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Protozoologia Leishmanioses (apenas em mamífero) - Doenças do SMF, de caráter zoonótico, de ciclo heteroxênico, que acometem o homem e diversas espécies de animes silvestres e domésticos, podem se manifestar de diferentes formas clínicas: LTA – Leishmaniose Tagumentar Americana (LC, LMC, LCD) LV – Leishmaniose Visceral Agente etiológico = causador da doença Reino Protista (unicelular, eucarioto (núcleo verdadeiro)) Gênero Leishmania *flagelado, alongado, núcleo, mitocôndria. Importância das leishmanioses - OMS (1997): dentro as seis mais importantes doenças do mundo - 12-14 milhões de infectados e 350 milhões vivendo em áreas de riscos - 88 países > 21 no novo mundo e 67 no velho mundo (76 países subdesenvolvidos ou em desenvolvidos) - Incidência anual mundial > 1,5-2 milhões novos casos/ano (600 mil oficialmente notificados) No Brasil - Primeiro caso de transmissão de LT no Brasil: 1908, “úlcera de Bauru” - Primeiros casos de LV (80’s) em centro urbano: Teresinha (primeira epidemia nacional), São Luís, Natal, Fortaleza, RJ, Aracaju, Montes Claros, Sabará, BH. Atualmente a transmissão ocorre em todos os estados brasileiros. - BH é a sexta cidade com maior número de casos de LV no Brasil. - Maior incidência de morte entre crianças < 5 anos até os 19 e acima dos 60 anos. - Fatores de risco para o adoecimento: coinfecção HIV, subnutrição e etilismo. Ordem Diptera – Familia Psychodidae . Principal forma de transmissão: vetorial . Subfamília Phlebotominae . Gênero: Lutzomyia (Américas) *Apenas as fêmeas sugam o sangue, as larvas se alimentam de lodo no banheiro. Ciclo biológico terrestre: solo (pulou o slide) Sinal das picadas do vetor Lutzomuia longipalpis - eritema, não coça - Maxadilan (peptídeo vasodilatador e imunomodulador): aumenta a proliferação dos macrófagos no local da picada, inibe apresentação de antígeno e impede a ação efetora dos macrófagos. Ciclo biológico: hereroxênico - Localização dos parasitos no hospedeiro: . Forma cutânea: células fagocitárias da pele (macrófagos) . Forma visceral: células fagocitárias da pele e vísceras (baço, fígado, medula óssea, linfonodos) Outras formas de transmissão das Leishmanioses - Compartilhamento de seringas: a LV torna-se oportunista em pacientes HIV+ - Transfusão sanguínea (poucos casos comprovados no mundo): alto controle nos bancos de sangue - Congênita e acidentes laboratoriais (pulou o slide) Leishmaniose Tegumentar - Doença infecciosa, não contagiosa e zoonótica, causada por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania que acometem a pele e as mucosas. - Lesão leishmaniótica tegumentar: úlcera crostosa típica com bordos altos, fundo de cor vermelho vivo, recoberto por exsudato inflamatório. Evolução: Nódulo: epiderme intacta, forte infiltrado de macrófagos bastante parasitados no ponto inoculação dos parasitos. Progressão: necrose/ulceração - Ulceração inicial: superficial, com forte infiltrado de macrófagos parasitados. - Úlcera estabilizada, com lesão satélite: úlcera profunda, inflamação ativa na periferia, lesões satélites pouco parasitadas. - Lesão cicatrizada: leve depressão na pele, epiderme fina, fibrose dérmica (cicatriz despigmentada) e ausência de parasitos. 1 - Cutânea localizada 2 – Cutaneomucosa = mucosa - “nariz de tapir”: forma complicada de LT devido a metástase de macrófagos infectados via hematogênica ou linfática - Lesão destrutivas nas mucosas e cartilagens levando a deformação e mutilação - Mutilação nas mucosas nasal e septo, orofaringe, palato, lábios, língua, laringe. - Estima-se que 3 a 5% dos casos de LC evoluam para a lesão mucosa. - A evolução de LC para LMC ocorre após a lesão inicial, mesmo se ela estiver patente (ativa) ou não, ou então por demora na cicatrização da lesão primária ou por tratamento inadequado da LC. - Incubação: ~2-3 messes (12 meses) - Inicialmente há hiperemia, seguida de coriza persistente, ulceração, sangramento, rouquidão, tosse, febre, mal-estar. - Mau cheiro e mutilação: dificuldades na fala, na deglutição e/ou na respiração, segregação social, depressão. 3 – Cutânea Difusa - Forma disseminada cutânea, rara, que ocorre em indivíduos com deficiência na imunidade (ex: HIV+) - Lesões não ulceradas, difusas por toda a pele (metástase de macrófagos infectados via hematogênica/linfática) - Evolui por vários anos e é de difícil tratamento (encaminhar aos centros de referência) Método parasitológico direto . Coleta de material biológico para demonstração do parasito por histopatológica. . O material de biopsia pode ser utilizado para confecção de esfregaço com lâmina (por aposição), corte histológico, inoculação em cobaias ou em meios de cultura (isolamento do parasito). - A biopsia cutânea é feita com o uso de lâmina de bisturi ou com o auxilio de punch de 4 a 8mm de diâmetro. - Preferir as lesões mais recentes, geralmente mais parasitadas. - Lesão ulcerada: executar o procedimento na borda eritematosa. - Limpeza do local: com água e sabão, álcool etílico a 70% e anestesia local com lidocaína 1 ou 2%. . Nos casos de LMC: o procedimento pode ser realizado com pinça de biópsia após anestesia local. Leismaniose visceral ou Calazar - Doença infecciosa sistêmica, de evolução prolongada e diversa, debilitante, imunodepressiva, de alta letalidade se não tratada. - Visceralização de células infectadas com amastigotas para o fígado, medula óssea, baço, linfonodos, intestinos, pele, pulmões, rins etc. - Ocorre imunodepressão, reduzindo a capacidade de respostas a outros Ag e de resistência a outras doenças infecciosas (broncopneumonia, tuberculose, malária, esquistossomose etc). - Proporção infectados x doentes (Brasil) 5:1 a 18:1 Formas clínicas, patologia, sintomatologia - Período de incubação (picada infectante até a sintomatologia visceral): ~2-4 meses - Evolução aguda: evolução rápida, fatal (~40 dias: acomete principalmente em lactantes, crianças < 5, subnutridos) - Evolução crônica: evolução lenta (anos) alternando remissões e recaídas (normalmente em crianças maiores e adultos) . A sintomatologia pode ser muito variada nos pacientes: Febre irregular, baixa ou alta, de longa duração. Anemia, palidez e fraqueza Hepatoesplenomegalia Tosse seca Edema Desnutrição Hemorragias Glomerulonefrite Ulcerações intestinais Desnutrição Debilidade progressiva Infecções concomitantes Óbito ou cura Trypanosoma cruzi e doença de Chagas - Área de transmissão: sul dos Estados Unidos até o sul da américa do sul. . 7,7 milhões de infectados na área endêmica grande problema médico – social . Milhares de mortes ao ano . 28 milhões de pessoas expostas ao risco de infecções . Brasil ~4 milhões. Campanhas de controle de doenças de Chagas - Os casos novos de transmissão vetorial se devem atualmente a surtos de infecção via oral e a barbeiros silvestres que aproximam-se do peridomicilio ou mesmo entram nas casas para sugar sangue e retornam para as matas. - Não formam colônias no intradomicilio. - Início (1975-1980): prevalência média no Brasil era de 4,22% / 1977-1989: 0,14% - Último inquérito epidemiológico (2001-2008): 0,03% (baixa sororreatividade em crianças < 5 anos) (RN: região com soropositividade de 6,5% e até 10,4% em alguns locais). - 1991: Iniciativa do Cone sul (Argentina, Uruguai, Paraguai, Brasil, Chile, Peru e Bolivia): eliminação continental do Triatoma infestans, trazendo grande impacto positivo sobre as taxas de transmissão domiciliar do T. cruzi. - 70% dos chagásicos vivem atualmente nas zonas urbanas. - Não se tem dados recentes de doenças nas zonas rurais: piora após a descentralização das ações de controle para a esfera municipal. - Ainda hoje há alguns relatos de focos residuais de T. infestans em algumas localidades na Bahia (= falha na vigilância epidemiol) Mecanismos de Transmissão do T.cruzi. . Vetorial (fezes e urina): Antropofilia, endofilia, (falta uma palavra) *Vias de infecção: pele ferida, mucosas, conjuntiva. Outras: . Transfusão sanguínea . Oral (ingestão de vetor ou das fezes: penetração na mucosa oral ou via digestiva; ex: carne de caçasem cozimento) . Congênita (transplacentária) . Transplante . Acidentes de laboratório . Transmissão via fezes contaminadas com tripomastigota em pele ferida ou mucosas. Triatomíneos: insetos hematófagos . Aparelho bucal picador sugador . Hematófago . Ciclo biológico: metamorfose incompleta *Ovos – eclosão – mudas – ninfas – adultos - Ectoparasitos e vetores - Espoliação sanguínea: . perturbação do sono . irritação da pele . anemia - Vetores do Trypanosoma cruzi . Fitófago; Predador; Hemat Toxoplasmose (doença do gato) . Toxoplasma gondii . Parasito intracelular obrigatório . Infecção cosmopolita e de alta prevalência (10-75% em alguns países) . Zoonose: ciclo heteróxeno – homem, outros mamíferos e aves . Habitat: vários tecidos e células (exceto hemácia) e líquidos orgânicos . Forma graves em fetos e crianças recém-nascidas . Infecção oportunista em imunodeficientes: evolução grave em HIV positivos, transplantados e indivíduos em tratamento quimioterápico *oral e congênita: formas mais comuns de adquirir Estagios evolutivos e infectantes do T. gondii - Taquizoito – Fase aguda . Forma do parasito . Multiplica rapidamente e leva as células do hospedeiro á lise . Causa necrose e induz inflamação . Infecta vários tipos celulares (mucosa, muscular, pulmonar, sistema nervoso, cardíaco, retina, SMF.) . Encontrado dentro das células ou circulante - Bradizoito – Fase crônica . Forma de latência do parasito nos tecidos do hospedeiro . Resiste ao suco gástrico . Reproduz muito lentamente dentro das células infectadas, formando um cisto tecidual. . Persiste por décadas nos tecidos hospedeiros, sem causar inflamação. - Oocisto – Forma de resistência no meio externo . É eliminado pelo bolo fecal de felinos não imunes ao parasito e contamina o solo, água, mãos, vegetais. . Se torna infectante após ~3-5 dias nas fezes eliminadas. . Resistencia: ~12-18 meses. -Gato: hospedeiro definitivo - Homem: hospedeiro intermediário - Formas de transmissão: oral ou congênita . Felídeos . Mamiferos e aves . Oocisto esporulado no ambiente (alimentos, água, lixo, caixa de areia, disseminação por insetos) . fezes com oocistos contaminando água e alimentos . Infecção congênita do feto . Taquizottos (placenta, leite, líquidos orgânicos) . Ingestão de cisto com bradizoito na carne de porco, ovino, caprino, aves. . Oocisto não esporulado nas fezes. Principais formas clínicas da toxoplasmose: 1 – Toxoplasmose adquirida . A grande maioria dos infectados é assisntomática Casos sintomáticos: . Aumento dos linfonodos, com ou sem febre: forma + frequenre e benigna . Outros sintomas: mal-estar, mialgias, fadigas, cefaleia e anorexia . Lesão na pele e vísceras . Evolução para a cura espontânea ou para a morte - Toxoplasmose ocular: retinocoroidite (30-60% doas casos se devem a toxoplasmose) . Na fase aguda da infecção, os taquizoitos causam inflamação difusa, edema, necrose e hemorragia na retina e/ou na coroide . Na fase crônica, há lesões cicatrizadas . Visão turva, fotofobia, perda da visão central, estrabismo, catarata, nistagmo, perda parcial oi total da visão. - Toxoplasmose meningoencefálica ou cerebroespinhal: mais frequente em pacientes imunodeprimidos . Os parasitos provocam lesão focais múltiplas nas células nervosas (necrose): cefaleia, febre, rigidez de nuca, hemiparesia leve ou perda da capacidade de coordenação muscular, confusão mental, convulsões, alucinações, coma e morte; Obs.: terapia antirretroviral < casos de toxoplasmose 2 – Toxoplasmose pré-natal ou congênita: Chance de transmissão congênita: gestante na fase aguda. 1º trimestre: 10 – 15% (aborto em 10% dos casos) 2º trimestre: 30% (aborto, parto prematuro, anomalias) 3º trimestre: 60% (sadias ou os sinais aparecem após o nascimento) - Quando ocorre a transmissão: . Casos sintomáticos podem apresentar: hepatoesplenomegalia, icterícia, edema, miocardite, exantema, anemia, trombocitopenia, lesão oculares (patognomônico) - Tetrade de Sabin na toxoplasmose congênita: . Coriorretinite (90%) . Calcificação cerebrais (69%) . Perturbações neurológicas / retardamento psicomotor (60%) . Alteração do volume craniano (micro ou macrocefalia) (50%) - Diagnostico laboratorial . E recomendado interpretar a sorologia associada ao quadro clínico . Adultos: pesquisar a alteração dos títulos de anticorpos com intervalo de 2-3 semanas . em gestantes: elevação títulos de 4x = doença ativa . nos recém nascidos e criança: primeiro dia de vida, aos 30 dias, aos 3,5,8 e 12 meses. Titulos crescentes = doença No diagnóstico da toxoplasmose congênita, os testes sorológicos são feitos a partir de amostras obtidas por: . cordocentese (e observação direta do parasita ao microscópio) . sangue periférico (teste do pezinho) . teste de PCR (no líquido amniótico, placenta, sangue no cordão umbilical) *auxiliares no diagnostico clínico: ultrassonografia, tomografia do crânio. Profilaxia da toxoplasmose: . Lavar bem as mãos e os alimentos que for ingerir crus e protege-lós dos insetos . Superaquecer as carnes ou congela-las bem antes de preparar . Ferver ou pasteurizar o leite . Consumir água fervida ou filtrada . não deixar as fezes de gatos depositadas no solo; não alimenta-ló com carne crua . controle da população de gatos . substituir a areia dos parquinhos infantis por pisos . Triagem pré/pós-natal e tratamento das gestantes em fase aguda
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