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Direito Econômico Aula 01 A ciência econômica pode ser entendida como o ramo do conhecimento humano que estuda, conceitua e procura regulamentar a produção, o consumo e a distribuição de bens e serviços, conforme o posicionamento do processo. David Ricardo. Obs. Não confunda economia com ciência econômica. “Economia” – organização da casa. “A ciência” – economia de soluções para a economia. Produção, consumo, distribuição. “A satisfação do consumidor é a utilidade” Aula 02 Podemos dizer que as atividades econômicas são necessariamente humanas e buscam a satisfação das necessidades materiais da sociedade e dos indivíduos que a compõe. Todavia, os recursos necessários à satisfação das necessidades humanas, geralmente não são suficientes para o suprimento de todos os seus desejos, motivo pelo qual a finalidade ou objetivo principal da ciência econômica é de equacionar o problema do melhor emprego ou utilização dos recursos escassos, para satisfazer necessidades cada vez mais ilimitadas. Caracteristicamente a atividade econômica traz a geração de conflitos em primeiro lugar, porque os interesses dos produtos e os consumidores são antagônicos (lucro x utilidade), em segundo lugar a escassez traz o conflito de interesses em torno de um mesmo objeto, motivando a presença do direito como sistema racional fora --- conflito de interesse em torno de um mesmo objeto, como ensina o professor Tércio Sampaio Ferraz Junior. Diante disso, podemos afirmar que a relação entre o direito e a economia se dá na medida que a economia se preocupa em buscar mecanismos para equacionar a escassez, enquanto o direito procura evitar ou resolver os conflitos gerados pela escassez. A relação entre produtor e consumidor é altamente conflitante. Pois, o que traz satisfação ao produtor é poder dar o mínimo recebendo o máximo e o consumidor é a utilidade. Daí que podemos dizer que a relação entre o direito e a economia se dá na medida que a economia procura equacionar a escassez, enquanto o direito buscar por fim aos conflitos de interesses originados pelo déficit de bens materiais. A economia lança seu olhar sobre um objeto bastante rico, cujo as relações interdisciplinares vão abranger: a filosofia, a psicologia (o marketing), a sociologia a política e o próprio direito, como já visto anteriormente. - A economia surge da filosofia (criada por um filósofo) - Psicologia – ideia de satisfação (subjetiva) - Marketing – Deixe seu dinheiro na minha mão e saia feliz. - Sociologia – Comportamento sociais (o comportamento das pessoas muda) Política – Reforma da previdência, mudando a economia Para compreendermos melhor a relação entre a economia, direito e política devemos dividir nosso objeto de estudo e definir área de concentração da economia que mais interessa ao direito econômico. Como visto anteriormente três são os objetos de estudo da economia. 1. Unidade de produção – (a empresa) 2. Unidade de consumo – (a família) 3. Atividade econômica de toda sociedade como produtora e consumidora de bens e serviços. O que diz respeito as áreas da economia, observamos a existência de 2 áreas de concentração principais, sendo elas a microeconomia e a macroeconomia. Podemos identificar nitidamente, que a economia possui 2 grandes áreas principais de estudo: microeconomia e macroeconomia. Com a microeconomia a relação com o direito é de natureza mais privada, logo voltadas ao direito civil e ao direito empresarial. Já com a macroeconomia as relações, via de regra, estão mais voltadas ao direito público a exemplo: direito tributário, e direito do consumidor. Nesse sentido precisamos nos ater aos seguintes conceitos: 1. Microeconomia – é o ramo da economia que estuda as formas com as quais as unidades individuais (os consumidores, as empresas e os proprietários de fatores de produção) interagem visando a satisfação das necessidades econômicas da sociedade, estudando com os consumidores tomam suas decisões de compra e de que forma suas escolhas são influenciadas pela variação dos preços e das rendas. O princípio básico é de que as famílias escolhem o que comprar visando maximizar a utilidade e as empresas o que produzir visando maximizar os lucros. 2. Macroeconomia – estuda o funcionamento da economia como um todo, ou seja, interessa-se pelos agregados (produção, renda e consumo), tentando mensurar aspectos correlacionados ao volume total de produção, das rendas, dos preços e do trabalho. Obs. Se consegue evoluir todo mundo é MACRO; se for específico é MICRO. • Analisa o comportamento dos agentes econômicos individualizáveis. Produtor Consumidor Setor Firma • Analisa o comportamento agrupado dos agentes econômicos Crescimento econômico Índices de emprego Distribuição da renda (renda per capta) Inflação Taxas de juros Política monetária e fiscal, etc. Diante de todo exposto, e pelo fato do direito econômico ser um ramo do direito público que mantém íntimas relações com o direito constitucional, com o direito administrativo e com o direito tributário, chegamos a conclusão que seu estudo será feito Teoria econômica Microeconomia Macroeconomia dentro do contexto da macroeconomia, posto que as leis econômicas terminam incidindo sobre as atividades econômicas da sociedade como o todo. Aula 03 Ao longo da história o Estado sempre manteve uma atividade de intervenção do domínio econômico, sobretudo diante do fato que o desenvolvimento da atividade produtiva é fundamental para a arrecadação de recursos que integram os cofres públicos, que permitirá a concretização dos fins dos status. Desde a idade antiga quanto a idade contemporânea, o Estado se manteve presente no domínio econômico, sobretudo pelo fato de que o desenvolvimento da atividade produtiva é fundamental para fixação de quais atividades seriam mais importantes para o desenvolvimento econômico, além de outras formas de atuação extremamente agressivas, que buscavam adequar a produção de riquezas aos interesses do Estado. Durante este período de uma intervenção mais agressiva e sem limites não podemos falar da existência de um direito econômico, porque as relações estabelecidas entre o Estado e a geração de riquezas eram baseadas em uma mera imposição de poder dos governantes. Direito econômico só surge pro final do século XVII, mais precisamente com o surgimento do liberalismo econômico, através do advento do constitucionalismo, logo a constituição é a primeira fonte material do D. econômico, pois pela primeira vez na história se instituiu uma relação jurídica entre o Estado e os centros produtivos de riquezas. Século XVII Iluminismo Liberalismo Revolução Francesa • Liberdade • Igualdade • Fraternidade Financiado pelos produtores (burguesia) “A constituição do Estado enquanto pessoa jurídica de Direito Público interno, logo cria o Estado Democrático de Direito. O Estado só faz aquilo que está na lei, aí surge o direito econômico. Ruptura Estado deixa de se confundir com A PESSOA DO GOVERNANTE. O governante pode mudar, porém o Estado continua (segurança jurídica). Estado de Direito X Estado Democrático de Direito Além da constituição é possível citar como fontes do direito econômico as leis abaixo da constituição, os princípios positivados e não positivados, a jurisprudência, e as normas oriundas de tratados e/ou acordos internacionais. A princípio direito econômico surgirá a partir da sistematização de normas diferentes que vão disciplinar a intervenção do Estado na economia, porém o primeiro modelo de Estado de direito era o liberal, que basicamente impedia o Estado de atuar na economia, salvo na exploração de atividadesque não fossem viáveis para iniciativa privada, ou no controle de moeda, assim como no fomento de determinados setores da economia. Aula 04 Na configuração atual econômica diferente do seu início mais liberal com quase nenhuma interferência, hoje ele se pauta em um conjunto de regras jurídicas que disciplinam a intervenção do Estado sobre a economia, objetivando o bem comum da sociedade que a redução das desigualdades sociais e econômicas. Desta maneira podemos afirmar que o atual Direito Econômico, enquanto disciplina jurídica tem os seguintes objetivos principais: 1. Organização da Economia 2. Condução ou controle superior da economia pelo Estado 3. A disciplina ou a limitação dos centros econômicos não estatais. • Organização econômica Como ela vai se desenvolver na economia, é uma série de escolhas que será imposta ao mercado implicando na opção na determinada característica de intervenção, isso escolha de regime e sistema. Direito Regras = Limitações de liberdade Resolver Evitar Conflitos *Direito econômico atual • Controle superior da economia pelo Estado) Hierarquia no controle da economia – o estado como fixador dos limites. • Os particulares também decidem dentro dos limites A realização dos objetivos do direito econômico dependerá da instituição e do desenvolvimento de uma política econômica estatal. (Trata-se de um conjunto de medidas desenvolvidas pelo governo que buscam ajustar atividade econômica aos fins estabelecidos pela norma). As medidas de políticas econômicas poderão ser as mais variadas. Ex: da elevação ou diminuição da carga tributária, reforma da previdência tributária, incentivos fiscais para produção de bens, mudanças da política cambiária, privatização pública, controle de monopólio, etc. Por este motivo, Direito Econômico tem sido visto como o novo ramo do direito que está aliado à aplicação das políticas econômicas, ao viabilizar que um conjunto de medidas tomadas pelo governo possa *regozar* e por inconsequência influir nas decisões econômicas sobre um determinado produto, assim como sua distribuição de consumo de uma maneira geral. Desta maneira podemos definir a política econômica como um conjunto de decisões relativas aos objetivos que um país ou grupo de países se propõem em atingir no domínio econômico, assim como os meios relativos para sua realização. De maneira que podemos identificar como os objetivos principais da política econômica. 1. Progresso econômico 2. Estabilidade econômica 3. Justiça econômica 4. Liberdade econômica Levando em consideração os princípios estabelecidos pelo art. 170 CF/88 é possível estabelecer que o direito econômico tem como função promover o equilíbrio entre a busca lucratividade que motiva o desenvolvimento econômico, sem deixar de atender os interesses básicos da sociedade a exemplo: da proteção do trabalhador, do consumidor, do meio ambiente, da livre concorrência, entre outros. Aula 05 Progresso econômico – ocorre com a aplicação da capacidade produtiva do país, por consequência haverá o aumento dos postos de trabalho e do próprio consumo. Estabilidade econômica – implica no ideal de se eliminar as flutuações entre os níveis de renda e de emprego, tendo em vista a manutenção do poder de compra da moeda, consequentemente controle da inflação e seus efeitos perversos sobre a economia. Justiça econômica – se estabelece a partir da preocupação com a distribuição de renda e da adoção de mecanismos que implementam políticas compensatórias que busquem reduzir a desigualdade social extrema, até porque tal desigualdade prejudica o crescimento da sociedade como um todo, inclusive dos mais ricos. Liberdade econômica – ocorrerá através da promoção de condições que permitam, dentro de certos limites, a livre iniciativa do empresariado, ou seja, a capacidade de tomar decisões quanto ao uso dos recursos com o mínimo de interferência do poder público. A atuação do Estado no domínio econômico Como visto anteriormente, o Estado sempre manteve interesse na movimentação da economia, pois é dela que o Estado consegue recursos para custear suas entidades, porém a intervenção do Estado no domínio econômico não se restringe a necessidade de financiar entidades públicas, pois desde o final do século XIX e início do século XX sua atuação também corre no sentido de procurar conciliar os interesses praticamente inconciliáveis entre os produtores e os consumidores de bens e serviços. Dentro desse contexto podemos encontrar 3 modelos jurídicos principais de intervenção estatal na economia: 1. Modelo liberal 2. Modelo social 3. Modelo neoliberal • Modelo de intervenção liberal – tem como postulados básicos a. a separação absoluta entre o direito público e o Direito privado. b. o predomínio da autonomia da vontade privada na esfera econômica. Para os liberais o Direito público não poderia intervir na esfera privada da atividade econômica, pois os interesses da coletividade seriam supostamente realizados de forma espontânea, através do livre jogo no mercado, por isso a ordem jurídica da atividade econômica estaria restrita à regulação do direito privado. Basicamente o modelo liberal surge como resposta ao modelo de estado absolutista que encontrou seu declínio no final do século XVII. ▪ Estado absolutista – sem limites até o século XVII Confundia com a pessoa do governante - nobres ▪ Estado liberal Constituição - Estado de Direito – Pessoa Jurídica Limites para interferir sobre as liberdades privadas para o Estado. a. Separação absoluta b. Predomínio da vontade privada Carla Mirely Ferreira de Lima Economia Produtor Consumidor
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