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Trabalho Laringe Anatomia: As estruturas da laringe são derivadas do II, III, IV, V e VI arcos branquiais e cada arco branquial é composto pelos três folhetos embrionários: endoderma, mesoderma e ectoderma (Tucker, 1993 apud Behlau et. al, 2001). Órgão do sistema respiratório, responsável pela fala (fonação). Permite a passagem do ar entre a faringe e a traqueia, e impede que alimentos entrem nas vias aéreas. Composta por cartilagens, membranas, músculos e ligamentos que atuam em conjunto na fonação. · Cartilagem Tireóidea: é a maior das cartilagens que constitui a laringe. Nela há uma proeminência popularmente chamada de pomo-de-adão. Protege as cordas vocais. · Cartilagem Cricoidea: é um anel formado de cartilagem hialina que fica na parte inferior da laringe, ligando-a à traqueia. · Cartilagens Aritenoideas: pequenas cartilagens onde se fixam as cordas vocais. · Corniculadas: é uma cartilagem acessória, do tipo elástico-brancas. Estão localizadas nos ápices das cartilagens aritenóideas e lembra a forma de corno, por isso o nome de cartilagens corniculadas. No ser humano, elas são estruturas vestigiais (sem função evidente). · Cuneiformes: Elas têm forma de cunha e são do tipo elásticas, e estão incrustadas nas pregas ariepiglóticas. As cartilagens cuneiformes proporcionam a sustentação para as pregas ariepiglóticas, auxiliam na constrição supraglótica ântero-posterior (o fechamento do adito da laringe pelo abaixamento da epiglote). · Epiglote: é uma fina estrutura cartilaginosa, que fecha a comunicação da laringe com a traqueia durante a deglutição, impedindo que o alimento entre nas vias aéreas. O osso hióide é uma estrutura de sustentação da base da língua e a estrutura de ligação de alguns músculos extrínsecos da laringe, que suspende a laringe por meio desses músculos. Processo de fonação: A voz é produzida através de um processo chamado fonação, e a fonação envolve muitas estruturas e se inicia com a respiração. A respiração tem a função primordial de trocas gasosas, mas durante ela com as modificações de volume, pressão e fluxo, levando a inspiração e expiração (quando ocorre a produção da voz). Há vários componentes que trabalham na respiração que também trabalham na produção de fala, como as cavidades nasal, oral e faríngea. Para que ocorra essa emissão, o ar atinge a laringe e consequentemente as pregas vocais, e ocorre a teoria mioelástica e aerodinâmica. Basicamente essa teoria diz que as pregas vocais se encontram na posição média da região glótica e fechadas, o ar expiratório encontra essas pregas e faz uma pressão subglótica medial que cresce até vencer a resistência glótica e deslocar as pregas vocais, a abertura criada se torna passagem do ar fazendo o Efeito de Bernoulli. As pregas logo depois da passagem de ar sofrem a ação de várias forças e estruturas (elasticidade das pregas vocais e Efeito de Bernoulli) para serem fechadas novamente na linha média da glote. A influência do efeito de Bernoulli no fechamento das pregas vocais está diretamente ligado à mobilidade da mucosa. A elasticidade das cordas vocais é regulada pela musculatura intrínseca da laringe, determinada elasticidade miofuncional. Por conta disso, as pregas vocais tendem a retornar à posição anterior. Segundo Titze, o efeito de Bernoulli explicaria apenas o efeito de fechamento das pregas vocais, e não de abertura durante o ciclo vibratório. Assim, propôs o modelo das três massas da oscilação das pregas vocais. De acordo com ele, o corpo da prega vocal constitui a grande massa estabilizadora e as duas massas menores são a porção superior e inferior da cobertura. Assim, durante cada ciclo glótico, forma-se a glote convergente (abertura glótica na parte inferior maior que superior), resultando na abertura das pregas, e uma glote divergente (superior maior que inferior). Dessa maneira, cada abertura e fechamento das pregas constitui um ciclo vibratório, abrindo e fechando da camada inferior para superior. É possível ainda descrever mecanismos fisiológicos de controle dos fonoarticuladores, como de intensidade. Nesse caso, estão relacionados o fluxo de ar, pressão subglótica e resistência à passagem de ar pela adução das pregas vocais. O controle de frequência e suas variações sofre influência de vários fatores, refletindo características biomecânicas das pregas vocais, estrutura laríngea e forças musculares de tensão e rigidez. Os responsáveis por regular essa frequência são: massa, comprimento e tensão das pregas que são influenciadas pelos músculos intrínsecos e extrínsecos. Para se conseguir realizar sons agudos o músculo cricotireóideo é contraído e acaba por estirar, alongar e diminuir a massa relativa das pregas, aumentando a frequência. Já sons graves ocorre uma contração do músculo tireoaritenóideo, encurta as pregas, aumenta a massa e resulta na diminuição da frequência. Os diferentes movimentos dos articuladores alteram o trato vocal, sendo isso o determinante das propriedades da ressonância que também pode auxiliar nas variações da sensação de frequência. Laringe do Idoso: Dentre os fatores anatômicos e fisiológicos que estão envolvidos no envelhecimento laríngeo, dois tipos de alterações anatômicas são destacados: a calcificação e ossificação gradual das cartilagens laríngeas, que causam diminuição da mobilidade laríngea e redução na excursão das cartilagens aritenóides. Num estudo com imagens laringoscópicas, foi observado que a maior parte da musculatura das pregas vocais diminui caracterizada pela atrofia dos músculos intrínsecos da laringe, redução da espessura da prega vocal (mais evidente em homens) e alterações na qualidade de contração muscular. A atrofia da prega vocal do idoso é uma parte do processo de envelhecimento normal, presente em até 60% de indivíduos após os 60 anos apresentando evidências de insuficiência glótica. A literatura também refere redução da vibração das pregas vocais devido à diminuição da saliva e de secreções mucosas na laringe do idoso. Além disso, as alterações histológicas dos fibroblastos das pregas vocais são uma das principais causas da mudança na qualidade da voz com o envelhecimento. Estas alterações morfológicas causadas pelo envelhecimento causam transtornos vocais como: tempo máximo de fonação diminuído; redução da velocidade de fala; diminuição da extensão vocal e dificuldade no canto. Voz do Idoso: Fases de evolução: · Senescência - É o processo de envelhecimento dos seres vivos quando as células deixam de se dividir para substituírem outras células que, por alguma razão deixaram de metabolizar - A senescência é mais precoce na mulher, com impacto maior na voz cantada · Em ambos os sexos: - Perda da potência e diminuição dos harmônicos (dificuldade de canto) - Diminuição da extensão vocal Na senescência, o trato vocal tem maior eficiência na respiração, mas pode ter problemas na deglutição, proteção das vias aéreas e fonação. As pregas vocais no adulto são longas e afiladas, já no idoso, elas se tornam atrofiadas, com menor massa e com edema. A mucosa perde massa, reduzindo as fibras elásticas e colágenas, tendo também uma desorganização das fibras colágenas da camada profunda. - Fechamento glótico incompleto: fenda fusiforme = menor eficiência na biomecânica de todo o sistema (voz soprosa) · Homens: possuem mais atrofia · Mulheres: possuem mais edema Aspectos histológicos: Redução da espessura da lâmina própria (mais evidente em homens) Sua redução diminui a lubrificação da laringe, (redução do ácido hialurônico, responsável pela lubrificação das pregas), deixando-as secas, proporcionando pigarro. Idosos: Camada superficial da lâmina própria: - Tendência a tornar-se edematosa e mais espessa - Diminuição da densidade dos fibroblastos, fibras colágenas e elásticas - Hipoconstrição supraglótica: Faz o idoso perder a força, intensidade e interfere na ressonância. Camada intermediária da lâmina própria: - Afrouxamento e atrofia das fibras elásticas Camada Profunda da lâmina própria: - Fibras colágenas mais espessas e mais densas (mais densa apresentafibrose) - O músculo se atrofia O grau de deterioração da laringe depende da saúde física, emocional, e da história de vida, como também aspectos com a raça, fatores hereditários, sociais e ambientais, como também deve-se considerar o envelhecimento normal. As modificações vocais e laríngeas decorrentes do processo de envelhecimento são muito variáveis pois cada indivíduo é próprio, tendo diferenças entre seus sistemas. - Embora haja o estereótipo do idoso, na realidade isto não é regra geral - A fala é lentificada com maior número de pausas respiratórias - Voz mais grave com menor intensidade vocal - Modificações adaptativas mais perceptíveis nas mulheres idosas no decorrer da idade. Presbifonia: Mudanças na frequência fundamental · Mulheres acima dos 50 anos: sem diferença significativa, de 200 - 260 Hz para 150 -190 Hz. · Homens após os 70 anos: elevação da frequência é mais evidente, de 110 – 120 Hz para 130 – 160 Hz; extensão vocal reduzida; monitoramento auditivo interfere na f0 (freq. Fundamental, tem a necessidade de transmitir voz e medir a intensidade) · Em ambos os sexos: - Perda de potência e diminuição dos harmônicos, redução da modulação, voz instável, incoordenação pneumofônica. Fonação: - Redução da capacidade respiratória vital - Maior frequência fundamental para homens, menor p mulheres - Extensão de freq. reduzida para ambos os sexos - Aumento na intensidade - Redução do tempo máximo na fonação - Aumento do grau da nasalidade da fala (voz hiponasal) - Deterioração da qualidade vocal em maior grau para os homens - Aumento da duração das pausas articulatórias - Redução da velocidade de fala - Influência das alterações vocais na qualidade de vida do idoso: Idosos podem se queixar de fadiga vocal, dificuldade de projetar a voz, não serem ouvidos em locais ruidosos Presbifonia / presbilaringe: (pode deixar a voz mais fraca) - Ressonância: (alongamento no trato vocal) - Língua: Posição pode modificar durante a fala (homens) - Relação com a cavidade oral (volume aumentado) - Tônus e mobilidade reduzidos (diminuição dos movimentos orais) - Redução da sensibilidade orofacial Podem causar alterações na fala, mastigação e deglutição
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