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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO - UFERSA COMPONENTE CURRICULAR: SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DOCENTE: ALDILENE BEZERRA PINHEIRO DISCENTE: ADRIANO DE ARAÚJO AIRES Temática: Introdução e Concepção dos Sistemas de Abastecimento de Água. Referência: Aula ministrada na disciplina Sistemas de Abastecimento de Água, pela Professora Aldilene Bezerra Pinheiro. Os sistemas de abastecimento de água são definidos como sendo todo e qualquer componente que vai desde a retirada do recurso da natureza até o fornecimento para a população. Um sistema de abastecimento de água consiste no conjunto de obras, equipamentos e serviços com o objetivo de levar água potável para uso no consumo doméstico, indústria, serviço público, entre outros. A água é nossa bem mais precioso, visto que temos total dependência dela para sobrevivência, seja para fins de higiene pessoal ou para desenvolvimentos de atividades produtivas. Segundo a nossa Constitucional Federal de 1988 (CF/1988), que a água, segundo a Constituição Federal de 1988, é um bem de uso comum do povo, pelo fato, de ser um elemento essencial para manutenção da vida de todos os organismos vivos. A partir do momento que o homem decide residir em lugares fixos, o homem começou a procura maneiras de desenvolver atividades e meios para sobreviver, deste modo, o homem começou a administrar a água para suas atividades. E assim povoar seu novo habitat de maneira permanente e com novos costumes. Com isso, a medida que os vilarejo/cidades foram crescendo as residências foram ficando cada vez mais distantes dos rio, assim surgiu a necessidade de armazenar a aguas nas residências. Registros históricos mostram que no ano 1500 a.C., no Palácio de Knossos, em Creta, que foi encontrado vestígios do desenvolvimento do primeiro sistema de abastecimento de água. Onde dutos de pedras coletavam água de morros e de chuvas que eram distribuídas até os banheiros públicos. Com o passar do tempo os romanos começaram a construir canais e aquedutos para leva a água as cidades que estavam ficando cada vez mais longe dos mananciais. Na idade média com o desenvolvimento dos sistemas de abastecimento foi visto a necessidade de tratar a água que chegava nas cidades, o tratamento inicial se deu por filtragem simples que com filtros de areia. Posteriormente o sistema de abastecimento passou a ser tratado nas estações de tratamento de água com cloro e flúor, além da filtragem. No Brasil o primeiro aqueduto foi construído no século XVIII, entre os anos de 1725 e 1744. O objetivo da obra era transportar a água da nascente do Rio Carioca até o Largo da Carioca, a fim de abastecer a população da cidade. Sua primeira estrutura foi feita com canos de ferro, mas logo foi trocada porque o material não resistia às condições e sofria corrosões. Tal fator fez com que o Conde de Bobadela — Gomes Freire de Andrade, o governador da época — ordenasse a reconstrução dos Arcos. Dessa vez, com materiais mais resistentes, sólidos e seguros. Os Arcos da Lapa, também conhecidos como Aqueduto da Carioca, nos dias atuais representa um belo cartão postal da cidade carioca, e dá destaque para a grande importância dos sistemas de abastecimento. A Constituição Federal de 1988, reconhece e especifica que os os sistemas de abastecimento devem fornecer água em quantidade e qualidade adequadas. Atualmente, nos grandes centros urbanos, as maiores deficiências ocorrem devido à deterioração de sistemas mais antigos. Os principais problemas são rompimentos, vazamentos ou interrupções no abastecimento de áreas cuja população cresce rapidamente (necessidade de ampliação). As providências mais urgentes são: Reabilitação de S.A.A (redes) mais antigas; Construção e ampliação de sistemas para atender à populações maiores. O estresse hídrico, é um termo utilizado para fazer referência ao caso em que o consumo de água em uma determinada localidade é superior à sua capacidade de renovação, gerando o problema de escassez, a necessidade de importação do recurso e a adoção de políticas de redução do consumo. Existem várias regiões no mundo que sofrem com esse problema, que é considerado um dos mais graves em torno das relações humanas. As causas do estresse hídrico são muitas e variam de região para região. Em síntese, o problema em questão é ocasionado pelos seguintes fatores: má distribuição da água no globo, havendo regiões com grandes populações e pouca água; clima desfavorável ou mudanças climáticas esporádicas ou permanentes; ausência de investimentos públicos em áreas pobres ou desabastecidas; má gestão dos sistemas de armazenamento, saneamento e distribuição de água; desperdício elevado tanto pelos serviços públicos quanto pelas práticas econômicas em geral; poluição, degradação ou esgotamento dos cursos d'água. A disponibilidade de água no mundo e no Brasil, a água é um recurso natural renovável abundante, que ocupa aproximadamente 70% da superfície do nosso planeta. No entanto, 97% desta água é salgada e, portanto, imprópria para o consumo. Menos de 3% da água do planeta é doce, das quais 2.5% está presa em geleiras. Dos 0.5% de água restantes no mundo, a maior parte está presa em aquíferos subterrâneos, dificultando o acesso humano. Somente 0,04% da água do planeta disponível na superfície, em rios, lagos. Por ser um recurso escasso, a água doce disponível é distribuída de maneira desigual pelo mundo. 60% da água doce disponível está concentrada em 10 países: Brazil, Rússia, China, Canadá, Indonésia, EUA, Índia, Colômbia e Congo. Isto somado às diferenças na densidade populacional nas regiões do mundo, faz com que hajam grandes variações de disponibilidade de água per capita. O Brasil é um país privilegiado, por dispor de mais água doce do que qualquer outro país no mundo, no entanto, mesmo aqui já sentimos o efeito da escassez - historicamente durante as secas que assolam o nordeste. Cerca de 75% da água do Brasil está localizada nos rios da Bacia Amazônica, que é habitada por menos de 5% da população. A disponibilidade de água é menor aonde a maior parte da população se encontra, nas cidades costeiras. Para piorar a situação, o Brasil registra elevado desperdício nas redes de distribuição: dependendo do município, até 60% da água tratada para consumo se perde, especialmente por vazamentos nas tubulações. A maior parte da água doce no mundo (cerca de 70%) é utilizada para irrigação e outros fins no setor de agricultura. A indústria utiliza cerca de 22% da água e o uso doméstico cerca de 8%. Em países industrializados, este quadro muda um pouco, com mais água para alocada na indústria e menos na agricultura. No Brasil, utilizamos 72% da água para a agricultura; 9% para a dessedentação animal (em setores como a pecuária); 6% na indústria; e 10% para fins domésticos, segundo relatório da Agência Nacional de Águas em 2015. O Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) consiste no planejamento integrado do saneamento básico, incluindo os quatro componentes: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e drenagem das águas pluviais urbanas, e possui o horizonte de 20 anos, período 2014 a 2033. Aprovado pelo Decreto n° 8.141 e pela Portaria n° 171, de 09 de abril de 2014, de 5 de dezembro de 2013, sua elaboração foi prevista na lei de diretrizes nacionais para o saneamento básico – Lei nº 11.445, regulamentada pelo Decreto nº 7.217, o PLANSAB foi elaborado pelo Governo Federal em amplo processo participativo, coordenado pelo Ministério das Cidades e por um Grupo de Trabalho Interinstitucional (GTI) instituído pela Presidência da República, apreciado e aprovado por meio de resoluções, moções e recomendações dos seguintes conselhos: Conselho Nacional da Saúde (CNS); Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH); Conselho Nacionaldo Meio Ambiente (CONAMA); Conselho das Cidades (CONCIDADES). O Plansab traz um levantamento e análise das Bases legais e competências institucionais, relacionadas ao saneamento básico, e determina Princípios fundamentais que orientaram a sua elaboração. A partir da Análise Situacional do déficit em saneamento básico, dos investimentos no setor, dos programas e ações do governo federal, de uma avalição político institucional, e da elaboração dos Cenários para a política de saneamento básico no país, o Plano estabelece Metas de curto, médio e longo prazos. Dentre as principais metas cabe destacar o alcance de 99% de domicílios abastecidos por rede de distribuição ou por poço ou nascente, com canalização interna, sendo 100% na área urbana, de 92% de domicílios servidos por rede coletora ou fossa séptica, sendo 93% na área urbana, de 100% da coleta direta de resíduos sólidos dos domicílios urbanos, e de 100% de domicílios com renda de até três salários mínimos mensais que possuem unidades hidrossanitárias. Visando o alcance das metas foram estimadas as Necessidades de investimentos, totalizando R$ 508,4 bilhões em 20 anos. Os recursos, segundo previsão do Plano, devem ter como fontes: (i) os Agentes Federais – 59%; e (ii) os Outros Agentes, dentro dos quais estão os governos estaduais e municipais, os prestadores de serviços públicos e privados, os organismos internacionais, dentre outros – 41%. O processo e concepção de um sistema de abastecimento de água é como sendo o conjunto de estudos e conclusões referentes ao estabelecimento de todas as diretrizes, parâmetros e definições necessárias e suficientes para a caracterização completa do sistema a projetar. Dentro dos objetivos da concepção do projeto do sistema de abastecimento de água, temos o conjunto de estudos e conclusões referentes ao estabelecimento de todas as diretrizes, parâmetros e definições necessárias e suficientes para a caracterização completa do sistema a projetar. Modalidades e Abrangência do Abastecimento englobam toda e qualquer forma que a população do lugar tem acesso a água. Essa modalidade de abastecimento pode ser manual com o usuário indo buscar sua água com baldes ou tambores, seja através de encanação de uma concessionário que distribui por meio de rede, seja por entrega de carros pipas. Entretanto, conceitualmente falando existe uma diferença na definição de sistema de abastecimento de água e outras medidas diversa para o fornecimento de água. Na expressão Instalações para o Abastecimento de Água pode estar incluída uma variedade de arranjos, sendo que o clássico Sistema de Abastecimento de Água se constitui apenas uma dessas soluções. Uma distinção – oficial – pode ser encontrada na Portaria MS nº 2.914/11 que diferencia Soluções Alternativas (individuais e coletivas) de Sistemas de abastecimento de água para consumo humano. Sistema de Abastecimento de Água para consumo humano (SAA), Instalação composta por um conjunto de obras civis, materiais e equipamentos desde a captação até as ligações prediais, destinada à produção e ao fornecimento de água potável por meio rede de distribuição. A solução alternativa coletiva (SAC) é toda modalidade de abastecimento coletivo de água distinta do sistema de abastecimento de água, incluindo, entre outras, fonte, poço comunitário, distribuição por veículo transportador, instalações condominiais horizontal e vertical. As soluções alternativas podem ser providas ou desprovidas de distribuição por rede. As soluções desprovidas de distribuição por rede, em geral, encontram-se associadas a fontes, poços ou chafarizes comunitários e distribuição por veículo transportador. Já as Solução alternativa individual de abastecimento de água para consumo humano (SAI) é definida como toda e qualquer solução alternativa de abastecimento de água que atenda a um único domicílio, como por exemplo: água de poço, água de chuva, água de rio, e água de nascente e etc.. As partes de um sistema de abastecimento de água são: Manancial é o corpo d’água, superficial ou subterrâneo, de onde é retirada a água para abastecimento, e deve ter vazão suficiente para atender à demanda em todo o período de projeto, de início a fim de plano, inclusive, com qualidade adequada àquele uso. Captação conjunto de estruturas ou dispositivos, juntos ao manancial, para a retirada da água. Adutora tubulação que conduz água entre as unidades que precedem a rede de distribuição. Estação Elevatória conjunto de obras e equipamentos destinados a recalcar a água para a unidade seguinte. Estação de Tratamento de Água – ETA conjunto de unidades destinada a tratar a água de modo a adequar as suas características aos padrões de potabilidade. Reservatório destinado a regularizar as vazões de adução e de distribuição e condicionar as pressões na rede de distribuição. Rede de distribuição formado por tubulações e órgãos acessórios, destinados a colocar água potável à disposição dos consumidores, de forma contínua, em quantidade e pressão recomendada. As principais normas técnicas para concepção e o dimensionamento de um sistema de abastecimento de água são: NBR 5626:1998 - Instalação predial de água fria. NBR 11185:1994 - Projeto de tubulações de ferro fundido dúctil centrifugado, para condução de água sob pressão - Procedimento. NBR 12211:1992 - Estudos de concepção de sistemas públicos de abastecimento de água. NBR 12212:2006 - Projeto de poço para captação de água subterrânea; NBR 12213:1992 - Projeto de captação de água de superfície para abastecimento público; NBR 12214:1992 - Projeto de sistema de bombeamento de água para abastecimento público; NBR 12215:1991 - Projeto de adutora de água para abastecimento público; NBR 12216:1992 - Projeto de estação de tratamento de água de abastecimento público; NBR 12217:1994 - Projeto de reservatório de distribuição de água de abastecimento público; NBR 12218:1994 - Projeto de rede de distribuição de água para abastecimento público; NBR 12266:1992 - Projeto de execução de valas para assentamento de tubulação de água, esgoto e drenagem urbana; NBR 12586:1992 - Cadastro de sistema de abastecimento de água - Procedimento. NBR 13211:1994 - Dimensionamento de ancoragens para tubulação. O projeto é um dos elementos fundamentais do processo de planejamento para a implantação de uma obra pública. Nesta etapa é possível identificar as necessidades, estimar custos e escolher a melhor alternativa para o atendimento dos anseios da população. O projeto de engenharia para sistema de abastecimento de água é constituído, essencialmente, de peças gráficas, memoriais, especificações técnicas, orçamento, cronograma físico-financeiro e o laudo hidrogeológico, quando couber. Assim, o projeto de engenharia deverá conter as informações suficientes e necessárias para caracterização da obra, com nível de precisão adequado, assegurando a viabilidade técnica, econômica e ambiental. Licenciamento Ambiental de Sistemas de Abastecimento de Água compreendes as licenças: Licença Prévia (LP), deve ser solicitada na fase de planejamento da atividade, aprovando sua localização e concepção. A LP atesta a viabilidade ambiental do sistema que se quer implantar. Licença de Instalação (LI), deve ser solicitada após a emissão da LP, na fase de detalhamento do projeto e deve atender às solicitações e exigências feitas pelo órgão ambiental na LP, para a fase de LI. Licença de Operação (LO), deve ser solicitada após a implantação do empreendimento, autoriza a operação do empreendimento após a verificação do efetivo cumprimento das exigências solicitadas nas licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental determinadas para a operação.
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