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Disciplina AULA 06

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Disciplina: Investigação - Crimes Ambientais
Aula 6: Crimes contra a flora
Apresentação
Nesta aula, esclareceremos o bem jurídico tutelado nos crimes contra a flora (o conjunto de plantas de um país ou de uma região).
Estudaremos os elementos do tipo — elementos objetivos, normativos e subjetivos —, os sujeitos do delito (sujeito ativo e sujeito passivo) e o momento consumativo e a possibilidade ou não da tentativa.
Objetivos
· Esclarecer os elementos do tipo;
· Reconhecer os sujeitos do delito;
· Identificar o momento consumativo e a possibilidade ou não da tentativa.
Crimes contra a flora
 Fonte: Salajean / Shutterstock
Os crimes contra a flora1 estão previstos nos artigos 38 a 52 da Lei 9.605/98.
Nos termos da Constituição Federal de 1988 a competência em matéria florestal está prevista no art. 23, VII, que trata de competência material comum, e art. 24, VI, que trata da competência legislativa concorrente. Como o legislador constituinte não utilizou a expressão legislativa, a competência prevista no art. 23 é de ordem administrativa.
O art. 24, VI, da Constituição Federal de 1988, dispõe somente sobre o vocábulo floresta, gerando questionamento sobre a competência para flora. Uma interpretação açodada levaria o intérprete a entender que o coletivo flora não teria competência legislativa. Porém, entende a doutrina, que o coletivo flora é objeto dessa competência legislativa.
A Constituição Federal de 1988 dedicou proteção à flora, uma vez que dispõe o art. 225, § 1º, VII, que incumbe ao Poder Público proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica.
De acordo com o item 9, “g” da Agenda 21, documento elaborado na Conferência ECO 92 “as florestas são essenciais para o desenvolvimento econômico e para a manutenção de todas as formas de vida”.
O Código Florestal (Lei 12.651/12) é um instrumento normativo de proteção da flora, porém essa legislação não tipifica nenhuma conduta criminal.
Figuras típicas nos crimes contra a flora
Bem jurídico tutelado — A lei protege o meio ambiente.
Antes de Iniciarmos, é importante destacar que a Lei 12.651/2012 informa, no seu art. 3º, II, o conceito de Área de Preservação Permanente.
Lei 12.651/2012 art. 3º II:
Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998
ART. 38
✓ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum.
✓ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade.
✓ O objeto material do delito é a floresta de preservação permanente, mesmo que em formação.
✓ O momento consumativo do delito ocorre com a destruição, a danificação ou a utilização ilegal da floresta. Entende a doutrina majoritária admissível a tentativa, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado.
Tendo em vista que a pena mínima é de 1 (um) ano, cabe suspensão condicional do processo (art. 89, Lei 9.099/95).
O Parágrafo Único do art. 38 estabelece a modalidade culposa. O tipo culposo não admite tentativa. Como a pena é reduzida da metade em caso de crime culposo, a pena máxima não ultrapassará dois anos e, neste caso, a competência para o processo e julgamento é do Juizado Especial Criminal.
Exemplo
Determinada pessoa estava danificando uma formação arbórea densa, de alto porte, que recobre área de terra muito extensa e que tem função de preservar recursos hídricos. Neste caso, o fato se amolda ao crime do art. 38 da Lei 9.605/98, pois Área de Preservação Permanente é área protegida nos termos do art. 3º, II, da Lei 12.651/12.
ART. 38 - A
✓ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum.
✓ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade.
✓ O objeto material do delito é a proteção do meio ambiente natural, ou seja, o Bioma Mata Atlântica.
✓ O momento consumativo ocorre com a destruição, a danificação ou com a utilização indevida. A tentativa é perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado.
Tendo em vista que a pena mínima é de 1 (um) ano, cabe suspensão condicional do processo (art. 89, Lei 9.099/95).
O Parágrafo Único do art. 38-A estabelece a modalidade culposa. O tipo culposo não admite tentativa. Como a pena é reduzida da metade em caso de crime culposo, a pena máxima não ultrapassará dois anos e, neste caso, a competência para o processo e julgamento é do Juizado Especial Criminal.
Exemplo
Uma denúncia anônima narrou que determinada pessoa estava destruindo 5 hectares de sub-bosque de uma floresta ombrófila aberta. Acionada a polícia, a pessoa foi presa em flagrante delito pelo crime do art. 38-A da Lei 9.605/98, uma vez que faz parte do Bioma Mata Atlântica (art. 1º, Lei 11.428/06).
ART. 39
✓ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum.
✓ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade.
✓ O objeto material do delito é a preservação do meio ambiente natural.
✓ O momento consumativo ocorre com o efetivo corte da árvore, portanto, trata-se crime material quanto ao resultado naturalístico. A tentativa é perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado.
Tendo em vista que a pena mínima é de 1 (um) ano, cabe suspensão condicional do processo (art. 89, Lei 9.099/95).
Exemplo
Para fugir do rigoroso inverno, determinada pessoa corta árvore situada na faixa de 30 metros na margem de um curso-d’água para abastecer sua lareira. Neste caso, a hipótese incide no tipo penal previsto no art. 39 da Lei 9.605/98, uma vez que considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos da Lei 12.651/12, as faixas marginais de qualquer curso-d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de 30 (trinta) metros, para os cursos-d’água de menos de 10 (dez) metros de largura.
ART. 40
✓ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum.
✓ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade.
✓ O objeto material do delito são as Áreas de Unidades de Conservação (arts. 7º a 13 da Lei 9.985/2000).
✓ O momento consumativo ocorre com o efetivo dano às Unidades de Conservação. A tentativa é perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado.
Tendo em vista que a pena mínima é de 1 (um) ano, cabe suspensão condicional do processo (art. 89, Lei 9.099/95).
O artigo 40, § 3º, estabelece a modalidade culposa. O tipo culposo não admite tentativa. Como a pena é reduzida da metade em caso de crime culposo, a pena máxima ultrapassará dois anos e, neste caso, a competência para o processo e julgamento não será do Juizado Especial Criminal, porém permanece a possibilidade de suspensão condicional do processo.
Exemplo
Uma pessoa, para atingir seu objetivo de construir sobre solo não edificável, realizou o corte da vegetação que cobria um terreno. Tal ato foi praticado no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, área considerada de preservação permanente. Com esse ato, a pessoa causou dano direto ao Parque Estadual.
ART. 41
✓ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum.
✓ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade.
✓ O objeto material do delito é o meio ambiente como um todo, uma vez que o incêndio afeta a flora, como também a fauna.
✓ O momento consumativo ocorre quando o fogo ocorre o efetivo incêndio. A tentativa é perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado.
Tendo em vista que a pena mínima é de 2 (anos) anos, não cabe suspensão condicional do processo (art. 89, Lei 9.099/95).
O Parágrafo Único do art. 41 estabelece a modalidade culposa. O tipo culposo não admite tentativa. Como a pena é reduzida da metade em caso de crime culposo, a pena máxima não ultrapassará dois anos e, neste caso, a competência para o processoe julgamento será do Juizado Especial Criminal.
ATENÇÃO
O art. 38 da Lei 12.651/2012 exclui em determinadas hipóteses o crime de incêndio, uma vez que trata-se de exercício regular de direito, ou seja, nessas hipóteses ocorre causa de exclusão da ilicitude.
Confronto com o art. 250 § 1º, II, "h", do Código Penal
Se o fogo que gera o incêndio for em lavoura ou pastagem, o crime será de incêndio previsto no Código Penal, pois o crime do art. 41 da lei dos Crimes Ambientais versa somente sobre mata ou floresta.
Exemplo
Tício tem como lazer visitar florestas. Em uma de suas visitas ficou tão encantado que perdeu a hora para voltar para casa. Como escureceu, resolveu dormir ali mesmo e armou seu acampamento. Para saciar sua fome matou um javali. Como não tinha nenhum material para o preparo da iguaria fez uma pequena fogueira para assar o animal. Repentinamente, ocorreu uma ventania e o fogo se alastrou pela floresta, causando um grande incêndio. O fato se amolda ao crime do art. 41, Parágrafo Único, da Lei 9.605/98, pois Tício não tinha intenção (dolo) de causar o incêndio. Assim, responderá pelo crime de incêndio culposo.
ART. 42
✓ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum.
✓ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade.
✓ O objeto material do delito é o meio ambiente e a incolumidade pública.
✓ O momento consumativo ocorre com o ato de fabricar, vender transportar ou soltar balão. A tentativa é perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado.
Tendo em vista que a pena mínima é de 1 (um) ano, cabe suspensão condicional do processo (art. 89, Lei 9.099/95).
ATENÇÃO
Se da conduta de soltar balão ocorrer incêndio, responde o agente por crime de incêndio, com dolo eventual, previsto no art. 250 do Código Penal, desde que haja perigo comum, tendo em vista as campanhas de conscientização da mídia.
Exemplo
Um grupo de amigos tomou conhecimento de que haveria um festival de balão. Assim, começaram a confeccionar um grande balão para soltar no dia do festival. No dia marcado para o festival de balão, os amigos reunidos puseram o balão no carro e se dirigiram ao local. No caminho, foram parados em uma blitz e o policial constatou o transporte do balão. Nesta hipótese, todos foram presos em flagrante delito, uma vez que é crime transportar balão, nos termos do art. 42 da Lei 9.605/98.
ART. 44
✓ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum.
✓ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade.
✓ O objeto material do delito é o patrimônio florestal.
✓ O momento consumativo ocorre com a extração dos minerais, porém se houve prévia autorização para a extração não há crime. A tentativa é perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado.
Tendo em vista que a pena máxima é de 1 (um) ano, trata-se de infração de menor potencial ofensivo, cuja competência para processo e julgamento é do Juizado Especial Criminal.
Exemplo
Ao visitar uma floresta de preservação permanente, Caio verificou que ali existiam pedras que poderiam decorar a sua piscina da sua casa de veraneio. Assim, alugou um caminhão e começou a retirar as pedras. Um guarda florestal percebeu a conduta de Caio e, verificando que não tinha autorização para a retirada das pedras o prendeu em flagrante delito, uma vez que a conduta de Caio de amoldava ao crime previsto no art. 44 da Lei 9.605/98.
ART. 45
✓ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum.
✓ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade.
✓ O objeto material do delito é o meio ambiente natural.
✓ O momento consumativo ocorre com o corte ou transformação em carvão madeira de lei, em desacordo com as determinações legais. A tentativa é perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado.
Tendo em vista que a pena máxima é de 1 (um) ano, trata-se de infração de menor potencial ofensivo, cuja competência para o processo e julgamento é do Juizado Especial Criminal.
Exemplo
Desempregado, Tício, que é vizinho de uma churrascaria, vê a possibilidade de negócio com restaurante. Assim, começa a transformar jacarandás em carvão. Como Tício não tem autorização do Poder Pública para tal conduta, comete o crime previsto no art. 45 da Lei 9.605/98.
ART. 46
✓ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum.
✓ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade.
✓ O objeto material do delito é o patrimônio florestal.
✓ O momento consumativo ocorre no momento em que o agente adquire ou recebe a mercadoria, porém somente haverá crime se as condutas forem praticadas sem exigir a exibição de licença do vendedor. A tentativa é perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado.
Tendo em vista que a pena máxima é de 1 (um) ano, trata-se de infração de menor potencial ofensivo, cuja competência para o processo e julgamento é do Juizado Especial Criminal.
O Parágrafo Único do art. 46 da Lei dos Crimes Ambientais prevê uma figura equiparada ao crime do caput.
Exemplo
João tem uma pequena madeireira e recebe madeira para revenda, porém o vendedor das madeiras não tem licença para o comercializá-las. Nesta hipótese, João comete o crime do art. 46 da Lei 9.605/98.
ART. 48
✓ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum.
✓ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade.
✓ O objeto material do delito é a proteção do meio ambiente natural.
✓ O momento consumativo ocorre com a efetivação das condutas de impedir ou dificultar a regeneração de florestas. A tentativa é perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado.
Tendo em vista que a pena máxima é de 1 (um) ano, trata-se de infração de menor potencial ofensivo, cuja competência para o processo e julgamento é do Juizado Especial Criminal.
Exemplo
Uma investigação policial apurou que Carlos adquiriu um sítio que já havia tido sua vegetação desmatada pelo antigo proprietário, inclusive em área de preservação permanente, às margens de um córrego que atravessa a propriedade. Carlos, entretanto, impediu a regeneração natural da vegetação nativa, mantendo e explorando comercialmente bananeiras. A plantação de bananeiras ocupa totalmente a área anteriormente desmatada e impede a regeneração da vegetação nativa. Nesta hipótese, Carlos incide na infração penal prevista no art. 48 da Lei 9.605/98.
ART. 49
✓ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum.
✓ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade.
✓ O objeto material do delito é a espécie vegetal de ornamentação situada em logradouros públicos e propriedade privada alheia.
✓ O momento consumativo ocorre no momento da destruição, do dano, da lesão ou maus-tratos. A tentativa é perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado.
Tendo em vista que a pena máxima é de 1 (um) ano, trata-se de infração de menor potencial ofensivo, cuja competência para o processo e julgamento é do Juizado Especial Criminal.
O Parágrafo Único estabelece a modalidade culposa. O tipo culposo não admite tentativa. A competência para processo e julgamento será também do Juizado Especial Criminal.
Exemplo
Convidado para uma festa no sítio de sua amiga, Tício começa a jogar pedra nas plantas que ornamentam a casa da amiga. A hipótese se amolda ao crime ambiental previsto no art. 49 da Lei 9.605/98.
ART. 50
✓ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum.
✓ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade.
✓ O objeto material do delito é o patrimônio florestal.
✓ O momento consumativo ocorre com a destruição ou dano do objeto material do crime. A tentativa é perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado.
Tendo em vista que a pena máxima é de 1 (um) ano, trata-se de infração de menor potencial ofensivo, cuja competência para o processo e julgamento é do Juizado Especial Criminal.
Exemplo
Objetivando única e exclusivamente o lucro, uma incorporadora, para construir um condomínio deluxo, começa a desmatar floresta nativa fixadora de duna. Tal conduta se amolda o tipo penal previsto no art. 50 da Lei 9.605/98.
ART. 50 - A
✓ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum.
✓ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade.
✓ O objeto material do delito é o patrimônio florestal.
✓ O momento consumativo ocorre com o desmatamento ou exploração, porém somente haverá o crime se a conduta for praticada sem autorização do órgão competente. A tentativa é perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado.
Tendo em vista que a pena imposta no preceito secundário não cabe suspensão condicional do processo, a competência para o processo e julgamento é da Justiça Comum.
O § 1º estabelece que "não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência imediata pessoal do agente ou de sua família". Trata-se de causa de exclusão da ilicitude.
Exemplo
Tício começa a desmatar, sem autorização do órgão competente, a floresta que pertence ao Município onde reside. A hipótese se enquadra no crime do art. 50-A da Lei 9.605/98.
ART. 51
✓ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum.
✓ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade.
✓ O objeto material do delito é o patrimônio florestal.
✓ O momento consumativo ocorre com o efetivo comércio ou utilização de motossera, porém somente haverá crime se a conduta for praticada sem licença ou registro da autoridade competente. A tentativa é perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado.
Tendo em vista que a pena máxima é de 1 (um) ano, trata-se de infração de menor potencial ofensivo, cuja competência para processo e julgamento é do Juizado Especial Criminal.
Exemplo
Caio começa a vender motosserras (equipamentos utilizados para o corte de árvores ou madeiras em geral e constituídos de motor de combustão interna), porém a polícia verifica que o comerciante não tem licença para a venda. O fato se amolda ao crime do art. 51 da Lei 9.605/98.
ART. 52
✓ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum.
✓ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade.
✓ O objeto material do delito é a preservação do meio ambiente.
✓ O momento consumativo ocorre com a simples penetração na Unidade de Conservação portando instrumento ou substâncias voltadas à caça ou exploração de produtos florestais, porém somente haverá o crime se a conduta for praticada sem licença da autoridade competente. A tentativa é inadmissível, uma vez que o crime é unissubsistente.
Tendo em vista que a pena máxima é de 1 (um) ano, trata-se de infração de menor potencial ofensivo, cuja competência para o processo e julgamento é do Juizado Especial Criminal.
Exemplo
José entra no Parque Nacional de Itatiaia portando um rifle de caça, porém o guarda florestal verifica que José não tem licença da autoridade competente. Neste caso, José pratica o crime ambiental previsto no art. 52 da Lei 9.605/98, uma vez que o art. 40, § 1º, do mesmo diploma legal determina que "Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre."
JURISPRUDÊNCIA COMENTADA
HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME AMBIENTAL. ART. 45 C/C O ART. 53, II, C, DA LEI Nº 9.605/1998. COMPETÊNCIA. SENTENÇA E ACÓRDÃO QUE IMPÕEM PENA POR DELITO CUJA PENA SUPERA O LIMITE CARACTERIZADOR DO CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO. INCOMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL E DA TURMA RECURSAL. SENTENÇA PROLATADA POR JUÍZO DE VARA ÚNICA. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO NA ADOÇÃO DO RITO SUMARÍSSIMO, MAIS BENÉFICO AO RÉU. NULIDADE DA SENTENÇA MONOCRÁTICA. NÃO OCORRÊNCIA. RECONHECIMENTO DA NULIDADE DO ACÓRDÃO, EM RAZÃO DA INCOMPETÊNCIA DO ÓRGÃO JULGADOR. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA.
1. Sob a orientação do art. 61 da Lei nº 9.099/1990, a jurisprudência desta Corte fixou prevalecer o Juízo comum ao Juizado Especial quando o(s) crime(s) imputado(s) ao réu sugere(m), em seu(s) preceito(s) secundário(s), reprimenda máxima que exceda a 2 (dois) anos de pena privativa de liberdade individual ou cumulativamente. Precedentes.
2. Compete, portanto, ao Juízo comum a apuração do crime previsto no art. 45 c/c o art. 53, II, c, da Lei nº 9.605/1998 (cortar ou transformar em carvão madeira de lei, com pena aumentada porque cometido contra espécie rara ou ameaçada de extinção), que tem a pena máxima de 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão.
3. No caso, a comarca em que foi apurado o feito é de Juízo Único ao qual compete a apreciação de todos os feitos penais da circunscrição territorial, qualquer seja o potencial ofensivo do crime. O reconhecimento de eventual nulidade alteraria apenas o rito procedimental.
4. Não se declara a nulidade quando o procedimento adotado, sumaríssimo, é mais benéfico ao réu. Precedente do STF (HC 85.019/MG, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe 4/3/2005).
5. Reconhecimento, entretanto, da incompetência da Turma Recursal, que, em razão da matéria, não poderia ter apreciado o recurso.
6. Ordem parcialmente concedida para anular o acórdão proferido pela Turma Recursal e determinar seja a apelação apreciada pelo Tribunal de Justiça do Paraná. Mantida a sentença condenatória.
Comentário
O crime do art. 45 da Lei 9.605/98 tem pena máxima de 2 anos e, neste caso, por força do art. 61 da Lei 9.099/95 é uma infração de menor potencial ofensivo, cuja competência para o processo e julgamento é o Juizado Especial Criminal.
Porém, na hipótese do julgado comentado ocorreu causa de aumento de pena. Logo, abstratamente, a pena máxima ultrapassa o limite de 2 (dois) anos, afastando, assim, a competência do Juizado Especial Criminal.
Atividade
1) O agente que danifica plantas de ornamentação em propriedade privada alheia comete:
Parte superior do formulário
a) Contravenção penal
b) Crime ambiental
c) Fato atípico
d) Crime preterdoloso
e) Crime hediondo
Parte inferior do formulário
Gabarito
Infelizmente, você errou! A resposta correta é a letra "B".
2) É causa de aumento de pena nos crimes contra a flora ter sido o crime cometido:
Parte superior do formulário
a) Durante o dia
b) No sábado
c) Antes de feriado
d) Na parte da tarde
e) Domingo
Parte inferior do formulário
Gabarito
Infelizmente, você errou! A resposta correta é a letra "E".
3) De acordo com a Lei 9.605/98 o agente que, por imprudência, provoca incêndio em floresta comete:
Parte superior do formulário
a) Crime culposo
b) Crime doloso
c) Crime preterdoloso
d) Crime habitual
e) Fato atípico
Parte inferior do formulário
Gabarito
Parabéns, você acertou!
4) De acordo com o art. 40 da Lei 9.605/98 é crime "Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização". Porém, quando o dano afeta espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada uma:
Parte superior do formulário
a) Circunstância agravante
b) Circunstância preterdolosa
c) Circunstância culposa
d) Circunstância atenuante
e) Circunstância minorante
Parte inferior do formulário
Gabarito
Parabéns, você acertou!
5) Qual a consequência jurídica daquele que corta árvore em floresta considerada de preservação permanente com permissão da autoridade competente:
Parte superior do formulário
a) Responde por contravenção penal
b) Responde por crime ambiental
c) Trata-se de fato atípico
d) Tem sua pena diminuída.
e) Tem sua pena aumentada pela metade.
Parte inferior do formulário
Gabarito
Infelizmente, você errou! A resposta correta é a letra "C".
6) De acordo com a Lei 9.605/98 comercializar motosserra é:
Parte superior do formulário
a) Contravenção penal
b) Crime ambiental
c) Fato atípico
d) Crime preterdoloso
e) Crime hediondo
Parte inferior do formulário
Gabarito
Infelizmente, você errou! A resposta correta é a letra "B".
Créditos
Redatora: Monica Veiga
Web Designer: Luís Rodrigues
Designer Instrucional: CarolinaBurgos
Programador: Rostan Luiz
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