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26 Abastecimento de Água

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ABASTECIMENTO DE ÁGUA 
 
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Abastecimento de Água 
Sistema de Abastecimento 
O sistema de abastecimento de água representa o conjunto de obras, equipamentos e serviços 
destinados ao abastecimento de água potável de uma comunidade para fins de consumo doméstico, 
serviços públicos, consumo industrial e outros usos. 
Órgãos Constitutivos 
- Manancial – fonte onde se retira a água (poços, rios regularizados ou não, represas, etc.); 
- Adução – transporte de água bruta e/ou água tratada; transportar água a pontos mais distantes ou 
mais elevados ou para aumentar a vazão de linhas adutoras; 
- Tratamento – melhoria das características qualitativas da água dos pontos de vista físico, químico, 
bacteriológico para fins de consumo. Todo esse processo é realizado nas chamadas ETA’s – Estação 
de Tratamento de Água; 
- Reservação – armazenamento da água para atender a diversos propósitos, como variação de 
consumo e a manutenção da pressão mínima na rede de distribuição; 
- Rede de distribuição – condução da água para os edifícios, residências, indústrias, etc., por meio de 
tubulação instaladas nas vias públicas. 
3.3 Esquemas gerais de um sistema de abastecimento de água 
As figuras 3.1 a 3.3 a seguir mostram algumas configurações de sistemas de abastecimento de água. 
 
Figura 3.1 – Esquema geral de um sistema de água (em planta). Figura 3.2 – Esquema perfil de um 
sistema de água. 
 
 
Figura 3.3 - Esquema perfil de um sistema de água para uma cidade plana. 
 Projetos de Sistemas de Água 
Etapas de um projeto a. Estudo preliminar, na qual é feita a concepção do sistema; b. Projeto 
Técnico, na qual é feito o dimensionamento do sistema e a elaboração dos desenhos básicos; c. 
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Projeto Executivo, na qual são feitos os projetos complementares, como arquitetura, estrutura, 
eletricidade, etc. 
Atividades necessárias ao desenvolvimento de um projeto de sistema de água 
Estudo Preliminar a. Levantamento de dados - Topográficos e cartográficos; 
- Sócio-econômicos; - Consumo de água; 
- Sistema existente; 
- Hidrológicos e hidrogeológicos; 
- Energia elétrica. 
b Estudos demográficos; 
d. Parâmetros de consumo; e. Cálculo das demandas; f. Diagnóstico do sistema existente; g. 
Disponibilidades hídricas; h. Concepção dos esquemas alternativos; i. Dimensionamento dos 
esquemas alternativos; j. Estudos econômicos e seleção de alternativas. 
Na fase “estudo preliminar” é feito o estudo das soluções alternativas e selecionadas as alternativas 
mais interessantes. 
As alternativas selecionadas são pré-dimensionadas e estudadas economicamente; é adotada como 
solução final a alternativa que propicia o menor custo. 
 Alcance e etapas de projeto 
Etapas: 2 de 10 anos mais comum no Brasil 
Alcance: 20 anos 
Costuma-se descontar 1 ou 2 anos para execução do projeto e obtenção do financiamento. 
 2002: Início do plano 
 2012: Fim da 1ª etapa e início da 2ª 
Ex.: 2001 (Projeto + financiamento) 2022: Fim do plano. 
Sistema de Abastecimento de Água 
A Funasa, por meio do Departamento de Engenharia de Saúde Pública (Densp), financia a 
implantação, ampliação e/ou melhorias em sistemas de abastecimento de água nos municípios com 
população de até 50.000 habitantes. 
Esta ação tem como objetivo fomentar a implantação de sistemas de abastecimento de água para 
controle de doenças e outros agravos, com a finalidade de contribuir para a redução da 
morbimortalidade - provocada por doenças de veiculação hídrica - e para o aumento da expectativa 
de vida e da produtividade da população. 
Nesta ação, são financiadas a execução de serviços tais como captação de água bruta em 
mananciais superficiais, captação subterrânea, adutora, estação elevatória de água, estação de 
tratamento de água, reservatórios, rede de distribuição, ligações domiciliares etc. Os projetos de 
abastecimento de água deverão seguir as orientações contidas no manual "Apresentação de Projetos 
de Sistemas de Abastecimento de Água ". 
Não serão passíveis de financiamento os sistemas de abastecimento de água dos municípios que 
estejam sob contrato de prestação de serviço com empresa privada. 
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É exigido da entidade pública concessionária do serviço de abastecimento de água o aval ao 
empreendimento proposto, mediante documento, e ainda termo de compromisso para operar e 
manter as obras e os serviços implantados. 
Os projetos devem incluir programas que visem à sustentabilidade dos sistemas implantados e 
contemplem os aspectos administrativos, tecnológicos, financeiros e de participação da comunidade. 
Os proponentes deverão promover ações de educação em saúde e de mobilização social durante as 
fases de planejamento, implantação e operação das obras e serviços de engenharia como uma 
estratégia integrada para alcançar os indicadores de impacto correspondentes, de modo a estimular o 
controle social e a participação da comunidade beneficiada. 
Sistemas de Abastecimento de Água 
Este trabalho objetiva apresentar um breve histórico sobre o abastecimento de água no Brasil, 
especificamente no Rio de Janeiro e em São Paulo, e no mundo desde a antiguidade até as primeiras 
redes de distribuição de água. 
Também serão apresentados os sistemas de abastecimento de água, desde a captação, passando 
pela adução, recalque, tratamento, reservação e distribuição. 
Além disso, estão contidos no trabalho alguns dados estatísticos para a observação da proporção 
dos domicílios particulares permanentes do Brasil que contam com o sistema geral de distribuição 
de água, os que utilizam poços ou nascentes e os que contam com outro meio de abastecimento. 
Por fim, é apresentada a cobrança pelos serviços e pelo uso dos recursos hídricos e analisado o 
monopólio das distribuidoras de água. 
Histórico do Abastecimento de Água 
O Abastecimento de Água desde a Antiguidade pelo Mundo 
O ser humano não consegue viver distante da água e isso ocorre desde as épocas mais remotas. 
Os povos primitivos utilizavam métodos simples para coletar as águas pluviais, de rios e lagos e, 
devido a utilização moderada apenas para sobrevivência e da existência de poucas pessoas, não 
causavam alterações ambientais. 
Com o desenvolvimento da agricultura e do desmatamento, teve início o processo de modificação 
dos recursos naturais como o solo e a água. Assim, as primeiras aldeias foram sendo formadas em 
locais propícios à plantação, criação e extração. A partir de então, o lixo e os detritos foram sendo 
acumulados, gerando as primeiras epidemias. 
Com o passar do tempo, o crescimento da população e as necessidades humanas exigiam cada vez 
mais água e facilidades de acesso às fontes. A fim de se evitar a escassez de água, principalmente 
em estações de seca, foram desenvolvidos projetos de engenharia para condução e armazenamento 
de água, além de novas fontes de suprimento, inclusive no subsolo. 
Para o aproveitamento da água subterrânea, iniciaram-se as perfurações de poços, inicialmente 
rasos, mas que foram aumentando progressivamente. 
A primeira rede de abastecimento conhecida data de 1500 a.C., no Palácio de Knossos, em Creta, 
onde dutos de pedras coletavam águas de morros e de chuvas que eram distribuídas até os 
banheiros públicos. 
Em Ephesus, na Turquia, entre 4 e 14 d.C, foi encontrada a primeira rede de distribuição por tubos. 
A água da chuva era armazenada em reservatório no alto do morro e transportada por tubulações 
com pressão até as casas de banho públicas ou até as residências dos nobres, que contavam com 
banheiros privados. 
Os romanos aprimoraram um sistema de transporte de água já utilizado pelas civilizações antigas 
chamado aqueduto, que eram galerias subterrâneas ou expostas à superfície. Os aquedutos 
romanos eram obras grandiosas que tinham como finalidade conduzir a água pelas cidades. Fontes 
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atestam que os conhecimentossobre canalização de água e aquedutos em arcos suspensos foram 
passados aos romanos pelos etruscos – povo que habitou a Península Itálica por volta de 1200 a 
700 a.C. Na cidade de Roma, a maior do mundo na época, a soma das extensões dos aquedutos era 
de, aproximadamente, 416 km, entre canais subterrâneos e suspensos e a soma das vazões era de 
um milhão de metros cúbicos por dia. O mais longo dos aquedutos romanos era o de Hadrian, em 
Cartagena, com 141 km de comprimento, construído no século II d.C. 
Para o funcionamento da estrutura, a água era proveniente de locais elevados e escoava pela força 
da gravidade. Seus destinos eram reservatórios chamados castellum. Só então a água era 
conduzida por tubulações de chumbo ou bronze para as residências dos mais ricos ou para as 
termas, que eram banhos públicos. Enquanto os ricos recebiam água diretamente, os pobres tinham 
que retirá-la das fontes públicas mediante pagamento de uma taxa. 
O Abastecimento de Água no Brasil 
O abastecimento de água no Brasil teve início em 1561 no Rio de Janeiro. Em 1723, começou a ser 
construído o primeiro aqueduto brasileiro, denominado Arcos Novos ou Aqueduto Carioca, visto que 
a água captada era a do Rio Carioca. A água do aqueduto, que foi inaugurado em 1750, era 
distribuída por chafarizes públicos, onde os escravos a recolhiam e depositavam em potes para 
levar em cima da cabeça até as casas. O Aqueduto Carioca tem 13 km de extensão e atualmente é 
conhecido como “Arcos da Lapa”, importante marco turístico da cidade. O primeiro sistema de 
abastecimento de água encanada do Rio de Janeiro foi implantado apenas em 1876. Em São Paulo, 
o primeiro chafariz público foi construído em 1744 pelos frades franciscanos. A água era conduzida 
por gravidade das nascentes do Rio Caaguassú, atual bairro Paraíso, por meio de tubulações de 
papelão betumado. Em 1746, foram implantadas as primeiras adutoras para abastecer os conventos 
de Santa Tereza e da Luz e o primeiro projeto de adução e distribuição de água em São Paulo data 
de 1842. 
Sistemas de Abastecimento de Água 
O sistema de abastecimento de água, geralmente, compreende: captação, adução, recalque, 
tratamento, reservação e distribuição. 
A captação da água por mananciais inclui as águas pluviais, as quais podem ser coletadas dos 
telhados e encaminhadas para cisternas para uso individual e captadas por locais próprios que 
direcionam a água para reservatórios destinados ao abastecimento de pequenas comunidades. A 
captação de águas superficiais compreende as águas dos rios e lagos e de cursos d’água com 
suprimento normalmente de barragem. A coleta das águas subterrâneas é subdividida em fontes 
naturais, como de encostas e fundo de vale; poços, que podem ser escavados, cravados ou 
perfurados e galerias de infiltração, que utilizam drenos perfurados. 
A adução refere-se ao conjunto de encanamentos, peças especiais e obras de arte destinados a 
promover a circulação de água do abastecimento urbano entre a captação, a estação de tratamento 
de água, o reservatório e a rede de distribuição, não sendo necessariamente a mesma ordem em 
todos os casos. 
O sistema de recalque é composto por tubulações, bombas e motores que funcionam como um 
conduto forçado que leva a água de uma cota a outra superior. 
A água coletada de rios e lagos chega aos tanques de tratamento bastante escurecida devido às 
partículas de sujeira dispersas. Para que se torne potável e livre de doenças, ela passa por várias 
etapas de purificação: aeração, ou seja, remoção dos gases; coagulação e floculação, onde as 
partículas de sujeira se aglomeram; decantação, processo no qual os aglomerados de sujeira se 
depositam no fundo do reservatório; filtração, etapa onde a água passa por filtros de cascalho, areia e 
carvão; e desinfecção, composta pela adição de cal, cloro e flúor. Já as águas subterrâneas são 
tratadas, na maioria das vezes, apenas por filtração e adição de cloro para desinfecção, visto que 
são naturalmente mais limpas. 
Os reservatórios de distribuição têm por finalidade o armazenamento de água para atender 
variações de consumo e a melhoria nas condições de pressão da água na rede de distribuição pois 
garante uma altura manométrica constante. 
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A rede de distribuição é o conjunto de tubulações e peças que têm como finalidade a condução da 
água até os pontos de tomada das instalações prediais ou aos pontos públicos. No geral, é a parte 
de maior custo no sistema de abastecimento, compreendendo cerca de 70% do custo total. 
As condições técnicas a serem satisfeitas pela rede de distribuição são a vazão, que deve ser 
calculada baseada na demanda do horário de maior consumo; a velocidade e vazão limite, 
relacionadas ao bom funcionamento do sistema; os diâmetros das canalizações, que devem ser 
determinados para cada trecho em função da vazão e das perdas de carga e as alturas 
piezométricas, ou seja, a manutenção de pressão da água na rede sempre acima do valor mínimo 
para a adequada utilização nos edifícios e hidrantes. O DOS (Departamento de Obras Sanitárias) 
limita o valor de 15 metros de altura de água para a pressão dinâmica mínima e de 45 metros de 
altura de água para a pressão estática máxima no interior e 50 metros de coluna d’água em São 
Paulo. 
DADOS ESTATÍSTICOS DO IBGE 
De acordo com o último censo demográfico realizado no Brasil no ano de 2010 pelo IBGE (Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística), 82,85% da população conta com o sistema de abastecimento 
público e recebe água tratada. O maior índice encontrado é o do Distrito Federal, inclusive maior do 
que a média nacional, visto que 95,11% das casas contam com a água da rede geral de 
abastecimento, e o menor valor foi encontrado em Rondônia, onde apenas 38,50% da população 
recebe água tratada. 
Nesta mesma pesquisa de 2010, foi encontrado o índice de 10,03% de abastecimento de água por 
poços ou nascentes nos domicílios particulares permanentes do país e 7,12% de domicílios que 
contam com outra forma de abastecimento de água. 
O CUSTO DA ÁGUA 
Tarifa é definida, em técnica fazendária, como o preço cobrado para satisfazer uma necessidade, no 
caso, uma necessidade pública. 
As taxas ou tarifas de água, cobradas pelo serviço de abastecimento, são justificadas pelo custo 
exigido pelo trabalho permanente de pessoal, pelo consumo de energia, pelo gasto de material, 
manutenção de equipamentos etc. Não era cobrado o valor da própria água, mas pelos serviços de 
captação, bombeamento, adução, purificação, reservação, distribuição, entre os demais itens já 
citados. Porém, a partir da regulamentação do Decreto nº 50.667, de 30 de março de 2006, da Lei nº 
12.183, de 29 de dezembro de 2005, que estabeleceu as diretrizes para a implementação da 
cobrança no Estado de São Paulo, passou a ser cobrada a utilização da água, justificada pelo 
incentivo do uso racional e sustentável desta e pelo reconhecimento da água como um bem público 
de valor econômico. 
Porém, toda pessoa física ou jurídica tem direito ao acesso e utilização dos recursos hídricos, visto 
que as águas superficiais e subterrâneas são bens públicos. Entretanto, cabe ao Poder Público a 
administração e o controle dos recursos, a fim de que sejam evitados a indisciplina e a imprevisão de 
consumo causados por abusos e desperdícios, a utilização inadequada de água com baixa 
qualidade e danos às reservas subterrâneas. 
Portanto, para fazer uso das águas de rio, lagoa ou águas subterrâneas é necessário solicitar uma 
autorização, concessão ou licença (outorga) pela qual é facultado o uso da água por determinado 
tempo, finalidade e condição, ao Poder Público. O uso mencionado refere-se, por exemplo, a 
execução de poços, que poderiam ser uma alternativa para acabar com a hegemonia da distribuição 
de água pelas redes gerais. 
Porém, como observado nos estudos do IBGE, poucas pessoas utilizam deste recurso visto que o 
custo inicial para a execução do poço é relativamenteelevado e muitas são as exigências para a 
obtenção das Outorgas de Implantação de Empreendimento, Outorga de Direito de Uso de 
Recursos Hídricos e Outorga de Execução de Poço. 
Além disso, ainda existem distâncias mínimas entre poços, fossas e vegetação que devem ser 
seguidas, impossibilitando poços muito próximos. A contaminação das águas subterrâneas também 
é um fator preocupante para quem utiliza poço, pois pode acarretar doenças graves. 
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As outorgas necessárias para a captação de águas subterrâneas são facultadas no estado de São 
Paulo pelo DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica), o qual estabelece alguns critérios 
para a autorização do serviço como: requerimento; ART; relatório final da execução do poço; análise 
físico-química da água exigida pela Portaria do Ministério da Saúde número 518 de 25 de março de 
2004, que pode requerer uma amostragem mais rigorosa, inclusive em relação a periodicidade, de 
acordo com o histórico de utilização do solo na região; relatório de avaliação de eficiência; 
comprovante de endereço e razão social; documento de posse do imóvel e comprovante do 
recolhimento da taxa de outorga de captação de águas subterrâneas. 
Outras exigências necessárias para a obtenção da outorga da captação de águas subterrâneas têm 
base no Decreto número 32.955 de sete de fevereiro de 1991, que estipula algumas providências 
quanto a preservação dos depósitos naturais de água subterrânea do Estado de São Paulo como, 
por exemplo, pela vedação do poço adequada e pela instalação de equipamentos como hidrômetro e 
medidor de nível de água. Além disso, também são necessários o cadastro de poços na Vigilância 
Sanitária, a licença ambiental, o parecer técnico da CETESB, entre outras documentações. 
O hidrômetro é exigido pois o DAEE permite a retirada diária de no máximo cinco metros cúbicos de 
água subterrânea, independente da área ser urbana ou rural. 
CONCLUSÃO 
Conclui-se com este trabalho que os sistemas de abastecimento de água são datados de milhares 
de anos atrás e que, com o passas do tempo, foram aprimorados visando facilidades de acesso da 
água pela população e maior qualidade de saneamento. 
Por meio das definições sobre sistemas de abastecimento de água pode-se conhecer mais sobre 
cada procedimento desde a captação da água por mananciais, águas superficiais ou subterrâneas, 
até a rede de distribuição com as condições técnicas que devem ser satisfeitas. 
Através dos dados do IBGE, comprova-se a predominância de população que recebe água tratada 
pela rede geral de distribuição e do número reduzido de propriedades abastecidas por poço. 
Por fim, o texto sobre custo da água apresenta a real situação das cobranças pelos serviços e uso 
dos recursos hídricos, tanto para a utilização do sistema de distribuição e abastecimento quanto 
para o uso das reservas subterrâneas. O monopólio das concessionárias de água é explicado pela 
facilidade de obtenção da ligação de água e pelas dificuldades existentes para se conseguir a 
outorga de uso dos recursos hídricos, assim como pelo elevado custo inicial para a execução do poço. 
Tratamento da Água 
A+AA- 
A construção de um sistema completo de abastecimento de água requer muitos estudos e pessoal 
altamente especializado. 
Para iniciar-se os trabalhos, é necessário definir-se: 
• a população a ser abastecida; 
• a taxa de crescimento da cidade e suas necessidades industriais. 
Com base nessas informações, o sistema é projetado para servir à comunidade, durante muitos anos, 
com a quantidade suficiente de água tratada. 
Um sistema convencional de abastecimento de água é constituído das seguintes unidades: 
• captação 
• adução 
• estação de tratamento 
• reservação 
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• redes de distribuição 
• ligações domiciliares 
Processo convencional de tratamento de água 
 
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA - ETA 
Captação 
A seleção da fonte abastecedora de água é processo importante na construção de um sistema de 
abastecimento. 
Deve-se, por isso, procurar um manancial com vazão capaz de proporcionar perfeito abastecimento à 
comunidade, além de ser de grande importância a localização da fonte, a topografia da região e a 
presença de possíveis focos de contaminação. 
A captação pode ser superficial ou subterrânea. 
A superficial é feita nos rios, lagos ou represas, por gravidade ou bombeamento. 
Se por bombeamento, uma casa de máquinas é construída junto à captação. 
Essa casa contém conjuntos de motobombas que sugam a água do manancial e a enviam para a 
estação de tratamento. 
A subterrânea é efetuada através de poços artesianos, perfurações com 50 a 100 metros feitas no 
terreno para captar a água dos lençóis subterrâneos. 
Essa água também é sugada por motobombas instaladas perto do lençol d’água e enviada à 
superfície por tubulações. 
A água dos poços artesianos está, em sua quase totalidade, isenta de contaminação por bactérias e 
vírus, além de não apresentar turbidez. 
a) Tratamento da água de captação superficial 
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É composto pelas seguintes fases: 
O primeiro passo é oxidar os metais presentes na água, principalmente o ferro e o manganês, que 
normalmente se apresentam dissolvidos na água bruta. Para isso, injeta-se cloro ou produto similar, 
pois tornam os metais insolúveis na água, permitindo, assim, a sua remoção nas outras etapas de 
tratamento. 
A remoção das partículas de sujeira se inicia no tanque de mistura rápida com a dosagem de sulfato 
de alumínio ou cloreto férrico. Estes coagulantes, têm o poder de aglomerar a sujeira, formando 
flocos. Para otimizar o processo adiciona-se cal, o que mantém o pH da água no nível adequado. 
Na floculação, a água já coagulada movimenta-se de tal forma dentro dos tanques que os flocos 
misturam-se, ganhando peso, volume e consistência. 
Na decantação, os flocos formados anteriormente separam-se da água, sedimentando-se, no fundo 
dos tanques. 
A água ainda contém impurezas que não foram sedimentadas no processo de decantação. 
Por isso, ela precisa passar por filtros constituídos por camadas de areia ou areia e antracito 
suportadas por cascalho de diversos tamanhos que retêm a sujeira ainda restante. 
A água já está limpa quando chega a esta etapa. Mas ela recebe ainda mais uma substância: o cloro. 
Este elimina os germes nocivos à saúde, garantindo também a qualidade da água nas redes de 
distribuição e nos reservatórios. 
Para proteger as canalizações das redes e das casas contra corrosão ou incrustação, a água recebe 
uma dosagem de cal, que corrige seu pH. 
Finalmente a água é fluoretada, em atendimento à Portaria do Ministério da Saúde. 
Consiste na aplicação de uma dosagem de composto de flúor (ácido fluossilícico). 
Reduz a incidência da cárie dentária, especialmente no período de formação dos dentes, que vai da 
gestação até a idade de 15 anos. 
• Oxidação 
• Coagulação 
• Floculação 
• Decantação 
• Filtração 
• Desinfecção 
• Correção de pH 
• Fluoretação 
 b) Tratamento da água de captação subterrânea 
A água captada através de poços profundos, na maioria das vezes, não precisa ser tratada, bastando 
apenas a desinfecção com cloro. Isso ocorre porque, nesse caso, a água não apresenta qualquer 
turbidez, eliminando as outras fases que são necessárias ao tratamento das águas superficiais. 
Reservação 
A água é armazenada em reservatórios, com duas finalidades: 
• manter a regularidade do abastecimento, mesmo quando é necessário paralisar a produção para 
manutenção em qualquer uma das unidades do sistema; 
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• atender às demandas extraordinárias, como as que ocorrem nos períodos de calor intenso ou 
quando, durante o dia, usa-se muita água ao mesmo tempo (na hora do almoço, por exemplo). 
Quanto à sua posição em relação ao solo, os reservatórios são classificados em 
subterrâneos(enterrados), apoiados e elevados. 
Redes de distribuição 
Para chegar às casas, a água passa por vários canos enterrados sob a pavimentação das ruas da 
cidade. Essas canalizações são chamadas redes de distribuição. 
Para que uma rede de distribuição possa funcionar perfeitamente, é necessário haver pressão 
satisfatória em todos os seus pontos. Onde existe menor pressão, instalam-se bombas, chamadas 
boosters, cujo objetivo é bombear a água para locais mais altos. 
Muitas vezes, é preciso construir estações elevatórias de água, equipadas com bombas de maior 
capacidade. Nos trechos de redes com pressão em excesso, são instaladas válvulas redutoras. 
Ligações domiciliares 
A ligação domiciliar é uma instalação que une a rede de distribuição à rede interna de cada 
residência, loja ou indústria, fazendo a água chegar às torneiras. 
Para controlar, medir e registrar a quantidade de água consumida em cada imóvel, instala-se um 
hidrômetro junto à ligação. 
A tarifa mínima da COPASA dá direito a um consumo residencial de 6.000 litros de água por mês. 
Ultrapassar esse limite, a conta de água é calculada sobre a quantidade de litros que foi consumida e 
registrada pelo hidrômetro. 
Tratamento de Água 
Do total da água existente no planeta, 97,5% corresponde à água salgada e o restante (2,5%) à água 
doce. Destes, 68,9% estão nas calotas polares, 29,9% nos reservatórios subterrâneos, e apenas 
1,2% disponíveis como águas superficiais. 
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 63,9% dos 5.507 municípios 
brasileiros têm abastecimento de água por meio de rede de distribuição. A Organização das Nações 
Unidas (ONU) estima que a falta de saneamento resulte em uma morte infantil a cada 20 segundos. 
A CORSAN, preocupada com estes dados, leva água tratada para 98% da população das cidades 
abastecidas pela Companhia. 
A água, embora indispensável ao organismo humano, pode conter substâncias (elementos químicos 
e micro-organismos) que devem ser eliminados ou reduzidos a concentrações que não sejam 
prejudiciais à saúde. 
As Estações de Tratamento de Água (ETAs) foram criadas para remover os riscos presentes nas 
águas das fontes de abastecimento por meio de uma combinação de processos e de operações de 
tratamento. 
O tratamento da água superficial consiste nas seguintes etapas: 
- Captação: retirada de água bruta do manancial; 
- Adução: caminho percorrido pela água bruta até a Estação de Tratamento de Água; 
- Mistura rápida: adição de um coagulante para remoção das impurezas; 
- Floculação: onde ocorre a aglutinação das impurezas; 
- Decantação: etapa seguinte, em que os flocos sedimentam no fundo de um tanque; 
- Filtração: retenção dos flocos menores em camadas filtrantes; 
- Desinfecção: adição de cloro para eliminação de micro-organismos patogênicos; 
- Fluoretação: adição de compostos de flúor para prevenção de cárie dentária; 
- Bombeamento para as redes e reservatórios de distribuição. 
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