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Obrigação divisível e indivisível –
ARTS. 257 A 263
• Conceito
Obrigações divisíveis são aquelas cujo objeto pode ser
dividido entre os sujeitos. São as que admitem o
cumprimento fracionado ou parcial da prestação. (art. 257)
“Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em
obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações,
iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.”
Exemplo: A e B devem a C 20 sacos de café. Cada um 
pagará dez. (Obrigação divisível)
A e B DEVEM JUNTOS A UM SÓ CREDOR A QUANTIA DE 10 
MIL REAIS. CADA DEVEDOR PAGARÁ 5 MIL REAIS.
Nesse caso, cada credor só pode exigir a sua quota e cada devedor só 
responde pela parte respectiva (CC, art. 257).
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10712567/artigo-257-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
• As indivisíveis são as obrigações que só podem ser
cumpridas por inteiro (art. 258, CC).
“Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto
uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por
motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio
jurídico.”
A e B devem a C um caminhão, então é coisa indivisível.
(Obrigação indivisível)
• Vale lembrar o que o art. 88 do Código Civil estabelece:
“Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis 
por determinação da lei ou por vontade das partes.”
i) da natureza das coisas (material) – quando decorre da
própria natureza a prestação.
Exemplo: a entrega de um animal reprodutor;
ii) de determinação legal (jurídica) – quando decorre de
norma legal.
Exemplo: a pequena propriedade agrícola (Módulo
rural); as servidões prediais, nos termos dos art. 1.386,
do CC;
iii) por vontade das partes (convencional) – quando
estipulado em contrato.
Divisibilidade e indivisibilidade nas obrigações de dar,
fazer e não fazer:
• A obrigação de dar e fazer, dependendo da possibilidade
de fracionamento do objeto de sua prestação, tanto pode
ser divisível quanto indivisível.
• A obrigação de não fazer, em regra, é indivisível, pois não
tem como dividir uma abstenção. Mesmo que tal abstenção
seja parcial, implicará em descumprimento obrigacional.
Mas, se por exemplo, a prestação for de não caçar e não pescar,
divisível será a obrigação, por possibilitar a decomposição em duas
omissões independentes.
• Efeitos da divisibilidade e da indivisibilidade:
• Divisibilidade:
• a) Um credor e um devedor: Mesmo o objeto sendo
divisível, quando há apenas um credor e um devedor a
obrigação é indivisível (art. 314 , CC).
“Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, 
não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por 
partes, se assim não se ajustou.”
• b) Pluralidade de devedores ou credores :
Divide-se a obrigação por partes. “Concursu partes fiunt” (As
partes se satisfazem pelo rateio) (art. 257, CC).
Há presunção, no caso da obrigação divisível, de que está
repartida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos
os credores ou devedores.
• Indivisibilidade:
a) Pluralidade de devedores (concurso passivo):
Cada um é obrigado pela dívida toda e aquele que paga
fica com o direito de cobrar dos demais (art. 259, CC).
“Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não 
for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito 
do credor em relação aos outros coobrigados.”
Direito de regresso.
• b) Pluralidade de credores (concurso ativo):
Cada credor pode exigir a dívida por inteiro, mas o
devedor se desobrigará do total, ou pagando a todos ou a
um dos credores, que dará caução de ratificação
(quitação de um com o reconhecimento dos direitos dos
demais, registrada no Cartório de Notas).
Art. 260, do Código Civil de 2002:
“Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um
destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores
se desobrigarão, pagando:
I – a todos conjuntamente;
II – a um, dando este caução de ratificação dos outros
Credores”.
Ex. Se dois credores tem o direito de receber 1 carro,
cada credor poderá exigir o carro por inteiro.
Se somente 1 credor receber a obrigação indivisível, esse
deverá entregar a parte equivalente para os demais
credores. Conforme o que disciplina o artigo 261.
“Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada
um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que
lhe caiba no total.”
• Remissão da dívida por um dos credores:
• Se um dos credores perdoar sua parte na dívida, continua valendo 
para os demais credores, descontando o valor daquele que 
perdoou. 
Ex. A, B e C são credores de J. C perdoa a sua parte.
A e B ainda possuem o direito de receber, cada um, a sua cota parte.
Se o bem não for divisível, os demais credores pagarão a diferença
da cota daquele que perdoou.
Se não tiver como, vende o bem e resolve a obrigação (art. 262, CC).
“Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não 
ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, 
descontada a quota do credor remitente.”
• Perecimento da obrigação por culpa do devedor
Em caso de culpa do devedor, resolve -se a obrigação mais
perdas e danos. Pagam-se as perdas e danos apenas o
culpado, ou, caso todos sejam culpados, divide -se entre
eles.
Por isso, perde a qualidade de indivisível a obrigação que se
resolver em perdas e danos, em caso de perecimento com
culpa do devedor (art. 263, CC).
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS - ARTS. 264 A 
285, DO CC/2002
• Conceito 
O conceito de obrigação solidária está explicitado no art. 264
do Código Civil e afirma que existe solidariedade quando na
mesma relação jurídica obrigacional, concorre mais de um
credor (solidariedademais de devedor (solidariedade
passiva), ativa), ou sendo cada um, com direito, ou
obrigado, à dívida toda.
Desta forma, a obrigação é solidária quando há vários
devedores e cada um responde pela dívida inteira, como
se fosse o único devedor.
Se a pluralidade for de credores, pela exegese do art. 264,
CC, pode qualquer deles exigir a prestação integral,
como se fosse o único credor.
Atenção:
• A solidariedade não se presume. Pode a obrigação solidária
resultar da lei ou da vontade das partes (contrato) (art. 265,
CC/2002).
Exemplos de obrigações solidárias previstas em lei:
• Solidariedade entre representante e representado (art. 149,
CC/2002);
• Cedente e cessionário (art. 1.146, CC/2002);
• Fiadores (art. 829, CC/2002);
• Gestores (art. 867, parágrafo único, CC/2002);
• Autores da ofensa (art. 942, CC/2002);
• Sócios (arts. 990, 993, 1.039, 1.045 seg., CC/2002);
• Administradores de sociedade (arts. 1.009, 1.012, 1.016
seg., CC/2002);
• Cônjuges (art. 1.6 44, CC/2002);
• Testamenteiros (art. 1.986, CC/2002) etc.
• Características das obrigações solidárias:
a) Pluralidade de credores, de devedores ou de uns e de
outros;
b) Integralidade da prestação;
c) Corresponsabilidade dos interessados.
• Espécies de obrigações solidárias:
a) Obrigação solidária ativa: se existe mais de um credor;
b) Obrigação solidária passiva: quando há pluralidade de
devedores.
• Diferenças entre solidariedade e indivisibilidade:
a) Na obrigação solidária, a indivisibilidade do objeto é
condição de sua própria existência, seja ou não,
naturalmente divisível esse objeto.
b) Na obrigação indivisível (indivisibilidade) a coisa não
pode ser dividida, ou porque apresenta natureza
insusceptível de divisão, ou porque a vontade das partes a
torna indivisível, ou porque a lei cria a indivisibilidade em
face do objeto.
c) Na obrigação indivisível, perde a qualidade de indivisível
a obrigação que se resolver em perdas e danos (art. 263,
CC).
d) Na solidariedade, isto não ocorre, pois cada devedor
continuará responsável pelo pagamento integral do
equivalente em dinheiro do objeto perecido. Vale dizer, naobrigação solidária, convertendo -se a obrigação em perdas
e danos, subsiste a solidariedade continuando indivisível o
objeto (arts. 271 e 279, CC/2002)
c) A solidariedade origina-se de uma relação jurídica
subjetiva, com base na pessoas, nos sujeitos dessa mesma
relação – credores e devedores.
A indivisibilidade surge de uma relação objetiva,
relacionando-se com a unidade do objeto, que integra a
prestação.
Solidariedade ativa
Conceito: Solidariedade ativa é a relação jurídica por meio
da qual concorrem dois ou mais credores, podendo qualquer
deles receber integralmente a prestação devida (art. 267,
CC/2002).
Preleciona Fábio Ulhoa Coelho, que nesta espécie de
solidariedade “o polo credor da relação obrigacional é
ocupado por vários sujeitos, sendo que cada um deles tem o
direito de exigir do devedor o cumprimento da obrigação por
inteiro”.
• Efeitos: 
a) O devedor libera -se pagando a qualquer dos credores, que,
por sua vez, pagará aos demais a quota de cada um.
b) Enquanto algum dos credores solidários não demandar o
devedor comum, a qualquer deles poderá este pagar (art. 268,
CC). Cessa esse direito, porém, se um deles já ingressou em
juízo com ação de cobrança, pois só a ele o pagamento pode ser
efetuado.
c) O pagamento feito a um dos credores solidários extingue
a dívida até o montante do que foi pago (art. 269, CC).
d) Convertendo-se a prestação em perdas e da nos,
subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade (art. 271,
CC).
e) O credor que tiver remitido a dívida, ou recebido o
pagamento, responderá aos outros pela parte que lhe s
caiba (art. 272, CC), podendo ser convencido em ação
regressiva por estes movida.
• Solidariedade passiva
Conceito: A solidariedade passiva ocorre quando há dois ou
mais devedores, na mesma relação jurídica, cada um com
dever de prestar a dívida toda, ou seja, todo o objeto da
prestação.
Os devedores são solidários. Dois ou mais devedores são
obrigados pela inteira prestação, isto é, por toda a dívida,
ainda que seja ela divisível.
O art. 275, do Código Civil, estabelece que, na solidariedade
passiva, o credor tem o direito de exigir e receber de um, de
alguns ou de todos o s devedores, parcial ou totalmente, a
dívida comum.
A solidariedade passiva não se presume, ela te m que estar
expressa, ou pela vontade das partes ou pela lei (art. 275,
CC).
• Efeitos:
a) Alteração posterior de contrato – Qualquer alteração
posterior do contrato, estipulada entre um dos devedores
solidários e o credor, que venha a agravar a situação dos
demais, só terá validade se for efetivada com a
concordância destes (art. 278, CC).
b) Impossibilidade da prestação – no caso de a p restação
se tornar impossível por culpa de um dos devedores solidá
rios, o credor terá direito a o equivalente mais perdas e
danos, como em qualquer obrigação. Pelo equivalente,
responderão todos os devedores solidários, mas pelas
perdas e danos, apenas o devedor culpado pela perda da
prestação (art. 279, CC). Se for sem culpa resolve-se a
obrigação.
Exemplo:
Sebastião e Maria Helena venderam a Geraldo o último
frasco de sêmen disponível de um famoso touro
reprodutor já falecido e obrigaram-se solidariamente
pela entrega. O preço foi totalmente pago de forma
antecipada. Porém, a coisa se perdeu antes da execução
da obrigação por culpa exclusiva de Sebastião.
Neste caso, Geraldo poderá cobrar o valor da prestação
perdida (valor pago pelo sêmen) de qualquer um dos
devedores solidários, mas só poderá cobrar a indenização
de Sebastião.
Ainda, vale lembrar, que se Sebastião pagar a Geraldo,
poderá, em regresso, cobrar a metade do valor da prestação
de Maria Helena, mas nada do que tiver pago a título de
perdas e danos.
E se houver atraso na entrega?
Se a prestação não restou impossível, mas houve mora na
entrega ao credor, todos são responsáveis pela prestação,
mas somente o responsável pelo atraso responde pelos
juros de mora (art. 280, CC).
• c) Falecimento de um dos devedores solidários – o espólio
é responsável pela parte do devedor falecido, sendo que a
obrigação passa a ser divisível pelos herdeiros (credores
do espólio) (art. 276, CC).
• d) Defesas do devedor solidário –em caso de demanda
(ação judicial), o devedor só pode utilizar para se defender
matéria relativa a ele ou a todos, não podendo utilizar-se
de defesa de outro (art. 281, CC).
e) Extinção da solidariedade pela renúncia – É permitido ao
credor, sem abrir mão de seu crédito, “renunciar à
solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os
devedores” (art. 282, CC).
f) Quota do insolvente – O devedor que satisfaz a dívida por
inteiro tem direito a exigir de cada um dos codevedores a
sua quota, dividindo -se igualmente por todos a do
insolvente, se houver, presumindo -se iguais, no débito, as
partes de todos os codevedores (art. 283, CC). Vide art. 284,
CC
Em outros termos, o devedor que cumpre (voluntária ou
forçadamente) a obrigação tem direito de cobrar, em
regresso, dos demais devedores solidários.
Exemplo: Se A, B e C são de vedores solidários de R$
300,00 a D, aquele que pagar o credor pode
regressivamente cobrar R$ 100,00 de cada um dos
outros (codevedores).
Desta forma, perante o credor os devedores respondem
sempre pela totalidade da dívida, em razão da solidariedade,
mas, entre eles, dá -se o rateio (relação interna da
solidariedade).
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
Haverá transmissão da obrigação quando houver uma
substituição subjetiva em seus polos, ou seja, uma troca de
devedor ou de credor.
São modalidades de transmissão das obrigações:
• Cessão de crédito (artigo 286 ao 298): 
Há uma substituição no polo ativo.
• Assunção de dívida (artigo 299 ao 303):
Na assunção de dívida há uma substituição no polo
passivo.
CESSÃO DE CRÉDITO
286 A 298 C.C
Conceito: “Cessão de crédito é negócio jurídico bilateral,
pelo qual o credor transfere a outrem seus direitos na
relação obrigacional” (Carlos Roberto Gonçalves).
Leitura do artigo 286 c.c
Quando é possível ceder crédito?
TIPOS DE CRÉDITOS QUE PODEM SER 
TRANSFERIDOS
REGRA: Todos
EXCEÇÃO:
• créditos alimentícios (ex: pensão, salário), afinal, tais créditos são
inalienáveis e personalíssimos, estando ligados à sobrevivência das
pessoas.
• Também os créditos penhorados (298 – vocês vão estudar penhora
em processo civil) e o crédito do órfão pelo tutor (1749, III).
• Tipos de cessão de crédito:
Onerosa: Ex. A deve para B a quantia de 100 reais para pagar
daqui 6 meses. C se oferece para adquirir esse crédito contra A
por 80 reais, pagando a vista. Prática comum em descontos de
cheques pré-datados.
• Gratuita – Doação
• Convencional – as partes estipulam em contrato
• Legal - procede de uma determinação normativa como por exemplo
cessão de credito resultante da fiança. Fiador que pagou
integralmente a dívida, ficando sub-rogado nos direitos do credor (CC,
art. 831).
• Judicial - procede de uma decisão do juiz.
A cessão do crédito independe da concordância do
devedor.
Entretanto, a lei exige a notificação da cessão, para que
ele não pague à pessoa errada.
E se não houver notificação do devedor?
Caso o devedor não seja notificado e pague de boa-fé ao
antigo credor, ele estará desobrigado, só restando ao
verdadeiro credor cobrar do cedente, que indevidamente
recebeu o pagamento.
A cessão não tem efeito contra o devedor.
Em regra, o cedente não responde pela solvência do
devedor, ou seja, caso o cessionário não consiga receber o
crédito em razão da insolvência do devedor, não
poderá cobrar a dívida do cedente.
• No entanto, responderá se vier expresso no contrato.
EXEMPLO: A cede o crédito que possui com B a C. A
realiza o contrato de cessão de crédito com C e apenas
notifica B que, quando do vencimento da dívida, deverá
pagar a C.
Assim:
Quando o cedente não responde pela solvência do devedor, 
a cessão é chamada de cessão de crédito pro soluto;
Quando o cedente responde pela solvência do devedor, é 
chamada de cessão de crédito pro solvendo.
Embora o cedente, em regra, nãoresponda pela solvência
do devedor, ele responde pela existência do crédito, ou
seja, se ceder um crédito que não existe, aí sim poderá
ser cobrado pelo cessionário.
O cedente responderá pela existência do crédito tendo o
cedido gratuita ou onerosamente.
Se ceder de forma onerosa, responderá tendo agido de má-
fé ou até mesmo de boa-fé, pois recebeu pela cessão,
devolvendo o valor auferido.
No entanto, na cessão gratuita, como nada recebeu em
troca, só responderá se tiver procedido de má-fé, ou
seja, se sabia da inexistência do credito que cedeu.
Na cessão de crédito vigora o princípio da oponibilidade 
das exceções pessoais contra terceiros. 
O que significa isso?
Significa que, quando o cessionário cobrar a dívida do
devedor, este poderá se defender alegando as defesas
pessoais que cabiam contra o cedente (art. 294 do CC).
Exemplo: o devedor comprou um carro usado do credor,
mas não vai pagar porque apresentou vício redibitório.
Só que o credor cedeu o crédito a um terceiro, que é
quem cobra a dívida.
O devedor poderá se defender contra o cessionário
alegando o vício redibitório, mesmo sendo uma defesa
pessoal contra o cedente.
• Ex. A (credor), mediante coação, fez nascer um crédito contra 
B (devedor). A transfere esse crédito para C. B pode alegar a 
coação do negócio contra o cessionário C?
• Sim, pois o devedor pode alegar TODAS AS DEFESAS que ele 
tinha em relação ao cedente, contra o terceiro (cessionário).
FIXAÇÃO CESSÃO
1- A respeito da cessão de crédito no direito civil brasileiro, assinale a
alternativa correta.
A- O direito brasileiro não tolera a cessão de crédito para terceiros.
B- Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito não são
abrangidos os respectivos acessórios.
C- De regra, o cedente responde perante o cessionário pela solvência 
do devedor.
D- O devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao 
credor primitivo fica desobrigado.
2- Caso não ocorra a notificação do devedor em uma cessão de 
crédito, pode-se afirmar que:
A- O devedor não deverá realizar o pagamento até ser notificado;
B- O devedor que pagar para o credor primitivo ainda ficará vinculado 
ao credor atual;
C- Conforme o artigo 292 a dívida do devedor que não foi notificado da 
cessão de crédito deverá ser extinta;
D- O devedor que não foi notificado da cessão e pagar para o credor 
primitivo, estará desobrigado da dívida. 
3- Responda com VERDADEIRO ou FALSO para a seguinte expressão:
A cessão do crédito independe da concordância do devedor.
( ) verdadeiro ( ) falso
ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
ART 299 – 303 C.C
A assunção de dívida se caracteriza pela substituição no
polo passivo da obrigação, havendo uma troca de
devedores.
A assunção de dívida, na concepção de Pablo Stolze:
“cuida-se de uma transferência debitória, com mudanças
subjetivas na relação obrigacional.”
A lei permite que terceiro assuma a dívida do devedor, mas exige a
concordância expressa do credor.
É preciso consulta-se o devedor antigo?
Não. O objetivo é satisfazer o interesse do credor. Cumprindo-se a
obrigação, está tudo em ordem.
Não há necessidade de consultar o devedor antigo ou de formar
acordo — basta a manifestação de vontade do novo devedor.
E se o credor ficar em silêncio quanto ao pedido de
assunção de dívida?
“Pode-se estipular, judicialmente ou extra judicialmente,
prazo ao credor para que anua na cessão do débito,
interpretando seu silêncio, durante tal lapso temporal (na
praxe – 15 a 30 dias), como recusa na substituição do antigo
devedor pelo terceiro.” (Maria Helena Diniz)
A assunção de dívida pode ser:
• por delegação (com consentimento do devedor)
• por expromissão (sem consentimento do devedor).
O terceiro que assume a obrigação é chamado de assuntor.
Quando o terceiro assume a obrigação, o devedor primitivo
está exonerado, pois deixou de ser o devedor.
Todavia, há um caso em que o devedor primitivo não
estará exonerado, podendo ser cobrado pelo credor:
Se a cessão foi feita a quem é insolvente e o credor a
aceitou por não saber do fato.
FIXAÇÃO ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
1- Analise as afirmativas a seguir, relativas à transmissão das 
obrigações.
I. A assunção de dívida por expromissão é concretizada quando
terceiro assume espontaneamente a dívida, não participando o
devedor originário da operação.
II. II. Como regra geral, não havendo manifestação expressa, a cessão
de crédito dá-se na modalidade pro soluto, isto é, o cedente não
responde pela solvência pelo devedor.
• III. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, sem o 
consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor 
primitivo.
2- A transmissão das obrigações pode se dar de duas maneiras: por
meio de cessão de crédito ou por meio de assunção de dívida. Sobre
os institutos, é correto afirmar que
A- a assunção de dívida é a transferência ativa da obrigação que o
credor faz a outrem de deus direitos.
B- a assunção de dívida necessita de consentimento expresso do
credor, sendo o seu silêncio interpretado como recusa.
C- em regra, a cessão de crédito corresponde apenas à obrigação
principal.
D- na cessão de crédito, salvo estipulação em contrário, o cedente 
responde pela solvência do devedor.
E- o novo devedor, na assunção de dívida, pode opor ao credor as 
exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo.
OUTRAS MODALIDADES DE 
PAGAMENTO
AULA 10
18.05.2020
PREVISÃO DE INÍCIO: 19:10
DA CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
Art 334 c.c.
• Conceito:
É um modo indireto extintivo de uma obrigação, onde o devedor,
voluntariamente, realiza um depósito, satisfazendo o interesse
do credor. Sempre será pela forma de depósito.
• “Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o
depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa
devida, nos casos e forma legais”.
• Natureza
Material, ou seja, tratado pelo direito civil, e ainda processual,
ou seja, para que alguém deixe em depósito um pagamento
(dinheiro, bem móvel ou imóvel), é preciso uma AÇÃO DE
CONSIGNAÇÃO DE PAGAMENTO.
É um ato do devedor!
• Objeto
É somente uma modalidade da obrigação de dar.
• Anuência do credor
Do mesmo modo que o devedor tem o direito de se ver livre
da obrigação, pagando os seus débitos, o credor tem o
direito de não anuir, caso o devedor queira pagar valor
que está em desacordo com o entendimento entre as
partes. Daí nasce o pagamento em consignação para o
devedor não incorrer em mora.
• Hipóteses de pagamento em consignação
Previstas no artigo 335 do código civil:
“Art. 335. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar
receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no
lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido,
declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso
perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente
receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento
• Levantamento em depósito
Enquanto o credor não for citado para se manifestar em relação
ao depósito ou não impugná-lo, o devedor pode se retratar
sobre o valor que ele consignou.
“Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito,
ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento,
pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação
para todas as consequências de direito”.
• O depósito poderá ser:
Extrajudicial – valor em espécie depositado no banco
oficial que fica instalado no prédio do fórum. Art. 530, §
1º do NCPC – 10 dias para a recusa.
Transcorrido o prazo sem maniestação, o devedor fica
liberado da dívida
Havendo recusa do depósito pelo credor, o devedor
poderá mover, dentro de 1 mês, ação de consignação.
Judicial – por meio de ação de consignação em
pagamento. Art. 334 C.C
• Despesas quanto ao depósito
Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado
procedente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário,
à contado devedor.
• Aceite do depósito
Aceitando o credor o depósito consignado, ocorrerá então o
pagamento, exonerando o devedor da obrigação.
Ex. Ex. João alugou sua casa para Antônio. Na
data do recebimento do aluguel João recusou o
recebimento por discordar do valor pago.
Antônio, para não incorrer em mora e não sofrer
ação de despejo por acumulação de prestações,
poderá pagar em consignação.
FIXAÇÃO CONSIGNAÇÃO
1- Nas consignações em pagamento, o ato de depósito 
efetuado pelo devedor faz cessar:
A. Os riscos, mas os juros da dívida continuam a correr até a 
declaração de aceitação do credor.
B. Os riscos e os juros da dívida, podendo o devedor requerer o 
levantamento do depósito mesmo após a aceitação do credor.
C. Os juros da dívida e impede o levantamento do valor
depositado pelo devedor até que seja aceito ou impugnado pelo
credor.
D. Os riscos e os juros da dívida; uma vez declarada a aceitação
pelo credor, o depósito não mais pode ser levantado pelo
devedor.
IMPUTAÇÃO AO PAGAMENTO ARTS. 352
• Conceito
Ocorre quando há mais de uma dívida, de igual
natureza, entre os mesmos credores e devedores.
Esse direito de imputar (especificar o pagamento) é do
devedor.
Ex. Joana deve ao Banco X.
Ela de 2 mil reais de cheque especial; deve 2 mil reais de
financiamento e deve também 2 mil reais de crédito
consignado, totalizando 6 mil reais que serão cobrados
todos no dia 15 de novembro.
Joana percebe que só terá 2 mil reais para saldar suas
dívidas.
Pergunta-se:
Qual das contas Joana irá pagar?
Joana terá a faculdade de escolher qual conta irá pagar.
Joana irá imputar o pagamento à dívida que mais lhe for
vantajosa quitar.
Nesse caso, será necessário que o devedor, ao oferecer a
prestação em pagamento, identifique qual dívida está
sendo paga naquele momento.
Entretanto, se o devedor não exercer o seu direito de
imputar, passará a ser do credor, que o exercerá por meio de
declaração na quitação.
E se o credor não escolher? Art. 335
“Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a
quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas
dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas
forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a
imputação far-se-á na mais onerosa”.
FIXAÇÃO IMPUTAÇÃO AO 
PAGAMENTO
1- Entende-se por imputação do pagamento:
A. o direito do terceiro que efetua pagamento em benefício
do devedor.
B. a liquidação de dívida realizada por meio de consignação
extrajudicial.
C. a substituição de dívida antiga por nova dívida.
D. o pagamento realizado por um dos devedores solidários em
benefício dos demais.
E. a indicação, pelo devedor, acerca de qual débito está
pagando.
DAÇÃO EM PAGAMENTO
ART. 356
• Conceito
É quando o credor e o devedor acordam que a prestação do
pagamento será aquela diferente do que foi pactuada quando da
criação do negócio jurídico entre as partes
A dação em pagamento é uma exceção ao que está disposto
no artigo 313 do código civil, vejamos:
“Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da
que lhe é devida, ainda que mais valiosa”.
• Efeito
A dação em pagamento tem efeito liberatório em relação
ao devedor, ou seja, extingue a obrigação igualmente na
forma do pagamento direto.
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação
diversa da que lhe é devida
• O que pode ser dado em pagamento?
Qualquer bem ou serviço que seja equivalente ao valor da
obrigação.
Ex. João deve a quantia de 3 mil reais a Pedro para
pagar no dia 10 de setembro de 2019. Na data
combinada, João oferece sua moto como forma de
pagamento.
• Elementos para a constituição da dação em
pagamento
• Que exista uma dívida
• O credor tem que dar a anuência ( de todas as formas)
• Diversidade de prestação (objetos diferentes)
• Defeito da coisa dada
Havendo defeito da coisa dada em pagamento, a quitação
ficará sem efeito nenhum.
“Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em
pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando
sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de
terceiros”.
1- Ocorre a dação em pagamento quando:
A. o credor, com o consentimento do devedor, voluntariamente
abre mão de seus direitos de crédito, extinguindo a relação
obrigacional.
B. o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e
substituir a anterior.
C. novo devedor sucede o antigo, ficando este quite com o
credor.
D. outro credor, em virtude de obrigação nova, é substituído ao
antigo, ficando o devedor quite com este.
E. o credor consente em receber prestação diversa da que lhe é
devida. ART. 356
DA NOVAÇÃO
ART. 360 DO CÓDIGO CIVIL
• Conceito
• Criação de uma nova obrigação para extinguir uma
outra obrigação anterior.
• Efeitos
• Cria uma nova obrigação
• Extingue obrigação já existente
• Natureza:
Contratual. Depende da manifestação das partes –
animus novandi.
O credor adquiri um outro direito de crédito, mas não há a
satisfação da obrigação, ou seja, o pagamento!
• Espécies de novação
• Objetiva:
Há novação no objeto da obrigação.
Ex. A realiza um negócio jurídico com B e firmam contrato no
valor de 5 mil reais e a forma de pagamento nesse contrato
primitivo é em espécie (dinheiro) para 90 dias.
A não consegue vender sua motocicleta que é avaliada
também em 5 mil reais e pede para B para realizarem um
novo contrato com forma de pagamento diferente, por meio
da motocicleta. B aceita e cria-se, então, uma nova
obrigação (em relação ao objeto).
• Subjetiva:
Mudança das partes, podendo ser ativa ou passiva (cessão
de crédito ou assunção de dívida).
Realiza-se um novo contrato com partes diferentes
Mista
Quando ocorre novação tanto em relação ao objeto quanto
em relação às partes.
RESPONSABILIDADE CIVIL
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
• Conceito
O dever que o causador de um malefício tem de reparar os
danos provocados numa situação em que determinada
pessoa sofreu prejuízos como consequência do ato
praticado por terceiro, restaurando o equilíbrio presente
antes, ou seja, reestabelecendo o status quo ante.
• Função da Responsabilidade Civil
É não deixar a vítima de atos ilícitos sem ressarcimento, isso
quer dizer, sem reparação, de forma a restaurar seu
equilíbrio moral ou patrimonial.
• Distinção entre obrigação e responsabilidade
A obrigação é o vínculo jurídico que confere ao credor
(sujeito ativo) o direito de exigir do devedor (sujeito passivo)
o cumprimento de determinada prestação.
A obrigação nasce de diversas fontes e deve ser cumprida
livre e espontaneamente.
Já a responsabilidade é, pois, a consequência jurídica
patrimonial do descumprimento da relação obrigacional.
Obrigação “é sempre um dever jurídico originário;
responsabilidade é um dever jurídico sucessivo,
consequente à violação do primeiro
Ex. Se alguém se compromete a prestar serviços
profissionais a outrem, assume uma obrigação, um dever
jurídico originário.
Se não cumprir a obrigação (deixar de prestar os serviços),
violará o dever jurídico originário, surgindo daí a
responsabilidade, o dever de compor o prejuízo causado
pelo não cumprimento da obrigação.
• Culpa e responsabilidade
O art. 186 do Código Civil pressupõe sempre a existência de
culpa lato sensu, que abrange o dolo (pleno conhecimento
do mal e perfeita intenção de praticá-lo), e a culpa stricto
sensu ou aquiliana (violação de um dever que o agente
podia conhecer e observar, segundo os padrões de
comportamento médio).
culpa
Lato sensu - DOLO
Stricto sensu - IMPRUDÊNCIA
- IMPERÍCIA
- NEGLIGÊNCIA
Atenção!
A culpa não se presume e deve ser apurada no exame de
cada caso concreto.
• Imputabilidade e responsabilidade
Pressupõe o art. 186 do Código Civil o elemento
imputabilidade, ou seja, a existência, no agente, da livre-
determinação de vontade.
Para que alguém pratique um ato ilícito e seja obrigado a
reparar o dano causado,é necessário que tenha capacidade
de discernimento
• Espécies de responsabilidades
Civil: Na responsabilidade civil, o interesse diretamente lesado
é o privado. O prejudicado poderá pleitear ou não a reparação.
Ex. Quando ocorre uma colisão de veículos, por exemplo, o
fato pode acarretar a responsabilidade civil do culpado, que
será obrigado a pagar as despesas com o conserto do outro
veículo e todos os danos causados.
Penal: No caso da responsabilidade penal, o agente
infringe uma norma de direito público.
O interesse lesado é o da sociedade!
Ex. No exemplo da colisão do carro, se o agente causou
ferimentos em alguém e se configurou o crime do
art. 129, § 6º, ou o do art. 121, § 3º, do Código Penal
• Responsabilidade contratual e extracontratual
Contratual: Uma pessoa pode causar prejuízo a outrem por
descumprir uma obrigação contratual.
Exemplo: quem toma um ônibus tacitamente celebra um
contrato, chamado contrato de adesão, com a empresa de
transporte.
A empresa, implicitamente, assume a obrigação de conduzir
o passageiro ao seu destino, são e salvo.
Se, no trajeto, ocorre um acidente e o passageiro fica ferido,
dá-se o inadimplemento contratual, que acarreta a
responsabilidade de indenizar as perdas e danos, nos
termos do art. 389 do Código Civil.
“Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por
perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo
índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de
advogado.”
Extracontratual: Quando a responsabilidade não deriva de
contrato, diz-se que ela é extracontratual.
Nesse caso, aplica-se o disposto no art. 186 do Código Civil.
Sendo: Todo aquele que causa dano a outrem, por culpa em
sentido estrito ou dolo, fica obrigado a repará-lo.
É a responsabilidade derivada de ilícito extracontratual,
também chamada aquiliana.
• Responsabilidade Subjetiva e Objetiva
Subjetiva: é o tipo de responsabilidade quando se esteia na
ideia de culpa. A prova da culpa do agente passa a ser
pressuposto necessário do dano indenizável.
Nessa concepção, a responsabilidade do causador do dano
somente se configura se agiu com dolo ou culpa.
Objetiva: A lei impõe, entretanto, a certas pessoas, em
determinadas situações, a reparação de um dano
cometido, independentemente de culpa.
Uma das teorias que procuram justificar a responsabilidade
objetiva é a teoria do risco.
Para essa teoria, toda pessoa que exerce alguma
atividade cria um risco de dano para terceiros; e deve
ser obrigada a repará-lo, ainda que sua conduta seja
isenta de culpa.
Ex. “Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá
o dano por este causado, se não provar culpa da vítima
ou força maior.”
• Pressupostos da responsabilidade civil
A análise do artigo 186 do código civil evidencia que quatro
são os elementos essenciais da responsabilidade civil:
• ação ou omissão;
• culpa ou dolo do agente;
• relação de causalidade;
• o dano experimentado pela vítima.
• Ação ou omissão
Inicialmente, refere-se a lei a qualquer pessoa que, por ação
ou omissão, venha a causar dano a outrem. A
responsabilidade pode derivar:
a) de ato próprio; 
b) de ato de terceiro que esteja sob a guarda do agente;
c) de danos causados por coisas e animais que lhe 
pertençam.
• Ato próprio: O Código prevê a responsabilidade por ato
próprio, nos casos de calúnia, difamação e injúria; de
demanda de pagamento de dívida não vencida ou já
paga; de abuso de direito.
• Ato de terceiro: ocorre nos casos de danos causados
pelos filhos, tutelados e curatelados, ficando
responsáveis pela reparação os pais, tutores e
curadores.
• Danos causados por animais e coisas: A responsabilidade
por danos causados por animais e coisas que estejam sob
a guarda do agente é, em regra, objetiva: independe de
prova de culpa.
Isso se deve ao aumento do número de acidentes e de
vítimas, que não devem ficar irressarcidas, decorrente do
grande desenvolvimento da indústria de máquinas.
• Culpa ou dolo do agente: O dolo consiste na vontade de
cometer uma violação de direito, e a culpa, na falta de
diligência.
olo, portanto, é a violação deliberada, consciente, intencional do
dever jurídico.
Ao compulsar o artigo 186 do código civil, pode-se extrair os
seguintes elementos ou pressupostos gerais da
responsabilidade civil:
a) conduta humana (positiva ou negativa);
b) b) dano ou prejuízo;
c) c) o nexo de causalidade.
A conduta humana: primeiro elemento da
responsabilidade civil
A ação (ou omissão) humana voluntária é pressuposto
necessário para a configuração da responsabilidade civil.
Trata-se, em outras palavras, da conduta humana, positiva ou
negativa (omissão), guiada pela vontade do agente, que
desemboca no dano ou prejuízo.
O núcleo fundamental, portanto, da noção de conduta humana é
a voluntariedade, que resulta exatamente da liberdade de
escolha do agente imputável, com discernimento necessário
para ter consciência daquilo que faz.
Ex. Um sujeito que, apreciando um raríssimo pergaminho do
século III, sofre uma micro-hemorragia nasal e,
involuntariamente, espirra, danificando seriamente o
manuscrito.
Vê-se, portanto, que sem o condão da voluntariedade não há
que se falar em ação humana, e, muito menos, em
responsabilidade civil.
• Classificação da conduta humana
A depender da forma pela qual a ação humana voluntária se 
manifesta, poderemos classificá-la em:
a) positiva;
b) b) negativa. 
Dano ou prejuízo
Indispensável a existência de dano ou prejuízo para a
configuração da responsabilidade civil.
Mesmo em se tratando de responsabilidade contratual, o
comportamento da parte inadimplente que deixa de cumprir a
obrigação convencionada carrega em si a presunção de dano
Poderíamos afirmar que, seja qual for a espécie de
responsabilidade sob exame (contratual ou extracontratual,
objetiva ou subjetiva), o dano é requisito indispensável para a
sua configuração, qual seja, sua pedra de toque.
• Requisitos do dano indenizável
Para que o dano seja efetivamente reparável (indenizável —
hipótese mais frequente e, por isso, usada normalmente como
gênero — ou compensável), é necessária a conjugação dos
seguintes requisitos mínimos:
a) a violação de um interesse jurídico patrimonial ou
extrapatrimonial de uma pessoa física ou jurídica;
b) certeza do dano
a) nexo de causalidade
Espécies de dano:
• Patrimonial
• Moral
• estético
• Dano patrimonial
O dano patrimonial traduz lesão aos bens e direitos
economicamente apreciáveis do seu titular.
Ainda, porém, no que tange especificamente ao dano patrimonial
ou material, convém o analisarmos sob dois aspectos:
a) o dano emergente
b) os lucros cessantes
Exemplo:
Um indivíduo, guiando imprudentemente o seu veículo, abalroa
um táxi que estava corretamente estacionado.
Em tal hipótese, o causador do dano, por sua atuação ilícita,
será obrigado ao indenizar a vítima, pagando-lhe as perdas e
danos, que compreenderão, conforme já vimos, o dano
emergente (correspondente ao efetivo prejuízo material do
veículo — carroceria danificada, espelhos laterais
quebrados, danos à pintura etc.), e os lucros cessantes
(referentes aos valores a que faria jus o taxista durante todo
o tempo em que o seu veículo ficou parado, em conserto na
oficina)”
Sendo assim, claro está que o dano emergente e os lucros
cessantes devem ser devidamente comprovados na ação
indenizatória ajuizada contra o agente causador do dano.
Nesse sentido, firmou entendimento a 1.ª Turma do Superior
Tribunal de Justiça, em sede de Recurso Especial, julgado em
23-5-1994, RSTJ, 63/251, em acórdão da lavra do ilustre Min.
Demócrito Reinaldo:
“Para viabilizar a procedência da ação de ressarcimento de prejuízos, a
prova da existência do dano efetivamente configurado é pressuposto
essencial e indispensável. Ainda mesmo que se comprove a violação de
um dever jurídico, e que tenha existido culpa ou dolo por parte do
infrator, nenhuma indenização será devida, desde que, dela, não tenha
decorrido prejuízo. A satisfação pela via judicial,de prejuízo inexistente,
implicaria, em relação à parte adversa, em enriquecimento sem causa. O
pressuposto da reparação civil está, não só na configuração da conduta
‘contra jus’, mas, também, na prova efetiva do ônus, já que se não repõe
dano hipotético”.
Ainda sobre os lucros cessantes, a recente jurisprudência do
STJ continua sendo rígida quanto à necessidade de o julgador
utilizar o bom senso para aferir a sua configuração, consoante se
pode perceber da leitura deste trecho de acórdão da lavra do
culto Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, no REsp 320417/RJ, DJ
de 20-5-2002:
“A expressão ‘o que razoavelmente deixou de lucrar’, constante
do art. 1.059 do Código Civil, deve ser interpretada no sentido de
que, até prova em contrário, se admite que o credor haveria de
lucrar aquilo que o bom senso diz que obteria, existindo a
presunção de que os fatos se desenrolariam dentro do seu curso
normal, tendo em vista os antecedentes”.
• Dano moral
O dano moral consiste na lesão de direitos cujo conteúdo não é
pecuniário, nem comercialmente redutível a dinheiro.
O dano moral se subdivide em:
• Direto
• Indireto
• Reparação do dano moral
A reparação, no caso de dano moral, reside no pagamento de
uma soma pecuniária, arbitrada judicialmente, com o objetivo de
possibilitar ao lesado uma satisfação compensatória pelo dano
sofrido, atenuando, em parte, as consequências da lesão.
É o que disciplina o artigo 944 do código civil:
“A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo
único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a
indenização” (grifos nossos).
• Dano estético
O dano estético agride a pessoa em sua autoestima e também
pode ter reflexos em sua saúde e integridade física.
Porém é importante ressaltar que, para essa modalidade de
responsabilização, as lesões verificadas na aparência da vítima
devem ser permanentes.
• Da cumulação de reparações (patrimonial, moral e estético)
Um único fato pode gerar diversas consequências lesivas, tanto
no patrimônio materializado do indivíduo quanto na sua esfera
extrapatrimonial de interesses.
A autonomia de tal modalidade de dano foi consagrada
jurisprudencialmente pela Súmula 387 do STJ, que explicitou:
“É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano
moral”
NEXO DE CAUSALIDADE
Trata-se, pois, do elo etiológico, do liame, que une a conduta do
agente (positiva ou negativa) ao dano.
Por óbvio, somente se poderá responsabilizar alguém cujo
comportamento houvesse dado causa ao prejuízo.
• Teorias explicativas do nexo de causalidade
Fundamentalmente, são três as principais teorias que tentam
explicar o nexo de causalidade:
• a) teoria da equivalência de condições - “conditio sine qua non”;
• b) a teoria da causalidade adequada;
• c) a teoria da causalidade direta ou imediata (interrupção do nexo
causal).
• teoria da equivalência de condições - “conditio sine qua
non”
Elaborada pelo jurista alemão VON BURI na segunda metade do
século XIX, esta teoria não diferencia os antecedentes do
resultado danoso, de forma que tudo aquilo que concorra
para o evento será considerado causa.
Ex. Imagine um sujeito que arremessa, bêbado, uma garrafa
contra um transeunte, causando-lhe a morte. Se nós
abstrairmos a conduta antecedente (arremesso da garrafa),
a morte desaparecerá.
Arremesso da garrafa = Causa Morte = Resultado
Em virtude, talvez, de todos esses inconvenientes e imprecisões,
os cultores do Direito Civil não abraçaram esta teoria.
TEORIA DA CAUSALIDADE 
ADEQUADA
Esta teoria foi desenvolvida a partir das ideias do filósofo
alemão VON KRIES.
Para os adeptos desta teoria, não se poderia considerar
causa “toda e qualquer condição que haja contribuído
para a efetivação do resultado.
Logo, nem todas as condições serão causa, mas apenas
aquela que for mais apropriada para produzir o evento.
TEORIA DA CAUSALIDADE DIRETA 
OU IMEDIATA
Esta última vertente doutrinária, também denominada teoria da
interrupção do nexo causal ou teoria da causalidade necessária,
menos radical do que as anteriores, foi desenvolvida, no Brasil,
pelo ilustrado Professor AGOSTINHO ALVIM, em sua clássica obra
Da Inexecução das Obrigações e suas Consequências.
Causa, para esta teoria, seria apenas o antecedente fático
que, ligado por um vínculo de necessariedade ao
resultado danoso, determinasse este último como uma
consequência sua, direta e imediata.
Ex. Caio é ferido por Tício (lesão corporal), em uma discussão
após a final do campeonato de futebol. Caio, então, é socorrido
por seu amigo Pedro, que dirige, velozmente, para o hospital da
cidade. No trajeto, o veículo capota e Caio falece.
Pela morte da vítima, apenas poderá responder Pedro, se não
for reconhecida alguma excludente em seu favor.
Tício, por sua vez, não responderia pelo evento fatídico, uma vez
que o seu comportamento determinou, como efeito direto e
imediato, apenas a lesão corporal.
TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO 
CIVIL BRASILEIRO
Para Pablo Stolze, em conformidade com a análise do artigo 403
do código civil, a teoria adotada pelo legislador brasileiro, foi a
da causalidade direta ou imediata, na vertente da
causalidade necessária.
“Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as
perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros
cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do
disposto na lei processual”.
CARLOS ROBERTO GONÇALVES, seguindo a mesma linha de
pensamento, é contundente ao afirmar que:
“Das várias teorias sobre o nexo causal, o nosso Código adotou,
indiscutivelmente, a do dano direto e imediato, como está
expresso no art. 403; e das várias escolas que explicam o dano
direto e imediato, a mais autorizada é a que se reporta à
consequência necessária.
DAS CAUSAS CONCORRENTES
Quando a atuação da vítima também favorece a ocorrência
do dano, somando- se ao comportamento causal do
agente, fala-se em “concorrência de causas ou de culpas”,
caso em que a indenização deverá ser reduzida, na
proporção da contribuição da vítima.
O vigente Código Civil brasileiro adotou, expressamente, a
culpa concorrente como um critério de quantificação da
proporcionalidade da indenização, conforme se verifica do seu
art. 945, in verbis:
“Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o
evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta
a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano”.
Causas Excludentes de Responsabilidade Civil e 
Cláusula de não Indenizar
Trata-se de matéria com importantes efeitos práticos, uma
vez que, com frequência, é arguida como matéria de defesa
pelo réu (agente causador do dano) no bojo da ação
indenizatória proposta pela vítima.
Cuidaremos, pois, das seguintes excludentes:
• Estado de necessidade;
• legítima defesa;
• exercício regular de direito e estrito cumprimento do 
dever legal;
• caso fortuito e força maior;
• culpa exclusiva da vítima;
• fato de terceiro.
• Estado de necessidade
O estado de necessidade tem assento legal no art. 188 do
CC/2002, no seu inc. II, conforme se vê abaixo:
“Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
- os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de
um direito reconhecido;
-
- a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a
pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo
somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente
necessário, não excedendo os limites do indispensável para a
remoção do perigo”.
Ex. É o caso do sujeito que desvia o seu carro de uma criança,
para não atropelá- la, e atinge o muro da casa, causando danos
materiais. Atuou, nesse caso, em estado de necessidade.
• Legítima defesa
Também excludente de responsabilidade civil, a legítima defesa
tem fundamento no mesmo art. 188 do Código Civil, inciso I,
primeira parte:
“Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
— os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de
um direitoreconhecido;
— a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a
pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo
somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente
necessário, não excedendo os limites do indispensável para a
remoção do perigo”.
A legítima defesa real (art. 188, I, primeira parte, do CC/2002)
pressupõe a reação proporcional a uma injusta agressão,
atual ou iminente, utilizando-se moderadamente dos meios
de defesa postos à disposição do ofendido.
Na legítima defesa putativa o agente que, em face de uma
suposta ou imaginária agressão, repele-a, utilizando
moderadamente dos meios- necessários para a defesa do
seu direito ameaçado.
Ex. Caio encontra o seu desafeto Tício. Este, então, leva a mão
ao bolso para tirar um lenço. Caio, incontinenti, imaginando que
o seu inimigo vai sacar uma arma, atira primeiro. Poderá, pois,
em tese, alegar a legítima defesa putativa.
• Exercício regular de direito e estrito cumprimento do dever 
legal
Não poderá haver responsabilidade civil se o agente atuar no
exercício regular de um direito reconhecido (art. 188, I, segunda
parte).
Ex. Alguém recebe autorização do Poder Público para o
desmatamento controlado de determinada área rural para o
plantio de cereais. Atua-se, no caso, no exercício regular de um
direito.
• Caso fortuito e força maior
Dentre as causas excludentes de responsabilidade civil, poucas
podem ser elencadas como tão polêmicas quanto a alegação de
caso fortuito ou força maior.
• Culpa exclusiva da vítima
A exclusiva atuação culposa da vítima tem também o condão de
quebrar o nexo de causalidade, eximindo o agente da
responsabilidade civil.
Ex. Imagine a hipótese do sujeito que, guiando o seu veículo
segundo as regras de trânsito, depara-se com alguém que,
visando suicidar-se, arremessa-se sob as suas rodas. Nesse
caso, o evento fatídico, obviamente, não poderá ser atribuído ao
motorista (agente), mas sim, e tão somente, ao suicida (vítima).

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