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Aula 5 - Crimes contra a fauna

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Disciplina: Prática IV
Aula 5: Crimes contra a fauna
Apresentação
Nesta aula, esclareceremos o bem jurídico tutelado nos crimes contra a fauna (o
conjunto de animais estabelecidos em determinada região).
Em seguida, estudaremos os elementos do tipo, ou seja, elementos objetivos,
normativos e subjetivos, reconhecendo os sujeitos do delito (sujeito ativo e sujeito
passivo) e identificando o momento consumativo e a possibilidade ou não da
tentativa.
Objetivos
Esclarecer os elementos do tipo;
Reconhecer os sujeitos do delito;
Identificar o momento consumativo e a possibilidade ou não da tentativa.
Elemento do tipo, sujeito do delito
e momento consumativo do crime
De início, vamos relembrar o que significa elementos do tipo, sujeitos do
delito e o momento consumativo do crime.
Elemento objetivo
Refere-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos
fatos e só precisam ser descritos pela norma, como o objeto do crime, o lugar,
o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo
Ao contrário dos descritivos, seu significado não se extrai da mera
observação, sendo imprescindível um juízo de valoração jurídica, social,
cultural histórica religiosa, bem como qualquer outro campo do conhecimento
humano. Aparece em expressões como sem justa causa, indevidamente,
documento, funcionário público, dignidade, decoro etc.
Elemento subjetivo
Há elemento subjetivo geral, ou seja, o dolo (vontade livre e consciente de
matar alguém), que pode ser direto (o agente quer o resultado) ou eventual
(o agente assume o risco de produzir o resultado).
Sujeito ativo é aquele que pratica o crime e nos crimes ambientais pode ser
sujeito ativo a pessoa física e a pessoa jurídica; sujeito passivo é quem sofre
com a ação criminosa, valendo destacar que os animais são objeto material de
determinados crimes ambientais e não sujeito passivo, sendo a coletividade o
sujeito passivo desses crimes.
Crimes contra a fauna
 Fonte: Sarayut_sy / Shutterstock
Para evitar a extinção de espécies animais a proteção da fauna se faz
necessário. A fauna se classifica, de acordo com a doutrina, em terrestre e
aquática e justamente essas espécies são protegidas pela Lei 9.605/98
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9605.htm> , porque a
Constituição Federal de 1988 determina a proteção a fauna e a flora, vedando,
na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
Os crimes contra a fauna estão previstos nos arts. 29 a 37 da Lei 9.605/98,
que detalharemos a seguir.
Figuras típicas nos crimes contra a
fauna
Bem jurídico tutelado — A lei protege o meio ambiente.
ART. 29
Dispõe o art. 29, § 3º, da Lei 9.605/98:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9605.htm

São espécimes da fauna silvestre todos aqueles
pertencentes às espécies nativas, migratórias e
quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham
todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos
limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais
brasileiras.
✔ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime
comum. O sujeito passivo de tal delito é a coletividade. 
✔ O objeto material do delito é a fauna silvestre. 
✔ O tipo penal prevê a conduta de exportar, que significa fazer sair do
território brasileiro.
No caput do art. 29 existe elemento normativo do tipo na expressão "sem a
devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em
desacordo com a obtida."
O momento consumativo dependerá do núcleo do tipo praticado. Na
hipótese do verbo matar, se consuma com a morte do animal, trata-se,
portanto, de crime material, já na modalidade perseguir basta a conduta
praticada, independentemente de resultado naturalístico.
Na hipótese do § 1º do art. 29 temos as formas derivadas do crime do art. 29,
caput.
O art. 29, § 2º, configura hipótese de perdão judicial, que é causa extintiva da
punibilidade, conforme art. 107, IX, do Código Penal. O perdão judicial é um
instituto em que o juiz deixa de aplicar a pena, desde que presentes as
circunstâncias previstas em lei. Sendo assim, trata-se de um direito subjetivo
público do réu. Cabe acrescentar que nos termos da súmula 18 do Superior
Tribunal de Justiça, a sentença que concede o perdão judicial é declaratória de
extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.

Exemplo
Tendo em vista o avanço da febre amarela em nosso país, uma pessoa
começa a matar macacos para, assim, evitar a proliferação da doença.
Neste caso responderá pelo crime de matar espécime da fauna silvestre,
conforme se verifica do art. 29, caupt, da Lei 9.605/98.
ART. 30
✔ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime
comum. 
✔ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade. 
✔ O objeto material do delito são as peles e couros de anfíbios e répteis em
bruto.
O momento consumativo ocorre com o envio da pele ou couro para o
exterior. Saindo da alfândega, consuma-se com a liberação da pele ou couro;
não saindo pela alfândega, a consumação ocorre com a saída do objeto deixa
o território nacional. A tentativa é perfeitamente possível, uma vez que o iter
criminis pode ser fracionado.
Tendo em vista que a pena mínima é de 1 (um) ano, cabe suspensão
condicional do processo (art. 89, Lei 9.099/95)
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9099.htm> .

Exemplo
Uma pessoa tem conhecimento que o couro da corallus cropanii (jiboia-
amarela) tem grande valor de mercado no exterior. Movido pela
ganância, começa a exportar a pela da jiboia-amarela, com lucros
exorbitantes. A hipótese se enquadra no crime previsto no art. 30 da Lei
9.605/98, uma vez que é necessária a autorização da autoridade
competente para a exportação de peles e couros de répteis.
ART. 31
✔ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime
comum. 
✔ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade. 
✔ O objeto material do delito é espécime animal.
O momento consumativo ocorre com a introdução do animal no território
brasileiro, porém sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida por
autoridade competente, que é elemento normativo do tipo penal. A tentativa é
perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado.
Tendo em vista que a pena máxima é de 1 (um) ano, trata-se de infração de
menor potencial ofensivo, cuja competência para o processo e julgamento é
do Juizado Especial Criminal.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9099.htm

Exemplo
Uma determinada pessoa mantinha em cativeiro animais da fauna
exótica (dez tigres de bengala) sem o devido registro da autoridade
competente. Neste caso, como o tigre de bengala não é um animal
nativo ocorre violação ao art. 31 da Lei 9.605/98.
ART. 32
✔ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime
comum. 
✔ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade. 
✔ O objeto material do delito inclui todos os animais.
O momento consumativo ocorre com a introdução do animal no território
brasileiro, porém sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida por
autoridade competente, que é elemento normativo do tipo penal. A tentativa é
perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado.
Tendo em vista que a pena máxima é de 1 (um) ano, trata-se de infração de
menor potencial ofensivo, cuja competência para o processo e julgamento é
do Juizado Especial Criminal.

Exemplo
Pedro é casado com Maria. Como as brigas são constantes, Maria diz a
Pedro que quer o divórcio. Inconformado com a separação do casal e
sabedor que Maria nutre verdadeira paixão pelo seu cachorro de
estimação, Pedro começa a espetar o animal doméstico com uma faca de
churrasco, gerando inúmeras feridas. A hipótese é enquadrada no crime
de maus-tratos, conforme art. 31 da Lei dos Crimes Ambientais.
Assista ao vídeo de um caso verdadeiro, ocorrido no Rio de Janeiro.

(Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=hOowF1enXOo
<https://www.youtube.com/watch?v=hOowF1enXOo>)
https://www.youtube.com/embed/DBPB8-_gW34
ART. 33
✔ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime
comum. 
✔ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade. 
✔ O objeto material do delito são as espécimes da fauna aquática.
O momento consumativo ocorre com a efetiva provocação do perecimento
da espécime da fauna aquática, mas no Parágrafo Único existe elemento
normativo do tipo, nas expressões "sem licença, permissão ou autorização da
autoridade competente" e "devidamente demarcados em carta náutica". A
tentativa é perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode ser
fracionado.
Tendo em vista que a pena mínima é de 1 (um) ano, cabe suspensão
condicional do processo (art. 89, Lei 9.099/95).

Exemplo
Uma determinada pessoa jurídica vem lançando efluentes líquidos não
tratados no rio da região, provocando, assim, um sério desequilíbrio no
ecossistema aquático. Neste caso, é perfeitamente possível enquadrar a
conduta da pessoa jurídica ao dispositivo do art. 33 da Lei 9.605/98,
inclusive, podendo responder também a pessoa física que agia em seu
nome.
https://www.youtube.com/watch?v=hOowF1enXOo
ART. 34
✔ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime
comum. 
✔ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade. 
✔ O objeto material do delito é o equilíbrio ecológico referente a fauna
aquática.
O momento consumativo ocorre com a efetiva pesca. A tentativa é
perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis pode ser fracionado.
Tendo em vista que a pena mínima é de 1 (um) ano, cabe suspensão
condicional do processo (art. 89, Lei 9.099/95).

Exemplo
Considerando hipoteticamente que o período de defeso da piracema na
Bacia do Rio São Francisco começa no mês de janeiro com término no
mês de março, aquele que pratica a pesca neste período incide na
infração penal prevista no art. 34 da Lei 9.605/98, pois tal crime ocorre
justamente quando há pesca em período proibido.
ART. 35
✔ O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime
comum. 
✔ O sujeito passivo de tal delito é a coletividade. 
✔ O objeto material do delito é o equilíbrio ecológico referente a fauna
aquática.
O momento consumativo ocorre com a efetiva pesca com substâncias
proibidas. A tentativa é perfeitamente possível, uma vez que o iter criminis
pode ser fracionado.
Tendo em vista que a pena mínima é de 1 (um) ano, cabe suspensão
condicional do processo (art. 89, Lei 9.099/95).

Exemplo
Um determinado pescador ficou sem sua rede de pesca e, para continuar
sua atividade pesqueira, produziu material químico e utilizou bombas
que, ao explodirem na água, emitem um som que mata diversas
espécies de peixes. Essa conduta é enquadrada crime ambiental previsto
no art. 35, I, da Lei 9.605/98.
ART. 36
As normas penais podem ser incriminadoras e não incriminadoras. O art. 36 é
uma norma penal não incriminadora, ou seja, trata-se de norma penal
explicativa para os crimes referentes à pesca (arts. 34 e 35 da Lei 9.605/98).
As normas penais podem ser também permissivas que são aquelas que têm
por finalidade afastar a ilicitude da conduta do agente. Temos exemplo de
norma penal permissiva na Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98) no art.
37 que veremos a seguir.
ART. 37
Causas excludentes de ilicitude são causas que afastam a ilicitude da conduta
do agente, ou seja, o conceito analítico de crime é constituído dos seguintes
elementos: fato típico, ilícito e culpável.
Existindo fato típico, que é composto de conduta, resultado (nos crimes
materiais), nexo de causalidade e tipicidade, é necessário analisar se esse fato
é ou não ilícito. É justamente neste ponto que se observa as causas
excludentes de ilicitude. Se o fato praticado pelo agente foi lícito, ou seja, de
acordo com o Direito, não há crime.
Nesse sentido, o art. 37 da Lei 9.605/98 prevê causas excludentes de
ilicitude. Portanto, nos termos do art. 29 da Lei de crimes Ambientais é crime
matar espécimes da fauna silvestre, porém se o agente matar o animal para
saciar sua fome estará acobertado pela excludente de ilicitude prevista no art.
37, I, da Lei 9.605/98: não é crime o abate de animal, quando realizado “em
estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família”.
O mesmo ocorre se o abate de animal tiver como motivação a “proteção de
lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais,
desde que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente”
(art. 37, II) e, “por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo
órgão competente” (art. 37, IV).
No inciso I do art. 37 da Lei 9.605/98 ocorre a causa de justificação do estado
de necessidade, já nos incisos II e IV do mesmo dispositivo legal existe a
causa de justificação exercício regular de direito.

Exemplo
De acordo com o art. 29 da Lei 9.605/98 é crime matar animal da fauna
silvestre. Assim, se uma determinada pessoa, para saciar sua fome,
mata um javali, teremos a seguinte questão: Com base no conceito
analítico de crime temos fato típico, pois houve conduta, matar o javali.
A morte do javali é resultado dessa conduta, ocorrendo, portanto, nexo
de causalidade entre a conduta (matar) e o resultado (o javali). Por
fim, essa conduta se amolda perfeitamente ao tipo penal descrito no art.
29 da Lei. 9.605/98, verificando-se, portanto, a tipicidade.
Como a morte do javali foi para saciar sua fome, tal fato se amolda na
causa excludente da ilicitude prevista no art. 37, I, da Lei 9.605/98 — a
Lei de Crimes Ambientais permite a morte de animal, desde que para
saciar a fome do agente ou de sua família. Como a pessoa que matou o
javali agiu em estado de necessidade, ainda que haja fato típico, a sua
conduta é considerada lícita.
No inciso I ocorre a causa de justificação estado de necessidade, já nos
incisos II e IV do art. 37 da Lei 9.605/98 temos a causa de justificação
exercício regular de direito.
JURISPRUDÊNCIA COMENTADA
"HABEAS CORPUS Nº 192.486 - MS (2010/0225552-4) – STJ
HABEAS CORPUS. CRIME AMBIENTAL. PESCA EM PERÍODO PROIBIDO.
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE.
ESPECIAL REPROVABILIDADE DA CONDUTA NO CASO CONCRETO. HABEAS
CORPUS DENEGADO.
1. A aplicabilidade do princípio da insignificância nos crimes contra o meio
ambiente, reconhecendo-se a atipicidade material do fato, é restrita aos casos
onde e a conduta do agente expressa pequena reprovabilidade e irrelevante
periculosidade social. Afinal, o bem jurídico tutelado é a proteção ao meio
ambiente, direito de natureza difusa assegurado pela Constituição Federal,
que conferiu especial relevo à questão ambiental.
2. Não se insere na concepção doutrinária e jurisprudencial de crime de
bagatela a conduta do Paciente, pescador profissional, que foi surpreendido
pescando com petrecho proibido em época onde a atividade é
terminantemente vedada. Há de se concluir, como decidiram as instâncias
ordinárias, pela ofensividade da conduta do réu, a quem se impõe maior
respeito à legislação ambiental, voltada para preservação da matéria prima de
seu ofício.
3. E, apesar de terem sido apreendidos apenas 05 kg (cinco quilos) de peixe,
nos termos da jurisprudência desta Corte Superior: "A quantidade de pescado
apreendido não desnatura o delito descrito no art. 34 da Lei 9.605/98, que
pune a atividade durante o período em que a pesca seja proibida, exatamente
a hipótese dos autos, isto é, em época de reprodução da espécie, e com
utilização de petrechos não permitidos." (HC 192696/SC, 5ª Turma, Rel. Min.
GILSON DIPP, DJe de 04/04/2011.)
 4. Ordem de habeas corpus denegada."

Comentário
De acordo com o princípio da insignificância, o Direito Penal não deve
preocupar-se com bagatelas. A tipicidade penal exige um mínimo de
lesividade ao bem jurídico protegido. A aplicação do princípio da
insignificância exclui a tipicidade, porém a tipicidade em seu sentido
material. A aplicação do princípio da insignificância para o Supremo
Tribunal Federal exige quatro requisitos, ou seja, “a mínima
ofensividade da condutado agente, a nenhuma periculosidade
social da ação, o reduzido grau de reprovabilidade do
comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica provocada”
(HC nº 84.412/SP, Segunda Turma, DJ de 19/11/04).
Em que pese o meio ambiente ser um bem transindividual e indivisível, a
jurisprudência tem admitido a aplicação do princípio da insignificância em
determinados crimes ambientais, conforme se verifica da decisão do STJ
no REsp 1.409.051-SC.
Entretanto, no caso em questão, o Superior Tribunal de Justiça não
reconheceu atipicidade material na conduta do agente, tendo em vista
justamente o período em que ocorreu a pesca, ou seja, em período
proibido.
Atividades
1) Quando alguém abate um animal para saciar sua fome, ocorre:
 a) Crime previsto na Lei 9.605/98.
 b) Causa que exclui a culpabilidade.
 c) Causa que exclui a ilicitude.
 d) Fato atípico.
 e) Causa que exclui a punibilidade.
2) No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada
ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias:
 a) Agravar a pena.
 b) Deixar de aplicar a pena.
 c) Diminuir a pena.
 d) Triplicar a pena.
 e) Duplicar a pena.
3) De acordo com a Lei 9.605/98, quem mata espécime da fauna
silvestre ameaçada de extinção terá a pena:
 a) Aumentada de metade.
 b) Diminuída de um terço.
 c) Diminuída de metade.
 d) Aumentada de um sexto.
 e) Aumentada de um terço.
4) No que concerne ao crime de tráfico de animais previsto na Lei
9.605/98, é causa de aumento de pena se o crime é praticado:
 a) Em unidade de permissão.
 b) Durante a tarde.
 c) Em período de permissão à caça.
 d) Durante o dia.
 e) Durante a noite.
5) A respeito do crime de tráfico de animais, se tal crime decorre do
exercício de caça profissional a pena é:
 a) Aumentada da metade.
 b) Aumentada até o triplo.
 c) Aumentada de um terço.
 d) Aumentada de um sexto.
 e) Aumentada de um quarto.
Referências
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 17. ed. São Paulo: Saraiva, Vol. 4, 2017.
DELMANTO, Roberto. Leis Penais Especiais Comentadas. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 2014.
PRADO, Luiz Regis. Direito Penal do Ambiente. 4. ed. São Paulo: RT, 2012.
Próximos Passos
• Sujeitos do crime;
• Descrição típica;
• Consumação e tentativa.
Explore mais
Leia a jurispridência do STJ e STF.
• STF. RECURSO EXTRAORDINÁRIO N.153.531-8 SC
<http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?
docTP=AC&docID=211500> . Acesso em: 17 jul. 2018.
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=211500
• STF. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.776-5 RN
<http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?
docTP=AC&docID=469712> . Acesso em: 17 jul. 2018.
• STJ. HABEAS CORPUS Nº 72.234 - PE (2006/0272965-2)
<https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?
componente=ITA&sequencial=728598&num_registro=200602729652&data
=20071105&formato=PDF> . Acesso em: 17 jul. 2018.
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=469712
https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=728598&num_registro=200602729652&data=20071105&formato=PDF

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