliou no enfraquecimento do poder local; as reformas religiosas minaram o poder universal colaborando para a consolidação do poder real. São características importantes do absolutismo: a) criação de um exército nacional: instrumento principal do processo de centralização política. Formado por mercenários, com a intenção de enfraquecer a nobreza e não armar os camponeses. b) controle do legislativo: todas as decisões do reino estavam controladas diretamente pelo rei, que possuía o direito de criar as leis. c) controle sobre a justiça: criação do tribunal real, sendo superior aos tribunais locais ( controlados pelo senhor feudal ). d) controle sobre as finanças: intervenção na economia, mediante o monopólio da cunhagem de moedas, da padronização monetária, a cobrança de impostos, da criação de companhias de comércio e a imposição dos monopólios. e) burocracia estatal: corpo de funcionários que auxiliam na administração das obras públicas, fortalecendo o controle do estado e, consequentemente, o poder real. OS GRANDES PENSADORES DA IDADE MODERNA Deve ser ressaltada a importância dos grandes teóricos, que de forma direta influenciaram o direito da idade moderna, e por conseguinte, o direito contemporâneo. Destacam-se: a) Nicolau Maquiavel ( 1469/1525 ) - Responsável pela secularização da política, ou seja, ele supera a relação entre ética cristã e política. Esta superação fica clara na tese de sua principal obra, O Príncipe segundo a qual "os fins justificam os meios". Maquiavel subordina o indivíduo ao Estado, tornando-se assim no primeiro defensor do absolutismo. b) Thomas Hobbes ( 1588/1679 ) -Seu pensamento está centrado em explicar as origens do Estado. De acordo com Hobbes, o homem em seu estado de natureza é egoísta. Este egoísmo gera prejuízos para todos. Procurando a sociabilidade, o homem estabelece um pacto: abdica de seus direitos em favor do soberano, que passa a ter o poder absoluto. Assim, o estado surge de um contrato. A ideia de contrato denota características burguesas, demonstrando uma visão individualista do homem ( o indivíduo preexiste ao Estado ) e o pacto busca garantir e manter os interesses dos indivíduos. A obra principal de Hobbes é "Leviatã". c) Jacques Bossuet( 1627/1704 ) e Jean Bodin ( 1530/1596 )- Defensores da idéia de que a autoridade real era concedia por Deus. Desenvolvimento da doutrina do absolutismo de direito divino - o rei seria um representante de Deus e os súditos lhe devem total obediência. d) Jean Jacques Rousseau (1712-1778)- um dos grandes mentores do jusnaturalismo. Em sua obra expõe o estado de natureza, época primitiva em que os homens seriam felizes desfrutando de liberdade e igualdade. Sem comando político, os seres humanos viviam no livre exercício de seus direito naturais, em uma Idade de Ouro, onde não havia - 16 - propriedade privada, nem corrupção. A desarmonia teria surgido quando alguns homens, prevalecendo de sua força, impuseram o domínio. Em, O Contrato Social (1762), visando recuperar o seu bem-estar primitivo, os homens teriam transferido seus direitos naturais ao Estado em troca de direito civis. Estes seriam os próprios direitos naturais, já então sob a tutela do Estado. Não haveria, assim, renúncia a liberdade, pois tal ato é incompatível com a natureza humana. Com a celebração do pacto, cujas cláusulas são ditadas pela própria natureza do ato, os homens visavam encontrar uma forma de associação que defendesse e protegesse de toda a força comum a pessoa e os bens de cada associado. A finalidade última de toda legislação seria a de promover a liberdade e a igualdade entre os homens. e) Montesquieu (1689-1775) -Charles-Louis de Secondatficou conhecido, sobretudo, por sua teoria da separação dos poderes. Montesquieu defendia a divisão do poder e era a favor da existência Monarquia Parlamentar. Sua obra mais conhecida foi “OEspírito das Leis, publicado em 1748, na qual elabora conceitos sobre formas de governo e exercícios da autoridade política que se tornaram pontos doutrinários básicos da ciência política. Suas teorias exerceram profunda influência no pensamento político moderno. Elas inspiraram a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, elaborada em 1789, durante a Revolução Francesa. A Teoria da Tripartição dos Poderes do Estado não é mera criação de Montesquieu. John Locke, filósofo liberal inglês, acerca de um século antes de Montesquieu já tinha formulado, ainda que implicitamente, a teoria em questão. Entretanto,cabe a Montesquieu o inegável mérito de tê-la colocado num quadro mais amplo. O DIREITO NA IDADE CONTEMPORÂNEA – considerações gerais Tradicionalmente,a Idade Contemporânea é demarcada pelo período que compreende o advento daRevolução Francesa (1789) aos dias atuais. Marcada de maneira geral, pelo desenvolvimento e consolidação do capitalismo no ocidente,o desenvolvimento da atividade industrial e, consequentemente pelas disputas das potencias europeias por territórios e respectivas matérias-primas e mercadosconsumidores. Neste período, como reflexo das mudanças sociais provocadas pelo processo de industrialização, intensifica-se a ideia do Direito ser visto como ciência, buscando excluir ou pelo menos diminuir a influência da moral e dos valores na criação e aplicação das normas e do direito como um todo. Nesse sentido, a Ciência do direito estaria fundada num fenômeno objetivo e observável e não em valores relativos e subjetivos. No século XIX,os juristas passaram a tender a aplicar o direito observando as ações humanas, e ainda nesse contexto, os mesmos passaram a ser chamados a colaborar na tarefa de administrar cientificamente a sociedade. Assim, o direito passou a ser visto,com mais ênfase, como um dos instrumentos de condução da sociedade. A estrutura jurídica deste perído será analisada ao longo dos temas, bem como ao longo de toda graduação. Ressalta-se o fato de que a estrutura atual do direito passou a ser delineada ao longo de todo século XX, continuando em evolução,dada sa sua flexibilidade e amparo zetético. A zetéticaopõe-se ao dogma. Dogma é a aplicação de determinados conceitos e fatos aceitos e indiscutíveis. Em oposição, a zetética coloca o questionamento como posição fundamental, isso significa que qualquer paradigma pode ser investigado e indagado. Qualquer premissa tida como certa pela dogmática pode ser reavaliada, alterada e até desconstituída pelo ponto de vista zetético. http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_separa%C3%A7%C3%A3o_dos_poderes http://pt.wikipedia.org/wiki/1748 http://pt.wikipedia.org/wiki/Governo http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia_pol%C3%ADtica http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Francesa http://pt.wikipedia.org/wiki/Mat%C3%A9rias-primas http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado http://pt.wikipedia.org/wiki/Consumidor http://pt.wikipedia.org/wiki/Moral - 17 - II – O SISTEMA ROMANO GERMÂNICO. O sistema romano-germânico desenvolveu-se a partir do século XII, quando ocorreu o redescobrimento do Corpus Juris Civilis. A partir daí, esse sistema passou a ser aplicada em países como Itália, Portugal, Espanha, Alemanha, BélgicaHolanda, França, Portugal eséculos depois a América Latina, e por conseguinte o Brasil. Pertencem à família romano-germânica os direitos de toda a América Latina, de toda a Europa continental, de quase toda a Ásia (exceto partes do Oriente Médio) e de cerca de metade da África. Trata-se de sistema que tem como fonte a produção jurídica desenvolvida na Roma antiga e da sistematização científica oriunda do pensamento alemão do século IX. É o sistema jurídico mais disseminado no mundo, sistematizado pelo fenômeno da codificação do direito a partir do século XVIII. É típico deste sistema o caráter escrito do direito. Importante característica dos direitos de tradição romano-germânica é a generalidade das normas jurídicas, que são aplicadas pelos juízes aos casos concretos. Difere, portanto, do sistema jurídico anglo-saxão (Common law), que infere normas gerais a partir de decisões judiciais proferidas a respeito de casos individuais (jurisprudência). O Sistema Romano Germânico é caracterizado pela Civil Law: a estrutura jurídica oficialmente adotada no Brasil, que basicamente significa que as principais fontes do Direito adotadas são a Lei, o texto. Em diversos países de tradição romano-germânica, o direito é organizado em códigos, cujos exemplos principais são os códigos civisfrancês e alemão,nos quais baseia-se o Direito Brasileiro. 1 - DIREITO ROMANO Direito romano é um termo histórico-jurídico que se refere, originalmente, ao conjunto de regras jurídicas observadas na cidade de Roma e, mais tarde, ao corpo de direito aplicado ao território do Império Romano e, após a queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C. Mesmo após 476, o direito romano continuou a influenciar a produção jurídica dos reinos ocidentais resultantes das invasões bárbaras, embora um seu estudo sistemático no ocidente pós-romano esperaria a chamada redescoberta do Corpus Iuris Civilis pelos juristas italianos no século XI. Em termos gerais, a história do direito romano abarca mais de mil anos, desde a Lei das Doze Tábuas (Lex DuodecimTabularum, em latim, 449 a.C.) até o Corpus Iuris Civilis por Justiniano (c. 530 d.C.). Os historiadores do direito costumam dividir o direito romano em fases. Um dos critérios empregados para tanto é o da evolução das instituições jurídicas romanas, segundo o qual o direito romano apresentaria quatro grandes épocas: · Período Arcaico ou pré-clássico (753 a.C. a 130 a.C.) · Período Clássico (130 a.C. a 230) · Período Pós-Clássico (230 a 530) · Período Justiniano (530 a 565) A influência do direito romano sobre os direitos nacionais europeus é imensa e perdura até hoje. Uma das grandes divisões do direito comparado é o sistema romano-germânico, adotado por diversos Estados continentais europeus e baseado no direito romano. O mesmo acontece com o sistema jurídico em vigor em todos os países latino-americanos. http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XII http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XII http://pt.wikipedia.org/wiki/Corpus_Juris_Civilis http://pt.wikipedia.org/wiki/It%C3%A1lia http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal http://pt.wikipedia.org/wiki/Espanha http://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha http://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%A9lgica http://pt.wikipedia.org/wiki/Holanda http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_civil http://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a http://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha - 18 - a) Período pré-clássico No período entre 201 e 27 a.C., desenvolveu-se um direito mais flexível que melhor atendia as necessidades da época. Ademais do ius civile antigo e formal, surgiu o iushonorarium, assim chamado porque os pretores - que ocupavam cargos honorários - desempenharam um papel central em sua formação. A adaptação do direito às novas necessidades foi empreendida pela prática jurídica, pelos magistrados e, em especial, pelos pretores. O pretor não legislava e, tecnicamente, não criava direito novo quando emitia editos (magistratu umedicta). Na verdade, porém, as decisões pretorianas gozavam de proteção legal (actio nemdare) e com frequência serviam de fonte para novas regras de direito. Os pretores não estavam obrigados a respeitar os editos dos seus antecessores, mas terminavam por empregar regras pretorianas anteriores que julgassem úteis. Com isto, criou-se um conteúdo normativo que prosseguia de edito em edito (edictum translatitium). Surgiu então, ao longo do tempo, e em paralelo com o ius civile, a complementá-lo e corrigi-lo, um novo corpo de direito pretoriano. Na verdade, o direito pretoriano assim foi definido pelo famoso jurista romano Papiniano: o direito pretoriano é o que os pretores introduziram para complementar e corrigir o direito civil para a utilidade pública. O ius civile e o direito pretoriano vieram a ser fundidos no Corpus Iuris Civilis.Antes da Lei das Doze Tábuas (754-201 a.C.), o direito privado consistia do antigo direito civil romano (ius civile Quiritium), que se aplicava apenas aos cidadãos romanos. Estreitamente ligado à religião, possuía características como o formalismo escrito, simbolismo e conservadorismo. Alguns entendem que
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