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Participação e Controle Social Autor: Flávia Mello Magrini Tema 04 “Direito a ter Direitos” – Contexto Histórico, Político e Social da Participação no Processo Político Brasileiro seç ões Tema 04 “Direito a ter Direitos” – Contexto Histórico, Político e Social da Participação no Processo Político Brasileiro Como citar este material: MAGRINI, Flávia Mello. Participação e Controle Social: “Direito a ter Direitos” – Contexto Histórico, Político e Social da Participação no Processo Político Brasileiro. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. SeçõesSeções Tema 04 “Direito a ter Direitos” – Contexto Histórico, Político e Social da Participação no Processo Político Brasileiro 5 Conteúdo Nessa aula você estudará: • Características do modelo desenvolvimentista de Estado vigente no Brasil desde os anos 1930. • Contexto de crise deste modelo “estadocêntrico” e a conjuntura para a transição democratização brasileira. • Década de 1970 e os Novos Movimentos Sociais. CONTEÚDOSEHABILIDADES Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro “Conselho Gestores e Participação Sociopolítica”, da autora Maria da Glória Gohn, Editora Cortez, 2011, Livro- Texto n°. Roteiro de Estudo: Profa Flávia Mello MagriniParticipação e Controle Social 6 Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • O modelo “estadocêntrico” brasileiro comportava uma efetiva participação social? • Qual o significado de cidadania regulada? • Os movimentos populares que eclodiram nas décadas de 1970/1980 contribuíram com uma alteração na noção de cidadania no Brasil? • Quais as principais matrizes discursivas da ebulição social no Brasil nas décadas de 1970/1980? CONTEÚDOSEHABILIDADES “Direito a ter Direitos” – Contexto Histórico, Político e Social da Participação no Processo Político Brasileiro Nesta aula, você iniciará seus estudos sobre Participação Social a partir da realidade brasileira. No período que compreende o contexto de crise do modelo “estadocêntrico” e sua transição para a redemocratização brasileira, é possível perceber um processo de deslocamento do próprio conteúdo político envolvendo a democracia. Este movimento será estudado nesta aula. Durante décadas a democracia foi colocada como o resultado de um necessário “desenvolvimento a qualquer custo”, um dos cânones do projeto nacional desenvolvimentista em curso no país desde os anos 1930, passando a ocupar nos anos 1980 uma posição central no novo pacto social em andamento. Este novo pacto, resultado da insatisfação da sociedade com os resultados do projeto político em curso até então, cristaliza-se com a Constituição Federal de 1988 que firma o compromisso de promover a descentralização política e a construção de formas de gestão e controle político, buscando valorizar a ação e a participação da sociedade civil. LEITURAOBRIGATÓRIA 7 LEITURAOBRIGATÓRIA O modelo desenvolvimentista de Estado vigente no Brasil desde os anos 1930, apesar de períodos de significativos rearranjos, pode ser considerado autocrático e fortemente centralizador. Se, economicamente, assumia a direção da construção de um capitalismo industrial, nacionalmente integrado, mas dependente do capital externo, política e socialmente, tomava para si a responsabilidade de regulamentar os conflitos sociais, limitando, consequentemente, a criação de espaços livres, democráticos e as possibilidades de organização e mobilização autônoma de grupos sociais1, além de agir repressivamente para conter qualquer tipo de mobilização que viesse a ocorrer. Em linhas gerais, o modelo de Estado construído entre 1930 e aproximadamente os anos de 1970, segundo Draibe (2003a), pode ser caracterizado, portanto, da seguinte forma: nosso Estado Desenvolvimentista teve bastante êxito em dar impulso à industrialização e promover a transformação capitalista da estrutura social, mas o fez, como se sabe, em base a processos sociais extremamente violentos – recorde-se a selvagem modernização do campo e a rapidez da urbanização – e de um modo pouco “moderno”, nada inclusivo de incorporação social dos setores populares, pouco referido a direitos e à expansão da cidadania, limitado, na prática, aos assalariados urbanos do mercado formal de trabalho e, no plano das políticas, à regulação das relações trabalhistas e aos benefícios previdenciários (DRAIBE, 2003a apud DRAIBE, 2003b, p. 68). Alicerçado em um ordenamento social presidido pela organização hierárquica e desigual do conjunto das relações sociais, fundamentado predominantemente em critérios de classe, raça e gênero (DAGNINO, 2004), historicamente arraigado em na cultura, este modelo de Estado contribuiu com a (re)produção de conceitos limitados – ou regulados, para citar Wanderley Guilherme dos Santos (1979)2 – de cidadania, direitos e inclusive política. O passado colonial-imperial, a subsequente república dos coronéis e depois os líderes populistas levaram ao desenvolvimento de uma cultura política na sociedade latino-americana em que se observa uma “naturalização” das relações sociais entre os cidadãos (ou não cidadãos) e o Estado, ou seja, a relação de dominação expressão em termos de clientelismo e paternalismo 1 Apesar dessa configuração política fortemente desarticuladora, vários foram os movimentos sociais surgidos no país, principalmente sob a bandeira de reivindicações ligadas às relações de produção. Apesar de, na maioria das vezes, o conflito ter sido mediado e absorvido rapidamente pelo Estado, estas formas de organizações a partir da sociedade foram importantes experiências. 2 Wanderley Guilherme dos Santos em sua obra Cidadania e Justiça (1979) utiliza o termo Cidadania Regulada para se referir ao conceito de cidadania cujas raízes encontram-se, não num código de valores políticos, mas em um sistema de estratificação ocupacional, em que este sistema é definido por norma legal. Ou seja, são as leis, o Estado, o trabalho, que dizem quem é ou não é cidadão. 8 passou a ser a norma geral, vista como normal pela própria população (GOHN, 2000, p.225-226). Especificamente em relação ao sistema brasileiro de proteção social, segundo Draibe (2003b): um sistema nacional de grandes dimensões e complexidade organizacional, envolvendo recursos entre 15% e 18% do PIB, integrado por praticamente todos os programas próprios dos modernos sistemas de proteção social – exceto o seguro-desemprego –, cobrindo grandes clientelas, mas de modo desigual e muitíssimo insuficiente. Do ponto de vista decisório e de recursos, combinava uma formidável concentração de poder e recursos no Executivo federal com forte fragmentação institucional, porosa feudalização e balcanização das decisões. Além de desperdícios e ineficiências, seus programas atendiam mal aos que deles mais necessitavam. [...] Não é casual, portanto, que tal sistema tivesse baixos impactos redistributivos, ou seja, praticamente nula capacidade de redução da secular desigualdade social (DRAIBE, 2003b, p. 67-68). Como citado acima, este modelo desenvolvimentista - potente para estimular o crescimento econômico - que ficou marcado pelo que se denominaria “milagre econômico”, estandarte do regime militar especialmente entre 1969 e 1973 no governo Médici e no qual houve aumento da concentração de renda e da pobreza, entretanto, encontrou sinais de esgotamento quando o país se viu solapado diante de um contexto de pujante crise econômica mundial3. A máxima do “primeiro crescer para depois dividir os frutos do progresso”, operacionada ideologicamente pelo Estado, ruiu e as suas promessas de uma posterior redistribuição foram, obviamente, afastadas para um horizonte longínquo, deixando para trás um quadro de pauperização social sem precedentes no país. Neste contexto de contínua deteriorização das condições sociais e de incapacidade do Estado em responder às demandas sociais, ocorre o surgimento,a partir da década de 1970, de movimentos populares com características particulares – os Novos Movimentos Sociais. Estes movimentos incorporam demandas distintas dos movimentos – ditos – tradicionais, indo além das relações de produção como eixo explicativo e orientador tanto dos conflitos como das possíveis soluções. Para Sader (1988), estes novos padrões de ação coletiva, observáveis no tecido social brasileiro, permitem falar em emergência de novos sujeitos políticos, politizando questões 3 Pressão internacional: de realizar um ajuste interno em direção à ortodoxia monetarista, com políticas rígidas de contenção de gastos políticos e de controle monetário. LEITURAOBRIGATÓRIA 9 LEITURAOBRIGATÓRIA do cotidiano, “inventam” novas formas – e novos campos - de fazer política, efetuando uma espécie de alargamento do espaço da política. debruçando-se mais sobre os problemas cotidianos de seus participantes, e menos preocupados em interagir com o Estado, expressam a crise das formas tradicionais de fazer política; crise das clássicas organizações centralizadoras (partidos e sindicatos) e crise dos encaminhamentos das esquerdas tradicionais (luta armada, ações clandestinas, disputas eleitorais) (SHERER-WARREN; KRISCHKE, 1987, p.7). Segundo Sader (1988), esta grande ebulição social dos anos 1970/1980 teria em grande parte origem em três campos de elaboração de matrizes discursivas: a Igreja Católica (Teologia da Libertação), o “novo sindicalismo” e os grupos de esquerda (reorientados a partir das reflexões de Gramsci e de Paulo Freire). Tendo cada uma destas instituições experimentado a crise sob a forma de um descolamento com seus respectivos públicos, buscam novas vias para reatar suas relações. Guardadas suas especificidades, é possível dizer que acabaram impulsionando a organização social e disseminando valores importantes para as lutas participativas e a organização social - em especial da população pobre (POLIS- INESC, 2011). Estes movimentos trazem para a arena política a necessidade de ampliação da democracia, ao apontarem para a ausência de direitos e cidadania na qual vivem diversos setores da sociedade. Politizam necessidades e carências privadas questionando e reivindicando junto à opinião pública valores de justiça social e equidade. Em última instância, trazem implicações à própria concepção de direito, com a máxima de que o direito básico é o direito a ter direitos – no sentido da formulação arendtiana – e que estes não podem ser dados de modo apriorístico. Eles se inventam e se ampliam quanto mais múltiplos forem os sujeitos (GOUVEIA, 2004; TELLES, 1994). 10 LINKSIMPORTANTES Quer saber mais sobre o assunto? Então: Sites Leia o artigo: Projeto/Pesquisa Governança Democrática no Brasil Contemporâneo: Estado e Sociedade na Construção de Políticas Públicas - Arquitetura da Participação no Brasil: avanços e desafios. Disponível em: <http://www.forumdca.org.br/arquivos/forumdca/publicacoes/file_8341f109f 1dd6aa7effd72d95aa42884_146.pdf>. Acesso em: 2 jan. 2014. Você terá acesso a importantes análises empreendidas pelo Instituto Pólis em parceria com o INESC sobre a Participação no Brasil. Leia o artigo: TOURAINE, Alain. Na fronteira dos Movimentos Sociais. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/se/v21n1/v21n1a03.pdf>. Acesso em: 2 jan. 2014. Neste artigo, o autor apresenta e analisa os movimentos sociais em sociedades pós- industriais. Leia o artigo: RUCHT, Dieter. Sociedade como projeto – projetos na sociedade - Sobre o papel dos movimentos sociais. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/civitas/article/ viewFile/86/1668>. Acesso em: 2 jan. 2014. Neste artigo, o autor traz importantes considerações a respeito dos movimentos sociais. Acesse o site: Memória e Movimentos Sociais. Disponível em: <http://www.memoriaemovimentossociais.com.br/index.php>. Acesso em: 2 jan. 2014. Neste site você terá acesso a um acervo digital de fotografias sobre movimentos sociais contemporâneos. http://www.forumdca.org.br/arquivos/forumdca/publicacoes/file_8341f109f1dd6aa7effd72d95aa42884_146.pdf http://www.forumdca.org.br/arquivos/forumdca/publicacoes/file_8341f109f1dd6aa7effd72d95aa42884_146.pdf http://www.scielo.br/pdf/se/v21n1/v21n1a03.pdf http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/civitas/article/viewFile/86/1668 http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/civitas/article/viewFile/86/1668 http://www.memoriaemovimentossociais.com.br/index.php 11 LINKSIMPORTANTES Vídeos Importantes: Assista a entrevista com o Prof. Dr. Leonardo Avritzer. Disponível em: <https://www.ufmg.br/proex/cpinfo/ufmgtube/videos/leonardo-avritzer/>. Acesso em: 2 jan. 2014. Nesta entrevista, você terá a oportunidade de ver este importante autor brasileiro, referência nos estudos sobre democracia participativa, explicando alguns conceitos sobre esta temática. Instruções: Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema. AGORAÉASUAVEZ Questão 1: Escreva um pequeno texto explicando o significado de “Milagre Econômico” do Re- gime Militar no Brasil. Questão 2: Se, economicamente, o ____________ assumia a direção da construção de um capitalismo ________, política e social- mente tomava para si a responsabilidade de ___________ os conflitos sociais, limi- tando as possibilidades de organização e mobilização autônoma de grupos sociais. Assinale a alternativa que contém as pala- vras adequadas para preencher as lacunas da frase acima: https://www.ufmg.br/proex/cpinfo/ufmgtube/videos/leonardo-avritzer 12 a) Estado desenvolvimentista; industrial; regulamentar. b) Estado de Bem Estar Social; industrial; regulamentar. c) Estado de Bem Estar Social; financeiro; estimular. d) Estado desenvolvimentista; financeiro; fomentar. e) Estado de Bem Estar Social; selvagem; fomentar. Questão 3: Sobre a emergência de novos sujeitos polí- ticos nos anos 1970/1980 é correto afirmar: a) É resultado direto de ações governamentais de fomento à participação social. b) Estes novos sujeitos políticos, assumindo cargos eletivos, tornaram representantes de grandes grupos sociais. c) Como resultado destas mobilizações verifica-se o fortalecimento estatal e uma maior centralização dos processos decisórios. d) Teria, em grande parte, origem em três campos de elaboração de matrizes discursivas: a Igreja Católica (Teologia da Libertação), o “novo sindicalismo” e os grupos de esquerda (reorientados a partir das reflexões de Gramsci e de Paulo Freire). e) É resultado do processo de redemocratização que estava em curso no país desde meados da década de 1960. Questão 4: Considere os seguintes itens: I. Modelo de Estado vigente no Brasil desde os anos 1930. II. Responsável pela regulação dos conflitos sociais. III. Teve bastante êxito em dar impulso à industrialização no país. IV. Autocrático e fortemente centralizador. Sobre o conceito de Estado Desenvolvi- mentista é correto afirmar: a) Apenas I e III. b) I, II e IV. c) II, III e IV. d) Apenas I. e) Todas as alternativas. Questão 5: ____________ incorporam demandas dis- tintas dos movimentos – ditos – tradicio- AGORAÉASUAVEZ 13 nais, indo além das relações de produção como eixo explicativo e orientador tanto dos conflitos como das possíveis soluções. Politizando questões do _______, “inven- tam” novas formas – e novos campos - de fazer política, efetuando uma espécie de _______ do espaço da política. Assinale a alternativa que contém as pala- vras adequadas para preencher as lacunas da frase acima: a) Os Novos Movimentos Sociais; cotidiano; alargamento. b) As ONGs; cotidiano; alargamento.c) Os Partidos Políticos; cotidiano; alargamento. d) Os Novos Movimentos Sociais; governo; delineamento. e) Os Partidos Políticos; governo; delineamento. Questão 6: Gohn (2011) afirma que o século XX foi o “século das mobilizações”. Você concor- da? Explique. Questão 7: Após estudar toda a conceituação sobre participação social, compreender todo o contexto mundial e brasileiro de organiza- ção dos movimentos populares, respon- da: é possível afirmar que no âmbito local é onde mais existem tensões e conflitos? Justifique. Questão 8: Pensando na grande ebulição social dos anos 1970/1980, e em suas atuações no pe- ríodo constituinte brasileiro, é possível pen- sar no conceito de esfera pública teorizado por Habermas e estudado na aula anterior? Questão 9: Nesta aula, você teve acesso a informa- ções e análises básicas sobre as caracte- rísticas gerais do estado brasileiro antes da redemocratização. Considerando o período que compreende o Regime Militar no país, faça uma breve pesquisa sobre as formas de participação social durante o referido período. Questão 10: Nesta aula, você viu de forma genérica a respeito dos movimentos sociais no final do século XX no Brasil. Faça um levantamento e aponte 3 movimentos sociais brasileiros. AGORAÉASUAVEZ 14 Nesta aula, você acompanhou o processo de esgotamento do modelo “estadocêntrico” no Brasil e o delineamento das condições que levaram à exigência da transição democrática brasileira. Todo este movimento foi apresentado a partir da emergência dos Novos Movimentos Sociais. Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos! DAGNINO, Evelina. Sociedade civil, participação e cidadania: do que estamos falando? In: MATOS, Daniel. Políticas de ciudadania y sociedad civil en tiempos de globalización. Caracas: FACES - Universidad Central de Venezuela, 2004. SANTOS, Wanderley Guilherme dos. Cidadania e Justiça. Rio de Janeiro: Editora Cam- pus, 1979. DRAIBE, Sônia M. Brasil 1980-2000: proteção e insegurança sociais em tempos difíceis, 2003a. In: DRAIBE, Sônia M. A política social no período FHC e o sistema de proteção social. São Paulo: Tempo Soc., 2003b;. vol.15, n.2, p.63-101. DRAIBE, Sônia M. A política social no período FHC e o sistema de proteção social. São Paulo: Tempo Soc., 2003b. vol.15, n.2, p.63-101. GOUVEIA, Tatiana. Movimentos Sociais e ONGs: dos lugares e dos sujeitos. In: Política & Sociedade: Revista de Sociológica Política/UFSC – v.1 n.5 Florianópolis, 2004. FINALIZANDO REFERÊNCIAS 15 PÓLIS-INESC. Projeto/Pesquisa: Governança Democrática no Brasil Contemporâneo: Estado e Sociedade na Construção de Políticas Públicas - Arquitetura da Participação no Brasil: avanços e desafios. ago. 2011. SADER, Eder. Quanto Novos Personagens Entraram em Cena: experiências, falas e lutas dos trabalhadores da grande São Paulo (1970-80). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. SHERER-WARREN, Ilse; KRISCHKE, Paulo. Apresentação. In: SHERER-WARREN, Ilse; KRISCHKE, Paulo (Org.). Uma revolução no Cotidiano? Novos Movimentos Sociais na América do Sul. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987. TELLES, Vera da Silva. Sociedade civil, direitos e espaços públicos. Revista Pólis, n. 14, 1994. VELOSO, Fernando A.; VILLELA, André; GIAMBIAGI, Fabio. Determinantes do “mila- gre” econômico brasileiro (1968-1973): uma análise empírica. Rev. Bras. Econ.[online]. 2008, vol.62, n.2, p. 221-246. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0034-71402008000200006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 2 jan. 2014. REFERÊNCIAS GLOSSÁRIO Modelo “estadocêntrico”: modelo de Estado Nacional centralizador, ou seja, monopolizador e controlador de toda a dinâmica em uma dada sociedade. Projeto Nacional Desenvolvimentista: muito ligado à Teoria da Modernização que pregava existir uma linearidade de estágios de desenvolvimento dos países (que deveria ser seguido à risca pelos países periféricos para chegarem ao nível de desenvolvimento dos países centrais). Desta forma, o Estado colocava-se como o responsável pela promoção de desenvolvimento do país, implementando políticas que deveriam funcionar no sentido de promover a industrialização no país. Pacto Social: a própria noção de hegemonia dos projetos políticos pressupõe um acordo entre diversas forças sociais, com o intuito de legitimação política. Com este sentido, foi usado o termo Pacto Social para este momento de “costurar” alianças de forma a construir hegemonias. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71402008000200006&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71402008000200006&lng=en&nrm=iso 16 GABARITO Questão 1 Resposta: A denominação “milagre econômico brasileiro” refere-se à época de excepcional crescimento econômico ocorrido durante o Regime militar no Brasil. De acordo com Veloso, Villela e Giambiagi (2008), pode-se dividir em 3 grupos as interpretações sobre os fatores determinantes deste “milagre”: a) A política econômica do período 1968-1973, com destaque para as políticas monetária e creditícia expansionistas e os incentivos às exportações. b) O ambiente externo favorável, devido à grande expansão da economia internacional, melhoria dos termos de troca e crédito externo farto e barato. c) As reformas institucionais do PAEG, em particular as reformas fiscais/tributárias e financeira, que teriam criado as condições para a aceleração subsequente do crescimento. Questão 2 Resposta: Alternativa A. Justificativa: conforme estudado, o Estado desenvolvimentista é promotor da industrialização e, visando controle do dinamismo social, regulamenta os conflitos sociais. GLOSSÁRIO Teologia da Libertação: é uma reflexão teológica surgida no contexto dos movimentos populares nas décadas de 1970/1980 no Brasil e tem como proposta o comprometimento político da fé com a realidade histórica sob a perspectiva da luta por libertação das classes subalternas. Equidade: este termo pode ser considerado muito próximo do conceito de igualdade; a diferença está no valor de justiça social que é intrínseco ao primeiro. 17 Questão 3 Resposta: Alternativa D. Justificativa: os três campos de elaboração de matrizes discursivas dos movimentos emergidos nas décadas de 1970/1980 são: a Igreja Católica (Teologia da Libertação), o “novo sindicalismo” e os grupos de esquerda (reorientados a partir das reflexões de Gramsci e de Paulo Freire). Questão 4 Resposta: Alternativa E. Justificativa: conforme você estudou, todos os itens correspondem ao conceito de Estado Desenvolvimentista. Questão 5 Resposta: Alternativa A. Justificativa: os Novos Movimentos Sociais politizam questões que estavam restritas à esfera privada, ampliando o espaço da política para além dos limites das contradições do mundo do trabalho. Questão 6 Resposta: Sim. Como estudado, especialmente a segunda metade do século XX foi pelos tipos de mobilizações sociais que promoveram a visibilidade e o debate em torno de questões subalternizadas. Questão 7 Resposta: Mais uma vez a afirmação está correta. Como bem coloca Gohn (2011, p. 43), o âmbito local é onde os atores sociais se relacionam mais diretamente, ficam mais expostos às formas e culturas políticas tradicionais, carregadas de estruturas clientelistas e patrimonialistas, tornando a tarefa de estabelecer novas práticas sociais mais difícil. Questão 8 Resposta: De acordo com Habermas (XXXX), a esfera pública teria papel fundamental na teoria democrática por colocar num espaço público atores dos mais diversos setores que, GABARITO 18 através da discussão, conseguiriam chegar ao reconhecimento das diferenças, contribuindo com a ampliação da forma do político. Considerando todo o processo político de construção do protagonismo destes movimentos sociais no país, e as conquistas constitucionais dos mesmos, é possível dizer que, sim, de uma forma adaptada,existiram momentos constitutivos de uma esfera pública no referido período. Questão 9 Resposta: Como estudado em aulas anteriores, a forma de participação que se estabelece em contextos como o do Regime Militar no Brasil é a forma autoritária. Nesta forma, a participação é voltada para a integração e o controle social da sociedade e da política. Assim, manifestações autorizadas são aquelas de celebração e demonstração de apoio ao governo instituído e, para todos os tipos de participação não previstos pelo governo, são combatidos fortemente por meio de truculenta violência (caso da instituição do AI-5 – Ato Institucional n. 5 no Brasil). Questão 10 Resposta: Em sua pesquisa, você encontrará inúmeros movimentos dos mais diversos segmentos. Entre eles: movimento de mulheres – lutas por creches; movimentos populares por moradias; movimento sanitarista – universalização do sistema público de saúde no Brasil. GABARITO
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