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Resenha do Filme Preciosa

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Análise do filme “Preciosa: Uma história de esperança”
A presente resenha vem analisar a história do filme "Preciosa: Uma história de esperança", articulando e correlacionando com o artigo "Violência doméstica e comunitária" do livro Adolescência e Psicologia: Concepções, práticas e reflexões críticas, do Conselho Federal de Psicologia. Assim, objetiva-se refletir sobre a violência ocorrida contra a criança e ao adolescente dentro do ambiente doméstico, apontando que a família não deve ser inquestionável, nem intocável e que pode, apresentar riscos à integridade física, moral e psicológica de uma criança ou adolescente, sendo capaz de gerar possíveis sequelas na formação e no seu desenvolvimento. 
O contexto se passa no Harlem, bairro de Nova York, em 1987, onde uma adolescente de 16 anos enfrenta constantemente dentro de seu próprio lar diversos tipos de violência, sejam física, sexual, psicológica e verbal, por seus próprios pais. 
A adolescente Claireece Precious Jones "Preciosa" cresce em um ambiente violento e recheado de desamor. Discriminação, agressão, opressão e negligência são alguns dos fatores que fazem parte do seu cotidiano. Preciosa é abusada sexualmente pelo pai desde os 3 anos de idade, o que resulta em duas gravidezes e que inclusive à transmitiu o vírus do HIV (Aids). Além de espancada e humilhada pela mãe, a qual nutre um ódio doentio contra a filha que sabe dos abusos que a garota sofre desde pequena, mas consente. Segundo Koller (1999, p.33), essa violência tem sido definida como “ações e/ou omissões que podem cessar, impedir, deter ou retardar o desenvolvimento pleno dos seres humanos” 
A primeira filha de Preciosa, portadora de síndrome de Down, recebe o grosseiro apelido de “Mongo” e é criada pela avó. Quando Preciosa engravida pela segunda vez (novamente pelo próprio pai) é expulsa da escola. Negra e gorda, a adolescente é praticamente uma analfabeta funcional, não tem amigos, sofre bullying na escola, nas ruas e tem um comportamento muito passivo em relação a isso. Segundo Antoni e Koller (2002, p. 88) É escasso o número de pessoas (parentes, amigos ou vizinhos) ou entidades (Conselho Tutelar, Igreja, etc.) aos quais esse adolescente pode confiar o suficiente para relatar sobre o abuso e acreditar que algo será feito para evitar a incidência da violência. Os adolescentes tendem a se isolar e a evitar falar sobre seus problemas. Parecem ter dificuldades em estabelecer relações de confiança com pares e adultos, portanto, sua rede de apoio social e afetivo é pequena e nem sempre atuante.
Ao longo do filme é possível observar que Preciosa cria fantasias e é possuidora de uma imaginação fértil que as usa como mecanismos de defesa, para lidar com o complexo ambiente na qual se encontra inserida.
Há também o acompanhamento de uma assistente social que é oferecido pelo governo para fazer o acompanhamento familiar, porém, tudo que é falado é criado, pois a mãe
 de Preciosa a obriga a mentir para assegurar o recebimento da ajuda de custo do Estado, já que a mesma não trabalha.
Nesse contexto, Preciosa consegue uma vaga em uma escola alternativa e quando passa a frequentar, é introduzida à outra realidade, a qual desconhecia. Ela procura encontrar seu caminho através dos estudos, faz amizades e tem a atenção da professora, e este meio acaba por preencher o convívio familiar saudável necessário. Ela se sente acolhida e segura para dizer a verdade para todos, até para a assistente social, que antes não obtinha as informações fundamentais para o tratamento psicológico da família.
Apesar de o término da história não ter sido um "final feliz”, Preciosa não deixa que o trauma vivido gerasse ódio dos filhos frutos de incesto. Preciosa se mostra madura diante ao tratamento com seus filhos, é amorosa, protetora e completamente oposto da que lhe foi proporcionado ao decorrer da sua vida, para que não passam pelo o que ela passou. 
O filme “Preciosa” não é qualquer obra de ficção, pois mostra a realidade e nos faz refletir o quanto pode ser aterrorizante diversos ambientes familiares. Nos quais crianças e adolescente estão, constantemente, expostos a circunstancias de extrema negligencia e marginalizadas, além de sofrer à violência sexual, física e psicológica. Esses fatos são intensificados pela ineficácia do sistema público em garantir a cidadania, gerir e manter a ordem pública, atendendo às demandas sociais, principalmente daquelas camadas da população que precisam lutar para manter sua segurança e sobrevivência (Peralva, 2000; Velho, 2000) 
A Leis mais atuais que dariam suporte para casos nas quais houvessem violências como as descritas pela história poderia citar-se o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e Lei Maria da Penha. O Estatuto, caso realmente fosse comprido, seria fundamental para a prevenção de ocorrências como essas e a decorrente ruptura de todo um ciclo da violência, já a Lei Maria da Penha como forma de reparar a situação de violência já implantada. A violência não causa estranheza à sociedade brasileira e geralmente é usada como forma de dirigir as relações sociais e solucionar conflitos. Segundo Antoni & Koller (2002, p.85) No caso de crianças e adolescentes, a violência social expressa-se no funcionamento de instituições que não cumprem as diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ou cultivam padrões culturais de aceitação e valorização de comportamentos hostis e punitivos nas famílias, justificando-os como prática disciplinar e baseados na crença de que os pais têm posse sobre os filhos.
Diante desse fato, é fundamental avaliar a figura de poder na família, como as sérias consequências que a mesma pode causar na vida das crianças e adolescentes. Enfatizando a extrema importância de promover atendimento psicológico e social as famílias; campanhas para prevenir e combater a violência; debater sobre a questão da violência nas escolas, comunidades, televisão etc; divulgar o ECA e a atuação do Conselho tutelar.
Aluna: Nathalia Braga de Souza 
N° da matricula: 20191107464
 
 
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