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CURSO DE DIREITO – UNINASSAU DIREITO PENAL BIBLIOGRAFIA 1) Tratado de Direito Penal 1- Parte Geral, Editora Saraiva. Cézar Roberto Bittencourt; 2) Direito Penal, Volume I-Parte Geral, Editora Saraiva. Damásio de Jesus; 3) Curso de Direito Penal, Volume I-Parte Geral, Editora Jus Podvium. Paulo Queiroz; 4) Curso de Direito Penal, Volume I-Parte Geral, Editora Impetus. Rogério Greco; 5) Direito Penal Parte Geral, Juarez Cirino dos Santos, Editora ICPC; 6) Direito Penal Parte Geral, Fernando Galvão, Editora D’PLÁCIDO; 7) Teoria da Pena (Série Direito Penal baseado em casos), Editora Juruá (Coordenador Paulo César Busato); 8) A Falência da Pena de Prisão, Editora Saraiva. Cézar Roberto Bittencourt; 9) Concurso de Agentes, Editoria Lumen Juris, Nilo Batista; 10) www.dizerodireito.com.br. CONCURSO DE AGENTES • ESTRUTURA: ✔ Definição; ✔ Teorias sobre o concurso de agentes; ✔ Requisitos para o concurso de agentes; ✔ Espécies: a. Autoria b. Participação ✔ Cooperação dolosamente distinta; ✔ Formas especiais de autoria; ✔ Comunicabilidade das circunstâncias. CONCURSO DE AGENTESDefinição: Para Paulo Queiroz é “.... a intervenção dolosa e culposa de mais de um agente em um mesmo delito”; “Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.“ CONCURSO DE AGENTES 1. Concurso Necessário “Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados: I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la;” 2. Concurso Eventual “Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:” ❑ Monista: “A norma consubstanciada no art. 29, CP, que contém atenuações ao princípio da unidade do crime, não impede que o magistrado, ao proferir a sentença penal condenatória, imponha penas desiguais ao autor e ao coautor da prática delituosa. A possibilidade jurídica desse tratamento penal diferenciado justifica-se, quer em face do próprio princípio constitucional da individualização das penas, quer em função da clausula legal que, inscrita no art. 29, caput, in fine, do CP, destina-se a ‘minorar os excessos da equiparação global dos coautores’” (STF, Habeas Corpus 70022, Relatoria Ministro Celso de Mello, 1ª Turma, Julgado em 14/mai/1993) ❑ Dualista: “Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334): Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.” “Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.” ❑ Pluralista: “Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:” “Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:” “Gestão fraudulenta de instituição financeira (art. 4º, da Lei nº 7.492/1986). Simulação de empréstimos bancários e utilização de diversos mecanismos fraudulentos para encobrir o caráter simulado dessas operações de crédito. (...) Crime praticado em concurso de pessoas, com unidade de desígnios e divisão de tarefas. Desnecessidade, para configuração da coautoria delitiva, de que cada um dos agentes tenha praticado todos os atos fraudulentos que caracterizam a gestão fraudulenta de instituição financeira. Pela divisão de tarefas, cada coautor era incumbido da realização de determinadas condutas, cujo objetivo era a realização do delito” (Ação Penal 470/DF, Pleno, Relatoria Ministro Joaquim Barbosa, Julgado em 17/dez/2012) ● Requisitos, segundo Paulo Queiroz, para configurar a Teoria do Domínio Final do Fato: a) é autor quem executa, por sua própria mão, todos os elementos do tipo (quem mata, quem estupra etc.); b) é autor quem executa o fato utilizando outro como instrumento (autoria mediata); c) é autor ou coautor quem realiza uma parte necessária da execução do plano global (domínio funcional do fato), ainda que não seja um fato típico em sentido estrito, mas participando da resolução criminosa. Nos demais casos haverá participação “... Inaplicabilidade da teoria do domínio do fato aos crimes culposos. Doutrina. Habeas corpus deferido. (...). (...) a mera invocação da “teoria do domínio do fato”, tal como aperfeiçoada por Claus Roxin (Autoria y Domínio del Hecho, 7. ed., p. 149, 2000, Marcial Pons), poderia conferir, só por si, suporte legitimador à ação persecutória promovida contra o ora paciente, pois, ainda que se pudesse considerá-la aplicável ao caso (o que se alega por mero favor dialético), mesmo assim impor-se-ia a efetiva demonstração da autoria e do nexo causal entre conduta e resultado, tal como enfatizei em voto proferido na AP 470/MG. Cabe insistir na observação — que então fiz naquela oportunidade — de que a mera invocação da teoria do domínio do fato não basta para exonerar o Ministério Público do gravíssimo ônus de comprovar, licitamente, para além de qualquer dúvida razoável, os elementos constitutivos da acusação (autoria, materialidade e existência de nexo causal), de um lado, e a culpabilidade do réu, de outro, pois — nunca é demasiado reafirmá-lo — o princípio do estado de inocência, em nosso ordenamento jurídico, qualifica-se, constitucionalmente, como insuprimível direito fundamental de qualquer pessoa, que jamais se presumirá culpada em face de imputação penal contra ela deduzida, tal como esta Suprema Corte tem sempre proclamado ...” (HC 138.637/SP, rel. min. Celso de Mello, dec. monocrática, j. 18/5/2017). • Formas de Autoria Mediata: ausência de capacidade mental (menor de idade); ii) inimputabilidade por doença mental ou embriaguez; iii) coação moral irresistível; iv) erro de tipo escusável determinado por terceiro; e v) obediência hierárquica. ● QUESTÃO DE SALA DE AULA: Na consecução de uma determinada saga delituosa, crime de extorsão mediante sequestro (art. 159, CPComum), “A” se posta como negociador junto a família da vítima, “B” como aquele que arrebatará o sujeito passivo e “C” aquele que conduz o veículo que se deslocará ao cativeiro, e “D” apenas o caseiro do local, sem se ater a atos materiais da infração penal. Suponha que “E” que o agente que planeja a saga em debate, sendo estimulado por seu fiel escudeiro, “F”, que não tem papel prédefinido nesse caso concreto. Em face do exposto, descrimine em quais posições, dentro do conceito de autoria, pode-se alocar cada qual dos intervenientes? ● Partícipes: accessorium sequitur principale; ● Teoria da Acessoriedade Mínima; ● Teoria da Acessoriedade Limitada: adotada pela dogmática penal pátria; ● Teoria da Acessoriedade Máxima; ● Teoria da Hiperacessoriedade. Participação Impunível “Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.” “Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. ” “Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.” ● Participação de Menor Importância: “Art. 29. § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.” ● Causa geral de redução de pena, em virtude da menor culpabilidade do acusado; ● Ex.: A faxineira que intervémnuma extorsão mediante sequestro, limitando-se a atender ligações telefônicas, alimentar a vítima. ● Desvio Subjetivo da Conduta: “Art. 29.§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.” ● Casos polêmicos do desvio subjetivo de conduta- “A”= mandante; “B”= executor e “C”= vítima: 1. “A” lesionar, “B” matar e “C” morte (dolosa); 2. “A” lesionar, “B” lesionar e “C” morte (culposa); 3. “A” matar, “B” lesionar e “C” lesão (dolosa); 4. “A” matar, “B” lesionar e “C” morte (culposa). ● Comunicabilidade das circunstâncias e elementares: ● “Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.” ● Elementar: Se do conhecimento do agente, se comunicam, mesmo que pessoais; ● Circunstâncias: se subjetivas, nunca se comunicam; caso objetivas, para a comunicabilidade devem estar na esfera de conhecimento do interveniente; ● Condições: ora dizem respeito a elementares (condição de militar), ora a circunstâncias do crime (agravante de violação do dever do cargo). “”A”, “B”, “C” e “D” resolvem, em concerto, praticar um crime patrimonial (furto) ao Banco Continental, durante determinada madrugada, tudo arquitetado por “A” e, para tanto, necessitam da coleta de materiais. Contactam “E”, que fornece pás, motosserras, e barras de ferro, para auxiliar no ingresso do estabelecimento, e “F”, que aluga as armas de fogo para o intento. No dia agendado, pela madrugada, iniciam, “B”, “C” e “D”, os devidos atos de execução, sendo que “A” permaneceria apenas na gestão das condutas, na base do grupo, enquanto “B” romperia os obstáculos existentes, “C” ficaria aguardando no veículo para “dar fuga” ao grupo, e “D” realizaria a necessária subtração. Durante o início de tal jornada, “G”, que passava no local, resolve aderir a saga criminosa do grupo, sendo deslocado para fazer a vigia do local..... ....Enquanto ingressam no Banco, e fazem as subtrações, “H”, segurança do local, assiste tudo passivamente do centro de comunicação do estabelecimento e, com receio de se comprometer, nada faz. Finalizada a infração penal, o grupo reparte a res furtiva, e resolvem, doravante, ajustar, de forma permanente, próximos crimes patrimoniais, em virtude do êxito desse primevo. Deliberam assim adquirirem casas na periferia da cidade, colocando moradores pobres, sem teto, para lá residirem, gratuitamente, sob o compromisso de, quando necessário, favorecerem o grupo, escondendo-os, pessoalmente, ou guardando os produtos dos crimes”. Em face da fictícia história aqui narrada, indaga-se: 1) Em relação as figuras “A”, “B”, “C”, “D”, “E” e “F”, quais são considerados autores, em suas mais diversas espécies (direta, mediata e coautoria) e partícipes? 2) Especificamente em relação a “G”, este pratica crime autônomo, ou está em concurso de agentes, e em qual condição? 3) Se “H” foi omisso, a sua omissão é irrelevante, própria ou imprópria, e se ele ingressa no conceito de concurso de agentes? 4) Em relação aos últimos intervenientes, moradores das casas da associação criminosa, esses contribuem para as sagas criminosas futuras? Se sim, em que condição? Fundamente todas as respostas..... TEORIA DA PENA “Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:” ✔ Teorias Deslegitimadoras da Pena; Direito penal é uma espada de duplo fio, sendo uma violência a serviço do controle da violência. 1) É crime aquilo que se define como tal (labelling aprouch); 2) Não há comprovação da capacidade preventiva do direito penal; 3) Direito Penal Seletivo; 4) A criminalidade é incentivada pelo Direito Penal (ex.: tráfico de drogas). • Pena: segundo Paulo Queiroz, será “...a privação ou a restrição de um bem jurídico imposta por uma autoridade judiciária competente ao autor de uma infração penal; a pena constitui, portanto, a princípal consequência de um fato punível....”. • Em regra, atrela-se pena a sanção da privação da liberdade; • Prisão, modo aviltante da resposta estatal? • Para Heleno Cláudio Fragoso, referindo-se esclarecedoramente sobre a pena de prisão: “…. como instituição total, a pena necessariamente deforma a personalidade, ajustando-se à subcultura da prisão. A reunião coercitiva de pessoas do mesmo sexo num ambiente fechado, autoritário, opressor e violento, corrompe e avilta. Os internos são submetidos às leis de massa, ou seja, códigos dos presos, onde imperam a violência e a dominação de uns sobre os outros. O homossexualismo, por vezes brutal, é inevitável. A delação é punida com a morte. Conclui-se, assim, que o problema da prisão é a própria prisão, que apresenta um custo social demasiadamente elevado”. Penas em Espécie • Penas adotadas pela CF/88: “Art. 5º. Omissis….. XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos;” • Rol aberto; • E as penas do crime de posse de drogas para consumo? • Vedação Constitucional: “Art. Omissis. XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis;” • E a pena de morte? “CPM: “Art. 355. Tomar o nacional armas contra o Brasil ou Estado aliado, ou prestar serviço nas fôrças armadas de nação em guerra contra o Brasil: Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo”. • Requisitos: i) o país encontrar-se em estado de guerra declarada, na forma do art. 21, II; art. 49, II e art. 84, XIX, do Texto Magno, ou seja, competência exclusiva da União para sua decretação, via Presidente da República no exercício das sua funções como Chefe de Estado, e autorizado pelo Congresso Nacional; ii) a conduta proibida se adequar ao conceito de crime militar, art. 10 em cotejo ao tipo inserto no Livro II; iii) a cominação penal respectiva estar prevendo a pena capital, dentre as suas balizas (limite máximo); e iv) em caso de condenação o Presidente da República não haver comutado para a pena de privação da liberdade. ● Segundo Ênio Rosseto “...crimes graves que favorecem o inimigo externo e comprometem ...operações militares, que atentam contra a soberania nacional...causam a debandada da tropa...a desordem entre os soldados, que levam à desobediência, à indisciplina...militar”. • Elenco de penas previstas no CPComum: “Art. 32 - As penas são: I - privativas de liberdade; II - restritivas de direitos; III - de multa.” • Elenco de penas previstas no CPM: “Art. 55. As penas principais são: a) morte; b) reclusão; c) detenção; d) prisão; e) impedimento; f) suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo ou função; g) reforma. “ Obs.: E as medidas de segurança? Fixação da Pena: Método Trifásico “Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.” “Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicialde cumprimento da pena privativa de liberdade; IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.” ❑ Rito de aplicação da pena, conforme art. 59, in fine, CPcomum: 1- Quais as consequência em lei para a infração penal; 2- Fixação da pena: a. 1ª Fase: circunstâncias judiciais- art. 59, caput, CPComum (e/ou outras da legislação extravagante, vide art. 42, Lei nº 11.343/2006). Pena base; b. 2ª Fase: circunstâncias legais (agravantes e atenuantes)- arts. 61 a 66, CPComum (e/ou outras da legislação extravagante, vide art. 15, da Lei nº 9.605/1998). Pena Provisória; c. 3ª Fase: majorantes e minorantes (parte geral e especial do CPComum). Pena Definitiva; Obs.: E as qualificadoras/privilegiadoras? 3- Regime de cumprimento da pena (em caso de pena de encarceramento); 4- Substituição da pena de privação da liberdade, se cabível; 5- Não cabível tal substituição acima, verificação da possibilidade de concessão do sursis; 6- Efeitos da condenação ou penas acessórias, se cabíveis; • Quais diferenças entre qualificadoras, circunstâncias judiciais, legais e causas de aumento e diminuição? “Art.121. § 2° Se o homicídio é cometido:.... VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: Pena - reclusão, de doze a trinta anos.” “art. 129. § 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços.” http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144 ❑ 1ª Fase: Circunstâncias Judiciais- “Dados acessórios que, agregados à figura típica fundamental, aumentam ou diminuem a pena” (Damásio Jesus); ✔ Tem caráter subsidiário; ✔ Circunstâncias devem ser anteriores ou concomitantes à conduta, jamais posteriores a esta; ✔ Deve-se respeitar as balizas impostas no preceito secundário. ▪ Critérios subjetivos: a. Culpabilidade: conduta censurável, a exemplo de agente público que recebe propina; b. Antecedentes do réu: fatos do passado da conduta do condenado dignos de nota. Necessária decisão transitada em julgado; c. Conduta social: princípio da materialização do fato. Em caso de comprovada dependência química não calha esta circunstância; d. Personalidade do réu: Qualidade morais; retrato psíquico do delinquente, incluindo a periculosidade. Deve o juiz ter conhecimentos de psiquiatria, psicologia e antropologia. Personalidade voltada para o crime (???). Decisões conflitantes STJ e STF; e e. Motivos do crime: razões nobres ou não para o cometimento do crime. E a ausência de motivos? ▪ Critérios objetivos: a. Circunstâncias do crime: é o derredor do crime (local, modo de execução, tempo, etc., a exemplo de cometer a infração próxima a uma escola; b. Consequências do Crime: intensidade e seus reflexos externos. Efeitos do homicídio junto a família da vítima; e c. Comportamento da vítima: participação da vítima no crime. Só observada em favor do agente. “Suponhamos que ‘A’, pai de família exemplar, obreiro dedicado, com ficha laboral irretocável, durante uma discussão de bar, tendo como motivação a perda de uma partida de futebol pelo seu time, quebra uma garrafa e, com animus nocendi, fere gravemente ‘B’ que, após socorrido, sobrevive ao incidente. Ressalte-se que ‘B’, antes da agressão sofrida, zombava em demasia de ‘A’, em virtude, justamente, de tal resultado. Informe-se ainda que ‘A’ responde por outras lesões, sendo 1 instrução processual e 2 inquisas policiais em curso, sendo considerado pela vizinhança uma pessoa agressiva, somente quando consome bebidas alcoólicas, inclusive, já restou internado por 3 oportunidades em clínicas de reabilitação. No tocante à vítima, esta ficou internada por 60 dias. Tendo em vista tal situação, sendo ele mecânico autônomo, veio a sua família a passar por sérias dificuldades financeiras, pois o provedor não estava realizando suas atividades trabalhistas”. Diante do exposto, na qualidade de juiz da causa, especifique, em relação à 1ª fase da dosimetria da pena, as circunstâncias judiciais cabíveis, e a consecutiva fundamentação. ❑ 2ª Fase: Agravantes e Atenuantes “Aferição de particularidades que não alteram o tipo penal, porém, influem, inafastavelmente, na sanção penal, ora aumentando-a, ora diminuindo-a”. ✔ Não há quantum estipulado na lei penal, ao inverso da previsão no CPM; ✔ Observar se a circunstância já não é utilizada como elementar típica, qualificadora/privilegiadora, minorante/majorante; ✔ Salvo a reincidência, as agravantes apenas se aplicam aos crimes dolosos; ✔ As atenuantes se aplicam aos crimes dolosos e culposos; Espécies de agravantes: II. Motivos fútil e torpe; III. Facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; IV. Traição, emboscada, dissimulação ou qualquer recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V. Emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; VI. Embriaguez preordenada; VII. Contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; VIII. Abuso de poder ou violação inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; IX. Contra criança, maior de sessenta anos, enfermo e mulher grávida; X. Ofendido sob proteção de autoridade; XI. Ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; XII. Com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; XIII. Agente que promove, organiza a cooperação ou dirige a atividade dos demais agentes; XIV. Coage ou induz outrem à execução material do crime; XV. Instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; XVI. Paga ou promessa de recompensa. REINCIDÊNCIA “Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.” • Colisão c/ o Princípio da Materialização do Fato; • Reincidência & Maus Antecedentes; • Sistemas da reincidência ficta; • Reincidência e Primariedade; “Art. 64 - Para efeito de reincidência: I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação; II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.” • Prazo depurador; • Sistema da Temporalidade; • Tabela de Reincidência: Fonte: Rogério Sanches(2013) ✔ Atenuantes: crimes dolosos e culposos “Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; II - o desconhecimento da lei; III - ter o agente: a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.” ❑ Art. 65.: atenuantes nominadas e Art. 66.: atenuantes inominadas; ❑ Concurso entre atenuantes e agravantes: “Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência.” ❑ Compensação entre as circunstâncias legais preponderantes; ❑ Confissão é atenuante preponderante, aspecto da personalidade do agente? Suponha que “A” tenha sido condenado pelo crime de calúnia (art. 138, CPComum) praticado contra “B” que, no tempo do crime estava com 61 anos de idade. Consoante constam nos autos, na data dos fatos “A” tinha 19 anos de idade, além de haver, no curso da instrução processual, confessado tal delito. Suponha ainda ser “A” reincidente (sentença penal condenatória transitada em julgado por crime anterior), e tendo como razões para tal conduta “C” haver prometido vantagem financeira a ele (“A”), visando aquele (“C”) ofender publicamente o seu desafeto, “B”. Em face do ora exposto elenque, na qualidade de julgador da infração em escólio, as possíveis agravantes e atenuantes (circunstâncias legais) dispostas, em tese, ao caso, e a condição, ou não de preponderância, invocando ainda que, no art. 141, IV, CPComum, vide transcrição, temos uma causa de aumento da pena para o crime de calúnia. “Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: .......... IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.” ❑ 3ª Fase da Fixação da Pena: Causas de Aumento e Diminuição: - Geral: Ex.: art. 69, concurso material e art. 16, arrependimento posterior; - Especial.: §1º, art. 155, furto majorado e §1º, art. 121, homicídio privilegiado. Obs.: Concurso entre causas de aumento e diminuição (§único, art. 68- “No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua”). “Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.” • Sistema Sucessivo (cascata): A operação seguinte tomará por base a anterior e assim sucessivamente; Ex.: Fixada a pena base em 5 anos e 6 meses, incide uma agravante de 6 meses, chegando a uma pena provisória de 6 anos. Em razão de uma causa de diminuição da pena de 1/3, teremos à pena de 4 anos (6 - 1/3= 4 anos) e, empós, uma causa de aumento de metade (4: 1/2=2 anos), resultando na pena final de 6 anos (4 + 2= 6 anos). “Suponha que “Mélvio” tenha sido condenado pelo crime de furto (art. 155) tentado (art. 14, II, §único). Na aferição da pena tenha sido constatado que a infração sucedeu em período noturno, além de que, para fins do furto, tenha ingressado em estabelecimento comercial danificando a porta de entrada após o emprego de dinamite. Suponha ainda que, antes de recebida a denúncia pelo juiz, “Mélvio” tenha ressarcido integralmente os danos (art. 16) e, ultrapassada as fases das penas base e intermediária, esta tenha sido fixada em 4 anos, buscando-se, agora, a pena final (3ª Fase). Indaga-se, de posse dos dispositivos penais em debate: 1. A pena base se iniciou a partir de quais cominações do crime de furto? 2. Indique o quantum da penal final a ser estipulada a “Mélvio”? 1. Suponha que “Tício” restara condenado pelo crime de roubo qualificado pelo resultado lesão corporal grave (§3º, I, art. 157). Informe a partir de quais balizas (cominações penais) se iniciará a fixação da pena? 2. Suponha que “Décio” e “Draco” tenham iniciado o crime de Lesão Corporal (art. 129, caput), que não se consumou por circunstâncias alheias a vontade dos agentes, em desfavor de “Mélvio” que, por sua vez, era um corriqueiro infrator patrimonial da localidade em que residiam os agentes, sendo este o motivo das agressões. Suponha ainda que “Mélvio”, no momento do crime, tinha 61 anos de idade, além de, no modus operandi das infrações cometidas, sempre utilizar arma de fogo. Indaga-se: quais as circunstâncias judiciais, legais, minorantes e majorantes possivelmente cabíveis no caso, além de indicar qual o limite inicial para a fixação da pena. 3. Dentre as teorias da pena estudadas, indique, e fundamente, qual a adotada textualmente pela lei penal brasileira. 4. Suponha agora que “Draco” foi condenado pelo crime de homicídio (art.121), qualificado pela torpeza e pelo meio de execução (uso de tortura), nada obstante a vítima, “Guapo”, ser o estuprador da sua filha, e este se constituir nas razões do crime em pauta. Na execução do delito, “Draco” esmagou o crânio de “Guapo”. Indique as circunstâncias judiciais, legais, minorantes e majorantes possivelmente cabíveis no caso. 5. Suponha que “Patrício” responda junto ao Poder Judiciário Criminal por 6 (seis) crimes diversos, cometidos nos ano de 2015 a 2017, nenhum deles com julgamento definitivo. Imagine agora que o segundo delito perpetrado naquele período veio a transitar em julgado. Em face do exposto, indaga-se: em relação aos demais crimes, quais destes Patrício será considerado reincidente, e quais poderemos utilizar como (maus) antecedentes. 6. A “participação de menor importância” (§1º, art.29), estudada no decorrer do instituto “concurso de agentes” será utilizada em qual momento da fixação da pena? Se cabível, no respectivo caso concreto, a causa de diminuição da pena prevista no art. 16, CPComum (arrependimento posterior), ambas poderiam ser utilizadas, ou o juiz deverá optar por alguma, em face do §único, art. 68, CPComum? Se sim, qual?
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