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CURSO CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS CIDADE APRENDIZAGEM

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CURSO CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS
MÓDULO: CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS 
	1 – CRIAÇÃO DA CLT 
	A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é a principal norma legislativa brasileira referente ao Direito do trabalho e o Direito processual do trabalho. Ela foi criada através do Decreto-Lei nº 5.452, de 01 de maio de 1943 e sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas, unificando toda legislação trabalhista então existente no Brasil. 
Seu objetivo principal é a regulamentação das relações individuais e coletivas do trabalho, nela previstas. Foi assinada em pleno Estádio de São Januário (Club de Regatas Vasco da Gama), que estava lotado para a comemoração da assinatura da CLT. Veja abaixo a transcrição do art. 1º da CLT. Art. 1º - Esta Consolidação estatui as normas que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho, nela previstas. O termo "Celetista", derivado da sigla "CLT", costuma ser utilizado para denominar o indivíduo que trabalha com registro em carteira de trabalho. O seu oposto é o profissional que trabalha como pessoa jurídica (PJ), ou profissional autônomo, ou ainda como servidor público estatutário. A CLT surgiu como uma necessidade institucional após a criação da Justiça do Trabalho em 1939. 
Em janeiro de 1942 o presidente Getúlio Vargas e o ministro do trabalho Alexandre Marcondes Filho trocaram as primeiras ideias sobre a necessidade de fazer uma consolidação das leis do trabalho. A ideia primária foi de criar a “Consolidação das Leis do Trabalho e da Previdência Social”. Foram convidados para fazer parte da empreitada os juristas José de Segadas Viana, Oscar Saraiva, Luís Augusto Rego Monteiro, Dorval Lacerda Marcondes e Arnaldo Lopes Süssekind. 
Na primeira reunião ficou definido que a comissão seria dividida em Trabalho e Previdência e que seriam criadas duas consolidações diferentes. As fontes materiais da CLT foram, em primeiro lugar, as conclusões do 1° Congresso Brasileiro de Direito Social, realizado em maio de 1941, em São Paulo, para festejar o cinquentenário da Encíclica Rerum Novarum, organizado pelo professor Cesarino Júnior e pelo advogado Rui Azevedo Sodré. A segunda fonte foram as convenções internacionais do trabalho. 
A terceira foi a própria Encíclica Rerum Novarum e, finalmente, os pareceres dos consultores jurídicos Oliveira Viana e Oscar Saraiva, aprovados pelo ministro do Trabalho. Em novembro de 1942, foi apresentado o anteprojeto da CLT, publicado posteriormente no Diário Oficial para receber sugestões. Após estudar o projeto, Getúlio Vargas deu aos co-autores e nomeando os mesmos para examinar as sugestões e redigir o projeto final, finalmente assinado em 1º de maio de 1943. 
POR QUE CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS?
A CLT é chamada de Consolidação das Leis Trabalhistas, ao invés de Código das Leis Trabalhistas porque seu objetivo foi apenas reunir a legislação esparsa trabalhista já existente na época, consolidando-a. Daí seu nome. Não poderia receber a denominação "Código" por não se tratar de um direito novo, apenas de uma reunião consolidadora. 
Cabe ainda esclarecer que uma lei será denominada "Código", quando os dispositivos legais no diploma legislativo forem votados um a um e simultaneamente pelo Congresso Nacional. Isso significa dizer que deve ser votado artigo por artigo. 
Direito do Trabalho, ou Direito Laboral, é o conjunto de normas jurídicas que regem as relações entre empregados e empregadores, e os direitos resultantes da condição jurídica dos trabalhadores. Estas normas, no Brasil, estão regidas pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), Constituição Federal e várias Leis Esparsas (como a lei que define o trabalho do estagiário, dentre outras). Surge como autêntica expressão do humanismo jurídico e instrumento de renovação social. 
	2 – FINALIDADE DA CLT 
	Constitui atitude de intervenção jurídica em busca de um melhor relacionamento entre o homem que trabalha e aqueles para os quais o trabalho se destina. Visa também a estabelecer uma plataforma de direitos básicos. Portanto, a definição de Direito do Trabalho é o conjunto de normas e princípios que regulamentam o relacionamento entre empregado e empregadores. 
Pode ser conceituado também segundo Hernainz Marques, professor de Direito do Trabalho, como “Conjunto de normas jurídicas que regulam as relações de trabalho, sua preparação, desenvolvimento, consequências e instituições complementares dos elementos pessoais que nelas intervêm." 
Não é apenas o conjunto de leis, mas de normas jurídicas, entre as quais os contratos coletivos, e não regula apenas as relações entre empregados e empregadores num contrato de trabalho, mas vai desde a sua preparação com a aprendizagem até as consequências complementares, como, por exemplo, a organização profissional. 
Há, primeiramente, a distinção entre o ramo individual e o ramo coletivo do Direito do Trabalho. Tem-se o direito individual do trabalho, que rege as relações individuais, tendo como sujeitos o empregado e o empregador e a prestação de trabalho subordinado, por pessoa física, de forma não-eventual, remunerada e pessoal.
	3 – DIREITO COLETIVO DO TRABALHO 
	O direito coletivo do trabalho é conceituado como "o conjunto de normas que consideram os empregados e empregadores coletivamente reunidos, principalmente na forma de entidades sindicais". Versa, portanto, sobre organizações sindicais, sua estrutura, suas relações representando as categorias profissionais e econômicas, os conflitos coletivos entre outros.
Como adverte a doutrina italiana, o direito individual pressupõe uma relação entre sujeitos de direito, considerando os interesses concretos de indivíduos determinados, contrariamente ao direito coletivo, que pressupõe uma relação entre sujeitos de direito, em que a participação do indivíduo também é considerada, mas como membro de determinada coletividade. Neste último, consideram-se os interesses abstratos do grupo.
Temos também o direito público do trabalho, que disciplina as relações entre o trabalhador e o serviço público. Por sua vez, o direito internacional do trabalho, versa sobre os tratados e convenções internacionais em matéria trabalhista e notadamente a atuação da Organização Internacional do Trabalho (OIT). 
O direito do trabalho está sempre em expansão, sendo considerado por alguns doutrinadores como um ramo do direito em transição. Caracteriza-se por ser intervencionista e protetivo em relação ao empregado.
	4 – INSTITUTOS DO DIREITO PÚBLICO DO TRABALHO 
	Os institutos típicos do direito público do trabalho são em essência coletivos ou socializantes. De acordo com a maioria dos pensadores, seria um ramo do Direito Privado, pois sua categoria nuclear é, essencialmente, uma relação jurídica entre particulares. Entretanto, existem doutrinadores que lhe atribuem caráter de Direito Público diante da prevalência de suas normas imperativas e indisponíveis. 
A posição mais atual considera o Ramo Trabalhista como uma área mista e complexa. Mista, pois ora trata de direitos individuais, ora de direitos coletivos e ora de direitos difusos. Complexa porque diante de sua importância tem amplo impacto na economia de um país e / ou internacionalmente, de modo que não se trata de um sistema fechado e isolado. 
Visa à melhoria das condições de pactuação da força de trabalho na ordem socioeconômica; modernização da legislação de forma progressista; e tem caráter civilizatório e democrático. É autônomo em relação aos outros ramos do Direito, pois é bastante amplo, merecendo estudo adequado e especial; contém doutrinas homogêneas, com conceitos gerais comuns e distintos dos conceitos formadores dos outros ramos do direito.
INSTITUIÇÕES PECULIARES
O direito público do trabalho possui instituições peculiares, com fins específicos e em muitos países jurisdições especiais para dirimir os dissídios que lhe concernem (no Brasil os dissídios são apreciados pela Justiça do Trabalho). 
A autonomia resulta dos elementos característicos que permitem distinguir cada um dos ramos do tronco comum,que é o Direito. Ao reconhecer a autonomia do Direito do Trabalho, importa afirmar que ele não integra o direito Civil, o Econômico ou o Comercial, porque ele mesmo constitui um dos ramos da ciência jurídica. 
Dentre os elementos configuradores dessa autonomia pertencentes à categoria das fontes especiais do Direito do Trabalho, cumpre destacar a convenção coletiva de trabalho e a sentença normativa, as quais não poderiam ser incluídas em qualquer outro ramo do Direito, nem explicadas pela respectiva doutrina. 
Os primeiros registros de tentativas de resolução de problemas relacionados às relações de trabalho estão nos Conseils de Proud Hommes - literalmente, conselhos de homens prudentes -, da época napoleônica (1806). O sucesso alcançado por este Conselho estimulou outros países europeus a seguir o exemplo francês, instituindo órgãos independentes da Justiça, cuja finalidade era de apreciar causas trabalhistas, basicamente pela via da conciliação entre as partes. 
	5 – HISTÓRIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
	Histórico da Justiça do Trabalho - A Justiça do Trabalho atualmente está inserida no Poder Judiciário, mas nem sempre foi assim. Para alguns, o primeiro órgão, embora civilista em sua natureza, foi o Tribunal Rural de São Paulo, criado pela lei estadual nº 1.869, de 10 de outubro de 1922, pelo governador Washington Luís. 
O Tribunal Rural foi criado "para conhecer e julgar as questões, até o valor de quinhentos mil réis, decorrentes da interpretação e execução dos contratos de locação de serviços agrícolas". Por este motivo autores como Giglio colocam este Tribunal como tentativa fracassada de pacificar conflitos trabalhistas, por não ter como base uma relação de trabalho lato sensu, mas sim uma relação contratual específica. 
Outro órgão que somente resolvia dissídios individuais laborais de forma indireta foi o Conselho Nacional do Trabalho, vinculado ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. O Conselho foi criado em 30 de abril de 1923 e era constituído de 12 membros e atuava como um órgão consultivo dos poderes públicos para assuntos trabalhistas e previdenciários. O Conselho não resolvia divergências surgidas nas relações de trabalho.
GÊNESE DAS NORMAIS LEGAIS DO DIREITO DO TRABALHO
Normas legais de proteção ao trabalhador começaram a se estabelecer com a Constituição mexicana de 1917, que dedicou 30 artigos aos direitos sociais e do trabalhador. Estas normas constaram também do Tratado de Versalhes, de 1919, do qual se originou a Organização Internacional do Trabalho (OIT), como órgão da antiga Liga das Nações, hoje Organização das Nações Unidas (ONU). A Constituição alemã de Weimar, de 1919, modelo clássico de organização de um Estado social-democrata, também procurou garantir direitos básicos ao trabalhador. Histórico da legislação trabalhista. 
O surgimento da legislação trabalhista e da Justiça do Trabalho no Brasil veio como consequência de longo processo de luta e de reivindicações operárias desenvolvida no mundo, e sofreu influência dos princípios de proteção ao trabalhador, defendidos pelo Papa Leão XIII em sua encíclica Rerum Novarum, de 1891. 
As primeiras normas de proteção ao trabalhador datam da última década do século XIX, como é o caso do Decreto nº 1.313, de 1891, que regulamentou o trabalho dos menores de 12 a 18 anos. Em 1907, foi instituída uma lei que tratou da sindicalização rural. Em 1917, foi criado o Departamento Nacional do Trabalho (DNT) como órgão fiscalizador e informativo.
	6 – HISTÓRIA DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL 
	Segundo a História do direito do trabalho no Brasil, a origem do direito do trabalho ou direito laboral surgiu como consequência da questão social que foi precedida da revolução industrial, no século XIX. Da independência do Brasil à abolição da escravatura (1888). Período escravo com pouco trabalho urbano. 1850 – Código Comercial, regulando a preposição, o aviso prévio. 1870 – Fundação da Liga Operária, no RJ. 1ª Fase - O Brasil era colônia portuguesa, presa ao mercantilismo à base de agricultura, com apropriação de mão de obra escrava. 
Em 1888, com a abolição da escravidão, inicia-se a 1ª fase de formação do Direito Laboral, nesse período não há de se falar em Direito do Trabalho, a escassez de mão de obra livre e sua reduzida importância na sociedade, justificam o vácuo legislativo. De 1888 a 1930. 1891 – lei proibindo o trabalho dos menores de 12 anos. 1907 – 1ª lei sindical. 1916 – Código Civil, com caráter individualista e regulando a relação de emprego como locação de serviços. 1919 – 1ª lei de acidentes do trabalho. 1923 – lei instituindo caixa de aposentadoria e pensões dos ferroviários. 1925 – lei de férias de 15 dias anuais.
A partir da Abolição, estendendo-se até 1930, com a queda da escravatura, cai em seguida a monarquia a qual dependia da mão de obra escrava. O trabalho livre ganha então importância na teia social, iniciando-se a sua regulamentação. Como por exemplo, a Lei 1869/22, que criou os tribunais Rurais, a Lei Elói Chaves – 1923 – sobre caixas de pensões e Aposentadorias dos Ferroviários, e a Lei de Férias (15) de 1925. Da Revolução de 30 aos dias atuais. 1939 - Criação da Justiça do Trabalho. 1943 - CLT. 1946, 1964 e 1989 - Leis regulando a greve. 1949 - Lei do repouso semanal remunerado. 1962 - Lei do 13º salário. 1966, 1989, 1990 - Leis do FGTS. 1972 - Lei do empregado doméstico. 1973 - Lei do trabalho rural. 1976 - Lei do plano de alimentação do trabalhador. 1985 - Lei do vale-transporte. 1988 - Constituição Federal do Brasil. 1990 - Lei do seguro-desemprego. Inicia-se em 1930, com a Revolução e a Era Vargas, procedendo-se à sistematização das normas laborais existentes, desenvolvendo-se autonomia deste novo ramo de Direito. 
Com o crescimento da industrialização, surge a necessidade de uma disciplina das relações de trabalho, cria-se então, com a Constituição de 1934 a Justiça do Trabalho, como Órgão do Poder Executivo. 
CONSTITUIÇÃO DE 1934
É deste período a primeira lei de indenização por despedida injusta (1935); Organização da Justiça do Trabalho (1939); Consolidação das Leis do Trabalho (1943); reconhecimento do direito de greve (1946); repouso semanal remunerado (1949); Gratificação Natalina (1962); Estatuto do Trabalhador Rural (Lei 4.214/66); Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (1966); Lei de Trabalho Rural (5.859/73). Direito do Trabalho, ou Direito Laboral, é o conjunto de normas jurídicas que regem as relações entre empregados e empregadores, e os direitos resultantes da condição jurídica dos trabalhadores. 
Direito do Trabalho no Brasil se refere ao modo como o Estado brasileiro regula as relações de Trabalho e as normas e conceitos importantes para o entendimento das mesmas. As normas do Direito do Trabalho brasileiro estão regidas pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), pela Constituição Federal e por várias Leis Esparsas (como a lei que define o trabalho do estagiário, dentre outras). O tema da classificação do direito do trabalho brasileiro não é ponto pacífico entre os doutrinadores. 
A corrente majoritária entende que ele faz parte do Direito Privado, uma vez que se trata da relação entre partes privadas: patrão e empregado.
	7 – AS FONTES DO DIREITO DO TRABALHO 
	Em determinados lugares, tem relevo especial a pressão dos trabalhadores em busca de melhores condições de emprego. As fontes formais, por sua vez, têm caráter eminentemente jurídico, tem-se, por exemplo a Constituição, leis e súmulas vinculantes do STF. Essas fontes formais possuem a seguinte hierarquia: Constituição; leis; decretos; sentença normativa e arbitragem de dissídios coletivos; convenção coletiva; acordo coletivo; costume. 
As fontes formais são classificadas de pelo menos duas formas. Em primeiro lugar tem-se a divisão das fontes formais entre fontes heterônomas e fontes autônomas. As fontes formais heterônomas são impostas por terceiros, geralmente o Estado. 
Já fontes formais autônomas vêm das decisões dos próprios implicados na relação jurídica que então se estabelece. Esse éo caso, por exemplo, de um acordo coletivo entre empregadores e sindicatos. Também há a separação entre fontes nacionais e fontes internacionais, desse modo um tratado internacional ou uma convenção da Organização Internacional do Trabalho são fontes formais internacionais, enquanto uma medida provisória seria uma fonte formal nacional. 
Na prática, a tarefa de catalogar as fontes do direito em cada um dos campos acima não é simples, há vários exemplos de figuras jurídicas de classificação controversa.
REGRAS COGENTES
O Direito do Trabalho tem várias regras cogentes (de caráter público) visando garantir os direitos mínimos do trabalhador ante o empregador. Essas regras públicas existem em virtude da doutrina do intervencionismo básico do Estado que busca proteger o empregado, elemento mais fraco da relação. 
Esse intervencionismo faz alguns defenderem uma natureza jurídica mista (ou seja, de Direito parcialmente Privado e simultaneamente parcialmente Público) para este ramo do direito que mescla tanto de normas públicas quanto privadas. Outros vão mais longe e entenderem que a livre manifestação das vontades foi substituída, no Direito do Trabalho, pela vontade do Estado e esse teria, portanto, caráter de Direito Público. 
Finalmente, há também uma corrente que liga o Direito do Trabalho ao Direito Social, enfatizando a coletivização do direito. De qualquer modo, a tese de que este ramo do direito seria parte do Direito Privado permanece sendo a que prevalece no direito brasileiro. Fontes jurídicas são fatores que dão origem às normas e princípios norteadores de um ramo do direito. Uma primeira divisão que pode ser feita é entre as fontes materiais e as fontes formais do Direito do Trabalho. As fontes materiais são tidas como os fatores pré-jurídicos que influenciam a elaboração da norma;
	8 – CONDICIONANTES DA CONSOLIDAÇÃO 
	A primeira guerra mundial deixou clara a necessidade de os interesses das massas operárias serem considerados na formulação de políticas públicas. A revolução militar na Rússia alarmava as nações ocidentais.
A tendência crescente de maior consideração pelos interesses das classes menos favorecidas foi também observada no Brasil, onde, mesmo antes da revolução de 1930, já se verificava um ambiente mais propício à proteção legal das classes trabalhadoras. A classe política brasileira já entendia a necessidade de avançar em termos de garantias sociais dos trabalhadores como forma de desestimular golpes de movimentos radicais de esquerda ou de direita.
O desequilíbrio social passou a ser entendido como a principal causa da ascensão ao poder de movimentos fascistas na Europa e de uma guerra sem precedentes em termos do número de mortes, do número de países envolvidos e do montante de recursos humanos e econômicos despendidos. Por sua vez, o modelo comunista era cada vez mais aceito como uma solução duradoura para o desequilíbrio social.
No Brasil, uma parcela do movimento tenentista, liderada por Luís Carlos Prestes,
liderou a defesa da ideologia comunista. A chamada Coluna Prestes, formada em 1925 por cerca de 1500 pessoas, buscou propagar o ideal revolucionário e conscientizar a população rural fazendo-a sublevar-se contra os grandes proprietários rurais .
No campo da extrema direita, os ideais fascistas ganharam repercussão no País por meio do movimento integralista, liderado por Plínio Salgado, e do qual foi adepto um dos grandes nomes do direito brasileiro, o jurista Miguel Reale. A Ação Integralista Brasileira foi fundada em abril de 1933 e logo se espalhou por todo o Brasil.
Apesar de o Brasil não contar com um histórico de greves similar ao da Europa, em 12 de junho de 1917, em São Paulo, foi deflagrada greve de grande repercussão em que os operários do Cotonifício Rodolfo Crespi, no bairro da Moóca, protestaram contra o valor dos salários pagos, pleiteando 20% de aumento.
Em virtude da frustração das negociações, dois mil operários entraram em greve. Posteriormente, trabalhadores de outras empresas somaram-se ao movimento paredista de modo que, em 12 de julho de 1917, o número de operários em greve era de vinte mil e os bondes, a luz, o comércio e as indústrias de São Paulo ficaram paralisadas. O movimento estendeu-se às empresas do interior do estado, atingindo treze cidades. No dia 15 de junho foi fechado acordo para o aumento de 20% dos salários com a garantia de que nenhum empregado seria despedido em razão da greve.
A radicalização dos movimentos sociais e das concepções políticas de esquerda e de direita foi acelerada pela grande depressão de 1929. A grande dependência da economia brasileira em relação a exportações de produtos agrícolas fez com que o Brasil também fosse fortemente impactado pela crise mundial. 
Antes do fim de 1929, já havia quase dois milhões de desempregados no país: 579 fábricas fecharam as portas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Nas cidades e no campo, o salário dos trabalhadores caiu cerca de 40%. O preço internacional do café despencou de 200 mil réis (em agosto de 1929) para 21 mil réis (em janeiro de 1930).
Cresciam as medidas protecionistas do governo brasileiro para manter o setor produtor do café, implicando aumento da dívida pública e descontentamento de várias províncias contra esse tipo de política voltada quase exclusivamente à preservação dos interesses da elite paulista.
O Rio Grande do Sul foi menos afetado pela crise internacional em razão da produção, para consumo interno, de arroz e charque. Daí a importância crescente dessa província no cenário econômico e político brasileiro e sua participação ativa no golpe de 1930, que pôs fim à república velha.
À época, as províncias de Minas Gerais e São Paulo, na chamada política “café com leite”, alternavam-se no comando do Poder Executivo Federal. Contrariando esse pacto, a partir de 1929, o presidente Washington Luís, representante do Estado de São Paulo, recuso use a apoiar um sucessor de Minas Gerais, apoiando a candidatura de Júlio Prestes, paulista, como forma de dar continuidade à política de protecionismo à cafeicultura.
Em contrapartida, Minas Gerais decidiu defender a candidatura de Getúlio Vargas, do Rio Grande do Sul, para a presidência , e João Pessoa, da Paraíba, para a vice-presidência. A eleição acabou sendo vencida pelo candidato paulista, que, apesar disso, não chegou a assumir. Em 1930, o assassinato de João Pessoa seria utilizado como pretexto para o golpe pelo qual o governo provisório, chefiado por Getúlio Vargas, assumiria o poder.
Getúlio Vargas utilizou-se de uma política nacionalista e populista, cujo grande sustentáculo fora a contínua concessão de novos direitos aos trabalhadores. Foi graças a essa estratégia que Vargas conseguiu, por um lado, fazer frente aos poderes locais, conferindo maiores poderes à União em detrimento das províncias ou estados, e, por outro, impedir a assunção do poder pelas correntes comunistas ou fascistas.
Os novos direitos trabalhistas foram instituídos, em regra, por decretos e decretos leis expedidos diretamente por Getúlio Vargas, com pouca interferência do Poder Legislativo na sua elaboração ou ratificação (salvo no período de 1934 a 1937, em que, por um breve período, o Congresso Nacional havia sido reinstituído após o golpe).
Os avanços pontuais, no patamar de direitos trabalhistas, instituídos na década de 30 e no início da década de 40, somados a algumas previsões do Código Civil de 1916 e de restritas normas trabalhistas editadas na década de 20, deram origem a uma legislação trabalhista esparsa, posteriormente consolidada, com acréscimos, na forma da Consolidação das Leis do Trabalho.
	9 – LEGISLAÇÃO TRABALHISTA PRÉ-EXISTENTE À CLT 
	A complexidade da legislação trabalhista esparsa, pré-existente à CLT, foi uma das principais razões para o movimento de consolidação. Eram várias normas que, individualmente, somente abrangiam determinados institutos do direito material ou processual do trabalho ou que só se aplicavam a categorias profissionais específicas. Essas normas tiveram seu conteúdo emgrande parte consolidado razão pela qual sua análise se confunde com a do processo de gestação da CLT.
Do início da primeira guerra até 1930, foram poucas as leis promulgadas especializadas em matéria trabalhista. O Código Civil aprovado pela Lei n. 3.071, de 1º de janeiro de 1916, com as correções ordenadas pela Lei n. 3.725, de 15 de janeiro de 1919, introduziu dispositivos legais sobre locação de serviços, que é o antecedente histórico do contrato individual de trabalho.
O Código Civil fora informado pelo ideário liberal de impedir a interferência estatal sobre a autonomia de vontade das partes contratantes, inclusive no que se refere aos contratos cujo objeto fosse a prestação de serviços. Nesse sentido, esse diploma não traduzia as novas exigências de maior intervenção estatal sobre a ordem econômica como forma de assegurar maior isonomia social.
Não obstante isso, algumas normas do Código Civil de 1916 serviram de base para a ulterior elaboração da legislação trabalhista especializada, especialmente: a fixação de um prazo máximo de 4 anos para os contratos de duração determinada (art. 1.220); aviso prévio de 8 dias para mensalistas, de 4 dias para semanalistas e quinzenalistas e de véspera quando o contrato tivesse duração inferior a 7 dias (art. 1.221); enumeração de algumas hipóteses de justa causa para rescisão do contrato (art. 1.226); e critérios de reparação decorrentes da rescisão sem justa causa (arts. 1.225 a 1.231).
Posteriormente, foram editadas as seguintes leis relacionadas aos interesses dos trabalhadores: Lei n. 4.682, de 24.1.23, de iniciativa de Eloy Chaves, instituindo caixas de aposentadorias e pensões para os ferroviários e definindo estabilidade no emprego para esses trabalhadores ao completarem 10 anos de trabalho ; Lei n. 4.982, de 23.12.25, sobre o direito a férias ; Lei n. 5.492, de 16.7.28, sobre a locação de serviços teatrais; Decreto n. 16.027, de 30.4.23, criando o Conselho Nacional do Trabalho ; e o Decreto n. 17.934, de 12.10.27, sobre o trabalho de menores.
O Decreto n. 17.934, que se constituía em um verdadeiro Código de Menores, possuía capítulo específico sobre o trabalho do menor (Capítulo X), onde se definia: proibição do trabalho para menores de 12 anos e para menores de 14 anos que não tivessem completado instrução primária ou em atividades penosas ou perigosas à saúde e à moralidade; exigência de certificado de aptidão física para admissão de menores; limitação de jornada de 6 horas para menores aprendizes; vedação ao trabalho noturno e obrigatoriedade de remessa periódica de relação de trabalhadores menores.
Deve-se frisar uma importante alteração jurídica na área trabalhista, implementada pela reforma constitucional de 07 de setembro de 1926: a inclusão, no art. 34 da Constituição da República, de previsão de competência privativa do poder legislativo federal para legislar sobre o trabalho.
Todavia, a produção de leis de conteúdo trabalhista deu-se, de forma mais decisiva, após a revolução de 1930. Passaram a ter maior repercussão prática as idéias de intervenção nas relações de trabalho, com o Estado desempenhando papel central. No período entre 1930 a 1942, podem ser destacadas três fases durante as quais Getúlio Vargas implantou uma legislação mais robusta de proteção ao trabalho. 
A primeira vai de 26 de novembro de 1930 (data da criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio) a 15 de julho de 1934, em que os Ministros do Governo Provisório da Revolução de 1930 obtiveram a adoção de diversos decretos legislativos.
A segunda fase vai de 16 de julho de 1934 a 9 de novembro de 1937 (período de vigência da constituição de 1934, durante o qual Agamenon Magalhães dirigiu o Ministério do Trabalho), quando o Congresso Nacional reinstituído, legislou sobre a matéria em foco. A terceira fase, de 10 de novembro de 1937, é marcada pelo início da vigência da Carta Constitucional de 1937, outorgada com fechamento do Congresso Nacional. 
Nessa época, o Ministro Waldemar Falcão, com intensa participação dos juristas Oliveira Viana e Rego Monteiro, preparou os decretos-leis que instituíram a Justiça do Trabalho e reorganizaram o sistema sindical visando a preparar as corporações que elegeriam os membros do Conselho de Economia Nacional previsto na Constituição.
Na primeira fase, com a vitória da revolução, por meio do Decreto n. 19.398, de 11 de novembro de 1930, foi constituído governo provisório, sob a chefia do Presidente Getúlio Vargas. Nesse governo provisório, foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio – principal órgão propositor de inovações na área trabalhista. Para chefiar o ministério, foi indicado Lindolpho Collor, de mesma orientação política de Getúlio Vargas.
Lindolpho Collor propôs uma série de medidas legais no intuito de aproximar o ordenamento trabalhista brasileiro ao daqueles vigentes nos países com maior proteção social. Para isso, contou com o auxílio dos juristas Evaristo de Moraes , Joaquim Pimenta, Agripino Nazareth e Deodato Maia. Em 12 de dezembro de 1930, foi publicado o decreto n. 19.482, contendo medidas de proteção ao trabalhador. No mesmo ano, foi publicada a Lei dos Dois Terços, voltada à nacionalização do trabalho, com a qual ficou restrita a possibilidade de admissão de estrangeiros (de modo a manter a proporção de um trabalhador estrangeiro para cada dois brasileiros).
Nos anos de 1931 e 1932, foram editadas diversas medidas de cunho social entre as quais se destacam: Decreto n. 19.671-A, de 4.2.31, que dispõe sobre a organização do Departamento Nacional do Trabalho; Decreto n. 19.770, de 19.3.31, que regula a sindicalização; Decreto n. 20.303, de 19.8.31, que dispõe sobre a nacionalização do trabalho na marinha mercante; Decreto n. 20.465, de 1.10.31, que altera a legislação das Caixas de Aposentadoria e Pensões; Decreto n. 21.175, de 1932, que institui a Carteira Profissional; Decreto n. 21.186, de 22.3.32, que regula o horário para o trabalho no comércio; Decreto n. 21.186, de 22.3.32, que regula o horário para o trabalho na indústria; Decreto n. 21.396, de 12.5.32, que institui Comissões Mistas de Conciliação; Decreto n. 21.417-A, de 17.5.32, que regula as condições de trabalho das mulheres na indústria e no comércio; Decreto n. 21.690, de 1.8.32, que cria inspetorias regionais do trabalho nos Estados; e Decreto n. 22.042, de 3.11.32, que estabelece as condições de trabalho dos menores na indústria.
Especificamente quanto ao Decreto n. 19.770 de 1931, este estabeleceu um modelo sindical intervencionista, influenciado em grande parte pelo corporativismo italiano. Antes do decreto, os sindicatos eram pessoas jurídicas de direito privado; depois dele, os sindicatos passaram a ser classificados como órgãos de colaboração do governo, com estatutos padronizados, perdendo sua autonomia e dependendo do reconhecimento do Estado, que eles exigia a apresentação de relatórios de atividade.
Adotou-se o modelo de unicidade sindical, com um único sindicato em cada base territorial. O critério de agrupamento era o de profissões idênticas, similares ou conexas em bases territoriais municipais. Somente com a Constituição de 1934, foram adotadas, com ressalvas , a pluralidade sindical e a autonomia dos sindicatos.
Mas a Constituição de 1937 pôs fim à concepção pluralista da Carta de 1934, implantando a unicidade sindical com forte interferência sobre a organização dos sindicatos. Procurou o Estado ter em suas mãos o controle da economia nacional para melhor desenvolver os seus programas. Trabalhadores, empresários e profissionais liberais foram reunidos em uma unidade monolítica e não em grupos fracionados com possibilidade de conflitos e negociações que não fossem controlados diretamente pelo Estado.
Após a promulgação da Constituição de 1934 e o golpe de estado de 10 de novembro de 1937, várias outras leis trabalhistas foram promulgadas, notadamente: Decreto n. 24.637, de 10.7.34, referente a acidentes de trabalho; Decreto n. 24.594, de 12.7.34, que reforma a lei sindical; Lei n. 185, de 14 de janeirode 1936, que institui o salário mínimo; Lei n. 367, de 31.12.36, que cria o instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários; Decreto-lei n. 910, e 20.11.38, que dispõe sobre duração e condições do trabalho dos jornalistas; Decreto-lei n. 1.402, de 5.7.39, que regula a associação profissional ou sindical; e o Decreto-lei n. 1.523, de 18.8.39, que assegura aos empregados o direito a dois terços dos vencimentos em caso de incorporação militar.
A criação da justiça do trabalho deu-se pela Constituição de 1934, em outubro de 1935. Sua organização efetiva deu-se por meio do Decreto-Lei n. 1237, o qual fixou que os conflitos oriundos das relações entre empregadores e empregados seriam dirimidos pela Justiça do Trabalho. A Justiça do Trabalho foi inicialmente criada como órgão do Poder Executivo. Coma Constituição de 1946, passou a integrar o Poder Judiciário.
Ressalte-se que as leis trabalhistas cresceram de forma desordenada. Eram esparsas, de modo que cada profissão tinha uma norma específica – critério que, além de prejudicar muitas outras profissões que ficaram fora da proteção legal, pecava pela falta de sistematização.
O primeiro diploma legal geral foi a Lei n. 62, de 1935, aplicável a industriários e comerciários e que assegurou diversos direitos: indenização de dispensa sem justa causa (art. 1º); garantia da contagem do tempo de serviço do trabalhador na sucessão de empresas (art.3º) ou na alteração da sua estrutura jurídica; privilégio dos créditos trabalhistas na falência (art. 4º, 2); enumeração das hipóteses de justa causa (art. 5º); efeitos da força maior nos créditos trabalhistas (art. 5º, §§ 1º e 2º); transferência para o Governo da responsabilidade de indenizar quando desse causa à cessação da atividade (art. 51, §3º); aviso prévio (art. 6º); rescisão antecipada de contratos a prazo (art. 7º); suspensão do contrato (art. 9º); estabilidade decenal (art. 10); redução do salário (art. 11); nulidade das estipulações contratuais contrárias às normas legais (art. 14); exclusão dos aprendizes da proteção legal (art. 15); responsabilidade solidária do sindicato ou associação que desse causa ao inadimplemento das obrigações contratuais, pelas respectivas indenizações (art. 16); prescrição de um ano para reclamar a indenização.
	10 – O GOVERNO VARGAS E A PROMULGAÇÃO DE LEIS TRABALHISTAS 
	O período em que Getúlio Vargas esteve no poder (1930-1945) foi marcado pela intervenção estatal no sentido de tomar as rédeas da industrialização e a intervenção sobre as relações de trabalho foi um dos meios encontrados para a conformação de uma economia industrial num país que até então era essencialmente agrário. É consenso na historiografia a ideia de que a partir da Revolução de 1930 acelerou-se no país um processo de modernização econômica e política. De acordo com Ângela Araújo, ao longo da década de 1930, foi se consolidando um projeto de construção de um Estado Nacional, autoritário e corporativo, capaz de organizar as classes, de nacionalizar a economia e de promover o desenvolvimento econômico.
No plano econômico isso significou uma nova fase do desenvolvimento capitalista e no plano político permitiu a emergência de uma nova forma de Estado e um novo padrão, corporativista, de relação deste com as classes sociais. Nesse processo, as classes emergentes, notadamente o empresariado e as classes trabalhadoras urbanas, constituíram-se em forças políticas organizadas e foram incorporadas ao sistema político.
As controvérsias historiográficas com relação ao período começam quando se analisa a natureza das relações entre as classes trabalhadoras e o Estado. Nos anos 1960 e 1970, autores como Leôncio Martins Rodrigues e José Albertino Rodrigues enfocaram a articulação entre industrialização e modernização e a consequente reformulação do perfil dos empregados e dos patrões. Assim, era muito ressaltado o papel dirigente do Estado como mentor de uma legislação que visaria ao controle total dos trabalhadores. 
Nesses estudos, os trabalhadores aparecem como dominados, consequência direta de uma suposta derrota que os sindicatos teriam sofrido através da implementação da estrutura sindical corporativista, que, de acordo com essa versão historiográfica, tinha como objetivo impor limites à formação de um movimento operário que procurava ter um papel combativo desde os anos iniciais da República. Dessa forma, as pesquisas se voltavam, em geral, à análise das leis sindicais e seu impacto negativo sobre os trabalhadores. Significativo desse ponto de vista é o estudo de José Albertino Rodrigues, que destaca as leis promulgadas por Vargas como a causa da “fraqueza” do operariado brasileiro.
A partir do final dos anos 1970, no entanto, estudiosos do movimento operário começaram a perceber que o Estado não poderia impor uma dominação total, e destacaram a necessidade de se voltar aos trabalhadores em seus próprios termos e, para isso, era de suma importância que fossem utilizadas novas fontes.
Assim, procurou-se a compreensão da dinâmica das leis na sociedade, indo além da ideia de uma cooptação dos subordinados por parte do Estado. Nesse sentido, a partir dos anos 1980, os processos judiciais apareceram como importante fonte para o estudo dos trabalhadores na medida em que destacam conflitos até então reservados ao espaço privado da indústria. Dessa forma, possibilitaram a apresentação da “fala” dos trabalhadores. 
As pesquisas realizadas a partir da análise de processos se deram num momento em que se estreitavam as relações entre a História e o Direito, num movimento em que tanto os estudos sobre o período da escravidão quanto os estudos sobre os trabalhadores passaram a questionar o modo como diferentes direitos e noções de justiça foram produzidos pelos atores de sua história, os escravos e os trabalhadores livres. Com isso, buscava-se entender os combates e as diversas interpretações do legal, do justo e do direito. 
Outra contribuição que possibilitou a revisão dos modelos que pregavam apenas o controle e os limites impostos pela legislação foi a realização de estudos de caso baseados em processos trabalhistas, que trouxeram questionamentos sobre a efetividade e a abrangência dos direitos. O uso de processos judiciais nesses estudos permitiu uma melhor compreensão dos limites entre o que estava estabelecido pelas leis e o que era percebido e reivindicado pelos trabalhadores. Assim, a importância das ações nos tribunais trabalhistas foi ressaltada na medida em que estes se apresentavam como um espaço de conflito e de percepção da dinâmica entre lei e realidade.
Dentro dessa perspectiva de se voltar às ações dos atores envolvidos, analisei 24 processos trabalhistas que envolvem ferroviários da cidade de Araraquara-SP e que estão guardados no Centro de Memória do TRT da 15ª região em Campinas-SP a fim de perceber as mudanças na legislação destinada à proteção do trabalhador em seu momento de afirmação antes da CLT. 
Os processos envolvendo ferroviários da região da cidade de Araraquara constituem uma parcela significativa do acervo do citado Centro de Memória, um dos poucos arquivos em que se podem encontrar processos referentes ao período analisado (1937-1943). Assim, centrei minha análise nas ações dessa categoria profissional, o que me permitiu perceber seus problemas específicos e as dificuldades mais gerais aos trabalhadores que recorriam à Justiça do Trabalho. Uma particularidade que marca tal categoria também teve peso na escolha desse recorte: as demissões de ferroviários deviam ser procedidas de inquéritos administrativos por conta do direito à estabilidade, direito que a categoria dos ferroviários conquistou antes das demais.7 Assim, considerei que o estudo das ações que envolvem ferroviários poderia ser significativo para o entendimento de como as novas leis eram apreendidas por uma categoria já organizada em torno de seus direitos e reivindicações. 
A partir da análise dessas fontes, procurei entender se o período anterior à CLT foi marcado por aquilo que John French chamou de “improvisaçãolegal”. Para este autor, o nascimento de um novo ramo de leis brasileiras depois de 1930 não foi algo profundamente pensado ou planejado, mas sim “uma improvisação sustentada por um pequeno grupo de bacharéis descontentes, se não com a ordem socioeconômica vigente, ao menos com seus papéis individuais na sociedade.”8 Assim, o autor questiona se a CLT não teria mais relações com os empregos, contratos e regalias do governo e do aparelho judicial do que com a resolução da questão social. 
French continua sua argumentação afirmando que a arena das relações de trabalho governada pela CLT era caracterizada pela política do “jeitinho”, definida por James Holston como a “habilidade de burlar problemas burocráticos ou legais por meios extralegais”.9 Assim, para French, além de a CLT ter sido uma obra de bacharéis excessivamente teóricos que tentaram aplicar no Brasil ideias estrangeiras que nada tinham a ver com a realidade nacional, ela ainda era aplicada com limitações deliberadamente impostas por um governo que não tinha pretensão alguma de resolver a questão social.
Na tentativa de entender se havia uma “improvisação legal” na elaboração da CLT e se isso afetava as ações que se passavam nos tribunais trabalhistas, existentes desde 1932 com as Juntas de Conciliação e Julgamento e com as Comissões Mistas de Conciliação, me voltei para os anos de consolidação das leis trabalhistas, ou seja, o período anterior à CLT, no qual as regras processuais não estavam plenamente estabelecidas.
Não me centrar apenas na efetividade ou na possibilidade de imparcialidade da lei, foi muito importante para poder perceber como se travavam as relações dentro dos tribunais trabalhistas. Assim, mais do que apontar erros ou supostos acertos dos envolvidos (trabalhadores, patrões, juízes e advogados) foi preciso notar as relações e as estratégias que foram travadas dentro de um espaço delimitado e mediado pela lei. Para isso, foi preciso recorrer tanto aos processos trabalhistas já citados, como à esfera de elaboração das leis, ou seja, analisar os debates e controvérsias travadas em torno da questão das leis sociais. 
Com esse propósito, complementei a análise com a leitura de periódicos dedicados aos assuntos trabalhistas, como a Revista do Trabalho e os Boletins do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, além de livros escritos por juristas e intelectuais que trazem discussões a respeito da promulgação de leis sociais.12 Esses debates foram importantes para entender as dificuldades encontradas pelas autoridades ou por intelectuais que davam suporte ao regime político (como era o caso de Oliveira Vianna) em criar um novo direito e uma nova justiça. 
Assim, perceber que a dificuldade em lidar com a novidade das leis trabalhistas era algo compartilhado por todos aqueles envolvidos na disputa judicial e na elaboração de leis, tornou mais difícil a conclusão de que havia uma “improvisação legal” deliberada para fazer com que as leis não funcionassem. Foi mais produtivo, na presente pesquisa, pensar o período de 1937 a 1943 como um momento de aprendizagem para todas as partes envolvidas e como um momento de legitimação e consolidação das leis trabalhistas. A partir dessa perspectiva, meu objetivo foi analisar como foram construídas as versões, as estratégias e as ações dentro dos tribunais do trabalho.
	11 – A CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS 
	
Essa legislação esparsa, aprovada em diferentes etapas da evolução jurídico-política do estado brasileiro fora o quadro legislativo que o jurista e político Alexandre Marcondes Filho encontrara em 2 de janeiro de 1942, quando assumiu o cargo de Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio. No mesmo mês da sua posse, o Ministro do Trabalho e Getúlio Vargas começaram as negociações em torno da criação de uma Consolidação das Leis do Trabalho e da Previdência Social.
Em 29.1.42, Marcondes Filho, autorizado pelo Presidente Getúlio Vargas, designou comissão de dez membros para elaborar, sob sua presidência, o anteprojeto de Consolidação das Leis do Trabalho e de Previdência Social. Logo na primeira reunião, resolveu-se desdobrar o trabalho de consolidação: deveriam ser trabalhados dois anteprojetos distintos, um sobre o direito do trabalho e outro sobre a Previdência Social.
Para a elaboração da consolidação das leis do trabalho, foram designados os procuradores da justiça do trabalho Luiz Augusto de Rego Monteiro, Arnaldo Sussekind, Dorval Lacerda e José de Segadas Viana, e o consultor jurídico do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, Oscar Saraiva.
Em 5 de novembro de 1942, o anteprojeto foi encaminhado ao Ministro do Trabalho, com relatório redigido pelo institucionalista Rego Monteiro que coordenava os trabalhos da Comissão, sendo, quatro dias depois, submetido à apreciação do Presidente Getúlio Vargas. Este aprovou a publicação do anteprojeto e, em 05.1.43, designou os membros da comissão para analisarem sugestões enviadas e redigirem o projeto definitivo. Mais de duas mil sugestões foram enviadas. Nesse ínterim, Oscar Saraiva foi deslocado para a comissão encarregada de consolidar as leis da previdência social. Em 31.03.1943, a Comissão entregou o projeto final ao Ministro com Exposição de Motivos redigida pelo Procurador Rego Monteiro, que a presidiu.
Em 1º de maio de 1943, a CLT foi aprovada pelo Decreto-Lei n. 5452, o qual, entretanto, só restou publicado no Diário Oficial de 9 de agosto, para entrar em vigor três meses depois (em 10.11.43). O atraso na publicação oficial da CLT foi motivado pela necessidade de serem prestados diversos esclarecimentos pelo Presidente da República a ponderações e críticas que lhe foram endereçadas por associações e por um Ministro de Estado. As alterações propostas ao projeto definitivo foram todas rejeitadas.
Desde a publicação, foram feitas críticas à Comissão pelo fato de o anteprojeto promover inovações no ordenamento vigente, não se atendo aos limites de uma simples consolidação. Com efeito, foi incluso um título introdutório com princípios e conceitos fundamentais sem previsão legal anterior e diversos outros títulos foram complementados com normas então inexistentes no ordenamento.
Pondera-se, ainda, que a Comissão da CLT se inspirou na Carta Del Lavoro. Contudo, conforme afirma SUSSEKIND (2003), dos onze títulos que compõem a CLT, apenas o título V, relativo à organização sindical, reproduz o sistema sindical então vigente na Itália. De todo modo, tal coincidência dever-se-ia à incorporação ao projeto dos decretos-leis de 1939 a 1942 que dispunham sobre o sistema sindical, adaptando esse sistema aos mandamentos da Constituição de 1937 (a qual previa, nos seus arts. 57 e 58, a preparação das corporações cujos representantes integrariam o Conselho de Economia Nacional, criado pela mesma constituição).
Com efeito, a CLT, em organização sindical, é a reunião de normas sobre organização sindical da Lei n. 1.402, de 1939; sobre enquadramento sindical do Decreto lei n. 2.381 de 1940; e sobre contribuição sindical do Decreto lei n. 2377, de 1940.
Para SUSSEKIND (2003), a Comissão da CLT adotou quatro procedimentos distintos. O primeiro procedimento foi a sistematização, com pequenas modificações e adaptações das normas de proteção individual do trabalhador, em geral, inspiradas nas convenções da OIT e na encíclica rerum novarum 10: Decretos Legislativos de 1930 a 1934; Leis de 1934 a 1937; Decretos-leis de 1937 a 1941.
O segundo procedimento foi a compilação, sem alterações, da legislação mais recente, adotada em decorrência de preceitos constitucionais vigentes: decretos-leis e regulamentos de 1939 e 1940 concernentes à justiça do trabalho, e decretos-leis de 1939 a 1942 sobre organização sindical.
O terceiro foi a atualização e a complementação de disposições superadas ou incompletas constantes de decretos legislativos, decretos regulamentares e portarias sobre segurança e higiene do trabalho, contrato coletivo de trabalho, inspeção do trabalho e processo de multas administrativas.
Finalmente, o quarto procedimentofoi a elaboração de normas reputadas imprescindíveis à configuração e aplicação do sistema, cujas fontes materiais foram diversas conclusões aprovadas no Primeiro Congresso Brasileiro de Direito Social (realizado em maio de 1941 em São Paulo), pareceres de Oliveira Viana e Oscar Saraiva e pronunciamentos da recém-instalada Justiça do Trabalho, quais sejam: Título I (introdução) e capítulos I, II, III e IV do Título IV (referentes a disposições gerais, remuneração, alteração, suspensão e interrupção do contrato individual de trabalho), com a consequente adaptação das disposições inseridas nos Capítulos V, VI, VII e VIII do mesmo título (referentes a: rescisão, aviso prévio, estabilidade e força maior).
Apesar das diversas alterações que o seu texto sofreu, a Consolidação das Leis do Trabalho permanece em vigor no Brasil, tendo completado, em 2011, sessenta e oito anos de vigência. O diploma legal reúne as normas disciplinares das relações individuais e coletivas de trabalho, além das concernentes a procedimentos administrativos e à Justiça do Trabalho.
	12 – jus postulandi 
	O Jus postulandi, ou jus postulandi, é um princípio característico do processo do trabalho, que representa a capacidade postulatória, isto é, o poder de postular pessoalmente em juízo. 
Vários autores desenvolveram a conceituação do jus postulandi. Em geral, procuram mostrar os limites estabelecidos na legislação sobre a participação do advogado nas demandas alcançadas pelo instituto. 
Sérgio Martins apresenta o seguinte conceito: 
No processo do trabalho, o Jus postulandi é direito que a pessoa tem de estar em juízo, praticando pessoalmente todos os atos autorizados para o exercício do direito de ação, independentemente do patrocínio de advogado. (MARTINS, 2004, p. 196). 
Em seu conceito, Martins reafirma o direito que a pessoa tem de estar em juízo sem a necessidade de advogado. 
Carlos Henrique Bezerra Leite conceitua da seguinte forma:
O jus postulandi nada mais é do que a capacidade de postular em juízo. Daí chamar-se também de capacidade postulatória, que é a capacidade reconhecida pelo ordenamento jurídico para a pessoa praticar pessoalmente, diretamente, atos processuais. (LEITE, 2006, p. 28) 
O conceito desenvolvido por Leite estabelece que o jus postulandi é o reconhecimento jurídico para a pessoa praticar pessoalmente atos processuais. 
João Antônio Lima Castro, citando Capelleti e Garth, com relação à conceituação do jus postulandi, afirma o seguinte: 
O acesso à justiça é de difícil conceituação, no entanto, mencionam que duas finalidades básicas do sistema jurídico são úteis para determiná-lo. A primeira concerne à faculdade de as pessoas poderem reivindicar seus direitos e ou resolver seus litígios sob o patrocínio do Estado. A segunda propõe que todos devam ter acesso igual ao sistema, de forma que este produza resultados individuais e socialmente justos. (CASTRO, 1988, p.8). 
Já nesse conceito são citadas duas finalidades básicas do sistema jurídico: a possibilidade das pessoas reivindicarem seus direitos e ou resolverem seus litígios patrocinados pelo Estado, e que todos devam ter acesso igual ao sistema, de forma que produza resultados individuais e socialmente justos. 
O comentário destacado acima apresenta uma situação ideal do funcionamento da Justiça do Trabalho. Contudo, sabe-se que as demandas existem, mas não são atendidas a contento, porque as Varas do Trabalho não conseguem dar uma resposta em tempo hábil à questão apresentada. Com isso, causa-se decepção e angústia àqueles que não podem pagar advogados para representá-los.
	13 – BREVE HISTÓRICO DO JUS POSTULANDI 
	O Jus postulandi é considerado, pela maioria da doutrina, princípio de Direito Processual do Trabalho. Surgiu como elemento facilitador do acesso do trabalhador ao órgão estatal responsável pela proteção de seus direitos trabalhistas, visto que sempre foi a parte mais frágil na relação jurídica laboral. 
O jus postulandi, como faculdade do processo do trabalho, está previsto na CLT, em seu art. 791, in verbis: “Art. 791 – Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final”. (Brasil, 2010, p. 741). 
Também no art. 839 do texto consolidado, observa-se a faculdade ao jurisdicionado, como pode ser observado: 
“Art. 839 – A reclamação poderá ser apresentada: a) pelos empregados e empregadores, pessoalmente, ou por seus representantes, e pelos sindicatos de classes” (Brasil, 2010, p. 741). 
Temia-se pela permanência do jus postulandi, com o advento da Constituição da República de 1988, através do seu artigo 133, que preconiza: “O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”. (Brasil, 2010, p. 56). 
Com relação à interpretação do STF à aplicação do art. 133 da Constituição, Sérgio Pinto Martins se posiciona da seguinte maneira: 
O STF entendeu que a indispensabilidade do advogado à administração da Justiça, contida no art. 133 da Constituição, significa a participação do advogado nos concursos públicos para a magistratura e na composição dos tribunais pelo quinto constitucional. (MARTINS, 2004, p. 40). 
Embora os dois artigos da CLT citados acima prevejam, de forma simples, o acesso do empregado à Justiça do Trabalho, para pleitear aquilo que lhe é devido, na prática a situação é bastante diferente do que consta no texto legal. Através dos textos publicados pelos diversos autores que foram consultados para elaboração deste trabalho, verifica-se que o acesso do empregado à Justiça do Trabalho não é tão fácil como se apresenta. 
Sobre o assunto, disserta Valentin Carrion: 
Pelo texto da CLT, a parte está autorizada a agir pessoalmente; é uma armadilha (grifo nosso) que o desconhecimento das leis lhe prepara, posto que ou não é necessitado e poderia pagar, ou, sendo-o, teria direito à assistência judiciária gratuita e fácil da L 1.060/50 (e não à limitada da L. 5.584/70); v. art. 789/11. (CARRION, 2009, p. 605). 
Carrion faz uma crítica ao que preceitua a CLT. Se a pessoa não é necessitada ele pode contratar advogado, se não tem recursos para pagar advogado, utilizará a assistência judiciária gratuita prevista na Lei 1060/50, portanto, não necessitaria postular na Justiça sem o patrocínio de advogado.
A previsão legal do instituto do jus postulandi encontra-se estabelecida e ratificada no artigo 791 da Consolidação das Leis do Trabalho, que, ao longo do tempo, conseguiu passar pelo embate do art. 133 da Constituição da República, e posteriormente, pelo Estatuto da OAB, Lei nº 8.906/94.
A Constituição da República trouxe, em seu artigo 5º, XXXV, o direito ao acesso à Justiça, grande fundamento da capacidade postulatória das partes. Todavia, a Carta Maior, de 1988, também apresentou o artigo 133, segundo o qual “o advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”. (Brasil, 2010, p. 56). 
Tal dispositivo gerou grande polêmica em torno do jus postulandi, passando-se a questionar se o artigo 791 da CLT teria sido ou não revogado pela nova ordem jurídica. Houve manifestações de ambos os lados. Muitos levantaram a bandeira da revogação, considerando auto-aplicável o artigo 133 da Constituição.
	14 – JUNTAS DE CONCILIAÇÃO E JULGAMENTO 
	As Juntas de Conciliação e Julgamento foram criadas, em 1932, órgão administrativo composto pelos Juízes Classistas, representantes dos empregados e dos empresários, e por um Juiz Presidente, indicado pelo Governo. Tais Juntas somente foram retiradas do ordenamento jurídico brasileiro em 1999, mediante Emenda à Constituição, que transformou as JCJ em Varas do Trabalho. 
A denominação Justiça do Trabalho surgiu na Constituição de 1934. Embora, à época, alguns doutrinadores consideravam que esta estrutura integrava o judiciário nacional, como parte integrante do Poder Judiciário, legalmente ainda era mantida no âmbitoadministrativo. Apesar de a Justiça do Trabalho ter previsão na Constituição de 1934, não foi instalada. O Congresso Nacional discutiu longamente o projeto de lei que a estruturava. A demorada discussão sobre a representação classista foi uma das razões alegadas para o fechamento do Congresso Nacional e a implantação do Estado Novo, em 1937. 
A Constituição de 1937, 10 de novembro de 1937, que substituiu a de 1934, manteve a Justiça do Trabalho na esfera administrativa. A sua criação se deu no dia 1º de maio de 1939 pelo Decreto-lei nº 1.237. A Constituição de 1946 transformou a Justiça do Trabalho em órgão do Poder Judiciário.
	15 – INTEGRAÇÃO AO PODER JUDICIÁRIO 
	Em 09 de setembro de 1946, por meio do Decreto-Lei 9.797 a Justiça do Trabalho veio a integrar o Poder Judiciário, tendo seus julgadores assegurados as garantias inerentes à magistratura (inamobilidade, irredutibilidade de subsídios e vitaliciedade no cargo). Até a reforma processual trabalhista introduzida pela EC n. 24 a justiça do trabalho tinha composição paritária, na medida em que as Juntas de Conciliação e Julgamento eram compostas por, além de um Juiz Presidente, dois juízes classistas indicados pelo sindicato laboral e pelo sindicato patronal. 
A Vara do Trabalho é a primeira instância das ações de competência material da Justiça do Trabalho. Sua competência está descrita nos artigos 652 e 653 da Consolidação das Leis do Trabalho. A Emenda Constitucional nº 24/99, que extinguiu a representação classista na Justiça do Trabalho, transformou as antigas Juntas de Conciliação e Julgamento em Varas do Trabalho. 
A jurisdição que era exercida por um colegiado (um juiz togado, um juiz classista representante de empregado e outro representante de empregador), com a mudança é exercida unicamente pelo juízo singular do juiz togado. As Varas do Trabalho possuem uma jurisdição limitada a um território, definida pelo Tribunal Regional do Trabalho a que é vinculada.
	16 – TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO 
	O Tribunal Superior do Trabalho (TST) é a instância mais elevada de julgamento para temas envolvendo o direito do trabalho no Brasil. Consistindo na instância máxima da Justiça Federal especializada do Trabalho brasileiro que por sua vez se organiza em Tribunais Regionais do Trabalho cuja sigla é TRT, o qual coordena as Varas do Trabalho. 
É um dos Tribunais Superiores brasileiros, ao lado do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior Eleitoral e do Superior Tribunal de Justiça. O TST tem sua sede, composição e atribuições definidas no art. 111 da Constituição Federal. O tribunal está composto por 27 juízes com título de Ministro, todos nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal. Todos devem ser brasileiros, entre 35 e 65 anos de idade e cumprir os demais requisitos da legislação para investidura em cargos públicos. 
As vagas são providas para os Membros da Magistratura do Trabalho que atuam junto aos Tribunais Regionais do Trabalho, para advogados com 10 anos de exercício efetivo da profissão e membros do Ministério Público do Trabalho (MPT) com 10 anos de efetivo exercício profissional.
	17 – MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO 
	Os Advogados e Membros do Ministério Público do Trabalho ocupam, em conjunto, um quinto das vagas do tribunal (quinto constitucional). O procedimento para provimento da vaga varia caso a vaga seja correspondente a vaga de Advogado militante ou Membro do MPT e de Juiz do TRT. No caso dos Advogados e Membros do MPT, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil ou a Procuradoria-Geral do Trabalho, conforme o caso indica ao pleno do Tribunal Superior do Trabalho uma lista sêxtupla de seus integrantes. 
O TST, mediante votação secreta e por maioria absoluta reduz a lista para três nomes e remete-a ao Presidente da República, que escolherá um nome. Este nome será aprovado pelo Senado Federal e, posteriormente, o Presidente nomeará o futuro Ministro, que tomará posse perante o Pleno do Tribunal Superior do Trabalho. Se houver mais de uma vaga, o procedimento pode se repetir, caso a OAB ou Procuradoria-Geral do Trabalho mandem mais de uma lista. 
Caso seja enviada uma única lista com (número de vagas) mais cinco, a partir desta lista o Tribunal Pleno produz uma única lista, que terá tantos componentes quanto o número de vagas mais dois.
	18 – DAS VAGAS ORIUNDAS DOS MEMBROS DA MAGISTRATURA DO TRABALHO 
	Das vagas oriundas dos Membros da Magistratura do Trabalho que atuam junto aos Tribunais Regionais do Trabalho, de posse da listagem dos componentes de todos os TRTs, o pleno do Tribunal Superior do Trabalho elaborará uma lista tríplice que será encaminhada ao Presidente da República. Se houver mais de uma vaga, a lista terá tantos componentes quanto o número de vagas mais dois. 
O Presidente escolherá da lista um nome que deverá ser aprovado pelo Senado Federal. Após a aprovação, ocorre nomeação do futuro ministro, que tomará posse perante o Pleno do TST. Os cargos de direção do Tribunal Superior do Trabalho são: (a) Presidente; (b) Vice-Presidente; (c) Corregedor Geral. A estrutura interna do TST é definida por seu Regimento Interno. 
O TST pode funcionar em sua composição plena. Mais comumente funciona por meio de seu Órgão Especial, composto por 17 ministros, ou por meio de suas Seções e Turmas. Atualmente existem oito turmas, cada uma composta por três ministros. São duas seções especializadas: a de dissídios coletivos e a de dissídios individuais, esta subdividida em duas subseções, a SDI-I e a SDI-II.
	19 – SOBRE O FUNCIONAMENTO DO TST 
	O funcionamento do TST (Órgão Especial) é coordenado pelo Presidente, sendo que para as atribuições de natureza administrativa conta com o apoio da Secretaria, a qual é chefiada por um Diretor-Geral, nomeado para o exercício de um cargo em comissão, para o qual podem ser delegadas competências. Seu atual Diretor-Geral é o Dr. Alexandre de Jesus Coelho Machado, cuja grande marca de sua gestão é a inovação das ações coorporativas aliadas à busca de meios de melhora da efetividade das atividades da Corte Trabalhista. 
A origem do Direito do trabalho ou direito laboral remonta à Revolução Industrial, no século XIX. A formação de uma consciência de classe se dá em decorrência da concentração do proletariado em centros industriais nascentes; da exploração de um capitalismo sem peias; da reação à filosofia individualista da Revolução Francesa; da aplicação do princípio do laisser faire, laisser passer, enfatizando a liberdade de contratar; do largo emprego do trabalho de meia força; da não intervenção estatal e o surgimento da miséria sem precedentes; da coalizão e os movimentos grevistas; da concentração das grandes massas de capital nas fábricas, que faz surgir a empresa. 
É neste contexto que surgem as ideologias de protesto e de contestação como o marxismo, o Manifesto Comunista de 1848 e as Internacionais. Na gênese do Direito do Trabalho estão também as ideias de socialistas, conhecidos como utópicos ou românticos e anarquistas
	20 – REFERÊNCIAS 
	1) BUENO, E. (2010) BRASIL: UMA HISTÓRIA: Cinco Séculos de um País em Construção. São Paulo: LEYA.
2) DELGADO, M. G. (2007) CURSO DE DIREITO DO TRABALHO. São Paulo: LTR, 2007.
3) HOBSBAWM, E. (2011) ERA DOS EXTREMOS: O breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras.
4) NASCIMENTO, A. M. (ed.). et AL. (2011) HISTÓRIA DO TRABALHO, DO DIREITO DO TRABALHO E DA JUSTIÇA DO TRABALHO: Homenagem a Armando Casimiro Costa. São Paulo: LTR.
5) SUSSEKIND, A.; MARANHÃO, D; VIANNA, S.; TEIXEIRA, L. (2003) INSTITUIÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO. São Paulo: LTR.

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