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Exercício prático Leia a Ementa do acordão proferido pelo TJMG, e responda as questões abaixo: Relator(a): Des.(a) Shirley Fenzi Bertão Data de Julgamento: 12/02/0020 Data da publicação da súmula: 18/02/2020 Ementa: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - SENTENÇA ULTRA PETITA - REJEITAR - AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL - NÃO CONHECER PARCIALMENTE DO RECURSO - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS - ACIDENTE DE TRÂNSITO - RESPONSABILIDADE DO RÉU PELO ACIDENTE - SOLIDARIEDADE ENTRE O CONDUTOR E O PROPRIETÁRIO - DANO MORAL E ESTÉTICO - REDUÇÃO INDENIZAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - PENSÃO ALIMENTÍCIA - FAMÍLIA DE BAIXA RENDA - DEPENDÊNCIA ECONÔMICA PRESUMIDA - PROCEDÊNCIA - REDUÇÃO DA PENSÃO POR TER A VÍTIMA FALECIDO AOS 27 ANOS - IMPOSIBILIDADE - TERMO FINAL PARA PAGAMENTO DA PENSÃO - DATA EM QUE A VITIMA ATINGIRIA IDADE CORRESPONDENTE À EXPECTATIVA MÉDIA DE VIDA - PAGAMENTO DA PENSÃO DE FORMA MENSAL, COM CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL - DANO MATERIAL - DEDUZIR VALOR DA TABELA FIPE COM O VALOR JÁ RECEBIDO A TITULO DE SEGURO - LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ - DOLO MANIFESTO - AUSÊNCIA. - Quando da prolação da sentença, o julgador deve se ater às questões de fato e de direito que foram apresentadas pelo autor na peça de ingresso e pelo réu em sua defesa para uma completa prestação jurisdicional. Em assim não agindo, o Julgador incorre em error in procedendo, passível de nulidade por pronunciamento citra (aquém do pedido), ultra (além do requerido) e extra petita (fora do requerido). - Ausente o interesse recursal quando não for o apelante sucumbente no ponto questionado. - A alegação do primeiro réu de que teria, de fato, passado mal, e ficado inconsciente momentos, antes do acidente, se encontra completamente desacompanhada de qualquer prova, não havendo que se falar na ocorrência de caso fortuito capaz de afastar sua responsabilidade. - O proprietário do veículo e o condutor, possuem, entre si, responsabilidade solidária, por haver uma presunção de culpa do proprietário. - O proprietário ou, in casu, o responsável pelo veículo, deve responder pelos danos causados a terceiros, não podendo se eximir de sua responsabilidade solidária com aquele que conduziu o veículo no momento do evento gravoso. - Na valoração da verba indenizatória a título de danos morais, deve-se levar em conta a dupla finalidade da reparação, buscando um efeito repressivo e pedagógico e propiciar à vítima uma satisfação, sem que isto represente um enriquecimento sem causa. - A quantificação do dano estético deve ser feita com prudente arbítrio, para que não haja enriquecimento à custa do empobrecimento alheio, tampouco atribuição em valor irrisório. - Tratando-se de família de baixa renda, como é caso dos autos, consoante precedentes do Superior Tribunal de Justiça, presume-se a contribuição do filho falecido no sustento da família, já que é comum a dependência econômica entre seus membros, notadamente em razão da dificuldade da sobrevivência da família com o salário de apenas um deles. - É de se levar em consideração a realidade fática de que, aos 27 anos, a vítima ainda residia com seus pais, motivo pelo qual não há que se falar em qualquer presunção de constituição de família por parte daquela, e, consequentemente, não há que se falar em redução do valor da pensão. - A obrigação de pagamento da pensão deve perdurar até a data em que a falecida vítima atingiria a idade correspondente à expectativa média de vida do brasileiro prevista ao tempo de seu óbito, segundo a tabela do IBGE. - Não há que se falar no pagamento da pensão de uma só vez, considerando-se o escopo assistencial das parcelas mensais, de modo que sua prestação periódica é mais razoável. - É necessário impor ao réu a constituição de capital para assegurar o cumprimento da obrigação discutida, questão que constitui consectário lógico do acolhimento do pleito de pensionamento, independentemente da situação financeira do obrigado. - Para que a parte seja condenada em multa por litigância de má fé (art. 81, do CPC/2015), necessário restar evidenciado o dolo manifesto em proceder de modo temerário, conforme inteligência do art. 80, do mesmo Diploma Legal, o que não se vislumbra no presente caso. 1) Apresente o conceito de obrigações solidárias: As obrigações solidárias são aquelas compostas pela multiplicidade de sujeitos que a integram, seja no polo ativo (solidariedade ativa), seja no polo passivo (solidariedade passiva), ou em ambos (solidariedade mista), se caracterizando pela unidade objetiva da prestação. (art 264 cc) 2) Qual a modalidade de solidariedade se vislumbra no caso apresentado? Justifique. Solidariedade passiva, pois consiste na concorrência de dois ou mais devedores, cada um com o dever de prestar a dívida toda. 3) Diferencie obrigação solidária de obrigação in solidum: Nas obrigações solidárias todos os devedores, são obrigados pela totalidade da dívida e todos os credores podem cobrar a dívida toda já as obrigações in solidum é aquela em que os devedores estão vinculados pelo mesmo fato, sem que haja tecnicamente solidariedade entre elas. 4) No caso em apreço os desembargadores adotaram o entendimento técnico correto para caracterizar a obrigação como solidária? Sim 5) A decisão está de acordo com o art. 265 do Código Civil? Sim 6) Diante deste caso explique a relevância da jurisprudência no atual sistema jurídico brasileiro. A jurisprudência apresenta relevância cada vez mais acentuada no Direito. Ela pode ser entendida como o conjunto de decisões uniformes e constantes dos tribunais, proferidas para a solução judicial de conflitos, envolvendo casos semelhantes Nesse sentido, jurisprudência é “a forma de revelação do Direito” resultante do exercício da jurisdição, decorrente de uma “sucessão harmônica de decisões dos tribunais Quebrando a banca 1) Assinale a alternativa correta. (advogado) a) No caso de obrigação divisível, se um dos credores solidários falecer, cada um de seus herdeiros terá direito a exigir por inteiro o pagamento da quota do crédito pertencente ao falecido, devendo em seguida fazer o rateio entre os demais herdeiros. b) No caso de obrigação divisível, o credor poderá exigir de qualquer um de seus herdeiros o pagamento por inteiro da quota do crédito devida pelo falecido, podendo o que pagou exigir em seguida reembolso contra os demais herdeiros. c) O devedor solidário que pagar a dívida por inteiro poderá exigir contra todos e de cada um dos demais devedores o reembolso do valor total da dívida paga, abatida porém a sua quota. d) CORRETA O devedor solidário que pagar a dívida por inteiro poderá exigir de cada um dos demais devedores o reembolso do valor correspondente à quota de débito de cada um, presumindo-se iguais as partes de todos os devedores. e) Se o credor solidário perdoar a dívida por inteiro, o devedor ficará desobrigado e os demais credores nada mais poderão reclamar contra o devedor nem contra o credor remitente. 2) Há solidariedade nas obrigações quando: (cartório) I. Na mesma obrigação concorre mais de um credor com direito a toda a dívida. II. Na mesma obrigação concorre mais de um devedor obrigado à dívida toda. III. A solidariedade se presume. IV. Na mesma obrigação concorrem apenas um credor e um devedor. V. Em duas obrigações distintas concorrem o mesmo devedor e o mesmo credor. a) Somente as proposições III e IV estão corretas. b) Somente as proposições I, III e V estão corretas. c) CORRETA Somente as proposições I e II estão corretas. d) Somente as proposições II, III e IV estão corretas. e) Todas as proposições estão corretas. 3) Sobre o instituto da solidariedade, disciplinado pelo Código Civil Brasileiro, assinale a alternativa INCORRETA: (Procurador Municipal) a) O pagamento parcial feito por um dos devedorese a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até a concorrência da quantia paga ou relevada. b) INCORRETA Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente, acrescido das perdas e danos. c) Todos os devedores respondem pelos juros de mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida. d) O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro codevedor. 4) Uma das modalidades de obrigação trazida pelo Código Civil é a solidária. No caso concreto, (Procurador) a) a solidariedade se presume diante da ausência de manifestação expressa dos interessados em sentido contrário. b) CORRETA a solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. c) a solidariedade se presume diante da ausência de lei que a proíba expressamente. d) a solidariedade não se presume; decorre da natureza do objeto previsto na obrigação. 5) Danilo, Marcelino e Boris são credores solidários de João na quantia de R$ 3.000,00, sendo esta quantia exigida a partir do dia 10 de dezembro de 2017. Ocorre que, no referido dia, João encontra ao acaso com Danilo no Shopping Center e resolve sacar a quantia devida e realizar o pagamento integral para Danilo, que por sua vez não repassou aos demais credores. Considerando a situação narrada, assinale a alternativa correta. (Advogado) a) João pagou a dívida de forma errada, sendo obrigado a pagá-la novamente em relação aos demais credores. b) CORRETA João pagou a dívida de forma correta, pois se trata de obrigação solidária. c) João pagou a dívida de forma errada, pois deveria pagar somente aos três em conjunto. d) João pagou a dívida de forma correta, pois se trata de obrigação fracionária.
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