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Participação e Controle Social Autor: Flávia Mello Magrini Tema 02 Teoria Democrática – Localizando o Debate e as Configurações da Participação Social seç ões Tema 02 Teoria Democrática – Localizando o Debate e as Configurações da Participação Social Como citar este material: MAGRINI, Flávia Mello. Participação e Controle Social: Teoria Democrática – Localizando o Debate e as Configurações da Participação Social. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. SeçõesSeções Tema 02 Teoria Democrática – Localizando o Debate e as Configurações da Participação Social 5 Conteúdo Nessa aula você estudará: • Limites e contradições da democracia liberal-representativa. • Surgimento de correntes teóricas contra-hegemônicas. • O impacto da sociedade civil e dos movimentos sociais na mudança das relações entre Estado e Sociedade. CONTEÚDOSEHABILIDADES Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro “Conselho Gestores e Participação Sociopolítica”, da autora Maria da Glória Gohn, Editora Cortez, 2011, Livro- Texto n°. Roteiro de Estudo: Profa Flávia Mello MagriniParticipação e Controle Social 6 CONTEÚDOSEHABILIDADES LEITURAOBRIGATÓRIA Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • Quais as principais características da democracia liberal-representativa? • Qual o contexto que mostrou seus limites e propiciou a organização de movimentos sociais? • Por que as sociedades de massa são pensadas como instáveis politicamente? • Em qual categoria de cidadãos estas sociedades são pensadas? Teoria Democrática – Localizando o Debate e as Configurações da Participação Social Após toda a contextualização dos paradigmas “clássicos” dos conceitos de Participação Social empreendida na primeira aula, você estudará, nesta segunda aula, as novas formas de participação - institucionalizadas nos marcos de novas formas de relações entre governo e Sociedade Civil na atualidade. Este estudo será realizado, portanto, sob a égide da Teoria Democrática. O século XX foi marcado por intensa disputa em torno da questão democrática, versando sobre dois debates principais: a desejabilidade da democracia e as condições estruturais para seu desenvolvimento. Em ambos os casos, as teorizações que se tornaram hegemônicas versaram sobre a fundamentação e o aprimoramento da democracia liberal-representativa – proposta procedimentalista de Joseph Schumpeter que restringia o entendimento da participação e da soberania ampliadas em favor de um consenso em torno do procedimento eleitoral para a formação de governos. (AVRITZER; SANTOS, 2002). Segundo Avritzer (XXXX apud GOHN, 2011), buscando construir um modelo compatível com a complexidade da administração estatal moderna e a emergência das sociedades de 7 LEITURAOBRIGATÓRIA massa, considerada como fundamentalmente irracional, Schumpeter “retira da concepção clássica de soberania “a ideia da busca de um bem comum substantivo” (GOHN, 2011, p. 35). Com isso, ele transforma a soberania em um método, um procedimento de escolha de governantes e redefine o conceito clássico de soberania popular. Toda a discussão envolvendo a democracia liberal-representativa partia do pressuposto de que um aumento da participação do cidadão comum - para além do momento das eleições - traria perigos para a estabilidade do sistema político devendo, portanto, ser evitada. Uma visão elitista, que recebe forte influência do contexto de emergência de regimes totalitários – cuja base de apoio político era a participação das massas - no pós Primeira Guerra. Assim, no que consiste o tema de gestão pública, a questão da participação é inexistente ou coadjuvante. ”O olhar é focalizado no poder político, nos dirigente; a sociedade entra no cenário como consumidora, cliente ou contribuinte/beneficiária” (GOHN, 2011, p. 35). E, autonomia é pensada apenas na relação: governo local x governo central. A expansão deste modelo democrático a países do sul da Europa, da América Latina e Leste Europeu, a partir da década de 19801, assim como os efeitos da crise fiscal do Estado, globalização e emergência de políticas neoliberais, formuladas pelo Consenso de Washington, trouxeram à tona seus limites e contradições, propiciando discussões acerca da qualidade e das variações da democracia. Além do percalço encontrado pela democracia representativa em relação ao desajuste deste modelo às configurações das “novas democracias”, os próprios países centrais, cujas democracias são consideradas consolidadas, passam a apresentar sintomas de esgotamento de seus sistemas políticos. Um crescente abstencionismo eleitoral, resultado, entre outros fatores, da perda de legitimidade da representação, acaba sendo crucial para este diagnóstico. Com isso, foi possível observar uma crescente organização dos cidadãos frente à incapacidade do Estado para responder às suas demandas e manter sua legitimidade. Ou 1 Ocorrências históricas resultantes da profunda crise econômica mundial que se passa a partir da década de 1970, como o desmonte do Estado de bem-estar social e os cortes de políticas sociais a partir da década de 1980 na Europa, o esgotamento do socialismo real que levou ao fim da Guerra Fria e a um processo de "globalização sem barreiras” e, também, o esgotamento das ditaduras militares na América Latina, implicaram na “terceira onda de democratização” – conceito criado por Samuel Huntington em sua obra: A terceira onda: A democratização no final do século XX, publicada em 1991. 8 seja, os cidadãos consideram-se cada vez menos representados por aqueles que elegeram, colocando na berlinda o conceito até então hegemônico de democracia representativa. No bojo destas mudanças, a questão da participação passa a ser peça-chave e objeto de disputa semântica dentro da arena política. A questão que se coloca é como envolver os cidadãos no processo de tomada de decisões que afetam suas vidas, bem como a estrutura das instituições políticas e o relacionamento entre as sociedades civil e política substituindo sua restrita participação via eleitoral. (GAVENTA apud LAVALLE, 2006). Superando a ênfase no perigo da instabilidade política que poderia ocasionar, a potencialidade da participação passa a ser pensada por uma corrente teórica em relação a sua função educativa, no sentido mais amplo da palavra. Ou seja, além de possibilitar a disseminação do conhecimento de práticas e procedimentos democráticos, a mudança de um “cidadão consumidor” para um “cidadão sujeito político” possibilitaria que se construísse uma normatividade mais próxima a uma comunidade política igualitária, que, por meio do processo deliberativo, vê suas demandas sendo legitimadas e constantemente atualizadas, como colocado por Pateman. (PATEMAN, 1992). Este processo de mudança, que jogou luz novamente à centralidade da participação social na Teoria Democrática, ocorreu promovendo um diálogo com teorias clássicas como as de J. J. Rousseau, J. S. Mill, o Marxismo, entre outras. Este déficit junto aos teóricos contemporâneos havia sido apontado por Pateman (1992). Você passará rapidamente por pontos de algumas destas teorias aqui, mas poderá, e deverá, aprofundar seu estudo lendo o seu Livro-Texto. J. J. Rousseau pode ser considerado o teórico por excelência da participação. Sua doutrina sobre a Vontade Geral retira a centralidade do indivíduo e de seus interesses particulares e constrói uma noção de cidadão preocupado com um bem geral. Neste processo, a participação – individual direta de cada cidadão no processo de tomada de decisões - tem, como principal função, o caráter educativo. Também, destacando a função educativa da participação, pode-se colocar a teoria de J. S. Mill. Segundo o autor, por meio da participação no nível local o indivíduo aprende a se autogovernar, assim como aprende sobre democracia. Isso resultaria no desenvolvimento, nestesindivíduos, das capacidades para uma ação pública responsável. Diferentemente de Rousseau. Entretanto, Mill constrói um sistema elitista segundo o qual a participação estaria circunscrita ao debate e não à tomada de decisão de fato. LEITURAOBRIGATÓRIA 9 LEITURAOBRIGATÓRIA Nas teorizações marxistas, o conceito de participação é articulado a outras categorias de análise: lutas e movimentos sociais. A política passou a ser enfocada do ponto de vista de uma cultura política resultante de inovações democráticas relacionadas com as experiências nos movimentos sociais. (GOHN, 2011). Este ponto é de fundamental importância uma vez que o processo de complexificação das sociedades contemporâneas vem promovendo modificações substanciais nos processos de socialização política predominantes. Com a perda da atratividade dos partidos, novos grupos e novas solidariedades de base foram se desenvolvendo no seio das sociedades, que passaram a se organizar especialmente por meio de Movimentos Sociais. Estes movimentos sociais trazem para a arena política a necessidade de ampliação da democracia ao apontarem para a ausência de direitos e cidadania na qual vivem diversos setores da sociedade; politizam necessidades e carências privadas questionando e reivindicando junto à opinião pública valores de justiça social e equidade. Em última instância, trazem implicações à própria concepção de direito e cidadania, com a máxima de que o direito básico é o direito a ter direitos – no sentido da formulação arendtiana – e que estes não podem ser dados de modo apriorístico, eles se inventam e se ampliam quanto mais múltiplos forem os sujeitos. (GOUVEIA, 2004; TELLES, 1994). Assim, com a redescoberta da ideia de sociedade civil, e com uma percepção de movimentos sociais organizados e fortemente atuantes permeando tanto a realidade quanto a teoria política, surge uma conjuntura que forneceria novas possibilidades de configuração das relações entre Estado e Sociedade. Estas novas possibilidades convergem no esforço de elaboração de modelos democráticos que contemplassem (e acomodassem), portanto, a questão da autonomia das associações civis e as implicações que disto poderiam vir a ocorrer em suas organizações institucionais. (AVRITZER, 1993; COSTA, 1994). 10 LINKSIMPORTANTES Quer saber mais sobre o assunto? Então: Sites Leia o artigo: DAGNINO, Evelina. Sociedade Civil, Participação e cidadania: de que estamos falando. Disponível em: <http://168.96.200.17/ar/libros/venezuela/faces/mato/Dagnino.pdf>. Acesso em: 12 jan. 2014. Neste artigo, a autora apresenta o que denomina confluência perversa entre um projeto político democratizante, participativo e o projeto neoliberal. Leia o artigo: AVRITZER, Leonardo. Instituições participativas e desenho institucional: algumas considerações sobre a variação da participação no Brasil democrático. Opinião Pública. vol. 14 n. 1 Campinas, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S0104-62762008000100002>. Acesso em: 2 jan. 2014. Neste artigo, o autor analisa as instituições participativas (orçamentos participativos, conselhos de políticas e planos diretores municipais) surgidas na democracia brasileira recente e aponta para suas diferenças devidas a desenhos institucionais diferenciados. Acesse o site: IPEA – Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/portal/>. Acesso em: 2 jan. 2014. Além de poder acompanhar diversas notícias sobre pesquisas desenvolvidas pelo Instituto, ao acessar “Publicações” você encontrará diversos textos e livros sobre Políticas Públicas, Políticas Sociais, Participação, entre outros temas relevantes para o seu estudo. http://168.96.200.17/ar/libros/venezuela/faces/mato/Dagnino.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-62762008000100002 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-62762008000100002 http://www.ipea.gov.br/portal 11 LINKSIMPORTANTES Leia o artigo: PINTO, Céli Regina Jardim. Espaços deliberativos e a questão da representação. RBCS. vol. 19, nº. 54, fevereiro/2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v19n54/a06v1954.pdf>. Acesso em: 2 jan. 2014. Neste artigo, a autora discute a relação entre os princípios de participação e representação nas atuais teoria e prática democráticas. Vídeos Importantes Assista ao vídeo: Da militância política, e além – participação política no Brasil. Disponível em: <http://www.cpflcultura.com.br/2012/04/26/da-militancia-politica-e-alem- participacao-politica-no-brasil-marco-aurelio-nogueira/>. Acesso em: 2 jan. 2014. Neste vídeo o prof. Marco Aurélio Nogueira analisa a militância política num contexto de transformações profundas e aceleradas como o atual. Instruções: Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema. AGORAÉASUAVEZ http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v19n54/a06v1954.pdf http://www.cpflcultura.com.br/2012/04/26/da-militancia-politica-e-alem-participacao-politica-no-brasil-marco-aurelio-nogueira http://www.cpflcultura.com.br/2012/04/26/da-militancia-politica-e-alem-participacao-politica-no-brasil-marco-aurelio-nogueira 12 Questão 1: Ao longo desta aula você pode acompa- nhar o processo que desencadeou a orga- nização da Sociedade Civil na década de 1980. Neste processo, verificou-se a emer- gência de políticas neoliberais, impostas aos países em desenvolvimento, que to- maram corpo da formulação do Consenso de Washington. Contextualize e aponte os principais ele- mentos desta diretriz político-econômica que foi o Consenso de Washington. Questão 2: Considerando os teóricos clássicos estu- dados que pensaram o tema da participa- ção, marque a alternativa correta: a) Para John Stuart Mill, a participação deveria ser direta de cada cidadão no processo de tomada de decisões. b) Alexis de Tocqueville destaca a função integrativa da participação. c) Com análises sobre o sistema político dos Estados Unidos, o marxismo acredita que o estado social democrático é inevitável. d) Jean Jacques Rousseau, devido às características da sua doutrina sobre a Vontade Geral, é considerado o teórico por excelência da participação. e) Para Alexis de Tocqueville, as experiências dos movimentos sociais são de importância ímpar para o desenvolvimento de uma democracia representativa. Questão 3: Considere os seguintes itens: I. Restrita ao procedimento eleitoral de escolha dos representantes. II. Importante para que as demandas dos diversos segmentos sociais sejam consideradas no processo de formulação de políticas. III. Elitismo democrático. IV. Uma possibilidade de decidir, a partir da deliberação e consenso, os rumos políticos de uma sociedade. Das características acima, quais NÃO di- zem respeito à democracia liberal-repre- sentativa a participação? a) II e IV. b) I e IV. c) II e III. d) Apenas I. e) I, II e III. AGORAÉASUAVEZ 13 Questão 4: As teorias ______ sobre o governo local as- sumem como enfoque prioritário a análise da _______, destacando a atuação _____. Assinale a alternativa que contém as pala- vras adequadas para preencher as lacunas das frases acima: a) Contra hegemônicas; governabilidade; das elites dirigentes. b) Tradicionais; governabilidade; das elites dirigentes. c) Marxistas; sociedade de massas; dos governantes. d) Elitistas; sociedade; dos movimentos sociais. e) Democráticas; sociedade; das ONGs. Questão 5: A concepção democrática de Joseph Shumpeter foi pensada e formulada num contexto: a) De emergência da sociedade de massas. b) De emergência da sociedade civil. c) De crise fiscal do Estado. d) De protagonismodos movimentos sociais. e) De intensificação da globalização. Questão 6: O retorno da participação social à centra- lidade da teoria democrática promoveu, também, a alteração do conceito de cida- dania em voga. De cidadãos meramente consumidores, a cidadania passa a signifi- car “direito a ter direitos”. Explique o signifi- cado desta alteração. Questão 7: Pesquise sobre a conjuntura política e eco- nômica na América Latina nas décadas de 1970 e 1980, tanto em artigos acadêmicos quanto em notícias na internet, buscando destacar dois fatos importantes que ca- racterizam o período quanto ao tema aqui estudado. Questão 8: Pensando que você é um/a gestor/a no iní- cio do século XX, atuante, conforme o pro- jeto político hegemônico da época, estaria entre as suas preocupações ouvir os cida- dãos e chamá-los para discutir os rumos e as diretrizes políticas do governo? Com base no que foi estudado nesta aula, justi- fique sua resposta. Questão 9: Como a organização dos movimentos so- ciais e das forças sociais de base pode contribuir para um pluralismo na política? AGORAÉASUAVEZ 14 Questão 10: Para Fiori (1995 apud GOHN, 2011, p. 37), a governabilidade seria uma categoria “es- tratégica” associada à agenda político-eco- nômica liberal conservadora. Diante de tudo o que você estudou até agora, você concorda com esta afirmação? Justifique utilizando os argumentos do autor, mas, também, fazendo uma reflexão particular. AGORAÉASUAVEZ Neste tema você estudou o processo de mudança de hegemonia de um paradigma democrático liberal-representativo, cuja participação social era restrita ao processo eleitoral para o delineamento de um paradigma democrático participativo, propiciado pela organização de movimentos sociais cujas demandas não conseguiam ver expressão dentro do Estado. Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos! FINALIZANDO 15 AVRITZER, Leonardo. Além da Dicotomia Estado/Mercado Habermas, Cohen e Arato. No- vos Estudos, CEBRAP, no 36, julho, 1993. AVRITZER, Leonardo; SANTOS, Boaventura de Sousa. Intr: Para ampliar o cânone de- mocrático. In: SANTOS, Boaventura de Sousa (Org.). Democratizar a democracia: os caminhos da democracia participativa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. BOBBIO, N.; MATTEUCCI, H. PASQUINO, G. Dicionário de Política. 5ª Ed. - Brasília: Edi- tora Universidade de Brasília, 2000. COSTA, Sérgio. Esfera Pública, Redescoberta da Sociedade Civil e Movimentos Sociais no Brasil. Novos Estudos, CEBRAP, no 38, março, 1994. GAVENTA, John. Representation, Community Leadership and Participation: Citizen In- volvement in Neighbourhood Renewal and Local Governance. 2004. In: LAVALLE, Adrián Gurza; HOUTZAGER, Peter P.; CASTELLO, Graziela. Democracia, pluralização da repre- sentação e sociedade civil. Lua Nova, São Paulo, n. 67, 2006. Disponível em: <http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-4452006000200004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 02 jan. 2014. GOHN, Maria da Glória. Conselhos Gestores e Participação Sociopolítica. Editora Cortez, 2011, Livro-Texto n°. GOUVEIA, Tatiana. Movimentos Sociais e ONGs: dos lugares e dos sujeitos. In: Política & Sociedade: Revista de Sociológica Política/UFSC, v.1 n.5 Florianópolis, 2004. LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: a contribuição de Hannah Arendt. Estudos Avançados, vol.11, n.30, p.55-65, 1997. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ ea/v11n30/v11n30a05.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014. MAGRINI, Flávia Mello. Conferências de Políticas para as Mulheres – Potencialidades e Limites Participativos. São Carlos: Dissertação (Mestrado em Ciência Política) – PPGPOL, UFSCar, 2012. REFERÊNCIAS http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-4452006000200004&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-4452006000200004&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/pdf/ea/v11n30/v11n30a05.pd http://www.scielo.br/pdf/ea/v11n30/v11n30a05.pd 16 REFERÊNCIAS PATEMAN, Carole. Participação e teoria democrática. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. TELLES, Vera da Silva. Sociedade civil, direitos e espaços públicos. Revista Pólis, n. 14, 1994. Regime Totalitário: o termo Totalitarismo é utilizado para designar as ditaduras monopartidárias fascistas ou comunistas. Como natureza específica deste regime político pode-se destacar: penetração e mobilização total do corpo social com a destruição de qualquer distinção entre a sociedade e o aparelho político. Seus elementos são a ideologia, o partido único e o terror. Abstencionismo Eleitoral: ocorre quando os cidadãos não comparecem para votar nos dias de eleições. Deliberação: tomada de decisão a partir da discussão. Disputa Semântica: ocorre quando um conceito tem significados múltiplos, como no caso da Participação Social. Direito a ter Direitos: conceito elaborado por Hannah Arendt, segundo o qual o elemento fundamental da cidadania é o direito a ter direitos. Isto porque a igualdade entre os seres humanos não é um dado e sim uma construção coletiva que necessita o compartilhamento e acesso a um espaço público comum. (LAFER, 1997). GLOSSÁRIO 17 Questão 1 Resposta: Espécie de consenso estabelecido entre países centrais, fundamentado em afirmações de economistas destes países, que projetava o diagnóstico da natureza da crise latino-americana, assim como de reformas que seriam necessárias para superá-la. Suas 10 regras foram formuladas pensando serem capazes de promover a estabilização da economia por meio do ajuste fiscal e da adoção de políticas econômicas ortodoxas com centralidade no mercado, assim como afirmando a necessidade de forte redução do Estado. Questão 2 Resposta: Alternativa D. Justificativa: conforme já estudado, a teoria política de J. J. Rousseau e sua formulação sobre a Vontade Geral colocam a participação individual direta dos cidadãos no processo de tomada de decisão como imprescindíveis para que o cidadão pense enquanto bem geral e não de acordo com seus interesses particulares. Questão 3 Resposta: Alternativa A. Justificativa: este modelo de democracia é fundamentado nas formulações elitistas de Joseph Schumpeter, cuja ideia central é de que a soberania política seria um método de escolha de governantes, estando incorretos, portanto, os itens II e IV. Questão 4 Resposta: Alternativa A. Justificativa: uma vez que para as teorias tradicionais sobre gestão a participação não existe ou é coadjuvante, seu foco é a governabilidade e a atuação das elites dirigentes, desconsiderando atuações de organizações da sociedade civil. GABARITO 18 Questão 5 Resposta: Alternativa A. Justificativa: o modelo schumpteriano busca compatibilizar a complexidade da administração estatal moderna e a emergência da sociedade de massas pensada como inerentemente irracional. Questão 6 Resposta: Conforme você estudou, no modelo de democracia liberal-representativa os cidadãos são considerados meramente consumidores por serem, supostamente, parte de uma sociedade de massa irracional cuja única possibilidade de atuação política seria o voto. Diversos fatores levaram a uma mudança deste paradigma, a participação social voltou a ter centralidade e a participação da sociedade civil em instâncias de tomada de decisão impuseram esta nova realidade de construção e constante atualização das noções de direito. Questão 7 Resposta: Você deverá levantar fatos como: - Elevada inflação e os planos de estabilização econômica, tentados pelos governos. - Crise do Petróleo e seus efeitos. - Pauperização da sociedade e proliferação de organizações e de forças sociais de base. Questão 8 Resposta: Todo o contexto de emergência das sociedades de massa, de ocorrência de regimes totalitários, possibilitaram a hegemonia de um projeto político elitista que, justificando com a suposta incapacidade de participação decisória dos indivíduos, o processode decisão deveria ser monopólio das elites dirigentes e, aos cidadãos, caberia apenas o poder de voto. Questão 9 Resposta: Com a organização dos movimentos sociais e das forças sociais de base, temas que eram até então marginalizados e passavam longe da arena política, passam a GABARITO 19 GABARITO ter centralidade. Com a participação e protagonismo destes diversos segmentos, existe a possibilidade de reformulação de políticas e, inclusive, de direitos, que passam a assegurar conquistas de diversos grupos até então invisíveis política e socialmente. Questão 10 Resposta: Sim. Conforme colocado pelo autor, esta categoria acaba funcionando como um receituário cujo objetivo é diminuir a dinâmica do processo democrático, contendo as demandas sociais. Conforme estudado amplamente até aqui, este artifício de diluir as demandas sociais, canalizando a participação apenas por meio do processo eleitoral é uma concepção elitista que, para monopolizar os processos de tomada de decisão, respalda-se no pressuposto de que a sociedade seria incapaz de agir racionalmente e imprimir de forma organizada as suas demandas.