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LEISHMANIOSE O que é Leishmaniose? A leishmaniose é uma doença infecciosa, porém não contagiosa, causada por parasitas do gênero Leishmania. Os parasitas vivem e se multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa do indivíduo, chamadas macrófagos. De acordo com o infectologista Valdir Amato, a leishmaniose é considerada uma "antropoonoze", ou seja, doença que acomete animais silvestres e eventualmente o homem. É uma doença de evolução longa, podendo durar alguns meses ou até ultrapassar o período de um ano. Tipos Há dois tipos de leishmaniose: a tegumentar e a visceral. Leishmaniose tegumentar ou cutânea A leishmaniose tegumentar caracteriza-se por feridas na pele que se localizam com maior frequência nas partes descobertas do corpo. Tardiamente, podem surgir feridas nas mucosas do nariz, da boca e da garganta. Essa forma de leishmaniose é conhecida como "ferida brava". Segundo a infectologista Regia Damous o primeiro sinal da forma cutânea costuma ser uma única ou várias lesões na pele, quase sempre indolores. Inicialmente são feridas pequenas, com fundo granuloso e purulento e bordas avermelhadas, que vão aumentando de tamanho e demoram para cicatrizar. Ela pode ser causada por três espécies diferentes do microorganismo: Leishmania amazonensis e Leishmania guyanensis na região amazônica, e Leishmania braziliensis, distribuído por todas as regiões do País. Este último parasita causa a leishmaniose monocutânea, que se manifesta de forma muito parecida com a tegumentar. “A diferença é que, ao mesmo tempo ou meses depois, surgem lesões nas mucosas da nasofaringe que destroem a cartilagem do nariz e do palato, provocando deformações graves”, aponta Damous. Sintomas Duas a três semanas após a picada pelo flebótomo aparece uma pequena pápula (elevação da pele) avermelhada que vai aumentando de tamanho até formar uma ferida recoberta por crosta ou secreção purulenta. A doença também pode se manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou da boca. Leishmaniose visceral ou calazar A leishmaniose visceral é uma doença sistêmica, pois, acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea. Esse tipo de leishmaniose acomete essencialmente crianças de até dez anos, após esta idade se torna menos frequente. Ela é causada pelo protozário Leishmania chagasi e seus principais sintomas são: Emagrecimento Febre baixa Aumento do baço e fígado. Transmissão A leishmaniose é transmitida por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos. Os flebótomos medem de 2 a 3 milímetros de comprimento e devido ao seu pequeno tamanho são capazes de atravessar as malhas dos mosquiteiros e telas. Apresentam cor amarelada ou acinzentada e suas asas permanecem abertas quando estão em repouso. Seus nomes variam de acordo com a localidade, os mais comuns são: Mosquito palha Tatuquira Birigüi Cangalinha Asa branca Asa dura Palhinha. O mosquito palha ou asa branca é mais encontrado em lugares úmidos, escuros, onde existem muitas plantas. As fontes de infecção das leishmanioses são, principalmente, os animais silvestres e os insetos flebotomíneos que abrigam o parasita em seu tubo digestivo, porém, o hospedeiro também pode ser o cão doméstico. Sintomas Os principais sinais da leishmaniose visceral são: Febre irregular, prolongada Anemia Indisposição Palidez da pele e ou das mucosas Falta de apetite Perda de peso Inchaço do abdômen devido ao aumento do fígado e do baço. Na consulta médica Especialistas que podem diagnosticar a laishmaniose são: Clínico geral Infectologista. Diagnóstico de Leishmaniose O diagnóstico da leishmaniose é realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais e, assim como o tratamento com medicamentos, deve ser cuidadosamente acompanhado por profissionais de saúde. Sua detecção e tratamento precoce devem ser prioritários, pois ela pode levar à morte. Uma situação de feridas que não cicatrizam ou um quadro de febre a esclarecer são sinais importantes para procurar um serviço de saúde. É de extrema importância estabelecer o diagnóstico diferencial, pois os sintomas da leishmaniose visceral são muito parecidos com os da malária, esquistossomose, doença de Chagas, febre tifóide, etc Tratamento de Leishmaniose A leishmaniose em geral é tratada por dois medicamentos: Antimoniais pentavalentes Anfotericina B. As primeiras são as drogas mais indicadas para o tratamento da leishmaniose, apesar dos efeitos colaterais adversos. Mas o infectologista Amato ressalta que “cada droga tem sua peculiaridade e efeitos colaterais, por isso um especialista deve orientar o tratamento”. Leishmaniose tem cura? Se tratada adequadamente, a leishmaniose pode sim ter cura. Inclusive, a leishmaniose cutânea pode até se curar espontaneamente. A situação, no entanto, é mais complicada em alguns casos em que existe depressão do sistema imune permanentemente, como indivíduos infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ou transplantados e pacientes com doenças crônicas em que necessitam utilizar medicação que compromete a imunidade. Vale lembrar também que ainda pensando na leishmaniose cutânea, as feridas podem voltar em até seis meses, mesmo com tratamento adequado. Convivendo/ Prognóstico Para ajudar no tratamento é preciso ter hábitos que ajudam o sistema imunológico como: Dormir bem Alimentar-se direito Adesão ao tratamento. Prevenção Evitar construir casas e acampamentos em áreas muito próximas à mata Fazer dedetização, quando indicada pelas autoridades de saúde Evitar banhos de rio ou de igarapé, localizado perto da mata Utilizar repelentes na pele, quando estiver em matas de áreas onde há a doença Usar mosquiteiros para dormir Usar telas protetoras em janelas e portas Manter a casa limpa: o mosquito-palha vive nas proximidades das residências, preferencialmente em lugares úmidos, mais escuros e com acúmulo de material orgânico. Ataca nas primeiras horas do dia ou ao entardecer Cuidar da saúde de seu cão, principal hospedeiro urbano da doença. Além disso, deve-se fazer uso de coleiras com princípios ativos contra mosquitos e parasitas – com efetividade de quase 100% na proteção – e vacinar o cão a partir de quatro meses de idade, com a vacina contra leishmaniose – que deve ser aplicada anualmente, contando a partir da primeira dose.
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