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PRAÇA DAS ARTES 1. IDENTIFICAÇÃO EDIFICIO/ÁREA 1.1 – Denominação O empreendimento foi concebido para atender à necessidade de espaço das unidades ligadas ao Teatro Municipal, como Orquestra Sinfônica, Escolas de Bailado e de Música e Coral Lírico. Portanto, quando da contratação, pensava-se apenas em um edifício anexo ao teatro. No entanto, a localização da edificação - ao lado do Vale do Anhangabaú e perto do teatro -, somada ao uso premente e intenso que se projetava para o equipamento público, transformou a escala do projeto, que se expandiu para um amplo programa de requalificação urbana. O complexo Praça das Artes faz parte de um projeto de revitalização da região central de São Paulo, com o objetivo de promover a arte e lazer entre os ‘arranha-céus’ da cidade. Engloba a construção e o restauro de um conjunto de edifícios marcado por três módulos culturais. Juntos, cobrem uma área total de quase 30 mil m². Módulo I: Um prédio de onze andares com salas para ensaio dos corpos artísticos que reproduzem as dimensões do palco do Teatro Municipal. Módulo II: Estacionamento de dois pisos com capacidade para 200 vagas. Tem aproximadamente 8 m de altura (na parte mais profunda, chega a 12 m). Conta com uma praça na laje superior. Módulo III: Prédio do antigo Conservatório de Música de São Paulo, dedicado à escola de música e centro de documentação. 1.2 – Localização Pátio Interno – Praça das Artes de São Paulo Fonte: Mapa de Localização Fonte: Google Earth – © Carvalho Esquema de Situação do Empreendimento Fonte: Prefeitura da Cidade de São Paulo - SIURB © Carvalho A Praça das Artes foi “finalizada” em 2006, no Centro Novo de São Paulo, incrustado em uma área que estava em franco processo de degradação. Localizado a 1,2 km ao sudoeste da Praça da Sé, outro grande marco na Cidade de São Paulo. 1.3 – Autoria de Projeto / Obra Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz fundaram o escritório de arquitetura Brasil Arquitetura e realizaram no Brasil e no exterior um grande número de projetos premiados. Para este projeto, contaram também com o arquiteto Marcos Cartum, igualmente distinguido com vários prêmios. 1.4 – Ano / Período de Realismo Data do início do projeto: dezembro de 2006 Data da conclusão parcial da obra: dezembro de 2012 Custo da obra: R$ 136 milhões Área: 36 mil m² Local: Rua Conselheiro Crispiniano, Rua Formosa, Avenida São João - São Paulo Arquitetura (autoria): Secretaria Municipal de Cultura, com Marcos Cartum, e Brasil Arquitetura, de Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz e Luciana Dornellas Equipe de desenvolvimento de projeto executivo: Apiacás Arquitetos, Yuri Faustinoni, Elcio Yokoyama e Ingrid Taets Projetos complementares: ( da esquerda para a direita ) Francisco Funucci ( Brasil Arquitetura; Marcelo Ferraz ( Brasil Arquitetura; Marcos Cartum ( Secretaria da Cultura do Município de São Paulo) Fonte: Projeto estrutural: FTOyamada Projeto de fundações: Infraestrutura Projeto de instalações elétricas e hidráulicas: PHE Engenharia Projeto de acústica e cenotecnia: Acústica & Sônica Projeto luminotécnico: Ricardo Heder Projeto de ar-condicionado e exaustão: TRThermica Paisagismo: Raul Pereira Paisagismo Consultoria de impermeabilização: Proassp Consultoria de caixilhos: Aluparts Consultoria de cozinha: Gisela Porto Painéis de tapeçaria mineira (forro restaurante): Edmar de Almeida Produção de placas de aço corten para comunicação visual: Arte na Lata Luminária "Urucum" (sala de concertos): Rodrigo Moreira e Madeeeeira Marcenaria e Serralheria Construtora: Consórcio Construcap/ Triunfo Restauro: Kruchin Arquitetura 1.5 – Outros dados Complementares A Praça das Artes recebeu o Prêmio APCA de Melhor Obra de Arquitetura de 2012, o prêmio de Edifício do Ano de 2013 pelo Icon Awards, realizado pela Icon Magazine e finalista dos ‘Projetos Impressionantes das Américas’, da Mies Crown Hall Americas, em 2014. A criação da Praça das Artes vem resolver um problema histórico de falta de espaço dos bastidores do Theatro Municipal. Durante décadas os grupos artísticos ligados ao Theatro ocuparam diferentes espaços do centro da cidade. A Escola de Dança, que esteve por 70 anos nos baixos do Viaduto do Chá, se mudou em 2013 para ocupar três andares da Praça das Artes. Da mesma forma, a Escola Municipal de Música deixou o antigo endereço na Rua Vergueiro para se alojar nos segundo e terceiro andares da Praça. A Orquestra Experimental de Repertório, que ensaiava na Galeria Olido, mudou de endereço, assim como o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo que passa a ocupar a Sala do Conservatório, no primeiro andar da Praça das Artes. 2. CARACTERIZAÇÃO EDIFICIO/ÁREA 2.1 – Linguagem, estilo, tipologia, etc Criada como extensão das atividades do Theatro Municipal suas características arquitetônicas indicam que sua vocação vai além da música e dança eruditas. Em contraponto à arquitetura e tradição do Theatro, a Praça conecta-se à cidade e busca apresentar, principalmente, iniciativas contemporâneas nas artes, dessa forma apresentando uma intervenção do patrimônio histórico existente na quadra. O espaço escolhido para a construção da Praça das Artes foi um terreno em forma de ‘T’, que liga a Rua Conselheiro Crispiniano à Avenida São João e o Vale do Anhangabaú. O objetivo era criar um espaço que contornasse o antigo prédio tombado do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo e se apresentasse de forma mista como edifício e praça. A Praça das Artes é parte da revitalização cultural do centro histórico de São Paulo e resultado de uma parceria entre o arquiteto Marcos Cartum, do Núcleo de Projetos de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura, e o escritório paulistano Brasil Arquitetura, de Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz. A primeira parte do complexo foi inaugurada em dezembro de 2012 em uma área de 29 mil m² e passou a ser ocupado em 2013. 3. USO AO LONGO DO TEMPO Frederico Joachim era representante dos pianos Rudolph Ibach Sohn desde 1891, e posteriormente da Steinway. O edifício foi construído para abrigar o seu estabelecimento comercial, tendo no térreo a loja para exposição e venda dos pianos e no primeiro andar o auditório, que foi batizado como “Salão Steinway” com a realização de muitos concertos. São Paulo na virada do século XIX para o XX efervescia, a presença da São Paulo Light & Power, o bonde elétrico, a economia, a política na Primeira República, a cultura com novos teatros, uma fase de empreendimentos. Nesta dinâmica dá-se a iniciativa de promover ensino para futuros artistas, surge então em fevereiro de 1906 o Conservatório Dramático e Musical de São Paulo5, idealizado por João Gomes de Araújo e Pedro Augusto Gomes Cardim, inspirado no Conservatório Francês. 4. TRANSFORMAÇÕES, ALTERAÇÕES, CRISE E DEGRADAÇÃO. 4.1 – História do Edifício Conservatório Dramático e Musical de São Paulo: O Conservatório Dramático e Musical de São Paulo (CDMSP) foi uma escola superior de música erudita, localizada no centro da cidade São Paulo. Em 1909, o conservatório, que então funcionava em uma casa alugada da Marquesa de Santos na Rua Brigadeiro Tobias e esquina com a Rua Santa Efigênia, mudou-se para o prédio da Avenida São João. Foi a partir da década de 40 que a instituição começou a entrar em declínio, quando um interventor nomeado pelo presidente Getúlio Vargas expulsou todos os professores italianos e alemães. Ele acreditava que o conservatório formava uma célula fascista. Na década de 50 o edifício já estava deteriorado. Entre 1981 e 1983 foi construído um prédio anexo com acesso pela Rua Conselheiro Crispiniano. Nesta época já se falava sobre uma restauração do prédio deteriorado, mas a obra nunca saiu do papel. Em 2006, ano do centenário da instituição, o então prefeitoda cidade de São Paulo, José Serra, determinou a desapropriação do local para a construção da Praça das Artes e em 2008 a desapropriação foi concluída por causa dos problemas financeiros do edifício. Antes do Restauro Fonte: http://brasilarquitetura.com/projetos/praca- das-artes Depois do Restauro Fonte: http://brasilarquitetura.com/projetos/praca-das-artes 4.2 –Transformações: A Praça das Artes foi construída no chamado Centro Novo e incrustado em uma área que estava em franco processo de degradação. Inicialmente, o empreendimento foi concebido para atender à necessidade de espaço das unidades ligadas ao Teatro Municipal, como Orquestra Sinfônica, Escolas de Bailado e de Música e Coral Lírico. Portanto, quando da contratação, pensava-se apenas em um edifício anexo ao teatro. No entanto, a localização da edificação - ao lado do Vale do Anhangabaú e perto do teatro -, somada ao uso imediato e intenso que se projetava para o equipamento público, transformou a escala do projeto, que se expandiu para um amplo programa de requalificação urbana. 4.2 –Alterações: Grande parte do complexo absorveu uma quadra inteira, com acesso por três ruas, dentre elas a Avenida São João, em frente ao Vale do Anhangabaú. Um edifício a ser construído complementará o programa das escolas e abrigará um auditório e uma discoteca. Já conta com quatro edifícios prontos, com estrutura e vedação em concreto, destinados a sediar o Edifício Corpos Artísticos, as escolas de música e bailado, a administração, um centro de documentação, estacionamento. Junto aos edifícios, uma grande praça, ainda incompleta, justifica o nome do complexo e o apresenta à população. Esquema de Funcionamento Fonte: http://brasilarquitetura.com/projetos/praca-das-artes O projeto foi desenvolvido após um primeiro plano de desapropriações, alguns edifícios preveem soluções que visam à absorção futura do espaço ao lado. "Algumas fachadas foram simplesmente feitas para serem posteriormente reveladas, porque o projeto foi se impondo pouco a pouco", explica Ferraz. É o caso da fachada do Edifício Corpos Artísticos voltada para o prédio do Sindicato dos Comerciários, posteriormente demolido, ou da prévia conexão com o Cine Marrocos, que agora já está reservado a servir como teatro do conjunto, e onde os edifícios serão desapropriados para uso do município. 5. PROJETO DE RECUPERAÇÃO O objetivo era criar um espaço que contornasse o antigo prédio tombado do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo e se apresentasse de forma mista como edifício e praça. 5.1 – Identificação do autor A Praça das Artes é parte da revitalização cultural do centro histórico de São Paulo e resultado de uma parceria entre o arquiteto Marcos Cartum, do Núcleo de Projetos de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura, e o escritório paulistano Brasil Arquitetura, de Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz. Restauro de Kruchin Arquitetura. A incorporação da Fachada Tombada do Cine Cairo ao Edifício Corpos Artísticos Fonte: http://brasilarquitetura.com/projetos/praca-das-artes Construtora: Consórcio Construcap/Triunfo. 5.2 – Período de Realização A primeira parte do complexo foi inaugurada em dezembro de 2012 em uma área de 29 mil m² e passou a ser ocupado em 2013. 6. ANALISE CRITICA: A Praça das Artes confirma suas qualidades urbanísticas, institucionais, sociais e não só arquitetônicas. Os antigos se ajustam aos novos edifícios e através de uma implantação criativa, deixando o miolo da quadra livre e ofertam espaços públicos qualificados para o uso da coletividade. Alguns destes elementos são descritos na Carta de Atenas de 1933, como a submissão da propriedade privada do solo urbano aos interesses coletivos. Ela expressa um pensamento sobre o meio urbano e trata ainda do patrimônio histórico das cidades, decretando que os valores arquitetônicos devem ser mantidos, respeitando-se a personalidade e o passado próprios da cidade. A Carta de Atenas de 1931 dizia que era necessário privilegiar a manutenção, mas que se não houvesse outra maneira deveria se respeitar a historia e a arte sem prejudicar o estilo do período. Falava também sobre um entorno que deveria ser preservado e a poluição visual que poderia ocorrer com uma possível intervenção, ou seja, no caso da Praça das Artes essa recomendação não foi atendida já que os novos edifícios encontram-se incrustados no antigo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Na Carta de Veneza, imbuídos de uma mensagem do passado, os monumentos históricos perduram até os dias atuais como testemunhas vidas das tradições das mais diversas gerações. Os povos tornaram-se cada vez mais conscientes da unidade dos valores humanos e consideraram os monumentos antigos como patrimônio comum. A responsabilidade coletiva de proteger para as gerações futuras é reconhecida de fato, sendo dessa forma um dever manter a autenticidade e a riqueza do empreendimento ou área. É de grande valia que os princípios básicos de preservação e o restauro de antigos edifícios abranjam o âmbito internacional incumbindo uma diretriz a ser seguida. Com o II Congresso Internacional de Arquitetos e de Monumentos houve o documento começa por definir monumento como sendo não só a criação arquitetônica mas também o meio envolvente, desde que nele estejam contidas manifestações de uma civilização particular ou acontecimento histórico. Refere, também, que na sua conservação e restauro devem ser usadas todas as ciências e técnicas que possam contribuir para o estudo e proteção do patrimônio. Sucintamente, apresentam-se os princípios dos 7 temas da Carta de Veneza divididos em 16 artigos: Sucintamente, apresentam-se os princípios dos 7 temas da Carta de Veneza divididos em 16 artigos: Definições – Artigos 1° e 2°, Finalidade – Artigo 3° ; Conservação – Artigos 4°,5°,6°,7°e 8°, Restauração – Artigos 9°,10°,11°,12°,13°; Sítios Monumentais – Artigo 14°; Escavações – Artigo 15°; Documentação – Artigo 16°. Analisando repele com o acontecimento da fachada do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo (CDMSP) e paredes internas do mesmo, podendo afirmas que não se adequa aos parâmetros estipulados pela Carta de Veneza. Já na Carta de Restauro, no que diz respeito as normas, foram elaborados 12 (doze) artigos falando das diversas áreas do restauro. O documento primeiramente define o que é propício a ser protegido e restaurado. Em seguida, fala dos métodos e regras de como deve acontecer a restauração e conservação, os materiais utilizados. Qualquer intervenção deverá ser analisada e justificado por escrito Registros fotográficos deverão fazer parte antes, durante e após a restauração. No entanto, as instruções obtidas através dos anexos estão divididos em 4 (quatro) categorias. A primeiro instrução diz respeito a proteção e restauração de objetos ligado a arqueologia, por exemplo os sítios arqueológicos seja eles terrestre ou aquáticos. Para esta categoria é de suma importância à preservação destes sítios mencionados. Entretanto, a categoria de instrução seguinte está relacionada com os critérios das restaurações arquitetônicas, assegurando as essas obras a sua longevidade. Todas as adaptações de uso (elétrico, hidráulica sanitário) deverão ser limitadas ao mínimo para não descaracterizar a tipologia externa da construção. Então, a sequência da próxima categoria fala das instruções para a execução de restauração em pinturas e esculturas, onde se subdividem em dois fatores, que são as operações iniciais. Em seguida, aborda as providências tomadas para execução de restauro em murais. Por fim, estão as instruções de amparo dos centros históricos, mostrando os tipos de intervenções a nível urbanístico, onde comenta a reestruturação urbanística, reordenamento viário e revisão de equipamentosurbanos. Também fala da intervenção edílico, que são o saneamento estático e higiênico dos edifícios, renovação funcional dos elementos internos. Contudo, todas as obras que tenha valor histórico, artístico, cultural ou ambiental, desde fragmentos do período paleolítico até os grandes monumento arquitetônicos tenha que seguir instruções de restauro e conservação bem definido pelo regimento da carta. Analisando a Praça das Artes podemos retratar que houve alterações em relação a sistemas de infraestrutura do prédio para que o mesmo pudesse ter o uso de acordo com a atividade desenvolvida para o mesmo, dessa forma repelindo com o conceito da Carta de Restauro. 7. WEBGRAFIA http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/23/praca-das-artes- concebido-como-simples-edificacao-anexa-ao-276237-1.aspx http://brasilarquitetura.com/projetos/praca-das-artes http://pt.slideshare.net/JulianaCarvalho18/praa-das-artes-centro-spaulo-sp http://theatromunicipal.org.br/espaco/praca-das-artes/#historia http://www.saopauloantiga.com.br/conservatorio-musical-sp/
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