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9 CONDUTAATUAL NO HIPERTIREOIDISMO ALBERTO ROSSETTI FERRAZ MARILIA D ELBOUX GUIMARAES BRESCIA || Alberto Rossetti Ferraz - Professor titular da disciplina de Cirurgia de Cabega e Pescogo do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo (FMUSP). Titular do Colegio Brasileiro de Cirurgioes. Marllia D'Elboux Guimaraes Brescia - Doutora em Ciencias pela Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo (FMUSP). Medica preceptora da Disciplina de Cirurgia de Cabega e Pescogo do Hospital das Clinicas da FMUSP INTRODUQAO Robert Graves, em 1835, foi o primeiro estudioso a notar a associagao do aumento da tireoi- de (bocio) com palpitagoes e com exoftalmo. No imcio do seculo XX, Plummer observou que algumas pessoas, de idade mais avangada, portadores de bocio multinodular e sintomas de hipertireoidismo, nao desenvolviam o exoftalmo descrito por Graves, todavia tinham com maior frequencia doengas cardiovasculares. Plummer-ao perceber que, nesses pacientes, os grandes responsaveis pelo hipertireoidismo eram os nodulos e nao o parenquima hiperfuncionante da tireoide - pode distinguir a doenga de Graves do bocio nodular toxico (doenga de Plummer). Estudos desenvolvidos na segunda metade do seculo passado puderam confirmar a diferenga ja descrita por Plummer, ao estabelecer que a causa do hipertireoidismo da doenga de Graves esta relacionada com a presenga de anticorpos estimuladores dos receptores de hormonio tireoestimu- lante (TRAb - thyrotropin receptor antibody) , encontrados na periferia dos tireocitos.1 Atualmente, o bocio toxico, ou seja, o aumento da tireoide acompanhado de hipertireoidismo, e classificado em alguns subtipos, conforme demonstrado no Quadro 1. PROACI SEMCAD CONDUTAATUAL NO HIPERTIREOIDISMO 10 Quadro 1 CLASSIFICAQAO DOS BOCIOS TOXICOS Difusos (nao-nodulares) Nodulares Doenga de Graves Uninodulares Doenga de Plummer (autonomo) Multinodulares Bocio multinodular toxico Doenga de Graves com nodulos OBJETIVOS |Apos a leitura deste capitulo, espera-se que o leitor seja capaz de: reconhecer as caracteristicas dos quadras de hipertireoidismo difuso e nodular; conhecer e aplicar corretamente os diferentes metodos diagnosticos em pacientes com suspeita de hipertireoidismo; conhecer as diferentes possibilidades terapeuticas para o hipertireoidismo e indicar o tratamento mais apropriado para cada subtipo da doenga. iESQUEMACONCEITUAL Conduta atual no hipertireoidismo Bocios nao-nodulares Bocio difuso toxico (doenga de Graves) Diagnostico Tratamento Bocios nodulares - Caso clinico Bocio uninodular toxico (doenga de Plummer) Bocio multinodular toxico Conclusao Doenga de Graves com nodulos Diagnostico Tratamento Diagnostico Tratamento Diagnostico Tratamento 11 BOCIOS NAO-NODULARES BOCIO DIFUSO TOXICO (DOENQA DE GRAVES) Adoenga de Graves e de origem auto-imune, na qual se encontram altos nlveis sericos de imunoglo- bulinas da classe G, que atuam positivamente sobre o receptor de hormonio tireoestimulante (TSH) da celula folicular, estimulando a produgao de hormonio tireoidianos. Esses anticorpos, denomina- dos TRAb, que competem com o receptor de TSH, nao sao suprimidos pelo feedback desencadeado pela elevagao do hormonio tireoidiano, gerando entao a hiperprodugao hormonal cronica. O A doenga de Graves compartilha diversos aspectos imunologicos com o hipotireoi-dismo auto-imune, tais como altos nlveis de anticorpos antitiroglobulina e antitireo-peroxidase.1 LEMBRAR A doenga de Graves e a principal causa de tireotoxicose ate os 40 anos de idade.2 Diagnostic Clinicamente, a doenga de Graves manifesta-se com o aumento difuso da tireoide, dermopatia, oftalmopatia infiltrativa e sintomas progressives de hipertireoidismo (nervosismo, palpitagao, intole- rance ao calor, aumento do apetite e emagrecimento). As Figuras 1 e 2 mostram, respectivamente, quadras de aumento da tireoide e dermopatia em pacientes com doenga de Graves. Si i " 1 Figura 1 - Paciente com doenga de Graves, no qual Figura 2 - Mixedema pre-tibial da doenga de se nota o aumento da glandula tireoide e o exoftalmo, Graves. ainda em estagio inicial. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. PROACI SEMCAD CONDUTAATUAL NO HIPERTIREOIDISMO 12 0 estado funcional da tireoide na doenga de Graves e caracterizado clinicamente pelo indice de Wayne, em que a soma algebrica ate 10 sugere eutireoidismo; valores de 11 a 19 indicam quadra duvidoso e indice maior do que 20 indica hipertireoidismo. 0 Quadra 2 apresenta os possiveis sinais e sintomas encontrados nos portadores de doenga de Graves, com os respectivos valores para o calculo do estado funcional da tireoide. Quadro 2 INDICE DE WAYNE Sintomas / sinais Presenga Ausencia Sintomas Dispneia aos esforgos +1 Palpitagoes +2 Astenia +2 Preference pelo calor +2 Preference pelo frio -5 Indiferenga pela temperatura 0 Sudorese excessiva +3 Nervosismo +2 Aumento do apetite +3 Diminuigao do apetite -3 Aumento de peso -3 Diminuigao de peso +3 Sinais Tireoide palpavel +3 -3 Fremito tireoidiano +2 -2 Exoftalmo +2 Retragao palpebral +2 Lid-lag +1 Taquicinesia +4 -2 Tremor digital fino +1 Maos quentes +2 -2 Maos umidas +1 -1 Fibrilagao atrial +4 Frequence cardiaca < 80bpm -3 Frequence cardiaca > 90bpm +3 Frequence cardiaca de 80 a 90bpm 0 0 diagnostics laboratorial da doenga de Graves e feito a partir da dosagem do TSH e dos hor- monios tireoidianos, principalmente o triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4) livre. 13 LEMBRAR Pacientes em estagios iniciais da doenga de Graves podem ter apenas aumento do T3, mas progressivamente ha aumento do T4 livre e supressao do TSH, caracteri- zando o hipertireoidismo laboratorial. 0 TRAb no soro dos pacientes com hipertireoidismo esta presente em 70% dos casos; porem, en- saios supersensiveis sao capazes de detectar esse anticorpo em ate 99% dos casos.12 As dosagens de TRAb sao indicadas como diagnostico diferencial da doenga de Graves com bocio multinodular toxico, bem como na oftalmopatia infiltrativa em pacientes eutireoideos.2 Tambem e util na gestagao, em que o nlvel elevado do TRAb sugere a possibilidade do surgimento de hipertireoidismo neo- natal. Outra situagao e a manutengao dos niveis elevados desse anticorpo no tratamento cronico com tioureias, o que indica tendencia a recidiva da doenga na suspensao do medicamento. A cintilografia por captagao do iodo radioativo (I131) e recomendada para o diagnostico diferen- cial de outras causas de hipertireoidismo, tais como fase inicial da tireoidite, tireotoxicose factlcia e hipertireoidismo induzido por iodo. Na doenga de Graves, observa-se uma captagao difusa do iodo radioativo pela glandula, conforme demonstrado na Figura 3. i tillPM11 II»WWl*1>1*1111*1) iiiWliyi niii*n«* » HI will**1,1 Hi intnllWin 1 nan I 111iitUNI i i||tuinnm 1miiMWin FWiwjpQiill 1liMlfflKjMjliM 11||||>|^H|(|tl|iini|i > i«iwiiii 1niiiiMputiri 11 tinwrMtliii t lUtflN1 Vf||M111MinlUlltlllHMM I Figura 3 - Cintigrama na doenga de Graves: captagao difusa do parenquima. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. A ultra-sonografia Doppler observa-se urn aumento do fluxo do parenquima e principalmente da arteria tireoidea inferior, o que nao acontece na tireoidite de Hashimoto.3 A Figura 4 ilustra as medidas para se obter o diagnostico do paciente com hipertireoidismo. PROACI SEMCAD CONDUTA ATUAL NO HIPERTIREOIDISMO Suspeita de hipertireoidismo Normal I Dosagem de TSH e T4 livre I Exclusao de hipertireoidismo Dosagem de T3 livre !TSH e T4 livre normalin i TSHe t T4 livre |TSH ou normal e|T4 livre Normal t T3 livre Hipertireoidismo Hipertireoidismo por T3 ' < 1. Hipertireoidismo subclinico 2. Doenga de Graves ou bocio nodular toxico 3. Excesso de reposigao hormonal 4. Doenga nao-tireoidiana I I ' ' Repetir dosagem em 2-3 meses e acompanhamento anual se nao houver progressao 1. Doenga de Graves 2. Bocio nodular toxico (bocio multinodular ou adenoma) 3. Tireoidite 4. Hipertireoidismo facticioou iatrogenico 5. Hipertireoidismo gestacional 6. Carcinoma de tireoide 7. Struma ovarii 8. Tumor secretorde gonadotrofina corionica 9. Hipertireoidismo familiar nao-auto-imune ou sindrome de Albright 1. Adenoma de hipofise secretor de TSH 2. Sindrome de resistencia ao hormonio da tireoide Figura 4-Algoritmo para o diagnostico de hipertireoidismo. Fonte: Adaptada de Weetman (2000).1 Tratamento 0 tratamento ideal da doenga de Graves deveria corrigir a resposta auto-imune na tireoide e na orbita, restaurando a fungao tireoidiana e gerando o desaparecimento da oftalmopatia.1 Infelizmente, esse tratamento ainda nao existe. Atualmente, os tratamentos dispomveis sao o uso de medica- mentos antitireoidianos, a aplicagao de iodo radioativo e a cirurgia. Farmacoterapia Os medicamentos antitireoidianos sao usados ha mais de meio seculo no controle do hipertireoidis- mo e sao considerados o melhor tratamento para a maioria dos jovens com doenga de Graves.4 Esses farmacos, conhecidos como propiltiouracil (6-propil-2-tiouracil) e metimazol (1-metil-2- mercaptoimidazol), sao tionamidas capazes de proporcionar maiores taxas de remissao da doenga e redugao das concentragoes de anticorpos dirigidos contra a tiroide, sugerindo um possivel papel imunomodulador.2 '4 0 uso dos medicamentos antitireoidianos visa a remissao da doenga, que e identificada pelo euti- reoidismo bioquimico apos a parada de seu uso por um ano, ou o preparo pre-operatorio. Aescolha dentre os farmacos e pessoal. Aadministragao de propiltiouracil deve ser feita de 2 a 3 vezes por dia e a de metimazol, em dose unica, facilitando a aderencia terapeutica.4 A dose inicial de metimazol deve ser de 15 a 30mg/dia e de propiltiouracil de 100mg, 3 vezes ao dia. A coleta de hormonios tireoidianos deve ser feita a cada 4 a 6 semanas, ate o alcance do euti- reoidismo. Atingida essa situagao, o medicamento deve ser descontinuado apos 12 a 18 meses, devendo-se fazer o controle laboratorial a cada dois meses, durante um semestre.5 Alcangando-se a remissao completa, deve-se fazer o acompanhamento anual. LEMBRAR Nota-se que pacientes com altos nlveis de hipertireoidismo, grandes bocios e eleva- dos valores de T3/T4 sericos tern menor chance de remissao da doenga.4 0 mes- mo procede para pacientes com altos niveis de TRAb,46 presenga de oftalmopatia e necessidade de niveis elevados de medicamentos antitireoidianos (propiltiouracil > 600mg/d e metimazol > 60mg/d).6 0 perfil dos efeitos colaterais dos dois medicamentos antitireoidianos e semelhante, com taxas inferiores a 10%. Dentre as reagoes adversas, podem-se citar alguns exemplos, como:4'67 hepatite; colestase; granulocitopenia e agranulocitose; trombocitopenia; exantema; sindrome lupus like; intolerance gastrintestinal; hipoglicemia; pancreatite; artralgia; mialgia; neurite; sialoadenite. © Associado aos medicamentos antitireoidianos, deve-se fazer uso de betabloqueadores,sendo o mais utilizado o propranolol, na dose de 10 a 80mg/dia, a cada 6 a 8 horas,a fim de se promover o controle da frequence cardiaca, da hipertensao arterial e dos tremores perifericos. PROACI SEMCAD CONDUTAATUAL NO HIPERTIREOIDISMO RadioiodoterapiaA primeira descrigao do uso do iodo radioativo para o tratamento do hipertireoidismo se deu em1941, no Massachusetts General Hospital, em Boston.8 LEMBRAR A radioiodoterapia e facilmente administrada (por meio de doses fixas de 5, 10 ou 15mCi, por via oral), tem poucos efeitos colaterais e seu custo e baixo.8'11 0 I131 e rapidamente incorporado nos tecidos da tireoide, e a emissao beta resultante promove destruigao das celulas da tireoide, diminuindo a sua fungao.2 0 grande questionamento da radioiodoterapia esta no fato de que 70% dos pacientes desenvol- vem hipotireoidismo urn ano apos o tratamento, alem do fato de essa terapeutica nao ter nenhum efeito imunomodulador. Assim, o tecido tireoideo remanescente pode ser estimulado pelo TRAb, com recidiva do hipertireoidismo. Da mesma forma, a oftalmopatia pode ser provocada ou ate exacerbada.2 0 resultado da radioiodoterapia esta relacionado com o volume da tireoide antes da terapia e com o grau de redugao da glandula apos a mesma.2 Altas concentragoes de TRAb estao relacio- nadas a radiorresistencia, mas se este mantiver-se elevado apos o I131, a evolugao para o hipoti- reoidismo e mais frequente.2 Tratamento cirurgico 0 tratamento cirurgico da doenga de Graves promove uma resolugao rapida da tireotoxicose, sendo indicado em casos de bocios de grande volume, compressivos ou mergulhantes e em pacientes que desenvolvem reagoes adversas ao uso de medicamentos antitireoidianos ou que apresentem contra-indicagao para a radioiodoterapia, como as gestantes. Atireoidectomia subtotal e preconizada na disciplina de Cirurgia de Cabega e Pescogo do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP. O Deve-se deixar urn coto de aproximadamente 4g, visando-se ao eutireoidismo. Rema-nescentes inferiores a essa medida estao mais associados ao hipotireoidismo e, maioresdo que 8g, ao hipertireoidismo subclinico.2-12-13 0 uso da tireoidectomia total ainda e controverso na literatura,14'15 ja que sabidamente leva ao hipotireoidismo definitivo, apesar de diminuir o quadra auto-imune da doenga. 17 O Por mais que a tireoidectomia total e subtotal apresentem resultados semelhantes quantoas complicagoes relacionadas ao procedimento,14 '16-18 deve-se reservar a tireidectomiatotal, ainda que controvertidamente,15 apenas para casos especiais em que os valores de TRAb sao muito elevados em pacientes que pretendem ter filhos ou que apresentam oftalmopatia de Graves.18 A grande dificuldade para aplicagao do tratamento cirurgico na doenga de Graves esta no prepa- ro pre-operatorio. 0 ideal e que o paciente seja abordado em eutireoidismo e com controle. Para tanto, faz-se uso de medicamentos antitireoidianos e de betabloqueadores. 0 iodo e o iodeto de potassio podem ser usados por, no maximo, 10 dias antes da cirurgia, a fim de diminuir a vascu- larizagao da glandula, enrijecer o tecido tireoidiano e promover maior facilidade do procedimento, com a diminuigao de sangramento e friabilidade da glandula. Esse efeito se da por bloqueio da organificagao do iodo por meio do fenomeno transitorio de Wolff-Chaikoff que, apos 10 dias, se extingue, levando ao hipertireoidismo rebote. © Asolugao de lugol contem 5% de iodo e 10% de iodeto de potassio, sendo administradana dose de 0,1 a 0,3mL (3 a 5 gotas) a cada 8 horas.19 Os contrastes iodados (iodato de sodio e acido iopanoico) sao usados para a compensagao do hipertireoidismo, com a vantagem de darem menos rebote e inibirem a conversao periferica de T4 a T3. Porem, sao nefrotoxicos. A dose de contraste iodado utilizada e de 500mg a cada 8 horas. Os corticosteroides sao utilizados na ausencia de compensagao do hipertireoidismo com os far- macos anteriormente citados.219 Em casos de tireoidectomia sao observadas algumas complicagoes especificas: na ocorrencia de grandes bocios, pode haver dificuldade na intubagao e extubagao orotraqueal por obstrugao de via aerea, traqueomalacia e edema de glote,19 lesao ou paresia do nervo laringeo recorrente1419 e hipocalcemia transitoria (20%) ou definitiva (3%) por hipoparatireoidismo. 0 1. Assinale a alternativa que NAO corresponde a uma manifestagao clinica da doengade Graves. A) Palpitagao. B) Oftalmopatia infiltrativa. C) Aumento de peso. D) Dermopatia. Resposta no final do capitulo PROACI SEMCAD CONDUTAATUAL NO HIPERTIREOIDISMO 18 o 2. Considere a associagao dos quadras clinicos descritos a seguir e, a partir do indicede Wayne, assinale E para os casos de eutireoidismo, H para hipertireoidismo e D para os diagnostics duvidosos. A) ( ) Preference pelo frio, aumento do apetite, palpitagoes, taquicinesia e exoftal- mo. B) ( ) Sudorese excessiva, astenia, fibrilagao atrial, aumento do apetite, frequencia cardiaca superior a 90bpm, palpitagoes, diminuigao de peso e fremito tireoi- diano. C) ( ) Diminuigao de peso, tireoide palpavel e frequenciacardiaca superior a 90bpm. Resposta no final do capitulo 3. Cite as principals indicagoes da dosagem serica de TRAb e da cintilografia por captagao do iodo radioativo para o diagnostic diferencial da doenga de Graves. 4. Paciente em hipertireoidismo por doenga de Graves, com bocio difuso sem nodulos, porem com 100g, estimado por ultra-sonografia, e sintomas compressivos. Levando em conta as informagoes apresentadas, assinale a alternativa INCORRETA. A) Devido ao grande volume e a presenga de sintomas compressivos, a tireoidectomia subtotal esta indicada. B) A radioiodoterapia esta contra-indicada nesse caso. C) Deve-se administrar medicamentos antitireoidianos no pre-operatorio. D) 0 uso de lugol pode ser util no preparo pre-operatorio. 5. Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, as dosagens iniciais de metimazol e propiltiouracil a serem administradas no tratamento farmacologico da doenga de Graves. A) 15 a 30mg/dia em dose unica e 100mg 3 vezes ao dia. B) 10Omg/dia em dose unica e 15 a 30mg 3 vezes ao dia. C) 50mg/dia em dose unica e 150mg 3 vezes ao dia. D) 10mg/dia em dose unica e 30mg 3 vezes ao dia. Respostas no final do capitulo 19 6. Assinale a alternativa correta quanto ao uso da radioiodoterapia no hipertireoi- dismo. A) Promove respostas mais imediatas que a cirurgia no tratamento do hipertireoi- dismo. B) Apresenta custos mais elevados que a cirurgia. C) Pode promover o hipotireoidismo. D) Tern efeito imunomodulador na doenga de Graves. Resposta no final do capitulo 7. Embora a tecnica de tireoidectomia preconizada seja a subtotal, em alguns casos especificos deve-se optar pela tireoidectomia total. Que casos sao esses? BOCIOS NODULARES BOCIO UNINODULAR TOXICO (DOENQA DE PLUMMER) # 0 nodulo tireoidiano autonomo e aquele cuja produgao hormonal e independente do estimulo do TSH e do feedback negativo do eixo tireoide-hipofise.20 Aautonomia do nodulo tireoidiano e determinada pelos criterios apresentados no Quadro 3.21 Quadro 3 ACHADOS INDICATIVOS DE NODULO TIREOIDIANO AUTONOMO Exame Achado Cintilografia 0 nodulo se projeta como uma area de intensa concentragao radioativa maior do que o parenquima circunvizinho (nodulo quente). Prova de depressao da fungao tireoidiana Nao acusa alteragoes significativas na captagao e na imagem cintilografica. Prova de estimulo com TSH Captagao igual ou diminuida na projegao do nodulo e aumentada no parenquima circunvizinho. PROACI SEMCAD CONDUTAATUAL NO HIPERTIREOIDISMO 20 A Figura 5 apresenta o cintigrama de um nodulo quente autonomo e a pega cirurgica correspon- dente, produto da nodulectomia de um adenoma folicular (doenga de Plummer). *fFigura 5-Cintigrama de um nodulo quente autonomo e pegacirurgica correspondente. Fonte: Arquivo de imagens dos autores. 0 nodulo autonomo solitario e de histologia benigna (adenoma folicular) acomete predominante- mente mulheres. Pode ocorrer em qualquer faixa etaria, mas geralmente se desenvolve em idades superiores a 40 anos, ou seja, em faixas etarias mais elevadas do que na doenga de Graves.22 Por esse motivo, manifestagoes cardiovasculares, como taquicardias e arritmias, manifestam-se mais precocemente. As demais manifestagoes de hipertireoidismo sao menos intensas do que na doenga de Graves. Diagnostico Geralmente, o diagnostico inicial da doenga de Plummer e dado pela presenga de um nodulo vi- si'vel ou palpavel associado a taquicardia e tremores.22 0 Indice de Ferraz, apresentado no Quadro 4, e empregado para a caracterizagao clinica do estado funcional da doenga de Plummer.21 Quando a soma algebrica dos valores atribuidos aos sinais e sintomas e igual ou inferior a 9, sugere-se eutireoidismo; quando a soma e 10 ou 11, o diagnostico e duvidoso; quando igual ou superior a 12, esta sugerido hipertireoidismo. Quadro 4 INDICE DE FERRAZ Sintomas e sinais Presenga Dispneia aos esforgos +1 Nervosismo +1 Emagrecimento +2 Intolerance ao calor +2 Sintomas Palpitagoes +1 Aumento de sudorese +2 Astenia +1 Diarreia +3 Aumento de apetite +3 Insonia +2 Sinais Tremor de maos +1 Pulso > 90bpm +1 21 A confirmagao diagnostica da doenga de Plummer pode ser obtida por meio da cintilografia com teste de supressao, ja descritos, e da dosagem hormonal: nlveis sericos elevados de T4 livre com supressao de TSH. Os anticorpos antitireoidianos sao negativos. Na ausencia de sinais e sinto- mas de hipertireoidismo, pode-se realizar a pungao aspirativa com agulha fina (PAAF) do nodulo, identificando-se urn adenoma folicular ou apenas urn “padrao folicular".20 A ultra-sonografia deve ser realizada para avaliagao do aspecto do nodulo e da alteragao do seu volume. Tratamento 0 tratamento de eleigao para o bocio uninodular autonomo, independentemente de sua situagao funcional, e a nodulectomia, ou seja, a enucleagao cirurgica do nodulo. A nodulectomia e capaz de eliminar o foco causador do hipertireoidismo, fazendo com que o res- tate da glandula funcione em seu estado normal, alem de interromper o aumento volumetrico da tireoide decorrente do efeito de massa do nodulo crescente. Esse procedimento tambem tern efeito terapeutico imediato, e de simples execugao tecnica e de baixa morbidade.21 Os cuidados cllnicos pre-operatorios sao os mesmos preconizados na doenga de Graves. PROACI SEMCAD CONDUTAATUAL NO HIPERTIREOIDISMO 22 LEMBRAR Os medicamentos antitireoidianos irao melhorar o quadro clinico tao somente durante o seu uso, com recidiva do hipertireoidismo quando suspensos. 0 uso do I131 tambem e relatado, porem requer doses mais elevadas do que as utilizadas na doen- ga de Graves para atingir o eutireoidismo, podendo levar ao hipotireoidismo. Tem como vantagem o fato de nao ser invasivo e ser de baixo custo. Outra forma terapeutica e a injegao percutanea de etanol. Esse tratamento tem o beneficio de poder ser utilizado em gravidas e em pacientes que se recusam a aderir as demais formas de trata- mento. Tem como desvantagem a necessidade de multiplas aplicagoes, implicando em desconforto para o paciente e aumento de custo.20 BOCIO MULTINODULAR TOXICO A origem do bocio multinodular toxico ainda nao e totalmente esclarecida. Acredita-se que o mesmo e proveniente de urn bocio multinodular simples que desenvolve alguns conglomerados de celulas foliculares tireoidianas que passam a agir de forma autonoma, produzindo excesso hormonal,20 e que algumas mutagoes no receptor de TSH estao envolvidas na patogenese. Assim, supoe-se que a deficiencia crdnica de iodo, associada a consequente estimulagao prolongada do TSH, aumenta a replicagao das celulas foliculares da tireoide, favorecendo o aparecimento de mutagoes do gene do receptor de TSH.23 A prevalence do bocio multinodular toxico e de ate 5%. Geralmente, o desenvolvimento do hiperti- reoidismo sintomatico se da apos decadas de evolugao da doenga. Assim, torna-se uma importante causa de tireotoxicose no idoso,2023 bem como de arritmias e fibrilagao atrial. Quando o bocio atinge grandes volumes, podem haver sintomas por compressao de esofago e traqueia, cursando com disfagia e dispneia. Diagnostico 0 diagnostico laboratorial do bocio multinodular toxico consiste na elevagao de T4 livre e na supres- sao de TSH, com anticorpos antitireoide negativos. A ultra-sonografia da tireoide e valida para a identificagao e caracterizagao dos nodulos, podendo apresentar calcificagao.20 A cintilografia da glandula tireoide e util para a caracterizagao dos nodulos, que, no bocio multi- nodular toxico, sao hipercaptantes (quentes), diferentemente do parenquima perinodular, que e pouco captante (Figura 6). 23 r* r?l\.• ./ 1 J.JfW > Figura 6 - Cintigrama do bocio multinodular toxico, com no- dulos hipercaptantes (quentes). Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Tratamento © 0 tratamento cirurgico e fortemente recomendavel para portadores de bocio multinodulartoxico, principalmente nos casos de bocios volumosos que geram sintomas compres-sivos. A tireoidectomia deve ser capaz de ressecar todos os nodulos presentes, minimizando achance de recidiva de hipertireoidismo e visando ao eutireoidismo. Muitas vezes, a tireoidectomia subtotal nao e capaz de alcangar esses dois objetivos, optando-se, entao, pela tireoidectomia total, a fim de se evitar a reabordagem cirurgica e a adigao de morbidade, inerente a reintervengao. Obviamente, o prepare pre-operatorio com medicamentos antitireoidianos e betabloqueadores e recomendavel, ja que o paciente deve ser abordado sob controle do hipertireoidismo e seus sintomas. Em alguns casos de bocio multinodular toxico, o tratamento clinico e o unico possivel, lembrando- se de que a taxa de incidencia dessa doenga e maior em idosos. E possivel utilizar a radioiodoterapia no tratamento do bocio multinodular toxico, mas o paciente deve ficar em constante observagao quanto a possibilidade de recidiva do hipertireoidismo ou de progressao volumetrica e degeneragao nodular. DOENQA DE GRAVES COM NODULOS A doenga de Graves com nodulos pouco difere daquela sem nodulos no que se refere a sintoma- tologia. Ressalta-se que pacientes com nodulos podem desenvolver sintomas compressivos com mais frequencia. PROACI SEMCAD CONDUTA ATUAL NO HIPERTIREOIDISMO DiagnosticoNa doenga de Graves com nodulos, e indicada a realizagao de ultra-sonografia para caracterizagaodos nodulos, principalmente visando-se a identificar sinais de malignidade.24 Em casos em que anatureza do nodulo e incerta, indica-se a PAAF para analise citologica. Ainda e controversa a associagao da doenga de Graves com o desenvolvimento de carcinoma bem diferenciado da tireoide.25 27 Sugere-se que a estimulagao da tireoide pelo TRAb facilita a transfor- magao neoplasica dos tireocitos com carga genetica crltica.27 Tratamento © Preconiza-se a tireoidectomia em pacientes com doenga de Graves e nodulos. Atireoidectomia total deve ser realizada nos casos em que se identificam nodulos malignos. Caso sejam benignos, a tireoidectomia subtotal pode ser o procedimento de escolha. Em pacientes que sao impossibilitados de serem submetidos a procedimento cirurgico, a radioio- doterapia e uma opgao terapeutica. Entretanto, deve-se fazer controle rigoroso dos nodulos, a fim de se detectar precocemente aqueles com aspectos neoplasicos. 8. Que sinais e sintomas podem sugerir inicialmente o diagnostico de doenga de Plummer? 9. Considere os quadras clinicos a seguir e, com base no indice de Ferraz, assinale E para os casos de eutireoidismo, FI para hipertireoidismo e D para os diagnostics duvidosos. A) ( ) Diarreia, aumento de apetite, insonia, tremor de maos, aumento de sudorese e emagrecimento. B) ( ) Dispneia aos esforgos, palpitagoes, astenia e aumento de apetite. C) ( ) Insonia, emagrecimento, intolerance ao calor, diarreia e nervosismo. Resposta no final do capitulo 25 10. Qual e o tratamento de eleigao para o bocio uninodular autonomo? 11. Que achados podem ser observados na cintilografia de um paciente com suspeita de bocio multinodular toxico? 12. Diante de um paciente com doenga de Graves e nodulos, que procedimentos tera- peuticos estao preconizados, respectivamente, nos casos em que ha nodulos malignos e nos casos de nodulos benignos? CASO CLINICO Mulher, 67 anos de idade, apresentou, a primeira consulta, queixa de palpitagoes. Negou CD qualquer doenga previa ou uso cronico de medicagoes. Ao exame fisico, foi identificada taquiarritmia cardiaca, com pulso periferico em 120bpm e irregular. A ausculta cardiaca, nao foram identificados sopros. Foi realizado eletrocardio- grama no consultorio, sendo identificada fibrilagao atrial. Notou-se tambem um aumento do volume tireoidiano, com apagamento das bordas do musculo esternoclidomastoideo e da furcula. A tireoide apresentava-se com consistency firme, individualizando-se um nodulo em lobo direito de 2,0cm de diametro e outro, de 1,5cm, em lobo esquerdo. A pa- ciente referiu nao ter observado aumento recente do volume cervical e nao se incomodar com o aspecto estetico do mesmo. PROACI SEMCAD CONDUTAATUAL NO HIPERTIREOIDISMO 26 Com base nas informagoes descritas no caso clinico, responda as questoes a seguir e HiJ compare suas respostas com o seguimento apresentado pelos autores. 13. Qual a principal hipotese diagnostica? 14. Quais exames devem ser solicitados para a confirmagao diagnostica? 15. Qual a melhor terapeutica a ser adotada? A principal hipotese diagnostica para a paciente descrita neste caso clinico e taquiarritmia desen- cadeada por urn quadro de hipertireoidismo. Para a investigagao inicial, deve-se colher uma dosa- gem serica de TSH e de T4 livre. Sendo observada a supressao de TSH (< 0,01mU/L) ou valores subnormals de TSH (0,01 a 0,1mU/L) com niveis elevados de T4 livre, confirma-se o diagnostico de hipertireoidismo. Se o nivel serico de T4 livre for normal, diagnostica-se urn hipertireoidismo subclinico.28 As provaveis causas para o quadro apresentado sao doenga de Graves com nodulos ou bocio mul- tinodular toxico. A segunda hipotese torna-se mais provavel, por se tratar de uma paciente mais idosa, com bocio de longa data e oligossintomatica. Assim, para realizar o diagnostico diferencial entre essas duas hipoteses, deve-se dosar o TRAb serico. Sendo esse positivo, caracteriza-se a doenga de Graves com nodulos; se negativo, confirma-se a possibilidade de se tratar de urn bocio multinodular toxico. Pode-se tambem realizar uma cintilografia da tireoide, na qual o parenquima e hipercaptante e os nodulos frios na doenga de Graves, sendo o contrario no bocio multinodular toxico.A ultra-sonografia e util na caracterizagao dos nodulos, e, se houver alguma suspeita de malignidade, a associagao com o estudo citologico com PAAF se faz necessaria. No que se refere ao tratamento dessa paciente, inicialmente deve-se introduzir a terapeutica com medicamentos antitireoidianos e o controle da frequencia cardiaca com betabloqueadores. Atingido o eutireoidismo e o controle cardiovascular, deve-se propor o procedimento cirurgico, uma vez que, clinicamente, a paciente tem condigoes de ser submetida a cirurgia e a tireoide, alem de conter nodulos, ja apresenta tamanho volumoso. Nao havendo suspeita de malignidade, se for um caso de doenga de Graves, deve-se proceder a tireoidectomia parcial. Se for um bocio multinodular toxico, tende-se a realizar tireoidectomia total, na temeridade de recidiva da doenga se for realizada a tecnica subtotal. Em caso de malignidade, inquestionavelmente, procede-se a tireoidectomia total, independentemente da doenga de base que gerou o hipertireoidismo. CONCLUSAO 0 hipertireoidismo e consequencia de um espectro de doengas, tireoidianas ou nao. Seu diagnos- tico, atualmente, esta baseado nas dosagens sericas do hormonio estimulador da tireoide (TSH), dos hormonios produzidos pelos tireocitos (T3, T4 e fragoes livres) e dos anticorpos antitireoidia- nos (principalmente o TRAb). A conduta terapeutica esta baseada em tres pilares: medicamentos antitireoidianos, radioiodoterapia e cirurgia. |RESPOSTAS AS ATIVIDADES E COMENTARIOS Atividade 1 Resposta: C Comentario: A doenga de Graves manifesta-se clinicamente com o aumento difuso da tireoide, dermopatia, oftalmopatia infiltrativa e sintomas progressives de hipertireoidismo (nervosismo, pal- pitagao, intolerance ao calor, aumento do apetite e emagrecimento). Atividade 2 Chave de respostas: A) E; B) H; C) D Atividade 4 Resposta: B Comentario: A terapia com I131 nao esta contra-indicada, mas talvez nao seja a melhor situagao a ser indicada. Uma vez que o volume da glandula tireoide e elevado, podem ser necessarias maiores doses para que se alcance o eutireoidismo. Existem relatos que, apos a radioiodoterapia, ha uma diminuigao do volume tireoidiano, aliviando os sintomas compressivos. Esse tratamento estaria indicado, principalmente se o paciente possuisse comorbidades que impedissem o proce- dimento cirurgico. Atividade 5 Resposta: A Comentario: A dose do metimazol deve ser de 15 a 30mg, em administragao diaria unica, para facilitar a aderencia terapeutica. Ja a administragao do propiltiouracildeve ser de 100mg de 2 a 3 vezes por dia. PROACI SEMCAD CONDUTAATUAL NO HIPERTIREOIDISMO 28 Atividade 6 Resposta: C Comentario: A radioiodoterapia e uma opgao terapeutica bastante eficiente no hipertireoidismo. Tem como vantagem o seu custo inferior ao de uma cirurgia, alem de apresentar baixos efeitos colate- rais. Entretanto, o grande questionamento do uso do I131 esta no fato de que 70% dos pacientes desenvolvem hipotireoidismo em um ano, alem de nao ter nenhum efeito imunomodulador, o que se deseja no tratamento da doenga de Graves. Atividade 9 Chave de respostas: A) H; B) E; C) D |REFERENCES 1 Weetman AP. Graves' disease. N Engl J Med. 2000 Oct 26;343(17):1236-48. 2 Romaldini JH, Werner MC. Hipertireoidismo na doenga de graves. In: Coronho V, Petroianu A, Santana EM, Pimenta LG. 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PROACI SEMCAD Screenshot_2017-06-23-14-04-34 Screenshot_2017-06-23-14-04-36 Screenshot_2017-06-23-14-04-40 Screenshot_2017-06-23-14-04-44 Screenshot_2017-06-23-14-04-48 Screenshot_2017-06-23-14-04-52 Screenshot_2017-06-23-14-04-56 Screenshot_2017-06-23-14-05-00 Screenshot_2017-06-23-14-05-04 Screenshot_2017-06-23-14-05-08 Screenshot_2017-06-23-14-05-12 Screenshot_2017-06-23-14-05-16 Screenshot_2017-06-23-14-05-20 Screenshot_2017-06-23-14-05-24 Screenshot_2017-06-23-14-05-28 Screenshot_2017-06-23-14-05-32 Screenshot_2017-06-23-14-05-36 Screenshot_2017-06-23-14-05-40 Screenshot_2017-06-23-14-05-44 Screenshot_2017-06-23-14-05-48 Screenshot_2017-06-23-14-05-53
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