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F3-Curso-Formacao-de-mediadores-de-educacao-para-patrimonio

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Formação de 
Mediadores de Educação 
para Patrimônio
Cristina Rodrigues Holanda
Lana Luiza M.F. Sales
É pau, 
é pedra... 
o patrimônio natural 
para Patrimônio
SUMÁRIO
1. Apresentação ............................................................................. 35
2. Introdução .................................................................................. 36
3. Geodiversidade .......................................................................... 37
4. Paleontologia versus Arqueologia ............................................. 40
5. Processos de fossilização .......................................................... 41
6. Legislação sobre patrimônio natural e paleontológico ........... 42
7. Paleoturismo no Brasil ............................................................... 45
8. Divulgação e popularização da Paleontologia ......................... 46
Referências bibliográficas................................................. 47
1. 
APRESENTAÇÃO
É o pau, é pedra, é o fi m do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba no campo, é o nó da madeira
Caingá candeia, é o matita-pereira [...]
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração [...]
(“Águas de Março”, de Tom Jobim)
ocê conhece essa canção 
de Tom Jobim? Acima 
selecionamos alguns tre-
chos dela. Busque-a na 
internet e ouça-a na ínte-
gra, lendo com atenção a 
sua letra. Observe que em 
alguns momentos ela faz 
menção aos elementos 
da natureza e em outros 
à presença humana e suas criações. Con-
seguiu perceber? Mas, afinal, o que essa 
“mistura poética” pode nos dizer acerca do 
patrimônio natural, tema de nosso módulo? 
Sim, neste fascículo, noções sobre o 
patrimônio natural. São caminhos para 
quem deseja entender, aprender e ensi-
nar sobre este assunto tão fascinante. Só 
quem conhece a sua importância pode 
sensibilizar e mobilizar os outros para sua 
preservação e valorização. 
Nesse sentido, serão abordados concei-
tos que tratam da Geodiversidade, como 
também da Paleontologia. No Brasil, os 
assuntos relativos à geodiversidade estão 
sempre em pauta, embora os temas pale-
ontológicos costumam ser pouco divulga-
dos, com exceção daqueles voltados para a 
história dos dinossauros. Mas outros orga-
nismos fossilizados (como moluscos, plan-
tas, insetos e animais, incluindo a espécie 
humana) também podem ser exemplares 
importantes acerca do registro da vida pre-
térita na superfície terrestre.
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 35
2. 
O PATRIMÔNIO 
NATURAL 
patrimônio natural é com-
-posto de diferentes ele-
mentos que interagem 
constantemente entre si, 
na superfície e em cama-
das subterrâneas da Terra, 
promovendo transforma-
ções no planeta, como as 
reservas minerais, os rele-
vos, a hidrografia, a fauna, 
a flora, o clima. Tudo isso resulta numa confi-
guração maior, que é a paisagem. 
Os limites entre a paisagem natural e a 
paisagem cultural (entendida como resul-
tante da intervenção humana) tornam-se 
cada dia menos evidentes. Paisagens tidas 
como produto exclusivo da natureza, após 
estudos acurados, envolvendo diferentes 
áreas do conhecimento, revelaram-se con-
sequências de ações antrópicas.
Quem não tem histórias que envolvam 
o patrimônio natural? Desprezar esse pa-
trimônio é, além de uma agressão à nossa 
memória (individual e coletiva), um proble-
ma ambiental que pode afetar seriamente a 
qualidade de toda a vida terrestre. Preser-
var o patrimônio natural, cujos recursos são 
limitados, é defender quem somos e para 
onde queremos ir num futuro próximo, seja 
como indivíduos ou como espécie animal.
Ações antrópicas
são as modificações 
realizadas pelo 
homem no planeta 
Terra. Elas sempre 
aconteceram, desde os 
tempos mais remotos 
da existência humana, 
até a atualidade.
36 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
3. 
GEODIVERSIDADE
O termo geodiversida-
de começou a ser utiliza-
do na década de 1990 e 
se refere à “variedade na-
tural de aspectos geoló-
gicos e geomorfológicos, 
incluindo suas coleções, 
relações, propriedades, 
interpretações e siste-
mas” (GRAY, 2004, p.434). 
O conceito de patrimônio geológico, que 
é representado pelo conjunto de sítios ge-
ológicos ou geossítios, está estreitamente 
relacionado com a geodiversidade. Contu-
do, não são sinônimos. A geodiversidade, 
de forma simples, consiste em toda a varie-
dade de minerais, rochas, fósseis e paisa-
gens do planeta Terra. 
A geoconservação envolve todas as 
ações empreendidas no sentido de pre-
servar a geodiversidade. Um marco nesse 
movimento foi o I Simpósio Internacional so-
bre a Proteção do Patrimônio Geológico, na 
França (1991). No final, foi aprovada a Carta 
de Digne - Declaração Internacional dos Di-
reitos à Memória da Terra. 
SE
LIGA!
A palavra grega “geo” significa 
Terra. Nesse sentido, a Geologia 
é a área do conhecimento 
que estuda a crosta terrestre 
(camada mais externa da Terra, 
de 5 a 70 km de espessura) e as 
matérias que a compõe (minerais, 
rochas e fósseis). Por outro lado, 
a Geografia estuda as características 
físicas e os fenômenos da Terra, na 
sua interação com as sociedades 
humanas. Já a Geomorfologia é um 
ramo da Geografia que se dedica 
especificamente às formas de relevo 
da superfície terrestre.
PARA OS
CURIOSOS
Confira a íntegra 
da Carta de Digne em: 
www.progeo.pt/pdfs/direitos.pdf
SE
Sítios Geológicos 
(geossítios)
lugar de particular 
interesse para o 
estudo da Geologia, 
sob o ponto de vista 
científico, didático 
ou turístico, seja pela 
singularidade de suas 
formações geológicas, 
da natureza mineral 
do subsolo ou por seu 
valor paleontológico.
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 37
A partir deste simpósio, começaram a 
se desenvolver trabalhos sobre o patrimô-
nio geológico, especialmente na Europa, 
enfocando o inventário da geodiversidade 
para a sua conservação e aplicação no tu-
rismo. Entre essas iniciativas, encontra-se 
a organização, no Brasil, da ProGEO, uma 
empresa brasileira focada na execução de 
serviços especiais de geologia, engenharia 
geotécnica e recuperação de estruturas, 
cuja máxima é: “O único registro da histó-
ria de nosso planeta está nas rochas que 
repousam sob nossos pés. Rochas e pai-
sagens são a memória da Terra”.
Merece destaque também o Programa 
Geoparks da Unesco (Organização das 
Nações Unidas para Educação, Ciência e 
Cultura). Geopark ou Geoparque é uma área 
com um único ou vários patrimônios geoló-
gicos que tenham uma estratégia de desen-
volvimento. Deve ter limites bem definidos 
e ser grande o suficiente para o desenvolvi-
mento econômico sustentável, por meio do 
Geoturismo, para o benefício de visitantes 
e de pessoas que vivem dentro do parque. 
Os moradores locais devem ser encoraja-
Geoturismo
é um serviço de 
atendimento aos 
turistas para a 
compreensão e 
valorização da 
Geologia e da 
Geomorfologia de 
um sítio, além da sua 
beleza estética. Sua 
proposta é agregar 
o conhecimento 
científico à visitação 
turística, com uma 
abordagem cultural, de 
conservação e busca 
de benefícios para as 
populações locais, 
com sustentabilidade.
dos a reavaliar seu patrimônio e participar 
ativamente da revitalização da área.
De acordo com a Unesco, até hoje estão 
registrados 127 geoparques mundiais em 
funcionamento, em 41 países. Nesta lista, o 
Brasil conta apenas com o  Geopark Arari-
pe, no Cariri cearense, mas há várias inicia-
tivas em andamento para reconhecer novos 
geoparques no território nacional, como os 
Campos Gerais (Paraná) e Bodoquena-Pan-
tanal, Núcleo Nioaque (Mato Grosso do Sul).
O Geopark Araripe foi certificado e inte-
grado à Rede Global de Geoparques em 
2006, por uma iniciativa da Universidade 
Regional do Cariri(Urca), por meio da Se-
cretaria de Ciência, Tecnologia e Educação 
Superior do Ceará, com o apoio das várias 
instituições regionais e prefeituras munici-
pais. Este esforço visava desenvolver pro-
gramas de educação e de valorização da 
Geologia e Paleontologia. 
O Museu de Paleontologia em Santa-
na do Cariri, pertencente à Urca, passou a 
ser um dos centros das ações do Geopark, 
com diversas atividades voltadas às comuni-
dades, como oficinas de réplicas de fósseis, 
38 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
artesanato e biojoias, encenações teatrali-
zadas, cursos básicos de formação de guias 
turísticos e treinamento de crianças para se 
tornarem guias-mirins (Projeto Geokids). O 
Programa Geopark nas Escolas procurou 
ainda difundir o conhecimento geopaleon-
tológico e biótico da região, para embasar 
o turismo científico (NOGUEIRA et al., 2004).
O Geopark Araripe tem sido presente 
em feiras de turismo nacionais e regionais, 
levando jogos e brincadeiras paleontoló-
gicas para o grande público. Propôs ainda 
outros veículos de divulgação paleontológi-
ca, como livros e cartilhas paradidáticas. O 
mais antigo é Viagem ao Cretáceo (1999), de 
autoria de Francisco Cunha e Willian Brito 
(1999), com ilustrações de Luís Karimai. De-
pois surgiu o livro infantil de Socorro Acioli, 
Peixinho de Pedra (2006), ilustrado por Ro-
naldo Almeida, que ganhou em 2007 o selo 
de altamente recomendável pela Fundação 
Nacional de Literatura Infantojuvenil, expli-
cando o significado e o valor dos peixes fós-
seis do Araripe. Posteriormente, veio à lume 
a cartilha Descobrindo os Tesouros do Cariri 
(2010), de Lana Luiza Maia e Alexandre Sa-
les, com ilustrações de Diana Medina. 
PARA OS
CURIOSOS
Para saber mais sobre Geociências e 
Geoparques, acesse: www.unesco.org/new/
pt/brasilia/natural-sciences/environment/
earth-sciences-and-geoparks/
O Peixinho de Pedra (EDR), de Socorro Acioli
Descobrindo os Tesouros do Cariri, 
de Lana Luiza Maia
PARA OS
CURIOSOS
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 39
4. 
PALEONTOLOGIA 
VERSUS 
ARQUEOLOGIA
evido à grande confusão 
que existe em muitos tex-
tos, inclusive títulos de re-
portagens que lemos em 
jornais e revistas, se faz 
necessário explicarmos a 
diferença entre a Arqueo-
logia e a Paleontologia.
Embora possuam al-
-guns métodos de es-
cavação, coleta e datação parecidos, a Ar-
queologia e a Paleontologia são áreas do 
conhecimento completamente distintas. A 
Arqueologia vem das palavras gregas arkhé 
(antigo) e  logos (estudo). É  classificada, ge-
nericamente, como uma ciência humana ou 
social, pois seu objetivo principal é o estudo 
do homem, especialmente em sociedades 
antigas, a partir da coleta e da análise dos 
vestígios materiais produzidos pela ação hu-
mana, como artefatos e construções. 
A palavra Paleontologia vem da união de 
termos gregos palaios (antigo), ontos (ser) e 
logos (estudo). Pode ser traduzida como “o 
estudo dos seres antigos”, ou melhor, a ci-
ência que se dedica à pesquisa dos fósseis 
de seres pré-históricos. Porém, a Paleonto-
logia em si é muito mais abrangente do que 
o limitado estudo dos seres. Ela possui sub-
divisões que a tornam uma ciência interme-
diária entre a Geologia, a Biologia e outras. 
Entre as suas subdivisões estão o estudo 
do clima, da ecologia e do comportamento 
dos seres e do ambiente antigo.
Você já viu um fóssil de perto ou 
apenas em ilustrações?
SE
LIGA!
A palavra fóssil é derivada do latim 
fossilis, que significa “extraído da 
terra”. Os fósseis são restos de 
animais (ossos, dentes etc.) ou 
plantas (folhas, troncos, sementes 
etc.) ou ainda manifestações 
das atividades desses antigos 
seres vivos, como excrementos 
(coprólitos), pegadas, dentadas, 
formação de túneis ou galerias 
de habitação. Encontrar um fóssil 
inteiro não é fácil. Acontece em 
casos excepcionais. Normalmente 
são encontrados em rochas 
sedimentares ou, com raríssimas 
exceções, em cinzas vulcânicas 
e rochas metamórficas. Prestam-
se ao estudo da vida no planeta 
Terra no passado. Importante: 
somente os restos ou vestígios de 
organismos com mais de 13 mil 
anos são considerados fósseis.
Rochas 
metamórficas: 
formadas a partir 
da transformação 
de rochas originais, 
chamadas 
de protólitos.
Rochas 
sedimentares: 
formadas por meio 
da deposição, 
e consequente 
cimentação ou 
consolidação 
de fragmentos 
provenientes 
de material 
mineral ou material 
orgânico.
40 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
portagens que lemos em 
jornais e revistas, se faz 
necessário explicarmos a 
diferença entre a Arqueo-
 e a Paleontologia.
Embora possuam al-
-guns métodos de es-
cavação, coleta e datação parecidos, a Ar-
queologia e a Paleontologia são áreas do 
conhecimento completamente distintas. A 
vem das palavras gregas arkhé 
(antigo) e  logos (estudo). É  classificada, ge-
nericamente, como uma ciência humana ou 
social, pois seu objetivo principal é o estudo 
, especialmente em sociedades 
antigas, a partir da coleta e da análise dos 
vestígios materiais produzidos pela ação hu-
mana, como artefatos e construções. 
A palavra Paleontologia vem da união de 
 (antigo), ontos (ser) e 
 (estudo). Pode ser traduzida como “o 
estudo dos seres antigos”, ou melhor, a ci-
ência que se dedica à pesquisa dos fósseis
de seres pré-históricos. Porém, a Paleonto-
logia em si é muito mais abrangente do que 
o limitado estudo dos seres. Ela possui sub-
divisões que a tornam uma ciência interme-
diária entre a Geologia, a Biologia e outras. 
Entre as suas subdivisões estão o estudo 
do clima, da ecologia e do comportamento 
dos seres e do ambiente antigo.
Você já viu um fóssil de perto ou 
das atividades desses antigos 
seres vivos, como excrementos 
(coprólitos), pegadas, dentadas, 
formação de túneis ou galerias 
de habitação. Encontrar um fóssil 
inteiro não é fácil. Acontece em 
casos excepcionais. Normalmente 
são encontrados em rochas 
sedimentares ou, com raríssimas 
exceções, em cinzas vulcânicas 
e rochas metamórficas. Prestam-
se ao estudo da vida no planeta 
Terra no passado. Importante: 
somente os restos ou vestígios de 
organismos com mais de 13 mil 
anos são considerados fósseis.
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
4. Após um tempo, 
no fundo do rio, lago, 
pântano, mar ou oceano, 
ocorre uma compactação 
dos sedimentos, 
preservando as 
estruturas que restaram dos organismos, transformando os sedimentos 
em rocha e fazendo com que estas estruturas se fossilizem (petrifiquem) 
com o passar dos séculos (milhares ou milhões de anos).
5. Depois de fossilizados, os organismos ficam incorporados à rocha. 
Quando a rocha começa a se degradar ou sofre erosão, ela expõe os 
restos fossilizados dos organismos nela preservados.
5. 
PROCESSOS 
DE FOSSILIZAÇÃO
Ao examinarmos uma peça 
fossilizada é necessário 
verificar se estamos diante 
de um organismo inteiro ou 
parte dele. A fossilização re-
sulta da ação combinada de 
processos físicos, químicos 
e biológicos. Para que ela 
ocorra, ou seja, para que a 
decomposição do ser que 
morreu seja interrompida e haja a sua preser-
vação, são necessárias algumas condições fa-
voráveis, como (1) um rápido soterramento 
do ser e (2) a ausência de ação bacteriana 
no meio, que decompõe os tecidos etc. 
A seguir, vamos sintetizar um proces-
so simplificado de fossilização, com 
ilustrações.
A natureza pode agir como uma criança 
com massa de modelar nas mãos, deixan-
do marcado nas rochas a forma externa de 
uma concha. Desse modo, ficamos apenas 
com o molde externo e/ou interno. Se a 
natureza for ainda mais caprichosa, 
depois de ter deixado um espaço, ela 
deposita outro mineral, fazendo o 
que denominamos de contramolde.
1. Os organismos 
morrem e acomodam-se 
no fundo de um rio, lago, 
pântano, mar ou oceano.
2. As partes moles 
desses organismos 
são degradadas 
(apodrecem) e suas 
partes mais duras 
são recobertas por 
sedimentos.
3. O rio, lago, pântano, 
marou oceano sofre um 
processo de secagem 
ao longo dos anos. 
Enquanto isso, os 
sedimentos depositados 
vão se acomodando e 
formando um molde 
dos organismos.
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Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 41
sulta da ação combinada de 
processos físicos, químicos 
e biológicos. Para que ela 
ocorra, ou seja, para que a 
decomposição do ser que 
morreu seja interrompida e haja a sua preser-
vação, são necessárias algumas condições fa-
voráveis, como (1) um rápido soterramento
do ser e (2) a ausência de ação bacteriana
no meio, que decompõe os tecidos etc.
A seguir, vamos sintetizar um 
so simplificado de fossilização
ilustrações.
A natureza pode agir como uma criança 
com massa de modelar nas mãos, deixan-
do marcado nas rochas a forma externa de 
uma concha. Desse modo, ficamos apenas 
com o molde externo e/ou interno. Se a 
natureza for ainda mais caprichosa, 
depois de ter deixado um espaço, ela 
deposita outro mineral, fazendo o 
que denominamos de contramolde
6. 
LEGISLAÇÃO 
SOBRE 
PATRIMÔNIO 
NATURAL E 
PALEONTOLÓGICO 
NO BRASIL
or conta da ênfase dada ao di-
reito de propriedade no Bra-
sil, desde o período colonial, 
não existia efetivamente uma 
preocupação com o meio 
ambiente. A metrópole portu-
guesa e depois a jovem nação 
brasileira buscaram apenas 
normatizar a exploração da-
queles recursos naturais que 
pudessem gerar impactos econômicos 
para a sociedade. 
Com a ascensão do regime republicano, 
começaram a ser gestadas políticas relativas 
a cada um dos tipos de recursos ambientais, 
de forma setorial, por meio de órgãos como 
o Departamento Nacional de Águas e Ener-
gia Elétrica (DNAEE), o Instituto Brasileiro de 
Desenvolvimento Florestal (IBDF), o Departa-
mento Nacional de Produção Mineral (DNPM), 
a Superintendência do Desenvolvimento da 
Pesca (Sudepe) e o Instituto do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Cada um desses órgãos federais passou 
a desempenhar suas atribuições no territó-
rio nacional, independentemente da atua-
ção dos demais, o que os conduziu muitas 
vezes a ações desconectadas e conflitantes. 
Somente a partir de meados dos anos 
1960, com a divulgação de dados relativos 
ao aquecimento global do planeta e da ocor-
rência de catástrofes ambientais, é que a 
sociedade civil, em diversos países, como o 
Brasil, começou a construir uma consciência 
ambiental e a pressionar seus respectivos 
governos a adotarem uma legislação mais 
ampla, transversal e efetiva sobre o tema. 
Um marco dessa fase é a Primeira Confe-
rência das Nações Unidas sobre o Meio Am-
biente, da ONU (Organização das Nações Uni-
das), na Suécia, em 1972, aprovando ao final 
a Declaração Universal do Meio Ambiente.
Em nossa sociedade, é a partir da déca-
da de 1980 que a legislação começou a se 
preocupar com o meio ambiente de uma 
forma global e integrada, especialmente 
após a promulgação da Constituição Fede-
ral de 1988. Entretanto, como vemos atual-
mente nos meios de comunicação, a luta 
pela proteção do meio ambiente foi sem-
pre uma arena de conflitos, envolvendo 
muito atores e interesses, nem 
sempre convergentes, tanto 
em âmbito nacional como in-
ternacional, que fazem com 
que diretrizes e legislações 
ora avancem mais e ora re-
cuem drasticamente.
42 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Em nossa sociedade, é a partir da déca-
da de 1980 que a legislação começou a se 
preocupar com o meio ambiente de uma 
forma global e integrada, especialmente 
após a promulgação da Constituição Fede-
ral de 1988. Entretanto, como vemos atual-
mente nos meios de comunicação, a luta 
pela proteção do meio ambiente foi sem-
pre uma arena de conflitos, envolvendo 
muito atores e interesses, nem 
sempre convergentes, tanto 
em âmbito nacional como in-
ternacional, que fazem com 
que diretrizes e legislações 
ora avancem mais e ora re-
cuem drasticamente.
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Já a construção da ideia de patrimônio 
natural em nosso país ocorre com a Cons-
tituição de 1934, que já afirmava ser dever 
do Estado proteger as belezas naturais e 
os monumentos de valor histórico ou 
artístico. Com a Constituição de 1937, sob 
os auspícios do Estado Novo varguista, foi 
cunhada, pela primeira vez, a expressão 
monumento natural, substituindo o ter-
mo “belezas naturais”. 
Após a publicação do Decreto Lei nº 
25/1937, foram alçados à condição de pa-
trimônio nacional os monumentos na-
turais, sítios e paisagens por sua “feição 
notável com que tenham sido dotados pela 
natureza ou agenciados pela indústria hu-
mana”. Ficaram sujeitos à proteção por 
meio do tombamento, que seria inscrito 
no Livro de Tombo Arqueológico, Etno-
gráfico e Paisagístico. 
Apesar de mencionar a “mão humana”, 
a partir de então o patrimônio natural 
foi interpretado pelos órgãos de preserva-
ção como expressão de grandiosidade 
e beleza da natureza, pressupondo uma 
ideia de intocabilidade, ou seja, de tes-
temunhos poupados da interven-
ção do homem. Essa perspecti-
va de monumentalidade, da 
exaltação do valor estéti-
co e do caráter inviolável do patrimô-
nio natural foi consagrada não apenas no 
Brasil, mas internacionalmente, por meio 
de documentos como a Convenção para 
a Proteção do Patrimônio Cultural e 
Natural, organizada pela Unesco, em Pa-
ris, no ano de 1972.
O problema dessa definição é que ela 
criou uma separação entre a cultura e a 
natureza, que perdurou por alguns anos 
no mundo ocidental. Somente em 1992, 
durante sua 16ª Assembleia Geral, é que a 
Unesco tentou resolver esta contradição, 
instituindo a noção de paisagem cultural 
e definindo-a como o resultado da obra 
combinada da natureza e do homem. 
No Brasil, a Constituição de 1988, em 
seus artigos 215 e 216, consolidou a noção 
de patrimônio cultural, possibilitando a 
salvaguarda de sítios de valor paisagísti-
co, arqueológico, paleontológico, eco-
lógico e científico. Por um lado, se ainda 
manteve a valorização do apelo estético 
advindo do termo monumento natural, 
por outro trouxe o reconhecimento de no-
vos aspectos até então não invocados – o 
ecológico, o paleontológico – valorizan-
do as relações estabelecidas na dinâmica 
de transformação incessante da natureza. 
Além de avançar no debate conceitual so-
bre o patrimônio natural, abriu espaço para 
outros instrumentos de sua preservação, 
além do tombamento. É o caso da criação 
da Chancela da Paisagem Cultural, pela 
Portaria Iphan nº 127/2009, que admite as 
interações do homem com o meio natural, 
num dado território.
Com relação especificamente ao pa-
trimônio paleontológico, que integra o 
nosso patrimônio natural, a legislação na-
cional criou vários dispositivos, desde 1942, 
como o Decreto-Lei nº 4.146, que dispõe so-
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 43
notável com que tenham sido dotados pela 
natureza ou agenciados pela indústria hu-
mana”. Ficaram sujeitos à proteção por 
meio do tombamento, que seria inscrito 
no Livro de Tombo Arqueológico, Etno-
gráfico e Paisagístico. 
Apesar de mencionar a “mão humana”, 
a partir de então o patrimônio natural
foi interpretado pelos órgãos de preserva-
ção como expressão de grandiosidade 
e beleza da natureza, pressupondo uma 
ideia de intocabilidade, ou seja, de tes-
temunhos poupados da interven-
ção do homem. Essa perspecti-
va de monumentalidade, da 
exaltação do valor estéti-
Formação de 
bre a proteção dos depósitos fossilíferos. 
Essa lei já considerava os depósitos fossilí-
feros como propriedades da nação e, assim, 
a extração de espécimes fósseis dependeria 
de autorização do Estado. Durante muito 
tempo, este Decreto-Lei foi distribuído pelo 
Departamento Nacional de Produção 
Mineral (DNPM), com a recomendação de 
que todo o particular, sem licença expres-
sa, que estivesse explorando um depósito 
de fósseis, estaria sujeito à prisão, como 
espoliador do patrimônio científico nacio-
nal. Por conseguinte, o Código Penal Bra-
sileiro passou a aplicarpenas no caso de 
comercialização de fósseis.
A remessa de qualquer fóssil por com-
pra ilegal de museus, universidades e cole-
cionadores particulares foi condenada pela 
Conferência de Paris, organizada pela 
Unesco, em 1970. Foi nessa perspectiva 
que o Brasil estabeleceu o Decreto-Lei n° 
72.312/1973. A seguir, a Lei nº 7.347/1985 
passou a responsabilizar os agentes sociais 
causadores de danos ao meio ambiente, 
incluindo os jazigos com fósseis. A Socie-
dade Brasileira de Geologia e a Socieda-
de Brasileira de Paleontologia poderiam 
propor uma ação civil, visando a proteção 
dos sítios fossilíferos.
Embora os fósseis já fossem conside-
rados bens da União pelo Decreto Lei n° 
4.146/42, os artigos 20 a 23 da atual Cons-
tituição Brasileira (1988) consolidaram o 
Estado Brasileiro como um dos entes na sua 
defesa, como também enquadraram os fós-
seis, em seu artigo 216, na categoria de pa-
trimônio cultural brasileiro, como vimos.
O Decreto nº 98.830/1990 sujeitou as 
atividades de campo para coleta de mate-
riais por pessoa natural ou jurídica estran-
geira, ao controle do Ministério das Ciências 
e Tecnologia, que deveria autorizar, super-
visionar e analisar os resultados dos traba-
lhos de coleta. O artigo 13, alínea V nos indi-
ca que: “sem prejuízo da responsabilidade 
civil e penal, as infrações às normas deste 
decreto poderão importar, segundo a gravi-
dade do fato: (...) a apreensão e a perda do 
equipamento utilizado nos trabalhos, bem 
assim do material coletado”.
Um dos artigos da Lei nº 8.176/1991 
define como crime, na modalidade de 
usurpação, a exploração de matéria-prima 
pertencente à União, sem autorização legal 
ou em desacordo com as obrigações im-
postas pelo título autorizado. O fóssil, como 
bem da União, e sem a autorização legal do 
DNPM, não pode ser explorado por par-
ticulares, não sendo, por conseguinte, um 
bem negociável. Assim, todos os que fazem 
a retirada dos fósseis ou que os adquirem, 
transportam ou comercializam, incorrem 
em crime contra a ordem econômica. 
Através do Serviço Geológico Brasilei-
ro (CPRM) e do Departamento Nacional da 
Produção Mineral (DNPM), o Governo Fede-
ral criou, em 1997, a Comissão Brasileira 
de Sítios Geológicos e Paleobiológicos, 
que tem como objetivo maior a proteção 
desses sítios. Porém, apenas proteger da 
degradação não é suficiente para que se 
obtenha sua verdadeira valorização. Um 
patrimônio geológico ou paleontológico só 
será devidamente valorizado mediante 
o equilíbrio de ações voltadas à inves-
tigação científica e à divulgação do co-
nhecimento para o grande público, que 
não se restrinja aos cientistas.
44 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
SE
LIGA!
Existe na sua cidade ou estado algum 
Paleoparque, Geoparque ou Museu 
de Paleontologia? Caso positivo, 
você já foi visitá-los? Quais os tipos 
de fósseis que eles possuem? 
Que atividades desenvolvem 
para despertar o interesse dos 
visitantes pela Paleontologia?
7.
PALEOTURISMO 
NO BRASIL 
Brasil pode ser conside-
rado um país de razo-
ável patrimônio fóssil, 
levando-se em conta que 
apresenta grandes bacias 
sedimentares, de grande 
espessura, com espécies 
significativas para a Pale-
ontologia, como o Stauri-
kosaurus pricei, dinossau-
ro que viveu no período 
Triássico, há 220 milhões de anos, descoberto 
nas vizinhanças de Santa Maria (RS). 
Viana e Carvalho (2019) realizaram um le-
vantamento de museus, parques e acervos 
com clara função de divulgação científica 
da Paleontologia no Brasil. Com relação aos 
museus, mapearam 35 na Região Sul; 34 no 
Sudeste; 29 no Nordeste; 4 no Norte; e 3 no 
Centro-Oeste. No caso de coleções em Insti-
tuições de Ensino Superior (IES), identifica-
ram 9. Mapearam ainda o Instituto Virtual de 
Paleontologia do Estado do Rio de Janeiro, 
vinculado à Universidade do Estado do Rio de 
Janeiro (Uerj), no endereço: www.ivprj.uerj.br. 
Indicaram ainda a existência de seis pa-
leoparques: Geopark Araripe (CE); Sítio Ar-
queológico do Lajedo de Soledade (RN); Vale 
dos Dinossauros, em Souza (PB); Geopark 
Bodoquena- MS (sem o selo Unesco); Parque 
Paleontológico de São José do Itaboraí (RJ) e 
o Jardim Paleobotânico de Mata (RS).
Os incentivos do governo federal pode-
riam estimular a criação de Centros de Turis-
mo Paleontológico perto de museus e áreas 
de escavação em sítios fossilíferos, respei-
tando as condições de preservação destes 
locais, além de reservar fundos para o desen-
volvimento desta ciência. Caso isso aconte-
cesse, a Paleontologia brasileira não necessi-
taria depender apenas de verbas oficiais.
SE
LIGA!LIGA!
Existe na sua cidade ou estado algum 
Paleoparque, Geoparque ou Museu 
de Paleontologia? Caso positivo, 
você já foi visitá-los? Quais os tipos 
de fósseis que eles possuem? 
Que atividades desenvolvem 
para despertar o interesse dos 
visitantes pela Paleontologia?
ram 9. Mapearam ainda o Instituto Virtual de 
Paleontologia do Estado do Rio de Janeiro, 
vinculado à Universidade do Estado do Rio de 
Janeiro (Uerj), no endereço: www.ivprj.uerj.br. 
Indicaram ainda a existência de seis pa-
 Araripe (CE); Sítio Ar-
queológico do Lajedo de Soledade (RN); Vale 
dos Dinossauros, em Souza (PB); Geopark
Bodoquena- MS (sem o selo Unesco); Parque 
Paleontológico de São José do Itaboraí (RJ) e 
o Jardim Paleobotânico de Mata (RS).
Os incentivos do governo federal pode-
riam estimular a criação de Centros de Turis-
mo Paleontológico perto de museus e áreas 
fossilíferos, respei-
tando as condições de preservação destes 
locais, além de reservar fundos para o desen-
volvimento desta ciência. Caso isso aconte-
cesse, a Paleontologia brasileira não necessi-
taria depender apenas de verbas oficiais.
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 45
8.
DIVULGAÇÃO 
E POPULARIZAÇÃO 
DA PALEONTOLOGIA
divulgação da Paleontologia 
no Brasil ainda está muito 
vinculada aos museus e, so-
bretudo, às universidades, 
nas quais se desenvolvem 
pesquisas apresentadas em 
encontros científicos e publi-
cadas em revistas da área. 
Existem ainda muitas dificul-
dades no ensino desses co-
nhecimentos nas escolas, como a escassez de 
material didático e paradidático; a deficiência 
na formação dos alunos e professores; e o 
distanciamento entre as universidades e a so-
ciedade. Não existem indícios de uma prática 
continuada ou bem estabelecida no ensino 
fundamental e médio, pois esta ciência ainda 
não recebe a devida importância, apesar do 
grande interesse do público infantojuvenil, es-
pecialmente por dinossauros. 
Contudo, procurando, existem alguns 
livros no mercado brasileiro com tramas 
narrativas encantadoras e bem urdidas, 
numa linguagem simples e fluente, além de 
bem ilustrados. Podem ser trabalhados em 
sala de aula, com muito proveito na apren-
dizagem, as obras Na Era dos Dinossauros 
(1994), de Joanna Cole, com ilustrações de 
Bruce Degen; As Aulas do Professor Dinos-
saurius (2002), de Valerie Wilding, com de-
senhos de Kelly Waldek; e Os Dinossauros, 
de Philip Ardagh (2009), com ilustrações de 
Mike Gordon. Sobre os fósseis brasileiros, 
temos 3 obras: Manual da Pré-História do 
Horácio, Dinossauros do Brasil e Dinos do 
Brasil, com excelente design gráfico.
É necessário oferecer ainda mais opor-
tunidades de aprendizado da Paleontologia 
ao público, seja por meio de vídeos, jogos, 
oficinas e/ou visitas orientadas aos museus, 
sítios e coleções. Mas para que essas ativida-
des venham a ser mais numerosas, efetivas 
e eficientes, é preciso formar recursos hu-
manos comprometidos com a valorização 
do patrimônio natural brasileiro, o co-
nhecimento de técnicas de comunicação e 
da pedagogia infantojuvenil. Só assim será 
possível oferecer atividades lúdicas e cien-
tificamente corretas, que conduzam a um 
futuro promissor no desenvolvimento da Pa-
leontologia e de outras ciências correlatas.
PARA OS
CURIOSOS
Que tal passear em bibliotecas, 
feiras, livrarias, sebos físicos ou 
virtuais à procura de livros, filmes, 
jogos ou brinquedos que tenham 
aPaleontologia em seus títulos? 
Que atividades você poderia 
desenvolver com seus amigos 
ou sua família sobre o tema?
46 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
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divulgação científica para o público infanto-
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entre ciência e público. Rio de Janeiro: Vieira 
& Lent; UFRJ; FIOCRUZ, 2005, p. 28-45.
AUTORAS
Cristina Rodrigues Holanda é 
licenciada em História e mestre em 
História Social pela Universidade 
Federal do Ceará (UFC). Especialista 
em Arqueologia Social Inclusiva pela 
Universidade Regional do Cariri (Urca). 
Aluna do Curso de Estudos Avançados 
em Museologia, parceria entre a 
Associação Brasileira de Museologia 
(ABM) e a Universidade Lusófona de 
Humanidades e Tecnologias (UHTL-
Lisboa). Trabalhou por 11 anos no Museu 
do Ceará como pesquisadora, professora 
de História do Núcleo Educativo e 
diretora da instituição e do Museu Sacro 
São José de Ribamar. Foi consultora de 
Planejamento e Avaliação do Programa 
Pontos de Memória do Instituto Brasileiro 
de Museus (Ibram). Atualmente é 
presidente da Fundação Memorial Padre 
Cícero, em Juazeiro do Norte-CE.
Lana Luiza M.F. Sales possui graduação 
em Geografia pela Universidade Estadual 
do Ceará (Uece), com especialização em 
Paleontologia e Geologia Histórica. É 
mestre em Geologia pela Universidade 
Federal do Ceará (UFC) e doutora 
em Geologia pela UFC na área de 
Paleontologia e Geologia Sedimentar. 
Tem interesse na divulgação dos fósseis, 
dos dinossauros, da Paleontologia e 
Geologia da Bacia do Araripe, por meio 
da produção de literatura infantojuvenil.
ILUSTRADOR
Daniel Dias é ilustrador e artista gráfico, 
com extensa produção em projetos 
editoriais, sendo a maior parte destinada 
ao público infantil e infantojuvenil. Seu 
trabalho tem como base a pesquisa de 
materiais e estilos, envolvendo estudo de 
técnicas tradicionais de pintura, desenho, 
fotografia e colorização digital.
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 47
Este fascículo é parte integrante do projeto 
Formação de Mediadores de Educação 
Patrimonial, em decorrência do Termo de 
Fomento celebrado entre a Fundação Demócrito 
Rocha e a Secretaria Municipal de Cultura de 
Fortaleza, sob o nº 02/2019.
Todos os direitos desta edição reservados à:
Fundação Demócrito Rocha
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora 
Cep 60.055-402 - Fortaleza-Ceará 
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax (85) 3255.6271
fdr.org.br 
fundacao@fdr.org.br
EXPEDIENTE: 
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Presidente 
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