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Contabilidade Empresarial: Relatórios e Balanço Patrimonial

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Douglas Almeida Lima
Tatiane Antonovz
CONTABILIDADE 
EMPRESARIAL
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. 
Imagens da capa: © Macrovector; © Bloomicon // Shutterstock.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte 
desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos 
direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Copyright Universidade Positivo 2018
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Curitiba-PR – CEP 81280-330
Presidente da Divisão de Ensino 
Reitor
Pró-Reitor 
Coordenação Geral de EAD
Coordenação de Metodologia e Tecnologia
Autoria
Parecer Técnico
Supervisão Editorial
Layout de Capa
Prof. Paulo Arns da Cunha 
Prof. José Pio Martins
Prof. Carlos Longo
Prof. Everton Renaud
Profa. Roberta Galon Silva
Prof. Douglas Almeida Lima
Profa. Tatiane Antonovz
Prof. Octavio Ribeiro de Mendonça Neto
Aline Scaliante Coelho Baggetti
Valdir de Oliveira
DTCOM 
DIRECT TO COMPANY
Análise de Qualidade, Edição de Texto, 
Design Instrucional, Edição de Arte, 
Diagramação, Imagem de Capa, 
Design Gráfico e Revisão Textual
Ícones
Afirmação
Contexto
Biografia
Conceito
Esclarecimento
Dica
Assista
Curiosidade
Exemplo
Sumário
Apresentação ..................................................................................................................11
Os autores ........................................................................................................................12
Capítulo 1 
Relatórios Contábeis ........................................................................................................15
1.1 Os relatórios contábeis e o seu uso na gestão e avaliação de empresas ...................15
1.1.1 Como instrumento de gestão ................................................................................................................................ 16
1.1.2 No planejamento e no orçamento ........................................................................................................................ 21
1.1.3 Na gestão e no controle da organização ............................................................................................................... 22
1.1.4 Como fonte para mensuração do valor da empresa .............................................................................................. 25
1.2 Relatórios mínimos exigidos para as empresas.........................................................26
1.2.1 Para as Pequenas e Médias Empresas (PME) ........................................................................................................ 26
1.2.2 Para Sociedades de Grande Porte e Sociedades de Capital Aberto ...................................................................... 28
1.3 Relatórios contábeis âmbito dos setores regulados ..................................................30
1.3.1 Instituições Financeiras ...........................................................................................................................................31
1.3.2 Seguradoras........................................................................................................................................................... 32
1.3.3 Concessões públicas .............................................................................................................................................. 32
Referências ......................................................................................................................34
Capítulo 2 
Balanço Patrimonial .......................................................................................................37
2.1 Estrutura do Balanço Patrimonial – Ativo Circulante ................................................37
2.1.1 Contexto do balanço patrimonial e suas características de acordo 
 com o porte e o setor de atuação da organização ................................................................................................. 42
2.1.2 Disponível e créditos .............................................................................................................................................. 42
2.1.3 Estoques ................................................................................................................................................................ 44
2.1.4 Despesas Antecipadas ........................................................................................................................................... 46
2.2 Estrutura do Balanço Patrimonial – Ativo Não Circulante ........................................47
2.2.1 Realizável a longo prazo ........................................................................................................................................ 49
2.2.2 Investimentos ........................................................................................................................................................ 50
2.2.3 Imobilizado ............................................................................................................................................................51
2.2.4 Intangível ................................................................................................................................................................51
2.3 Estrutura de Balanço Patrimonial – Passivo .............................................................52
2.3.1 Contas do Passivo Circulante ................................................................................................................................. 54
2.3.2 Passivo Não Circulante .......................................................................................................................................... 56
2.4 Estrutura do Balanço Patrimonial – Patrimônio Líquido ..........................................57
2.4.1 Capital Social.......................................................................................................................................................... 57
2.4.2 Reservas de Capital ............................................................................................................................................... 59
2.4.3 Ajustes de Avaliação Patrimonial .......................................................................................................................... 59
2.4.4 Reservas de Lucros ................................................................................................................................................ 60
Referências .....................................................................................................................62
Capítulo 3 
Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) ...........................................................64
3.1 Composição da Demonstração de Resultados ...........................................................64
3.1.1 Contexto da DRE e suas características de acordo com o porte e o setor de atuação da organização .................. 65
3.1.2 Receitas .................................................................................................................................................................. 66
3.1.3 Despesas e Custos .................................................................................................................................................. 68
3.1.4 Receitas operacionais e não operacionais .............................................................................................................. 71
3.2 Estrutura da Demonstração do Resultado ................................................................72
3.2.1 Despesas operacionais e não operacionais ............................................................................................................73
3.2.2 Custo das Mercadorias Vendidas ou CPV .............................................................................................................. 75
3.3 Resultados apurados .................................................................................................77
3.3.1 Lucro bruto ............................................................................................................................................................ 77
3.3.2 LAIR ....................................................................................................................................................................... 79
3.3.3 Resultado Líquido do Exercício.............................................................................................................................. 80
Referências ......................................................................................................................82
Capítulo 4 
Demonstração de Resultados Abrangentes (DRA) ........................................................83
4.1 Resultado líquido do período .....................................................................................83
4.1.1 Contexto da DRA e suas características de acordo com o porte da organização e o setor de atuação ................. 84
4.1.2 Estrutura da DRA ................................................................................................................................................... 85
4.1.3 Resultado Líquido do Período ............................................................................................................................... 87
4.2 Outros resultados abrangentes classificados conforme sua natureza .......................89
4.2.1 Classificação conforme natureza ........................................................................................................................... 90
4.2.2 Outros resultados abrangentes ............................................................................................................................. 93
4.3 Parcela dos outros resultados abrangentes de empresas investidas 
reconhecida por equivalência patrimonial ......................................................................94
4.3.1 Equivalência e outros resultados ........................................................................................................................... 94
4.3.2 Ajustes de reclassificação da DRA ......................................................................................................................... 95
Referências .....................................................................................................................97
Capítulo 5 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) ........................................99
5.1 Resultado abrangente do período ............................................................................99
5.1.1 Contexto da DMPL e suas características de acordo com o porte e o setor de atuação da organização ............ 100
5.1.2 Estrutura da Demonstração e Consolidação de informações ...............................................................................102
5.1.3 Resultado Abrangente do Período ....................................................................................................................... 104
5.1.4 Análise dos Resultados Abrangentes ................................................................................................................... 106
5.2 A conciliação do saldo no início e no final do período ............................................107
5.2.1 Conciliação de Resultados ................................................................................................................................... 107
5.2.2 Análise dos Demonstrativos de Mutações de Patrimônio Líquido ..................................................................... 108
5.2.3 Finalidades e Análises ..........................................................................................................................................112
5.2.4 Utilização em Conjunto para Acionistas ...............................................................................................................112
Referências ...................................................................................................................114
Capítulo 6 
Demonstração do Fluxo de Caixa .................................................................................115
6.1 Demonstrativos de Fluxos de Caixa .........................................................................116
6.1.1 Contexto da demonstração do fluxo de caixa e suas características de acordo com o porte 
 e o setor de atuação da organização ....................................................................................................................118
6.1.2 Conceito e finalidade ............................................................................................................................................118
6.1.3 Relação com atividades operacionais, de investimento e financiamento ........................................................... 120
6.2 Fluxo de Caixa Direto: Estrutura, Desenvolvimento e Análise .................................122
6.2.1 Elaboração do demonstrativo de fluxo de caixa direto ....................................................................................... 123
6.2.2 Análise do Demonstrativo de Fluxo de Caixa Direto ........................................................................................... 125
6.3 Fluxo de Caixa Indireto: estrutura, desenvolvimento e análise ...............................125
6.3.1 Elaboração e Análise do demonstrativo de Fluxo de Caixa Indireto ....................................................................126
6.3.2 Análise das Variações Contábeis ..........................................................................................................................128
Referências ....................................................................................................................131
Capítulo 7 
Demonstrativos de Valor Adicionado (DVA) ................................................................133
7.1 Finalidades e estruturas do Demonstrativo de Valor Adicionado ............................133
7.1.1 Contexto da DVA e suas características de acordo com o porte e o setor de atuação da organização ............... 134
7.1.2 Finalidades sociais e financeiras do DVA ...............................................................................................................135
7.1.3 Estrutura do relatório de DVA .................................................................................................................................................................................................136
7.1.4 Montagem do relatório de DVA ...........................................................................................................................137
7.2 Distribuição da riqueza da DVA ...............................................................................142
7.2.1 Pessoal e encargos e impostos, taxas e contribuições ..........................................................................................143
7.2.2 Juros e alugueis ....................................................................................................................................................143
7.2.3 Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos ................................................................................................. 144
7.2.4 Lucros retidos/prejuízos do exercício ....................................................................................................................145
7.3 Análise das informações da DVA .............................................................................145
7.3.1 Análise das informações do fluxode caixa .......................................................................................................... 146
7.3.2 Conciliação de informações do DVA .................................................................................................................... 148
Referências ....................................................................................................................149
Capítulo 8 
As Notas Explicativas e outras evidenciações ...............................................................151
8.1 Base de elaboração das demonstrações contábeis 
e das políticas contábeis específicas .............................................................................151
8.1.1 Bases de elaboração .............................................................................................................................................151
8.1.2 Julgamentos ........................................................................................................................................................ 154
8.1.3 Estimativas ............................................................................................................................................................155
8.2 Gestão de capital .....................................................................................................156
8.2.1 Objetivos .............................................................................................................................................................. 156
8.2.2 Políticas ............................................................................................................................................................... 158
8.2.3 Processos ..............................................................................................................................................................161
8.3 Outras divulgações ..................................................................................................162
8.3.1 Dividendos propostos ou declarados .................................................................................................................. 162
8.3.2 Domicílio, forma jurídica, país e endereço de registro ........................................................................................ 163
8.3.3 Natureza das principais atividades realizadas .................................................................................................... 164
8.4 Outras informações requeridas pelo CPC e por órgãos reguladores .......................165
8.4.1 Informações requeridas pelo CPC que não tenham sido apresentadas nas demonstrações contábeis .............. 165
8.4.2 Informações requeridas por órgãos reguladores que não tenham sido apresentadas 
 nas demonstrações contábeis ............................................................................................................................. 166
Referências ....................................................................................................................168
A disciplina de Contabilidade Empresarial apresenta temas relevantes e uma vi-
são detalhada da área, integrando a rotina de quem atua nela. Assim, serão apresen-
tadas noções fundamentais de contabilidade, o campo de atuação e as funções, bem 
como os princípios que a norteiam. 
Além disso, serão abordadas ferramentas essenciais no contexto contábil, entre 
as quais se incluem o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, 
a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, a Demonstração do Fluxo de 
Caixa e o Demonstrativo do Valor Adicionado.
Também serão apresentados o uso estratégico das informações contábeis e do 
modo como podemos auxiliar os gestores na administração dos recursos empresariais, 
com o objetivo de auxiliar o exercício profissional.
Apresentação
Dedico esta obra a meus pais, 
responsáveis pela primeira formação 
que carrego comigo até hoje.
Os autores
O professor Douglas Almeida Lima é Mestre em Contabilidade com foco 
na produção de informações para usuário interno pela Universidade Federal de 
Pernambuco (UFPE), é Especialista em Contabilidade Pública pela Universidade 
Cândido Mendes (UCAM-RJ) e é Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade 
Federal de Alagoas (UFAL).
Currículo Lattes: 
<lattes.cnpq.br/3396644115893369>
Dedico este trabalho aos meus pais e 
companheiro, que sempre me apoiaram em 
minhas decisões. E em especial agradeço à 
Maria Eduarda, que mesmo com um olhar 
silencioso me apoia incansavelmente em 
minha rotina docente.
A professora Tatiane Antonovz é mestra em Contabilidade pela Universidade 
Federal do Paraná (2010), e graduada em Ciências Contábeis pela Universidade Federal 
do Paraná (2005). Atua na área de Educação à Distância – EaD, elaboração de material, 
gravação de aulas e banco de questões em diversas instituições de Ensino Superior.
Currículo Lattes: 
<lattes.cnpq.br/6366913720238552>
1 Relatórios Contábeis
Tatiane Antonovz
Atualmente, a informação é a ferramenta mais eficaz para o adequado geren-
ciamento de um negócio. Percebe-se cada vez mais a necessidade de que adminis-
tradores e empreendedores conheçam todas as variáveis que afetam seu mercado de 
atuação no sentido macro, e sua empresa, no sentido micro, permitindo um melhor 
gerenciamento de todo o ambiente em que elas operam. 
É possível que grande parte dos problemas que afetam as organizações contem-
porâneas seja originada da gestão inadequada de três variáveis estratégicas a qualquer 
negócio: planejamento, controle e informação. O gestor deve estar preparado para, no 
mínimo, ler e interpretar informações que contenham dados relativos ao seu negócio, 
sejam relatórios contábeis, jornais, revistas de negócios, dentre outras. 
1.1 Os relatórios contábeis e o seu uso na gestão 
e avaliação de empresas
Neste capítulo, vamos estudar os relatórios contábeis como origem das informa-
ções que são usadas na gestão de forma específica, bem como outros aspectos rela-
tivos às Demonstrações Contábeis de forma geral. Serão exploradas características 
específicas relativas à normatização e de alguns setores que são regulados e qual o 
impacto das normas contábeis em relação à divulgação destes. 
Será possível compreender quais são as informações mínimas que devem ser 
apresentadas de forma obrigatória e como os usuários contábeis podem utilizá-las 
dentro do seu processo de tomada de decisão e qual a relevância destas de acordo 
com os diferentes interesses destes. 
Ler um relatório contábil não é difícil, mas o interessado deve dominar conceitos fundamen-
tais. Ativo, passivo, patrimônio líquido, receita, custo e despesa precisam ser naturalmente 
conhecidos, bem como as diferenças entre eles. Os contadores devem incentivar o uso dos re-
latórios pelos gestores. O negócio agradece!
Contabilidade empresarial 16
A partir do exposto, é importante salientar que há uma relação estreita entre as 
Demonstrações Contábeis e os aspectos gerenciais das empresas, tendo em vista que 
as informações contábeis dão suporte aos processos de gestão das empresas. Nesse 
sentido, compreende-se que é possível perceber a Contabilidade, dentre outros pro-
cessos, como um instrumento de gestão. Vamos saber mais a respeito?
1.1.1 Como instrumento de gestão
Sabemos que o objetivo da contabilidade é controlar o patrimônio das entidades, 
estudando sua estrutura e suas variações. O resultado (lucro ou prejuízo de uma enti-
dade) é função do desempenho individual de cada atividade executada no dia a dia. 
Comprar, vender, transportar etc., consome recursos, portanto, a contabilidade deve 
sempre interagir com as demais áreas/funções da organização, a fim de registrar, con-
trolar e informar sobre as transações que são realizadas pela entidade.
Essa vinculação, ou seja, da contabilidade ao mundo dos negócios, além de 
necessária e estratégica, fará com que a informação contábil seja utilizada efetiva-mente como uma ferramenta de gerenciamento do seu negócio. Uma das maneiras de 
compreender a contabilidade no processo decisório é por meio do uso pelos gestores 
de relatórios, números e outros índices para que eles possam planejar, implementar e 
acompanhar o andamento das estratégias sob sua responsabilidade. 
A contabilidade é mais antiga do que geralmente imaginamos. Ela surgiu como 
elemento de controle de riquezas há pelo menos 10 mil anos. Assim, a evolução da 
contabilidade ocorre na esteira da evolução da própria sociedade. Como o nosso obje-
tivo, neste momento, não é discorrer longamente sobre aspectos históricos, podemos 
considerar que um sistema contábil voltado para a gestão da empresa teve sua prática 
efetivamente levada a efeito a partir da Revolução Industrial, que aconteceu entre os 
séculos XVIII e XIX.
Interessante observar que na sua origem, embora de forma rudimentar, a contabilidade servia 
a propósitos específicos de controle do patrimônio. Já naquela época a contabilidade prestava 
a auxiliar o proprietário com informações úteis para suas decisões.
Antes do surgimento da moeda como hoje a conhecemos, da propriedade e até 
mesmo da escrita, o homem já se preocupava em separar e assegurar um domínio 
sobre elementos que lhes eram essenciais. Iudícibus (2010, p. 30) comenta que “não 
é descabido afirmar-se que a noção de conta, portanto, de contabilidade seja, talvez, 
tão antiga quanto a origem do homo sapiens”. 
Contabilidade empresarial 17
Ricardino (2005) afirma que é difícil precisar quem criou a expressão management 
accounting, que pode ser traduzida como contabilidade gerencial, embora possamos con-
siderar que o termo foi desenvolvido posteriormente à II Guerra Mundial, com o forneci-
mento de informações estatísticas para propósitos de planejamento, decisão e controle. 
Mas é entre o fim do século XIX e início do século XX, nos Estados Unidos, que per-
cebemos uma preocupação das corporações com medições e controles para fins geren-
ciais. Kaplan e Johnson (1996, p. 132) trazem essa perspectiva quando afirmam que 
A contabilidade gerencial surgiu pela primeira vez nos Estados Unidos, quando as organi-
zações comerciais, em vez de dependerem dos mercados externos para trocas econômi-
cas diretas, passaram a conduzir trocas econômicas internas.
Dessa forma, pode-se afirmar que a contabilidade gerencial é reconhecida como 
um enfoque especial, conferido a números e eventos econômicos já reconhecidos e 
tratados pela contabilidade financeira. Essa abordagem específica no tratamento dos 
dados contábeis é útil para a tomada de decisões gerenciais e estratégicas da empresa. 
Ao conceituarmos contabilidade gerencial, não podemos deixar de considerar que 
se trata de um processo de captação, processamento e distribuição de informações 
sob uma perspectiva diferente daquela inerente à contabilidade financeira. O própo-
sito fundamental da contabilidade gerencial é oferecer ao gestor, ou usuário interno, a 
possibilidade de se utilizar um conjunto de informações que o habilitem à melhor deci-
são. Aí reside a importância da caracterização de um adequado sistema de informação 
gerencial que dê o devido suporte a esse processo.
É importante, igualmente, buscarmos 
conceitos abordados por diversos autores 
para que nós nos posicionemos tecnicamente 
sobre o tema. Umas das maiores autorida-
des contemporâneas nessa área, Kaplan et al. 
(2000, p. 245), define contabilidade geren-
cial como o “processo de identificar, men-
surar, reportar e analisar informações sobre 
os eventos econômicos das empresas”. Já para Anthony (1974), ela seria a área que se 
preocupa com a informação contábil útil à administração. Útil, nesse contexto, traz 
sempre a conotação de algum propósito para o qual os números devem ser usados. 
Para Li (1977, p. 43), no clássico livro “Contabilidade Gerencial”, trata-se do resul-
tado da interação entre contabilidade e administração. Li foi um dos primeiros autores 
a definir a contabilidade (no sentido amplo, de ciência) como sendo a “linguagem uni-
versal dos negócios”, pois se a linguagem é um meio de expressar e comunicar ideias 
em geral, a contabilidade é um meio de relatar os resultados da administração. 
©
 A
fr
ic
a 
St
ud
io
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/ S
hu
tt
er
st
oc
k
Contabilidade empresarial 18
Podemos também compreender a contabilidade gerencial como um processo de 
identificar, mensurar, acumular, analisar, preparar, interpretar e comunicar informa-
ções que auxiliem os gestores a atingirem objetivos organizacionais. Graficamente, 
podemos expressar da seguinte forma a essência da contabilidade gerencial compara-
tivamente à contabilidade financeira ou societária:
Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial
Demonstrações contábeis
Usuários externos 
e administração Administração
Relatórios gerenciais
Critérios objetivos de 
registro e mensuração
Critérios objetivos e 
subjetivos de registro 
e mensuração
Por meio do esquema, é possível perceber que a contabilidade gerencial deve 
fornecer as informações que os gerentes precisam para o planejamento, o controle e 
a tomada de decisão. Para quem pretende ser um gerente eficaz, é imprescindível o 
entendimento de contabilidade gerencial.
Então, pelos conceitos obtidos de respeitáveis doutrinadores contábeis, pode-
mos perceber que existem certos atributos específicos à contabilidade gerencial e que 
a caracterizam como instrumento fundamental para uma gestão empresarial criadora 
de valor. Esses atributos, ou qualidades específicas, serão expostos a seguir, come-
çando pelo quadro que demonstra as diferenças existentes entre a contabilidade 
financeira e a contabilidade gerencial. 
Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial
Clientela
Externa: acionistas, credores, 
governo
Interna: funcionários, administradores, executivos
Propósito
Reportar desempenho passado às 
partes externas; contratos com 
proprietários e credores
Informar decisões internas tomadas pelos fun-
cionários e gerentes; feedback e controle sobre 
desempenho operacional
Data
Histórica, demonstra os eventos 
normalmente a valor histórico 
Atual, orientada para o futuro
©
 D
TC
O
M
Contabilidade empresarial 19
Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial
Restrições
Regulamentada: dirigida por 
regras e princípios fundamentais 
da contabilidade e por autorida-
des governamentais
Desregulamentada: sistemas e informações deter-
minadas pela administração para satisfazer a 
necessidades estratégicas e operacionais. A conta-
bilidade gerencial não está sujeita a critérios legais 
ou fiscais, o que permite a elaboração de relatórios 
que atendam às necessidades dos gestores 
Tipo de 
informação
Somente para mensuração 
financeira
Mensuração física e operacional dos processos, 
tecnologia, fornecedores e competidores 
Natureza da 
informação
Objetiva, auditável, confiável, 
consistente, precisa 
Mais subjetiva e sujeita a juízo de valor, válida, 
relevante, acurada 
Escopo
Muito agregada; reporta a toda a 
empresa
Desagregada; informa as decisões e ações locais
Se observarmos atentamente esse quadro, podemos captar a essência e a utili-
dade da informação gerencial, produto da contabilidade gerencial. A seguir, vamos dis-
cutir cada um dos itens destacados nele. 
a. Clientela – há uma nítida separação entre dois públicos interessados na infor-
mação contábil. O gestor, que necessita de informações para uso no cotidiano, 
precisa de uma base informativa que contenha, não raro, atributos estratégi-
cos – os relatórios do sistema orçamentário são exemplos disso. Mas informa-
ções estratégicas não devem ser disponibilizados ao mercado, pois podem ser 
utilizadas pela concorrência. 
b. Propósito – as observações acerca da clientela servem para o propósi-
to da informação. Clientes diferentes, propósitos diferentes, informações 
diferenciadas. 
c. Mensuração – trata-se de um aspecto importantíssimo para a contabilidade 
gerencial. Já sabemos que as mensurações utilizadas pela contabilidadefinan-
ceira para atribuição de valor aos elementos do patrimônio e do resultado em-
presarial estão restritas a normas e princípios contábeis.
Vamos a um exemplo. Imagine uma loja de móveis em que o proprietário precisa 
saber a margem de contribuição do armário modelo “Y”. Ele tem conhecimento da fór-
mula da margem de contribuição, que é representada pelo preço de venda deduzido 
dos custos e despesas variáveis. Portanto, recebe da contabilidade o seguinte relatório:
Armário “Y”
Preço de venda 
unitário
Custos e despesas 
variáveis unitários
Margem de 
contribuição unitária
R$ 2.400,00 R$ 1.000,00 R$ 500,00
Contabilidade empresarial 20
Com base nessa informação, ele assume o compromisso de fornecer 250 armários 
para uma escola pelo preço de R$ 2.400,00. Vamos ver agora de onde vieram as informa-
ções para composição da margem que consta no relatório, que, ressalte-se, é gerencial. 
O preço de venda foi negociado com o cliente, portanto não há dúvida quanto a 
sua veracidade. Porém, o custo da mercadoria foi informado pela contabilidade e não 
pela área de compras da empresa, que seria o setor mais preparado para fornecer o 
preço mais atual. Para essa decisão, seria prudente usar o custo de reposição, já que a 
loja não tem a quantidade suficiente para atendimento do pedido em estoques. 
Na compra que o proprietário fez para 
completar seu estoque de armário “Y”, nego-
ciou um valor de R$ R$1.150,00. Ou seja, como 
não poderá renegociar o preço, terá que assu-
mir uma margem contribuição de R$ 350,00 nas 
unidades que precisou adquirir depois. Ou seja, 
com um decréscimo de R$ 150,00 na margem 
que havia sido calculada com base na informa-
ção anterior (custo unitário da mercadoria em estoque), a qual não era a mais ade-
quada para a análise que ele precisava fazer. 
Armário “Y”
Preço de venda 
unitário
Custos variáveis 
unitários
Despesas variá-
veis unitárias
Margem de contri-
buição unitária
R$ 2.400,00 R$ 1.150,00 900,00 R$ 350,00
Tudo isso ocorreu porque a informação que serviu de base para a decisão conti-
nha um valor de transações passadas, uma vez que essa é a norma contábil vigente na 
contabilidade financeira e a informação contida no relatório gerencial não foi ajustada 
para melhor atender a finalidade do gestor. 
A contabilidade financeira tem como obje-
tivo primário proporcionar informação eco-
nômico-financeiras a terceiros – investidores, 
bancos, outros credores e agências governa-
mentais. As técnicas, os regulamentos e as con-
venções segundo os quais os dados contábeis 
são coletados e relatados, seguem obrigatória-
mente as normas vigentes de contabilidade.
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Contabilidade empresarial 21
Já o público interessado nos relatórios da contabilidade gerencial é formado 
por gestores e outros agentes envolvidos diretamente com a condução do negócio. 
Portanto, é importante que retomar o quadro destacado anteriormente, que mostra 
as diferenças entre essas duas contabilidades. 
Uma vez que apresentamos a importância do uso da informação contábil pelos 
gestores na condução dos negócios e as diferenças fundamentais entre as informações 
geradas na contabilidade financeira e na gerencial, vamos avançar e estudar com mais 
detalhes a relação da contabilidade com as algumas funções de gestão de uma enti-
dade. É sobre isso que trataremos nos próximos tópicos.
1.1.2 No planejamento e no orçamento 
As técnicas de contabilidade se aplicam a todas as entidades que necessitem de 
informações acerca de sua situação econômica e financeira, independentemente de 
porte, tipo de atividade e regime tributário a que estiverem sujeitas. 
A contabilidade é essencial para o planejamento empresarial, pois o registro e a 
evidenciação dos fatos ocorridos e seus impactos na situação econômico-financeira na 
realidade serão úteis para que a companhia possa pensar e planejar o futuro. As infor-
mações contábeis representam uma das bases mais indicadas para se inferir o compor-
tamento do negócio nos próximos períodos. 
O sistema de informações contábeis deve integrar-se ao plano orçamentário, permitindo a 
comparação entre valores orçados e realizados (extraídos da contabilidade), possibilitando à 
administração agir rapidamente em caso de não atingimento de qualquer objetivo do planeja-
mento empresarial.
As informações extraídas da contabilidade 
podem também ser muito úteis para o planeja-
mento tributário, por meio da contabilidade tri-
butária, cujo enfoque é o registro contábil das 
provisões relativas aos tributos a recolher, em 
obediência aos princípios e regras fiscais.
A contabilidade tributária tem a responsa-
bilidade de informar, de forma correta e tem-
pestiva, os valores das provisões de tributos, ocupando-se também da escrituração 
dos documentos fiscais em livros fiscais próprios ou registros auxiliares, para apurar e 
determinar o montante dos tributos a serem recolhidos. 
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Contabilidade empresarial 22
Mas sem dúvida, um dos seus objetivos mais nobres é prestar orientações ade-
quadas aos diversos setores da empresa acerca da legislação tributária e suas alte-
rações, bem como de possíveis planejamentos fiscais que possam ser feitos e que 
ofereçam, dentro da legalidade, ganhos para todos os envolvidos, sejam filiais, depar-
tamentos ou sociedades participantes de um grupo econômico. Podemos afirmar, por-
tanto, que sem contabilidade é muito difícil a empresa planejar de forma objetiva e 
sistemática suas operações para o futuro.
A seguir, veremos como os relatórios contábeis auxiliam na gestão e no controle 
das organizações.
1.1.3 Na gestão e no controle da organização
Os relatórios gerenciais são exposições, sintéticas e analíticas, que servem de 
instrumentos para subsidiar as decisões dos gestores e auxiliar na mensuração do valor 
da empresa. Constituem-se em modelos que representam dadas realidades para a 
condução da gestão empresarial adequada e na formação do valor da empresa. 
É fundamental que o relatório administrativo ou gerencial seja analítico. Ao identificar as cau-
sas prováveis das variações, pode mais facilmente chamar a atenção da administração para as 
deficiências porventura constatadas e relatadas. 
A informação contábil tem por objetivo reportar informações acerca de eventos, 
que, adequadamente mensurados, proporcionam as condições para que o processo 
decisório atinja a eficácia desejada. Além disso, é pelo uso da informação extraída do 
processo contábil que se demonstra a comparação entre o desempenho orçado e o 
realizado pela organização em dado período de tempo. 
Li (1977) afirma que os relatórios administrativos gerenciais objetivam fornecer 
pistas úteis para responder às seguintes perguntas: nossos custos estão sob controle? 
Em caso negativo, em que ponto o custo saiu da linha e onde é necessária atenção? 
Quem é o responsável? Como podemos remediar a situação? Quem está trabalhando 
melhor do que o esperado e merece reconhecimento financeiro ou de outra espécie? 
Veja um modelo de relatório gerencial a seguir, ao qual chamaremos de 
Demonstração do Resultado Gerencial, que contempla a formação do resultado de 
uma empresa. O relatório procura demonstrar a formação do resultado, destacando os 
elementos que se sobressaem como preço, quantidade e custo unitário. É um modelo 
que permite ao gestor ter um conhecimento mais aprimorado e correto do desempe-
nho de sua atividade. 
Contabilidade empresarial 23
Demonstração do Resultado
Custeio Direto 
e Variável
Produto 
A
Produto 
B
Produto 
C
Produto 
D
Produto 
E
Produto 
F
Total
Receita de 
vendas
13.000,00 11.000,00 14.000,00 15.000,00 12.000,00 14.000,00 79.000,00
Preço Unitário 650,00 550,00 700,00 750,00 600,00 700,00
Quantidade 20 20 20 20 20 20 120
Custos Variáveis
Materiais 
Diretos
200,00 300,00 450,00 400,00 150,00 100,00 1.600,00
Materiais 
Secundários
50,00 80,00 90.00 120,00 100.00150,00 590,00
Embalagem 10,00 10,00 15,00 10,00 20,00 10,00 75,00
Mão de Obra 
Direta
100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 600,00
Encargos sobre 
MOD
80,00 80,00 80,00 80,00 80,00 80,00 480,00
Custos Variáveis 
Unitários
440,00 570,00 735.00 710,00 450,00 440,00
Total Custos 
Variáveis
8.800,00 11.400,00 14.700,00 14.200,00 9.000,00 8.800,00 66.900,00
Margem de 
contribuição 
Unitária
210,00 –20,00 –35,00 40,00 150,00 260,00
Margem de 
contribuição 
Total
4.200,00 –400,00 –700,00 800,00 3.000,00 5.200,00 12.100,00
Margem de 
contribuição %
32,31% –3,64% –5,00% 5,33% 25,00% 37,14%
Custos fixos
Energia Elétrica 800,00
Depreciação 1.500,00
Aluguel 2.500,00
Mão de Obre 
Indireta
4.500,00
Contabilidade empresarial 24
Demonstração do Resultado
Custeio Direto 
e Variável
Produto 
A
Produto 
B
Produto 
C
Produto 
D
Produto 
E
Produto 
F
Total
Outros 7.700,00
Total de custos 
Fixos
17.000,00
Resultado 
Operacional
–6.900,00
O conteúdo do relatório gerencial, são as informações que os gestores devem ter 
acesso para melhor desempenhar suas atividades. Assim, a informação deve ser opor-
tuna e estar disponíveis no momento requerido pelo gestor para apoiar sua decisão. 
Adicionalmente, recomenda-se que os relatórios sejam comparativos, apresen-
tando os desempenhos reais e os esperados, procurando alertar para áreas ou pro-
dutos em que as variações sejam mais significativas e em que se necessita mais 
urgentemente de correções ou ajustes. Anthony (1974) afirma que o período ade-
quado de controle é o mais curto espaço de tempo em que a administração pode 
intervir utilmente e em que sejam prováveis que mudanças significativas ocorram no 
desempenho da organização. 
O período é diferente, segundo o autor, para centros de responsabilidades dife-
rentes e para itens diferentes nos centros de responsabilidade. Centro de responsa-
bilidade é uma divisão da empresa que tem um responsável com nível desejado de 
autoridade. Os relatórios sobre a visão total da organização, especialmente aqueles 
que se encaminham para os altos níveis da administração, muitas vezes são mensais, 
trimestrais, mas em certos casos devem ser diários (ANTHONY, 1974). 
O relatório também deve ser pertinente, reportando apenas informações a par-
tir das quais a gestão da empresa possa agir, bem como ser conciso. A concisão implica 
que se deve dar ênfase a questões relevantes, economizando tempo de leitura e 
obtendo melhor compreensão do seu conteúdo. 
Um aspecto fundamental do uso eficaz da informação contábil como ferramenta 
de gestão é que os usuários da informação (gestores, alta administração, empresários) 
tenham conhecimento relativo sobre conceitos de contabilidade financeira, de custos, 
e, é claro, de contabilidade gerencial. Observe que a relação custo e benefício na cons-
trução da informação deve ser favorável, ou seja, o custo para se obter a informação 
não pode ser maior do que o seu valor para a entidade. Em outras palavras, o preparo 
e a operacionalização do fluxo da informação contábil para o gestor somente se justi-
fica quando a informação for efetivamente usada por esse, visando melhorar a perfor-
mance econcômica e financeira da organização. 
Contabilidade empresarial 25
Vimos neste tópico quão importante é a contabilidade como instrumento de ges-
tão. Os relatórios contábeis extraídos da contabilidade financeira e/ ou da gerencial, 
que são diversos, oferecem aos gestores das entidades informações preciosas que os 
ajudam na tomada de decisões. Na sequência vamos compreender como a contabili-
dade pode ser utilizada como fonte para mensuração do valor da empresa.
1.1.4 Como fonte para mensuração do valor da empresa
A contabilidade adicionalmente possui uma característica muito relevante que é 
a possibilidade de cálculo do valor preditivo, o que é essencial para a avaliação de uma 
ativo ou de uma organização como um todo. Assim, a contabilidade também pode ser 
compreendida como um poderoso instrumento como fonte de informações para fins 
de cálculo do valor do enterprise value ou ainda valor da firma como este conceito 
também é conhecido. 
Enterprise value é o valor calculado com base no método do fluxo de caixa descontado e repre-
senta o valor pelo qual uma empresa pode ser vendida/ adquirida, porém este pode ser subs-
tancialmente diferente do valor que será negociado, dependendo de questões de mercado. 
Normalmente, podemos dizer que de forma bastante simplificada, o cálculo do 
valor de uma empresa ou de um ativo leva em consideração a negociação entre seu ven-
dedor e o seu comprador. Com isso o valor do ativo será baseado em função de seu valor 
justo, que é um acordo firmado entre estas partes e que utiliza as perspectivas futuras 
que o ativo ou a empresa possui de gerar lucros em um determinado período futuro. 
Porém, nem sempre é fácil determinar esse valor, e é aí que a contabilidade e as 
Demonstrações Contábeis entram, pois as informações desses relatórios contábeis 
são utilizadas como base para o cálculo do enterprise value. No cálculo do enterprise 
value, devem ser consideradas por exemplo as receitas e despesas, o valor das dívidas, 
e o valor de caixa e equivalentes de caixa da entidade, e todos esses valores podem e 
devem ser retirados das Demonstrações Contábeis. 
Agora, vamos compreender quais são os relatórios mínimos exigidos pelas normas 
brasileiras de contabilidade para cada tipo de empresa, como eles diferem por setor e 
as informações que podem oferecer aos usuários internos e externos à organização.
Contabilidade empresarial 26
1.2 Relatórios mínimos exigidos para as empresas
Agora vamos conhecer, de forma efetiva, o conjunto composto pelas 
Demonstrações Contábeis obrigatórias, a estrutura de cada demonstração, os itens 
mínimos exigidos por lei e por outros regulamentos, de acordo com o tipo e porte da 
empresa ou setor que está inserida, e as principais funções de cada um desses rela-
tórios contábeis e, consequentemente, o tipo de informação que podemos extrair de 
cada um deles. Adicionalmente, vamos compreender que estas demonstrações são 
diferenciadas de acordo com o usuário das informações. Por exemplo, as sociedades 
anônimas de capital aberto, que são aquelas que buscam recursos por meio do mer-
cado de capitais, devem preparar e divulgar mais informações que as Pequenas e 
Médias Empresas. 
Alguns setores específicos, como, por exemplo, o setor de seguros, ou ainda 
empresas que atuam no setor financeiro também serão abordados, e poderemos com-
preender que a exigência em relação ao conjunto das Demonstrações Contábeis é dife-
renciada e segue normativas específicas. Isto ocorre porque é preciso obedecer a uma 
série de requisitos de órgãos reguladores, além das normas contábeis vigentes no país. 
As empresas brasileiras devem seguir as normas de contabilidade e de apre-
sentação das Demonstrações Contábeis de acordo com o especificado nas aprova-
ções e deliberações do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM) e demais órgãos reguladores. 
Neste contexto, para fins de elaboração e apresentação das Demonstrações 
Contábeis, o CPC PME pode ser usado, por exemplo, por qualquer empresa que não 
seja de capital aberto ou sociedade de grande porte (faturamento até 300 milhões, 
conforme definido na Lei 11.638/2007). Já o CPC 26 deve ser observado pelas demais 
entidades, inclusive as sociedades anônimas de capital aberto, conforme Deliberação 
CVM 676. Ressalta-se que a Lei 6.404/76 e alterações posteriores, por seu caráter 
legal, deve ser seguida pelas sociedades anônimas em um primeiro plano. Entretanto, 
nas questões não divergentes ao requerido na lei societária, devem ser observados os 
requerimentos dos pronunciamento do CPC. 
1.2.1 Para as Pequenas e Médias Empresas (PME)
As pequenas e médias empresas no Brasil são responsáveis por boa parte do valor 
agregado na economia brasileira e, com base nesta e em outras características, pos-
suem legislação específicaem diferentes aspectos da sua regulamentação. Desde 
questões trabalhistas, passando por aspectos tributários e contábeis. 
Contabilidade empresarial 27
No aspecto contábil, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis emitiu o pronun-
ciamento técnico PME – Contabilidade para pequenas e médias empresas – o qual foi 
convertido na NBC TG 1000 e aprovado pelo Conselho Federal de Contabilidade – CFC 
pela resolução 1.255/09. 
De acordo com o CPC PME (2009), as empresas que não tenham negociação de 
suas ações ou ainda de instrumentos patrimoniais ou de dívida no mercado e que não 
possuem ativos em condição fiduciária perante um amplo grupo de terceiros, mesmo 
que tenham que publicar as suas demonstrações, são consideradas pequenas e médias 
empresas, desde que não sejam enquadradas pela Lei n. 11.638/07 (BRASIL, 2007) 
como de grande porte. Também as limitadas e as demais sociedades comerciais, não 
sendo enquadradas pela Lei 11.638/07 como de grande porte, serão consideradas 
como PME. Conforme o CPC PME (2009, p. 3):
O termo empresas de pequeno e médio porte adotado neste Pronunciamento não inclui 
(i) as companhias abertas, reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM; (ii) as 
sociedades de grande porte, como definido na Lei no. 11.638/07; (iii) as sociedades regula-
das pelo Banco Central do Brasil, pela Superintendência de Seguros Privados e outras so-
ciedades cuja prática contábil é ditada pelo correspondente órgão regulador com poder 
legal para tanto.
As Demonstrações Contábeis que seguem o CPC PME são elaboradas e apre-
sentadas para fins gerais, como por exemplo para demonstrar às instituições finan-
ceiras sua posição patrimonial e o histórico de seu desempenho econômico durante o 
processo de avaliação de crédito para a liberação de empréstimos e financiamentos. 
Ainda, podem e devem ser utilizadas pelos usuários internos para fins de gestão. Entre 
estes estão os proprietários e tomadores de decisão, ou seja, os gestores da empresa. 
Entretanto, eventualmente autoridades fiscais ou outros órgãos reguladores podem 
exigir regras contábeis específicas para as empresas que estão sob o seu domínio regu-
latório, e tal fato deve sempre ser considerado. 
De acordo com o CPC PME (2009) o conjunto completo de demonstrações que 
deve ser divulgado pelas PME são:
a. balanço patrimonial ao final do período; 
b. demonstração do resultado do período de divulgação; 
c. demonstração do resultado abrangente do período de divulgação; 
d. demonstração das mutações do patrimônio líquido para o período de 
divulgação; 
Contabilidade empresarial 28
e. demonstração dos fluxos de caixa para o período de divulgação; 
f. notas explicativas, compreendendo o resumo das políticas contábeis significa-
tivas e outras informações explanatórias.
Tal conjunto de demonstrações visa for-
necer, da maneira mais completa possível, as 
informações relativas às PME, porém, caso 
exista a necessidade por parte dos usuários 
internos da contabilidade, as Demonstrações 
Contábeis poderão ser complementadas por 
outros relatórios. Dentre os quais estão orça-
mentos, relatórios gerenciais, de custos e 
outros que não são exigidos por lei. 
Na sequência, veremos as empresas que não se enquadram para uso do CPC PME 
e que têm outras exigências específicas em relação a preparação e divulgação das suas 
demonstrações contábeis. 
1.2.2 Para Sociedades de Grande Porte e Sociedades de Capital Aberto
Para garantir que as informações contábeis cumpram seu objetivo, e que tam-
bém permitam a comparabilidade entre demonstrações de períodos anteriores de 
uma mesma empresa, bem como entre demonstrações de empresas distintas, alguns 
aspectos devem ser assegurados e preservados durante a elaboração das demonstra-
ções contábeis. 
Para tanto, o CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis, determina: 
a. requisitos gerais para apresentação das demonstrações contábeis; 
b. direcionamento quanto à estrutura que essas demonstrações devem ter e; 
c. requisitos que necessariamente deve possuir o conteúdo destas.
Segundo o CPC 26 R1 (2011), as demonstrações financeiras devem fornecer os 
seguintes dados a respeito da entidade: 
a. ativo; 
b. passivo; 
c. patrimônio líquido; 
d. receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas; 
e. contribuição de proprietários e distribuição a eles, na sua posição como 
proprietários;
f. fluxo de caixa, para o cumprimento da exigência legal. 
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Contabilidade empresarial 29
Fica assim determinado pelo CPC 26 que o conjunto completo de demonstrações 
contábeis é composto pelos relatórios discriminados a seguir.
O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui: 
(a) balanço patrimonial ao final do período; 
(b1) demonstração do resultado do período; 
(b2) demonstração do resultado abrangente do período; 
(c) demonstração das mutações do patrimônio líquido do período; 
(d) demonstração dos fluxos de caixa do período; 
(e) notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis significativas 
e outras informações elucidativas; (e) notas explicativas, compreendendo as políticas 
contábeis significativas e outras informações elucidativas; (Alterada pela Revisão CPC 
08) (ea) informações comparativas com o período anterior, conforme especificado nos 
itens 38 e 38A; (Incluída pela Revisão CPC 03) 
(f) balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente apresenta-
do, quando a entidade aplica uma política contábil retrospectivamente ou procede à 
reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis, ou ainda quando 
procede à reclassificação de itens de suas demonstrações contábeis; e 
(f) balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente apresenta-
do, quando a entidade aplicar uma política contábil retrospectivamente ou proceder à 
reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis, ou quando pro-
ceder à reclassificação de itens de suas demonstrações contábeis de acordo com os 
itens 40A a 40D; e (Alterada pela Revisão CPC 03)
Faz-se necessário ressaltar que a norma exige a apresentação desse conjunto 
“pelo menos anualmente”. Isso não quer dizer que as demonstrações não possam 
ser apresentadas para períodos inferiores ou superiores a um ano, desde que divul-
gue a razão por assim ter decidido. Neste sentido, a periodicidade destacada foi “do 
período”, pois se a empresa entender por bem que deve divulgar períodos diferentes 
ao exigido, está apta para isso. 
De acordo com a Lei 6.404/76 (BRASIL, 1976), temos o seguinte panorama 
quanto à obrigatoriedade de publicação para as sociedades anônimas de capital 
fechado: Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), 
Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA) (que pode ser substituída 
pela DMPL, já que esta é mais completa) e Demonstração dos Fluxo de Caixa (DFC) 
no caso de patrimônio líquido superior a R$2.000.000,00 na data de encerramento do 
balanço, além das notas explicativas. Observa-se que, no CPC 26 é exigido adicional-
mente a Demonstração do Resultado Abrangente, bem como um maior nível de deta-
lhamento das demonstrações contábeis e notas explicativas. 
Contabilidade empresarial 30
Já as sociedades anônimas de capital aberto possuem como conjunto obriga-
tório de demonstrações contábeis segundo a Lei n. 6.404/76 e atualizações poste-
riores o Balanço Patrimonial (BP); Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); 
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA); Demonstração dos 
Fluxos de Caixa (DFC); Demonstração do Valor Adicionado (DVA); e Notas Explicativas 
(BRASIL, 1976). 
Deve-se lembrar que o CPC 26 também está ligado a todas as sociedades anôni-
mas de capital aberto, conforme Deliberação CVM 676.
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é obrigatória às 
companhias abertas de acordo com a CVM e substitui a Demonstração de Lucros ou 
Prejuízos Acumulados (DLPA),já que esta é inserida em uma de suas colunas, sendo 
base para o cálculo do dividendo mínimo obrigatório (quando não há a definição no 
estatuto) e pela distribuição das reservas.
Ressaltando que, em se tratando de sociedade de capital aberto que pertence a 
outro setor regulamentado, como, por exemplo, as instituições financeiras, segurado-
ras de capital aberto, além de seguir o disposto nos normativos da CVM e na Lei n. 
6.404/76 e suas atualizações posteriores, as demonstrações contábeis deverão igual-
mente conter os requerimentos de cada órgão regulador específico.
Nas sequência, veremos maiores detalhes sobre requerimentos regulatórios para 
as demonstrações contábeis de empresas que pertencem a alguns setores regulados.
1.3 Relatórios contábeis âmbito dos setores regulados
Neste tópico, vamos entender um pouco mais sobre relatórios contábeis, mas 
sobre um outro ponto de vista que é o dos setores regulados. Muitos destes setores 
devem obedecer às regulamentações que já conhecemos, porém existem característi-
cas ligadas à atividade de cada grupo em específico. Assim, a atividade de cada negó-
cio é essencial para que possamos compreender a legislação adicional que deverá ser 
observada no caso de suas demonstrações. 
Veremos de forma específica como funcionam as instituições financeiras no 
Brasil, que são um setor altamente regulamentado, e que possuem, em alguns casos, 
características bastante específicas, já que algumas instituições precisam observar, ao 
mesmo tempo, legislação pertinente ao setor público, ligada ao setor das sociedades 
anônimas e também do setor financeiro.
Existem alguns setores regulados no Brasil que exigem demonstrações especí-
ficas, ou ainda estruturas diferenciadas de demonstrações contábeis. Desta forma, é 
preciso sempre observar a regulamentação vigente para todos os órgãos que regulam 
a empresa, já que muitas vezes estas informações são bastante complexas, conforme 
veremos a seguir para melhor compreensão deste tópico.
Contabilidade empresarial 31
1.3.1 Instituições Financeiras
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é responsável pela gestão da política mone-
tária brasileira e formado tanto por instituições monetárias quanto não monetárias. 
Um dos principais exemplos de instituição que faz parte do SFN é o Banco Central do 
Brasil (BCB). 
Já a instituições financeiras, como bancos, financeiras, cooperativas entre outras, 
estão regulamentadas sob a supervisão do BCB. De acordo com a Circular 1273 do 
BCB, tais instituições precisam entregar as seguintes demonstrações: 
a) mensalmente, no 
último dia do mês:
b) em 30 de junho c) em 31 de dezembro
I – Balancete Patrimonial 
Analítico (documento nº 1);
I – Balancete Patrimonial 
Analítico (documento nº 1);
I – Balancete Patrimonial 
Analítico (documento nº 1);
II – Estatística Bancária 
Mensal (documento nº 13);
II – Estatística Bancária Mensal 
(documento nº 13);
II – Estatística Bancária Mensal 
(documento nº 13);
III – Estatística Bancária 
Global (documento nº 13);
III – Estatística Bancária Global 
(documento nº 13);
III – Estatística Bancária Global 
(documento nº 13);
IV – Balancete Patrimonial 
(documento nº 2);
IV – Balanço Patrimonial 
Analítico (documento nº 1);
IV – Balanço Patrimonial 
Analítico (documento nº 1);
V – Balanço Patrimonial (docu-
mento nº 2);
V – Balanço Patrimonial (docu-
mento nº 2);
VI – Balanço Patrimonial 
Analítico Consolidado – 
Posição Consolidada da Sede e 
Dependências no Exterior (docu-
mento nº 1);
VI – Balanço Patrimonial 
Analítico Consolidado – 
Posição Consolidada da Sede e 
Dependências no Exterior (docu-
mento nº 1);
VIII – Demonstração do 
Resultado do Semestre (docu-
mento nº 8);
VII – Demonstração do Resultado 
do Semestre (documento nº 8);
IX – Demonstração das Mutações 
do Patrimônio Líquido do 
Semestre (documento nº 11);
VIII – Demonstração do 
Resultado do Exercício (docu-
mento nº 8);
IX – Demonstração das Mutações 
do Patrimônio Líquido do 
Semestre (documento nº 11);
X – Demonstração das Mutações 
do Patrimônio Líquido do 
Exercício (documento nº 11).
Fonte: RES 1120; RES 1653; RES 1655 RA; RES 1770; CIRC 1273; RES 3604. (Adaptado).
Contabilidade empresarial 32
Observa-se que a legislação relativa a estas obriga a entrega mensal de algumas 
demonstrações, como, por exemplo, balancete e estatística bancária, entre outros 
demonstrativos contábeis e financeiros preparados de acordo com o Plano Contábil 
das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (COSIF), que representa o plano de 
contas e regras de escrituração que são obrigatórios para as instituições reguladas 
pelo BCB. Ainda, estas instituições devem observar a entrega semestral e anual das 
demonstrações contábeis de acordo com as normas internacionais de contabilidade 
e pronunciamentos do CPC, que é representada por um maior volume de informa-
ções, conforme proposto pela Lei 4.595/64 em seu “Art. 31. As instituições financeiras 
levantarão balanços gerais a 30 de junho e 31 de dezembro de cada ano, obrigatoria-
mente, com observância das regras contábeis estabelecidas pelo Conselho Monetário 
Nacional” (BRASIL, 1976). Agora, vamos explorar o ambiente legal das seguradoras e 
suas características. 
1.3.2 Seguradoras
No Brasil, as atividades de seguro começaram já no ano de 1808, conforme relata 
a Susep (2018), porém este processo passou por várias fases de desenvolvimento junto 
com a evolução do próprio país e da regulamentação que era criada na época. As ope-
rações de seguro e de resseguro foram regulamentadas no ano de 1966. 
O Decreto-Lei 73 (BRASIL, 1966), foi responsável pela instituição do Conselho 
Nacional de Seguros (CNSP), Superintendência de Seguros Privados (SUSEP); Instituto 
de Resseguros do Brasil (IRB) e também pela autorização de todas as outras instituições 
que poderiam trabalhar na área de seguros em território nacional. Sendo que depois de 
várias mudanças foi criado o Sistema Nacional de Capitalização, constituído pelo CNSP 
e pela SUSEP e pelas sociedades que são autorizadas a operar na área de capitalização. 
De acordo com a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) para as segura-
doras as demonstrações que devem ser elaboradas e apresentadas em 31 de Dezembro 
são: Relatório da Administração, Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do 
Período, Demonstração de Resultado Abrangente, Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido, Demonstração dos Fluxos de Caixa, Notas Explicativas e o corres-
pondente relatório do auditor independente sobre as demonstrações financeiras. 
1.3.3 Concessões públicas
Existem especificidades que cada um dos órgãos reguladores dos setores rela-
cionados às concessões públicas irão exigir em relação à preparação e divulgação de 
demonstrações contábeis. As concessões públicas, como, por exemplo, serviços de 
transportes aéreos, regulamentada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). 
Contabilidade empresarial 33
Esta agência, por exemplo, exige das companhias áreas as seguintes demonstrações 
contábeis no encerramento do período em 31 de dezembro:
• Balanço Patrimonial;
• Demonstração do Resultado;
• Demonstração dos Fluxos de Caixa;
• Notas Explicativas;
• Relatório da Administração; e
• Relatório do Auditor Independente sobre as demonstrações contábeis anuais 
apresentadas à ANAC.
Existem outras agências que possuem legislação específica acerca das 
Demonstrações Contábeis e seu conteúdo informacional. Os serviços de telecomunica-
ções, energia elétrica e saneamento, são exemplos desta temática e têm suas pautas regu-
lamentadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), Agência Nacional de 
Energia Elétrica (ANEEL) e Agência Nacional de Águas (ANA), respectivamente.
Nesse sentido, compreende-se que a discussão sobre o conteúdo das 
Demonstrações Contábeis ou sobre quais delas devem ser elaboradas e publicadas por 
determinadas empresas é bastante abrangente e deverá observar a legislação especí-
fica inerente a tais entidades. Destaca-se,no entanto, que a informação gerada deve 
sempre respeitar as características qualitativas fundamentais: relevância e informação 
fidedigna, possibilitando que tal informação seja útil à tomada de decisão.
Contabilidade empresarial 34
Referências
ANAC. Instruções para a Apresentação de Documentações e Demonstrações 
Contábeis das empresas áreas brasileiras à ANAC até 2014. Disponível em: <www.
anac.gov.br/assuntos/setor-regulado/empresas/envio-de-informacoes/demonstracoes-
contabeis-com-referencia-ate-2014>. Acesso em: 23/07/2018.
ANTHONY, R. N. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 1974.
Banco Central do Brasil. Resolução 1.120 de 04/04/1986. Disponível em: <www.bcb.
gov.br/pre/normativos/res/1986/pdf/res_1120_v7_L.pdf>. Acesso em: 07/09/2018
______. Resolução 1.653 de 26/10/1989. Disponível em: <www.bcb.gov.br/pre/norma-
tivos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/Lists/Normativos/Attachments/41826/
Res_1653_v1_O.pdf>. Acesso em: 07/09/2018
______. Resolução 1.655 de 26/10/1989. Disponível em: <www.bcb.gov.br/
pre/normativos/ busca/downloadNormativo.asp?arquivo =/ Lis ts/ Normativos/
Attachments/41828/Res_1655_v5_P.pdf>. Acesso em: 07/09/2018
______. Resolução 1.770 de 28/11/1990. Disponível em: <www.bcb.gov.br/pre/
normativos/res/1990/pdf/res_1770_v2_P.pdf>. Acesso em: 07/09/2018
______. Circular 1.273 de 29/12/1987. Disponível em: <www.bcb.gov.br/pre/normativos/
circ/1987/pdf/circ_1273_v1_o.pdf>. Acesso em: 07/09/2018
______. Circular 1.273 de 29/08/2008. Disponível em: <www.bcb.gov.br/pre/normativos/
busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/Lists/Normativos/Attachments/47835/
Res_3604_v1_O.pdf>. Acesso em: 07/09/2018
BRASIL. Decreto Lei N. 73 de 21 de Novembro de 1973. Disponível em: <www.planalto.
gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del0073.htm>. Acesso em: 11/08/2018.
BRASIL. Lei n. 4.320, de 17 de março de 1964. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 17/03/1964. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/
Leis/l4320.htm>. Acesso em: 23/07/2018.
______. Lei n. 4.595, de 31 de Dezembro de 1964. Poder Legislativo, Brasília, DF, 
31/12/1964. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4595.htm>. Acesso 
em: 07/09/208.
______. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 16/12/1976. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/l6404consol.htm>. Acesso em: 21/05/2017.
Contabilidade empresarial 35
CPC – COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 26: Apresentação das 
demonstrações contábeis. In: Pronunciamentos técnicos contábeis, 2012. Disponível 
em: <static.cpc.mediagroup.com.br/Imagens/Pronunciamentos%20T%C3%A9cnicos%20
Cont%C3%A1beis%202012.pdf>. Acesso em: 21/05/2017.
______. CPC PME. Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas com Glossário. 
Disponível em: <www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/
Pronunciamento?Id=79>. Acesso em: 06/04/2017.
IUDICIBUS, S. de. Teoria da contabilidade. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
KAPLAN, R. S.; JOHNSON, H. T. A relevância da contabilidade de custos. 02. ed. 
São Paulo: Campus, 1996.
KAPLAN, R. S. et al. Contabilidade gerencial. 02. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 
LI, D. H. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 1977.
RICARDINO, A. Contabilidade gerencial e contabilidade societária: origens e desen-
volvimento. São Paulo: Saraiva, 2005.
Superintendência de Seguros Privados. Disponível em: <www.susep.gov.br>. Acesso 
em: 13/12/2018.
2 Balanço Patrimonial 
Douglas Almeida Lima
Quando falamos em balanço, é natural lembrarmos de balança, de equilíbrio, de 
dois pratos de uma balança alinhados. O termo balanço, de Balanço Patrimonial, trata 
justamente disso, da igualdade entre os valores de direitos e obrigações de uma enti-
dade, conceitos que começaremos a conhecer em profundidade.
Por convenção, o balanço é dividido em duas partes, do lado esquerdo ficam os 
ativos da entidade, do lado direito ficam passivos e patrimônio líquido. Estes grupos 
de contas podem ser definidos de forma simples, como sendo:
• Ativos – os bens e direitos de uma entidade, como, por exemplo, veículos, 
clientes, marcas, patentes, participações societárias etc.
• Passivos – as obrigações com terceiros, como, por exemplo, empréstimos, fi-
nanciamentos, salários a pagar etc.
• Patrimônio líquido – representa a riqueza própria da entidade.
Neste capítulo, vamos estudar o Balanço Patrimonial (BP) e tratar de cada um 
destes grupos de contas que compõem esta que é considerada a principal demonstra-
ção contábil.
2.1 Estrutura do Balanço Patrimonial – Ativo Circulante
Antes de começarmos a verificar os grupos, 
subgrupos e contas que compõem o Balanço 
Patrimonial, é importante que saibamos como 
ele está estruturado. A elaboração e apresenta-
ção deste demonstrativo contábil segue os pre-
ceitos da legislação societária, Lei n. 6.404/76 
(BRASIL, 1976), e de suas posteriores atuali-
zações e do pronunciamento técnico CPC 26 – 
Apresentação das Demonstrações Contábeis. 
Para compreender a estrutura básica do balanço patrimonial, vejamos o que 
diz o CPC 00 (2011, s.p.) sobre os grupos de contas que compõem a estrutura deste 
demonstrativo:
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Contabilidade empresarial 38
• ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados 
e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade; 
• passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, 
cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes 
de gerar benefícios econômicos; 
• patrimônio líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de de-
duzidos todos os seus passivos.
Percebe como ativos e passivos são resultados de eventos passados?
Por exemplo, quando uma empresa adquire um veículo financiado, isso traz como 
efeito para o balanço uma conta de ativo, “veículos”, e, para o passivo, a conta de 
“financiamentos”. Essas duas contas irão permanecer no balanço enquanto a entidade 
ainda detiver a propriedade do veículo e enquanto a obrigação não for totalmente 
paga, respectivamente. Ao observarmos o balanço, veremos sempre os valores que 
foram resultado de decisões ou fatos passados.
Agora que você já entende as definições básicas, vejamos como ficaria a estru-
tura básica do balanço patrimonial:
Estrutura básica do Balanço Patrimonial
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
Total Total
A KPMG (2018) esclarece que, para uma apresentação adequada, as informações 
precisam ser representadas de forma fidedigna, ou seja, é necessário que o conjunto 
de dados presentes no balanço representem apropriadamente a situação financeira e 
patrimonial da entidade. 
Para uma melhor representação quanto à realização ou liquidez, ativos e passi-
vos são divididos em dois outros grupos: circulante e não circulante. Esta divisão é 
determinada pelo item 60 do CPC 26 (2011) onde orienta que a “entidade deve apre-
sentar ativos circulantes e não circulantes, e’ passivos circulantes e não circulantes, 
como grupos de contas separados no balanço patrimonial”. Porém, o mesmo item do 
Contabilidade empresarial 39
pronunciamento faz uma ressalva a essa classificação em circulante e não circulante, 
destacando que “quando uma apresentação baseada na liquidez proporcionar informa-
ção confiável e mais relevante [...] todos os ativos e passivos devem ser apresentados 
por ordem de liquidez” (CPC 26, 2011, s.p.).
Na prática, o que isso significa? Significa que as entidades, ao reportarem suas 
informações contábeis-financeiras por meio de um balanço, não estão obrigadas a 
seguirem uma estrutura padrão, mas sim a fornecer informação útil ao usuário. Se a 
classificação por ordem de liquidez faz com que a informação seja mais relevante que 
se classificada em circulante ou não circulante, devemos optar pela apresentação que 
aumente a utilidade da informação.
O art. 178 da Lei nº 6.404/1976 (BRASIL, 
1976), e o CPC 26 (2011) estabelecem que as 
contasdo ativo serão apresentadas por grau 
de liquidez, ou seja, as que são mais facilmente 
conversíveis em dinheiro são apresentadas pri-
meiro, e assim sucessivamente, respeitando a 
ordem crescente dos prazos de realização.
O registro e a apresentação dos itens 
que constituem o patrimônio de uma enti-
dade devem ser feitos de forma ordenada. Essa 
ordenação se dá por meio das contas contábeis 
patrimoniais – contas que representam o patrimônio das entidades. Sem essa organi-
zação, a informação contábil não seria fidedigna, pois não estaria representando ade-
quadamente o patrimônio da entidade. 
Como recomendação geral, o CPC 26 (2011) orienta que o Ativo Circulante deverá 
apresentar as seguintes contas: Caixa e equivalentes, Clientes e outros recebíveis, 
Estoques e Ativos financeiros. Marion (2015) destaca que, para que o ativo não se 
transforme em um amontoado de contas desconexas, dificultando a correta leitura e 
interpretação de seus valores, as contas são agrupadas de modo que as que possuem 
as mesmas características pertençam ao mesmo grupo. 
Ressalta-se que o CPC 26 (2011, s.p.) dispõe ele próprio de uma informação rele-
vante: “Este Pronunciamento Técnico não prescreve a ordem ou o formato que deva 
ser utilizado na apresentação das contas do balanço patrimonial, mas a ordem legal-
mente instituída no Brasil deve ser observada.” Isso implica dizer que o item 54 do CPC 
26 (2011) simplesmente lista os itens que são suficientemente diferentes na sua natu-
reza ou função para assegurar uma apresentação individualizada no balanço patrimo-
nial. Adicionalmente o CPC 26 (2011, s.p.) em seu item 57 determina que “as contas do 
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Contabilidade empresarial 40
balanço patrimonial devem ser incluídas sempre que o tamanho, natureza ou função 
de um item ou agregação de itens similares apresentados separadamente seja rele-
vante na compreensão da posição financeira da entidade”. 
Destaca-se também, que segundo o Pronunciamento CPC 26 (2011, s.p.):
a nomenclatura de contas utilizada e sua ordem de apresentação ou agregação de itens 
semelhantes podem ser modificadas de acordo com a natureza da entidade e de suas 
transações, no sentido de fornecer informação que seja relevante na compreensão da po-
sição financeira e patrimonial da entidade.”
Isso significa que as empresas podem usar uma nomenclatura (nomes de contas) 
que possa traduzir melhor sua situação financeira e patrimonial. Por exemplo, uma ins-
tituição financeira pode ter que modificar a nomenclatura das contas no sentido de 
fornecer informação relevante no contexto das operações de instituições financeiras, 
pois sua atividade é específica. Para que consiga visualizar essa aplicação na prática, 
observe o Balanço Patrimonial da empresa Itáu Unibanco S.A do 3.º trimestre de 2018:
Ativo Nota 30/09/2018 31/12/2017 01/01/2017
Disponibilidades 29.467 18.749 18.542 
Ativos Financeiros 1.396.078 1.330.251 1.246.833 
Depósitos Compulsórios no Banco Central do Brasil 85.957 98.837 85.700 
Ao Custo Amortizado 1.001.990 905.729 902.289 
Aplicações em Depósitos Interfinanceiros 4 28.653 29.048 22.688 
Aplicações no Mercado Aberto 4 293.994 244.707 265.050 
Títulos e Valores Mobiliários 9 111.091 111.424 102.568 
Operações de Crédito e Arrendamento Mercantil 
Financeiro 
10 534.372 497.719 494.851 
Outros Ativos Financeiros 18a 68.912 59.568 53.895 
(-) Provisão para Perda Esperada (35.032) (36.737) (36.763) 
Ao Valor Justo por meio de Outros Resultados 
Abrangentes
48.793 52.149 40.039 
Títulos e Valores Mobiliários 8 48.793 52.149 40.039 
Ao Valor Justo por meio do Resultado 259.338 273.536 218.805 
Títulos e Valores Mobiliários 5 230.671 250.693 194.574 
Derivativos 6 e 7 28.667 22.843 24.231 
Investimentos em Coligadas e Entidades 
Controladas em Conjunto 
11 11.898 5.055 5.073 
Ágio 11.641 10.716 9.675 
Imobilizado, Líquido 13 7.219 7.359 8.042 
Contabilidade empresarial 41
Ativo Nota 30/09/2018 31/12/2017 01/01/2017
Ativos Intangíveis, Líquidos 14 8.635 8.667 7.381 
Ativos Fiscais 46.822 44249 45.081 
Imposto de Renda e Contribuição Social - Correntes 1.946 2.336 2.703 
Imposto de Renda e Contribuição Social - Diferido 25b 38.265 35.869 38.202 
Outros 6.611 6.044 4.176 
Bens Destinados à Venda 34.9 788 736 631 
Outros Ativos 18a 11.941 10.457 10.056 
Total do Ativo 1.524.489 1.436.239 1.351.314
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis consolidadas.
Fonte: Itaú Unibanco Holding S.A., 2018
Perceba como seus ativos estão resumidos de forma a agregar ativos financei-
ros, investimentos em outras entidades, imobilizado, ativos intangíveis e bens desti-
nados à venda. Essa é uma forma de agregação de contas que não cabe a todo tipo de 
empresa. Uma empresa comercial, por exemplo, teria valores altos de estoque de mer-
cadoria para revenda. Uma indústria já sentiria a necessidade de destrinchar a conta 
de estoques em várias outras, como estoque de matéria-prima, estoque de produtos 
em processo e estoque de produtos acabados. Já uma instituição financeira, como a 
citada em nosso exemplo, não apresenta nem seu saldo de estoque.
Para compreender melhor os recursos que devem ser classificados como Ativos 
Circulantes, é importante observar o item 66 do CPC 26 (2011, s.p.), que esclarece o 
Ativo Circulante como aquele que possui as seguintes características:
(a) espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido no decur-
so normal do ciclo operacional da entidade; 
(b) está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado; 
(c) espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou 
(d) é caixa ou equivalente de caixa (conforme definido no Pronunciamento Técnico CPC 
03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa), a menos que sua troca ou uso para liquidação de 
passivo se encontre vedada durante pelo menos doze meses após a data do balanço. 
Todos os outros ativos que não contemplarem tais características aqui elencadas 
devem ser classificados, conforme o CPC 26, como ativos não circulantes.nos aprofun-
daremos mais sobre as contas que compõem o ativo circulante e sobre ativo não circu-
lante mais adiante. 
No próximo tema, iremos compreender o contexto do balanço patrimonial em 
entidades de setores de atuação distintos. Acompanhe.
Contabilidade empresarial 42
2.1.1 Contexto do balanço patrimonial e suas características de acordo 
com o porte e o setor de atuação da organização
O Balanço Patrimonial se apresenta como uma das mais importantes, senão a 
mais importante demonstração contábil de uma empresa. A elaboração por parte das 
empresas é obrigatória, conforme o disposto nas normas brasileiras de contabilidade. 
Mesmo aquelas que possuem menor tamanho e estrutura, como é o caso das 
pequenas e médias empresas, devem elaborá-lo, seja por força do código civil ou por 
exigência da receita federal para fins de apuração da base de cálculo dos tributos devi-
dos pela empresa. No entanto, a estrutura, contas mínimas obrigatórias e demais 
características peculiares do BP dependem do porte e setor de atuação da entidade.
As concessionárias de serviços públicos, por exemplo, recebem regulamentações 
diretas das agências nacionais reguladoras, como a Agência Nacional de Águas (ANA), 
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e Agência Nacional de Telecomunicações 
(ANATEL) sobre a elaboração e divulgação do BP por parte desse tipo de empresa.
De uma forma geral, pode-se dizer que o Balanço Patrimonial é obrigatório 
para todas as entidades constituídas em território nacional. Porém, há de se lembrar 
que essa demonstração é relevante não apenas para cumprir normas e regras, mas 
sobretudo é um demonstrativo essencial para compreender a situação financeira e 
patrimonial das entidades. 
Para ampliarmos nossa compreensão sobre o ativo circulante, veremos em detalhes 
as contas representativas deste grupo. A começar pelas contas de disponível e créditos.
2.1.2 Disponível

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