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Schistosoma mansoni e Esquistossomose Denise da Silveira Lemos Giunchetti PL03 Vida livre HELMINTOS Vida livre ou parasitos Parasitos Filo Platelmintos Filo Nematoda Classificação taxonômica do Schistosoma mansoni Filo Platelmintos: simetria bilateral e corpo achatado dorsoventralmente. Classe Trematoda: corpo não segmentado, ventosas como órgão de fixação. Família Schistosomatidae: sexos separados e com dimorfismo sexual. Gênero: Schistosoma Classificação taxonômica do Schistosoma mansoni Esquistossomose japônica ou de Katayama. Schistosoma mansoni Schistosoma japonicum Schistosoma haematobium Espécies Esquistossomose intestinal ou moléstia de Pirajá da Silva “xistose”, “barriga d'água” ou mal do caramujo Esquistossomose vesical ou hematúria do Egito. Organização e Fisiologia do Schistosoma mansoni MACHO - Mede cerca de 0,6 a 1,4 cm. - Possuí cor esbranquiçada e tegumento recoberto de minúsculos projeções. - Possui 2 porções: anterior (ventosas oral e ventral ou acetábulo), e a região posterior (que inicia-se logo após a ventosa ventral, onde encontramos o canal ginecóforo. - Não possuí órgão copulador, mas apresenta massa testiculares que se abrem diretamente no canal ginecóforo. Vo – Ventosa oral Vv - Ventosa ventral C - Ceco ramificado Pg - Poro genital T - Testículos Cg - Canal Ginecóforo - Shisto (fenda) & Soma (sulco)=> presença de extremidades laterais do macho, que se dobram no sentido ventral. Organização e Fisiologia do Schistosoma mansoni - Mede cerca de 1,2 a 1,6 cm. - Possui cor mais escura devido ao ceco com sangue digerido. - Na metade anterior: presença da ventosa oral e o acetábulo. - Presença de vulva e útero (1 ou 2 ovos) e o ovário. - Metade posterior preenchida com glândulas vitelinas e o ceco. Vo – Ventosa oral Vv - Ventosa ventral V -Vulva U - Útero O - Ovo OoT - Ootipo Ov - Ovário Gv - Glândulas vitelinas FÊMEA - Adultos acasalados ficam nas vênulas do plexo hemorroidário superior e ramificações das veias mesentéricas, caminhando contra a corrente sanguínea. - A cópula ocorre pela aproximação dos orifícios genitais masculino e feminino Morfologia do Schistosoma mansoni Casais de S. mansoni - 150 micrometros comprimento X 60 de largura Morfologia dos ovos Schistosoma mansoni Ovos de S. mansoni - Oval e sem opérculo - Espícula presente na parte mais larga e voltado para trás - Ovo maduro: presença de um miracídio visível pela transparência da casca - 500µm - Ventosas oral e ventral - Cauda bifurcada → movimentação - Glândulas de penetração → penetração ativa na pele ou mucosa dos hospedeiros vertebrados. - Forma cilíndrica - 180/60µm - Cílios: movimentação no meio aquático → penetram no caramujo vetor - Extremidade anterior → papila apical (terebratorium) → glândulas de penetração e sacos digestivos Miracídio Morfologia das formas evolutivas do Schistosoma mansoni Cercária Ciclo Biológico – Schistosoma mansoni Strickland et al. (1991) Davis (1996) Fisiologia e desenvolvimento do S. mansoni no hospdedeiro vertebrado Fêmea: 300 ovos por dia Viabilidade : 20 dias no organismo/2 a 5 dias em fezes sólidas / 1 dia em fezes líquidas. Miracídios : viáveis até 10 horas. Cercárias: 1000 a 3000 por dia. Cercária Penetração pela pele e transformação em esquistossomulos. Fígado - Amadurecimento sexual dos machos Acasalamento e amadurecimento sexual das fêmeas Migração - Plexo hemorroidário (Veias do reto, sigmóide e intestino grosso) Coração e Pulmão Podendo viver por 10 anos Importância Epidemilógica: esquistossomose mansoni no mundo Conlon (2005) Presente em mais de 50 países; Segunda doença tropical mais prevalente no mundo; Terceira doença parasitária mais freqüente. Importância Epidemilógica: esquistossomose mansoni no Brasil Coura Amaral, 2004 MA MG ES PA PI GO RJ SP PR SC RS >15: Áreas alta endemicidade 5-15: Áreas média endemicidade <5: Áreas baixa endemicidade Não endêmica Foco ❑ Programas de controle: foco no tratamento quimioterápico apresenta efeitos limitados → em algumas situações, com interrupção do tratamento pelo paciente; Importância do controle da doença no Brasil ❑ Extensa disseminação do hospedeiro intermediário; ❑ Inexistência de uma vacina capaz de prevenir a doença; ❑ Dificuldades na implementação de educação sanitária efetiva, ❑ Abastecimento de água adequado e falta de medidas que impedem a contaminação dos recursos hídricos (Carvalho et al., 1998; Coura & Amaral, 2004; Katz, 1999) Manifestações Clínicas da Esquistossomose Mansoni AGUDA Bogliolo, 1958 ;Gazzinelli et al., 1985; Colley et al., 198’; Bina & Prata, 1983 Infecção pelo S. mansoni CRÔNICA Hepatoesplênica Hepatointestinal Intestinal Dermatite cercariana: 10 - 30 dias após a infecção Sintomatologia variada: mal - estar, febre, náuseas, cefaléia, anorexia Assintomática Início da postura de ovos (40 dias depois da exposição). Diarréia, febre alta, náuseas, cefaléia, sudorese, anorexia, emagrecimento, eosinofilia, leucocitose e hepatoesplenomegalia. Aspectos clínicos da Fase Aguda Pré-Postural OCORRE EM PACIENTES NÃO IMUNES QUE VISITAM ÁREAS ENDÊMICAS • Febre alta prolongada • Calafrio, fraqueza, perda de apetite • Mialgia, artralgia. • Dor abdominal, náuseas, • Vômitos, cefaléia • Tosse seca, diarréia • Leve hepatomegalia Forma Aguda Tóxica Crônica Intestinal - Diarréia - Fígado e baço normais - Cólicas Intestinais - Desconforto abdominal - Eosinofilia Hepatointestinal - Diarréia - Hepatomegalia - Lesões hepáticas discretas - Eosinofilia Hepatoesplênica compensada - Hepatoesplenomegalia - Emagrecimento - Varizes esofagianas - Leucopenia e anemia Hepatoesplênica descompensada - Hepatoesplenomegalia -Varizes esofagianas - Hemorragia digestiva - Hipertensão porta - Insuficiência hepática Pessoa & Barros 1953 Aspectos clínicos da Fase Crônica Circulação colateral na forma clínica hepatoesplênica http://3.bp.blogspot.com/_1fjWfXqbu_c/S1Rx3CJUF8I/AAAAAAAAA2Q/6OsEhAbIVOc/s1600-h/JCFONSECA+PHOTO+1.jpg http://2.bp.blogspot.com/_1fjWfXqbu_c/SQMhvr7mzXI/AAAAAAAAAGY/TYlx_DqxV_w/s1600-h/barriga+acite.jpg Patologia da esquistossomose: Reação Granulomatosa Antígeno s Solúveis LTCD4+ APC LTH1 LTh2 - IL-4 - IL-5 - IL-2 - TNFalfa - IFN gama FígadoPulmão 1) Clínico – Anmenese B) Eclosão de miracídeos: ovos viáveis Diagnóstico da esquistossomose Ausência de ovos no início da infecção Após utilização de medicamentos Infecções leves e nos casos antigos A) Exame de fezes - Método de Kato- Katz - Método de Lutz (HPJ) 2) Métodos parasitológicos C) Biópia retal: controle de cura 3) Métodos imunológicos 4) Métodos bioquímicos – Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). Diagnóstico da esquistossomose E) Técnica de ELISA: IgM-ELISA – fração de verme adulto TCA solúvel. IgG-ELISA – antígenos brutos do verme adulto. A) Intradermorreação B) Fixação do complemento C) Hemaglutinação D) Imunofluorescência Indireta: IgM-IFT – Ags. polissacarídeos do intestino do verme adulto. - Clínico e histórico epidemiológico - Hemograma: leucocitose com neutrofilia/eosinofilia. - Aumento de IgE. - Parasitológico de fezes: Kato-Katz, HPJ (35/60 dias após a infecção) - Biópsia retal - Ultrasonografia abdominal – leve hepatoesplenomegalia, aumento de gânglios linfáticos periportais e peripancreáticos. Diagnóstico da fase aguda da esquistossomose Tratamento da esquistossomose mansoni OXAMNIQUINE - Age sobre as formas adultas. - Dose única (15mg/Kg), via oral. - Crianças com menos de 30Kg, duas doses (20mg/Kg e 10 mg/Kg). - Efeitos colaterais: tonturas, sonolências e cefaléia. Pode causar resistência no parasito Critério de cura: Exame de fezes negativo por mais de 4 meses. PRAZIQUANTEL - Age contra todos os estágios - Dose única (40mg/Kg), via oral. - Infecções pesadas, duas doses (25mg/Kg e 30 mg/Kg após 4 dias). - Efeitos colaterais: Náusea,dor epigástrica, diarréia, urticária, cefaléia, tontura e sonolência. - Saneamento básico inadequado → principal fator para focos de transmissão. -Tratamento dos doentes - Educação sanitária - Obras de engenharia sanitária e agrícola - Combate ao caramujo transmissor Foco de transmissão → características próprias → estratégias de controle tem que levar em conta estas pecularidades. Profilaxia e controle da esquistossomose mansoni • Diminuir as taxas de incidência e prevalência. • Impedir a expansão da doença para áreas indenes. - Lâmina 01: Adulto de S. mansoni Aula Prática PL03 - Lâmina 02: Ovo de S. mansoni - Kato katz - Lâmina 03: Cercarias de S. mansoni - Lâmina 04: Fígado - S. mansoni - Lâmina 05: Intestino de S. mansoni
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