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Resenha Pos graduação estudos da violencia e da criminalidade

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA
 PÓS-GRADUAÇÃO EM POLÍTICAS E GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA 
ANTONIO MARCOS FERREIRA DE MATOS
Matrícula: 201910024171
Resenha: A polícia de london deve prender as prostitutas ou ajudá-las
Trabalho disciplina Estudos da Violência e da Criminalidade do Curso de Pós-Graduação em Políticas e Gestão em Segurança Pública
TUTOR
PROF. GISELA ESPONSEL
Feira de Santana – BA
Novembro de 2019.
RESENHA : A polícia de London deve prender prostitutas ou ajudá-las?
É um estudo de caso da Ivey Business School, das autoras Jeannette Eberhard e a Professora Ann Frost que aborda sobre a temática da prostituição na cidade de London, em Ontário no Canadá. Com esse estudo de caso elas não pretendem ilustrar tratamento eficaz ou ineficaz em relação a esta situação abordada.
No primeiro parágrafo, elas relatam que Tony McGowan, vice-chefe de polícia de London, Ontário, pediu a Ian Peer, superintendente de Operações, que recomendasse como o Serviço de Policia de London (LPS) deveria lidar com as crescentes reclamações sobre a prostituição nas ruas e seu efeito em um bairro específico do centro da cidade. Ambos oficiais sabiam que a resposta habitual da polícia era aumentar o número de projetos especiais ou operações disfarçadas para prender prostitutas e as pessoas que as contratavam. 
Vinte e quatro horas mais tarde, Peer estava sentado no escritório de McGowan com uma nova abordagem. Ele queria designar um oficial de polícia para, para trabalhar exclusivamente em assuntos relacionados à prostituição nas ruas e ajudar as mulheres a acessar serviços para problemas de vício e de saúde mental que as vinculavam ao trabalho sexual nas ruas.
O chefe de polícia se indagou como faria para usar os escassos oficiais de polícia de linha de frente para ajudar prostitutas em vez de prendê-las. Esse era mesmo um trabalho para a polícia? Sabe-se que a prostituição em si não é crime. Somente se configura crime quando a pessoa pratica atos ilegais relacionados à prostituição como viver da exploração sexual de terceiros, administrar um estabelecimento para o fim de abrigar pessoas em condição de exploração, ou quando é obrigada, coagida, com tolhimento de sua liberdade, e em violação de sua dignidade sexual.
 As autoras abordaram numa visão geral sobre a prática da prostituição e do comércio sexual no Canadá, que cobria uma ampla variedade de formas e lugares onde as mulheres vendiam relações sexuais ou atos relacionados. As mulheres envolvidas no comércio sexual trabalhavam em clubes de strip, casas de massagem, em suas próprias casas, bordéis, e nas ruas. As prostitutas do comércio sexual de rua procuravam seus encontros ou clientes aliciando nas ruas e indo onde quer que fosse conveniente ou onde elas fossem pedidas para fornecer atos sexuais, atrás de um prédio, em um carro dentro de um estacionamento, sob uma ponte ou em ambiente fechado se disponível. 
As mulheres eram motivadas ao trabalho sexual nas ruas porque elas eram viciadas em drogas ou álcool e esse era o único trabalho que podiam encontrar para pagar a próxima dose. Era uma condição mínima de existência e, como tal, também chamada de comércio sexual de sobrevivência. 
Elas ressaltam que a polícia de London percebeu que a prostituição de rua tinha mudado nos últimos tempos. Muitas dessas mudanças foram motivadas pela natureza do comércio de drogas e o crescente número de mulheres induzidas à prostituição de rua para alimentar um vício. As drogas preferidas estavam constantemente evoluindo, e cada nova preferência era mais facilmente disponível e mais viciante. 
A abordagem da prostituição de rua em London no início de 2005 foi típico da maioria dos serviços de policia, uma de tolerância de equilíbrio e aplicação da lei. Prisões eram feitas quando as atividades de prostituição de rua se tornavam demasiadamente visíveis ou queixas eram apresentadas e quando crimes cometidos por prostitutas (roubo, tráfico de drogas e agressão) ou cometidos contra prostitutas (agressão, agressão sexual, roubo) faziam parte das estatísticas. Sendo assim, as estatísticas relacionadas à prostituição eram mais uma reflexão de quantos recursos a polícia dedicava para prender prostitutas ou clientes do que o quanto dessa atividade realmente acontecia. 
As autoras fazem uma abordagem sobre o serviço de policiamento de London, analisando sua estrutura e operações demonstrando que o efetivo policial era pequeno, e que se fosse somente se dedicar ao fato de efetuar prisões de prostitutas, outros crimes ficariam sem cobertura. A lei afirma que serviços policiais adequados e eficazes devem incluir, no mínimo, todos os seguintes serviços de polícia: Prevenção de crimes; Aplicação da lei; Assistência a vítimas de crimes; Manutenção da ordem pública e Resposta de emergência.
Nesse estudo de caso, o oficial de polícia sugere ao Chefe que o serviço de polícia LPS deveria usar os recursos escassos de linha de frente para unir informações caso um homicídio ocorresse com alguma prostituta, como aconteceu em Vancouver e na Colúmbia Britânica e para proteger as prostitutas em vez de prendê-las por suas atividades ilegais. Muitos crimes e abuso físico eram cometidos contra as trabalhadoras do comércio sexual por clientes. Não era incomum as mulheres sofrer agressões sérias ou receber ameaças de que gasolina seria derramada sobre elas e elas seriam queimadas. Essas eram ofensas criminais graves, muitas das quais eram improváveis de serem denunciadas pelas prostitutas à polícia. 
 
A polícia tinha consciência do problema que a cidade de London enfrentava com a prostituição, e sobre a má publicidade caso aparecesse alguém morto e eles não fossem capazes de solucionar a situação. Se algo ruim acontecesse eles queriam solucionar rapidamente em uma investigação. Mantiveram contato com os serviços de polícia em duas cidades de Ontário, onde a prostituição também era um problema, para ver se eles tinham considerado novas ideias ou estratégias. Nestas cidades a jurisdição havia mudado sua abordagem em relação às trabalhadoras do comércio sexual, em vez da típica "detenção de prostitutas e clientes". O Serviço da polícia começou um projeto em Alberta no qual os oficiais do esquadrão de homicídios pediam às mulheres para voluntariamente fornecerem informações pessoais e nomes de parentes próximos e seguirem a polícia para tirar fotos e amostras de DNA, porque se acontecesse algo a elas isso ajudaria a polícia a identificá-las caso elas se tornassem vítimas de má fé.
Este estudo científico fornece subsídios ao leitor, uma vez que trata de um problema que afeta o mundo de forma geral. A prostituição em si tanto aqui, quanto no Canadá não configura um crime, porém o uso das drogas, o roubo, homicídio e demais atos propicia o aumento da violência e da criminalidade, temas estes estudados em nossa disciplina. O aumento da violência e criminalidade, bem como da prostituição, é um fenômeno social complexo, do qual ainda não detemos conhecimento suficiente para identificar com precisão seus fatores, mas sabemos que existem vários. 
Embora a prostituição, violência e criminalidade tenham estado sempre presente, o ser humano não deve aceitá-las como uma coisa normal. O estado, os órgãos de segurança devem desenvolver políticas públicas eficazes para o combate destas práticas. A violência pode ser evitada, e suas consequências, reduzidas, da mesma forma que a saúde pública conseguiu prevenir e reduzir, em todo o mundo, as complicações relacionadas às doenças contagiosas. Os fatores responsáveis por reações violentas, quer sejam, derivados de atitudes e comportamentos ou de condições sociais, econômicas, políticas e culturais mais amplas, podem ser modificados.
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