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1 HIPNOANALGÉSICOS (Analgésicos Opioides) Disciplina: QF Profa. Dra. Kátia Botelho morfina ÓPIO látex de cápsulas imaturas de Papaver somniferum Morfina Codeina Papaverina Tebaína Opiáceos : analgésicos estruturalmente relacionados à morfina Opióides: compostos sintéticos, semi-sintéticos, naturais ou endógenos que interagem com receptores opióides no SNC 1 2 2 1925 proposição da estrutura química da morfina Sir Robert Robinson (1886-1975) Universidade de Oxford Prêmio Nobel em Química em 1947 investigação de produtos naturais de importância biológica, especialmente alcalóides 1881 identificação de grupos funcionais da morfina 1952 síntese total da morfina morfina 1968 validação por cristalografia de raios-X da estrutura proposta por Robinson 1970s receptores na membrana das células nervosas que interagiam com opioides morfina e derivados opioides sintéticos não eram os ligantes naturais dos receptores 1975 isolamento de compostos endógenos com atividade opioide encefalinas “kaphale” “da cabeça” Tyr Gly Gly Phe R Leu-encefalina Met-encefalina R = 3 4 3 Identificação de outros opioides endógenos -endorfina dinorfinas endomorfinas Met‐encefalina Leu‐encefalina ‐endorfina dinorfina1‐17 dinorfina1‐8 dinorfina1‐13 α‐neoendorfina ‐neoendorfina nociceptina (1995) ‐Met ‐Leu ‐Met‐Thr‐Ser‐Glu‐Lys‐Ser10‐Gln‐Thr‐Pro‐Leu‐Val‐Thr‐Leu‐Phe‐Lys‐Asn20‐Ala‐ Ile‐Ile‐Lys‐Asn‐Ala‐Tyr‐Lys‐Lys‐Gly‐GluOH31 ‐Leu‐Arg‐Arg‐Ile‐Arg‐Pro‐Lys‐Leu‐Lys‐Trp‐Asp‐Asn‐Gln ‐Leu‐Arg‐Arg‐Ile ‐Leu‐Arg‐Arg‐Ile‐Arg‐Pro‐Lys‐Leu‐Lys ‐Leu‐Arg‐Lys‐Tyr‐Pro‐Lys ‐Leu‐Arg‐Lys‐Tyr‐Pro = Phe‐Gly‐Gly‐Phe‐Thr‐Gly‐Ala‐Arg‐Lys‐Ser‐Ala‐Arg‐Lys‐Leu‐Ala‐Asn‐Gln R = R Tyr Gly Gly Phe Complexação com receptores específicos na medula espinal e cérebro Receptores acoplados à proteína G que atuam ativando canais iônicos ( K+, Ca+2 ) Inibição de liberação de neurotransmissores (GABA, glutamato, glicina) MECANISMO DE AÇÃO 5 6 4 Os opióides atuam em dois sítios: 1- Reduzem a transmissão do sinal da dor mediante a ativação de receptores opioides pré-sináptico. 2- A nível pós-sináptico, a união com receptores opioides provoca uma hiperpolarização da membrana neural existem em maior densidade no: córtex cerebral, tálamo e substância cinzenta periaquedutal endorfina β é o ligante endógeno com maior afinidade para o receptor μ mu (,MOR) encontra-se sobretudo na: medula espinhal, tálamo,hipotálamo e córtex cerebral. Como ligantes endógenos preferenciais deste receptor temos as encefalinas. capa (,KOR) delta (,DOR) apresentam uma distribuição difusa, sendo mais importantes na periferia, embora também possam contribuir para a analgesia. Os ligantes endógenos preferenciais deste receptor são as encefalinas. 7 8 5 Mi: analgesia supraespinhal, depressão respiratória, euforia e dependência Kappa: analgesia espinhal, miose, sedação, disforia Sigma: alucinação, estimulação vasomotora e respiratoria Delta: modifica a atividade dos receptores mi (opióides endógenos) (mi) Analgesia supra espinhal, depressão respiratória, euforia e dependência física Morfina +++ Fentanil+++ Codeína + Buprenorfina +++ Naloxona Nalorfina (Kappa) Analgesia medular, miose e sedação Morfina + Fentanil + Etorfina +++ Naloxona Naltrexona (Sigma) Disforia, alucinações, estimulação Etorfina +++ Morfina ++ Codeína + (Delta) Alterações do comportamento afetivo Pentazocina + Nalorfina + RECEPTOR EFEITOS AGONISTA ANTAGONISTA Receptores opióides , , , Porção tiramínica SEMELHANÇAS ESTRUTURAIS SEMELHANÇAS ESTRUTURAIS morfina meperidina metadona encefalinas 9 10 6 ESTRUTURA DA MORFINA – OPIÓIDE EXÓGENO ESTRUTURA DA MORFINA – OPIÓIDE EXÓGENO forma de T configuração absoluta 5(R), 6(S), 9(R), 13(S), 14(R) isômero ( ) ou levorrotatório isômero (+ ) sintético e sem atividade analgésica 7 morfina 3D 13 4 5 6 8 9 10 11 12 13 14 15 16 A D B E C caráter básico morfina ( )-morfina FARMACODINÂMICA morfina protonada (forma ionizada da base): interação com receptor FARMACOCINÉTICA ( )-morfina morfina neutra ou base livre (forma não-ionizada): Acesso ao SNC via BHE Base fraca 11 12 7 PRINCIPAIS VIAS DE METABOLISMO ENVOLVENDO A MORFINA Métodos 1. Variação dos Substituintes 2. Extensão dos Fármacos 3. Simplificação Molecular 4. Introdução de Rigidez Desenvolvimento de análogos de Morfina Estudos de Relação Estrutura-atividade 13 14 8 REA 1. Variação dos Substituintes Hidroxila fenólica O H3CO HO N CH3 HH codeína (ClogP 1,3) codeína R = Me 3- etilmorfina R = Et 3- acetilmorfina R = acetil O HO HO N CH3 HH morfina (ClogP 1,2) Hidroxila alílica 6-OH REA 1. Variação dos Substituintes R analgesia Me: heterocodeína 5 vezes maior Et: 6-etilmorfina maior ativ. Acetil: 6-acetilmorfina 4 vezes maior Propriedades farmacocinéticas alteradas (BHE) 15 16 9 REA 1. Variação dos Substituintes O N CH3 H HO HO A B C D E morfina Tebaína/paramorfina 6 7 8 14 3 R = H oximorfona 2,5x morfina R = CH3 oxicodona ~ morfina C 14-H por 14-OH atividade analgésica O HO C2H5O N CH3 HH O HO O N CH3 HH O O O O N CH3 HH O O O HO HO N CH3 HH morfina (ClogP 1,2) O H3CO HO N CH3 HH codeína (ClogP 1,3) diamorfina (heroína) (ClogP 1,6) 6-etilmorfina 6-acetilmorfina REA 1. Variação dos Substituintes 17 18 10 Grupo N-metílico X Atividade analgésica in vitro NH: Normorfina 25% 0% 0% REA 1. Variação dos Substituintes O N CH3 H HO HO A B C D E morfina REA 2. Extensão dos Fármacos Introdução de grupo funcional extra para aumento de interação no receptor. Substituintes no átomo de nitrogênio Posição facilmente modificada por métodos químicos Serie homóloga: Metila a Butila a atividade cai a zero Grupos mais volumosos, como pentila e hexila – atividade e recuperada. Introdução de grupo fenetila (etilfenila) fornece produtos cerca de 14 vezes mais potentes que a própria morfina 19 20 11 ANTAGONISTA AGONISTA •3 a 5 átomos de carbonos •insaturação •pequenos anéis SUBSTITUIÇÃO NO NITROGÊNIO REA 2. Extensão dos Fármacos O N CH3 H HO HO A B C D E morfina FÁRMACOS POTENTES ANTAGONISTAS Úteis para bloquear os efeitos colaterais da morfina (overdose) REA 2. Extensão dos Fármacos Naloxona Naltrexona Nalorfina O N CH3 H HO HO A B C D E morfina 21 22 12 REA 3. Simplificação Molecular Remoção do anel E O N CH3 H HO HO A B C D E morfina REA 3. Simplificação Molecular O N CH3 H HO HO A B C D E morfina 23 24 13 Morfinanos • Resultantes da remoção do anel D da morfina N H HO CH3 N H HO N H HO levorfanol 5x mais potente levalorfan antagonista 5x mais potente que nalorfina N-fenetilevorfanol 15x mais potente O N CH3 H HO HO A B C D E morfina REA 3. Simplificação Molecular Benzomorfanos (benzazocinas) Resultantes da remoção dos anéis C e D da morfina H3C N HO CH3 H3C N HO metazocina mesma potência da morfina fenazocina 4x mais potente H CH3 CH3 H H3C N HO pentazocina CH3 H O N CH3 H HO HO A B C D E morfina REA 3. Simplificação Molecular 25 26 14 4-Fenilpiperidinas Resultantes da remoção dos anéis B, C e D da morfina N CH3 meperidina O O N O O CH3 = N N Ph O MeO S N N Ph O MeO N EtN N N N N Ph O MeO O O MeO O sufentanil alfenta remifentanil N fentanil N O a anilaa O N CH3 H HO HO A B C D E morfina REA 3. Simplificação Molecular Difenilpropilaminas • Resultante da remoção dos anéis B, C, D e E da morfina Ph N(CH3)2 metadona O O = H CH3 N(CH3)2 O Ph Ph CH3 H O N CH3 H HO HO A B C D E morfina levopropoxifeno REA 3. Simplificação Molecular 27 28 15 REA 4. Introdução de Rigidez Oripavinas Analgésico sintético da codeína tramadol Tramal® ON CH3 H HO HO A B C D E morfina 29 30 16 Agonistas de e inibição do peristaltismo Derivados fenilpiperidínicos OPIÓIDES UTILIZADOS COMO ANTIDIARRÉICOS N CH3 meperidina O O N O O CH3 = loperamida Em resumo: REA dos derivados da Morfina 31 32 17 Interatividade Indique qual a estratégia de modificação molecular predominante para a obtenção dos analgésicos opioides 2-7 a partir da morfina (1): 1→ 2:__________________ 1→ 3:__________________ 1→ 4:__________________ 1→ 5:__________________ 1→ 6:__________________ 1→ 7:__________________ ATÉ A PRÓXIMA! 33 34
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