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1. Há diferenças entre temperatura central e cutânea? Sim, existe diferença. A temperatura central do corpo é um índice do estado do metabolismo corporal, controlado pelo termostato hipotalâmico, a temperatura do interior do corpo permanece quase que constante, com uma variação de no máximo 0,6°C, mesmo quando exposto a extremos de frio ou de calor, graças ao aparelho termorregulador. Já a temperatura cutânea, ou seja, a temperatura da pele, é muito influenciada pela temperatura do meio ambiente, emoção, ingestão de alimentos, sono e outros fatores. A temperatura da pele varia entre amplos limites, como na imagem ao lado. Nas extremidades essas variações são mais acentuadas. Para avaliação da temperatura da pele, usa-se a palpação com a face dorsal das mãos ou dos dedos, comparando com o lado homólogo de cada segmento examinado. O registro exato da temperatura da pele é feito pela termometria cutânea, porém, não é utilizada na prática diária. Adquirem significado semiológico diferenças de temperatura em regiões homólogas, pois discrepâncias de até 2°C podem ser detectadas pela palpação e indicam transtornos da irrigação sanguínea. O aumento da temperatura da pele pode ser universal ou generalizado, e aí, então, trata-se da exteriorização cutânea do aumento da temperatura central do corpo (febre), e também pode se ter o aumento da temperatura em áreas restritas ou em segmentos corporais, que está relacionado com processos inflamatórios. 2. Quais são as variações fisiológicas da temperatura corporal? A temperatura do interior do corpo permanece quase constante, com uma variação de no máximo 0,6°C, mesmo quando exposto a extremos de frio ou de calor, graças ao aparelho termorregulador. Pequenas variações na temperatura normal são observadas, de pessoa a pessoa, e em uma mesma pessoa, em diferentes regiões do corpo. Os valores térmicos estão aumentados após refeições, exercícios físicos intensos, estados emocionais intensos, gravidez ou ovulação. Tendo como temperaturas normais a temperatura axilar de 35,5 a 37°C, com média de 36 a 36,5°C, a temperatura bucal de 36 a 37,4°C e a temperatura retal de 36 a 37,5°C. 3. Como é feita a transferência de calor corporal para o meio externo? O calor gerado no interior do corpo atinge a superfície corporal por meio dos vasos sanguíneos que formam o plexo vascular subcutâneo, mas pouco calor se difunde para a superfície, graças ao efeito isolante da camada do tecido adiposo. Um elevado fluxo sanguíneo faz com que o calor seja conduzido da parte interna para a superfície corporal com grande eficiência, enquanto a redução do fluxo sanguíneo provoca fenômeno contrário. Ao chegar à superfície corporal, o calor é transferido do sangue para o meio externo através de irradiação (a temperatura corporal tem que ser mais alta que a do meio ambiente), condução (quando o corpo se põe em contato com um objeto frio, ele cede calor até que as temperaturas se igualem), convecção (igual a condução, porém ocorre entre o corpo e a camada de ar que o envolve, dependendo também da velocidade com que o ar circula) e evaporação (suor). 4. Como é feita a regulação central da temperatura corporal? A temperatura do corpo é regulada quase que inteiramente por mecanismos nervosos de retroalimentação que operam por meio do centro termorregulador, localizado no hipotálamo. Provavelmente, os mais importantes receptores térmicos são os neurônios termossensíveis especiais localizados na área pré -óptica do hipotálamo. A regulação termostática do frio é feita por receptores situados na medula espinal e pele. Os estímulos que atingem os receptores periféricos são transmitidos ao hipotálamo, no qual são integrados com os sinais dos receptores pré- ópticos para calor, originando impulsos eferentes no sentido de produzir ou perder calor. Este centro de controle de regulação da temperatura é o chamado termostato hipotalâmico . Quando a temperatura corporal atinge 37°C inicia-se a sudorese, que a partir deste ponto aumenta rapidamente com um mínimo de elevação na temperatura corporal. Quando o corpo é resfriado abaixo de 37°C, são postos em ação mecanismos especiais para conservar o calor corporal, principalmente vasoconstrição na pele, a qual reduz a perda de calor por condução e convecção, e piloereção para reter o calor entre os pelos e abolir a transpiração. 5. Quais são as características semiológicas da febre quanto a: duração, início, intensidade, modo de evolução e término? Início: Súbito (tava bem e de repente a temperatura elevou, geralmente tem sintomas da síndrome febril, fraqueza, taquicardia, …); Gradual (Geralmente associado à cefaléia, sudorese e inapetência, a temperatura vai subindo aos poucos). Intensidade: Hipotermia: Menor que 35ºC; Febre leve ou febrícula: 37 até 37,7; Febre moderada: De 37,6 até 38,5; Febre alta ou elevada: Acima de 38,6; Hipertermia: Maior que 41ºC. A intensidade da febre depende da causa e da capacidade de reação do organismo. Pacientes em mau estado geral, desnutrido, em choque e as pessoas idosas podem não apresentar febre. Duração: Recente: Menos de uma semana; Prolongada: Mais de uma semana, seja ela contínua ou não. Modo de evolução: Avaliamos por meio da análise de um quadro térmico, registro de temperatura em tabela, dividida em dias, subdivididos em 4 ou 6 horários. Contínua: Permanece sempre acima do normal, com variações de até 1ºC; Febre irregular ou séptica: Registram-se picos muitos altos intercalados por temperaturas baixas ou períodos de apirexia; Febre remitente: Também varia, com variações de mais de 1ºC, porém sem períodos de apirexia. Febre intermitente: Um período de temperatura normal, um período de febre, cotidiana quando pela manhã mas não a tarde, terçã num dia ocorre febre e no outro não, quartã num dia ocorre febre e dois dias não; Recorrente ou ondulante: Período de temperatura normal que dura dias ou semanas, intercalado com período de febre. Término da febre: Em crise: Quando a febre desaparece subitamente, paciente apresenta sudorese profusa e prostração (fraqueza, moleza); Em lise: A febre vai desaparecendo gradualmente, com a temperatura desaparecendo gradualmente, dia a dia, até alcançar temperaturas normais. 6. O que é e quais são as causas de febre de origem indeterminada? A febre de origem indeterminada dura mais de 3 semanas com temperatura acima de 38,3ºC. Classificada em clássica, quando com 3 consultas ambulatoriais, 3 dias de internação hospitalar ou 1 semana de investigação ambulatorial e não é encontrada uma causa; nosocomial, associada às complicações potenciais de hospitalização; neutropênica, quando neutrófilos estão abaixo de 500; e associada ao HIV. As causas da febre de origem desconhecida geralmente estão divididas em infecções (São as causas mais comuns de febre de origem desconhecida. Nos pacientes infectados pelo HIV, devem-se procurar infecções oportunistas, como a tuberculose), doenças do tecido conjuntivo (Como lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide, arteritetemporal e vasculite), causas neoplásicas (Como linfoma, leucemia, carcinoma de células renais, carcinoma hepatocelular e metástases) e causas diversas (Como reação farmacológica, trombose venosa profunda, embolia pulmonar recorrente, sarcoidose e doença intestinal inflamatória).
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