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Teologia Sistemática - AC

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44
Uma Introdução ao Estudo das
Doutrinas Fundamentais
da Fé Cristã
Pr. Alvacyr Costa
TEOLOGIA SISTEMÁTICA
A P R E S E N T A Ç Ã O
Este trabalho foi originalmente preparado para o Curso por Correspondência do Instituto Bíblico Filadélfia, de Astorga, PR, sendo logo adaptado pelo Autor para a "NOSSA REVISTA", da CBC, edição janeiro - março de 1998.
Tendo recebido a incumbência de elaborar uma apostila da disciplina para o Curso por Extensão do Gilgal, voltamo-nos ao trabalho já apresentado, revisando-o completamente, procurando, ao mesmo tempo, ampliá-lo e aprofundá-lo um pouco mais, onde julgamos necessário.
Usamos uma bibliografia bem maior que a citada ao fim desta obra, mas limitamo-nos a citar apenas aquelas das quais transcrevemos trechos, conferindo, assim, os créditos a quem de direito.
Colocamo-nos ao dispor dos que usarão este modesto trabalho, aceitando críticas e sugestões para que o possamos melhorar, com vistas a uma eventual nova composição.
Não escurecemos que existem outras linhas teológicas no meio evangélico, outras interpretações de alguns detalhes. Mas creio que, em linhas gerais, temos a nossa posição denominacional e a compreensão da maioria dos evangélicos.
Este curso é, naturalmente, apenas a base do estudo que é tão amplo. O Aluno deve valer-se dele para uma melhor compreensão do ensino bíblico e, na medida do possível, procurar a bibliografia citada e outras obras confiáveis que boas livrarias evangélicas oferecem. Uma ressalva: Não perca tempo com obras duvidosas. Procure obras de autores e editoras fidedignas. Na dúvida consulte seu Pastor ou mesmo a Direção do Seminário.
Arroio Grande, novembro de 1999.
Alvacyr Costa
INTRODUÇÃO
Sabemos que é necessário crer: Sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11:6). Mas crer é apenas o primeiro passo. A Bíblia diz: ... ajuntem bondade à fé que vocês têm, e à bondade juntem o CONHECIMENTO (II Pe 1.5 - BLH).
Sem o conhecimento o crente não vai longe: Errais não conhecendo as escrituras.... (Mt 22.29). Somos chamados a testemunhar. E não podemos testemunhar com eficiência daquilo que pouco ou mal conhecemos. Pedro ainda adverte: ... Estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós ( I Pe 3:15b).
A TEOLOGIA é a "ciência que estuda Deus". 
TEOLOGIA SISTEMÁTICA é o estudo dos principais temas bíblicos agrupados numa ordem definida, ou, num SISTEMA.
Um sólido conhecimento desta ciência é da maior importância para cada cristão e, principalmente, para aqueles que se interessam em compartilhar a sua fé com os que não conhecem o Senhor. É ainda a base para que se cumpra em nós o que Paulo escreveu a Timóteo:
Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque fazendo isto te salvarás tanto a ti mesmo, como aos que te ouvem (I Tm 4.16).
TERMOS QUE INTERESSAM AO ESTUDO DA TEOLOGIA.
Religião - Culto interno ou externo, prestado à divindade (Figueiredo).
Dogma - Sentença doutrinária. Ponto fundamental e indiscutível duma doutrina religiosa (Aurélio).
Doutrina - É o conjunto de princípios que servem de base a um sistema religioso, político, filosófico ou científico, etc. Ensinamento. Opinião de autores. Pregação (Aurélio).
Teologia - A ciência que estuda Deus.
A Teologia é a ciência que trata da natureza de Deus, e de sua relação com o universo... A Bíblia não sistematiza os seus ensinos, mas a ciência teológica tratas das doutrinas distintivas e persistentes das Escrituras, na ordem lógica ou teológica que se julga mais conveniente... (Crabtree)
Teodicéia - É o conjunto de doutrinas filosóficas que procuram justificar a bondade divinas contra os argumentos produzidos a partir da maldade que predomina no mundo. Trata de refutar doutrinas atéias e/ ou dualistas que se fundamentam nestes argumentos. Em sentido mais lato, é a parte da filosofia que procura demonstrar racionalmente a existência e a natureza de Deus. O termo deriva-se de (Theós), = Deus, e dikeeou (dikaiosynee), justiça.
Cosmogonia - Em termos de Astronomia, Cosmogonia lhe é uma ciência afim, que estuda a origem e a evolução do Universo:  (cosmos), mundo, universo; a soma de todas as coisas, segundo Taylor, e  (gono, semente, geração, segundo Aurélio). 
Ateísmo - Filos. Atitude ou doutrina que dispensa a idéia ou a intuição da divindade, quer do ângulo teórico
(não recorrendo à divindade para se justificar ou fundamentar), quer no ângulo prático(negando que a existência divina tenha qualquer influência na conduta humana) (Aurélio).
 
 O Ateísmo consiste na negação absoluta da idéia de Deus... (Pearlman).
Politeísmo - De , polys, muito(s), e É o culto à diversas divindades. Baseia-se na idéia de que o universo é governado por muitas forças diferentes – por vezes antagônicas - forças estas que se identificam com divindades diversas. O politeísmo caracterizou - e caracteriza - todas as formas de paganismo. Em nossos dias existem fortes indícios de sua volta, com muita força, ao nosso “civilizado” mundo ocidental. Nunca deixou de existir na Índia e em muitas outras partes do mundo, inclusive no interior - nas selvas - do Brasil.
Panteísmo - Derivado o termo de  (pantee, em tudo, etc.), e É o sistema que indentifica Deus com o Universo. Deus é tudo e tudo é Deus. Talvez o maior foco do panteísmo de todos os tempos, e que perdura até hoje, seja a Índia. Mas é outro aspecto do paganismo que se difunde rapidamente no mundo atual. Anos atrás, Moab Caldas, um líder espiritualista, publicou num jornal de Porto Alegre: Nossa irmã, a pedra. A Nova Era, principalmente através dos movimentos ecológicos, vem restaurando, sutil, mas eficiente e rapidamente, tais idéias, que até os cristãos vão assimilando, sem se darem conta. 
Hilozoísmo - E o sistema filosófico dos que sustentam que a matéria tem existência necessária e é dotada de vida (C. de Figueiredo). 
Preconiza que matéria e vida são inseparáveis e, onde houver matéria, ali haverá vida. Diferentes filósofos ensaiaram discussões propondo que haveriam elementos vitais fundamentais. Para Tales de Mileto, o elemento vital seria a água. Para Anaxímenes, seria o ar a origem de todas as coisas. Já Eráclito entendeu que a substância primordial era o fogo, enquanto que para Empédocles eram quatro os elementos fundamentais: Água, fogo, ar e terra. Enquanto isto, Anaxágoras negava estas idéias e ensinava que em tudo existe a semente de todas as coisas. 
E enquanto estes e outros filósofos iam - e vão - tateando em busca da Verdade transcendente mediante os esforços mais ingentes de sua razão, cumpre-se o que está escrito: ... em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato de obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram o glória do Deus incorruptível... e mudaram a verdade de deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém! (Rm 1.21-25). 
Materialismo - É a doutrina ou a convicção que nega qualquer diferença entre a mente e a matéria, entre esta e a vida, o espírito, etc. Afirmam que o pensamento é secreção do cérebro, como a bílis é secreção do fígado. Pensamentos, sentimentos, ilusões, sejam nobres ou vis, no são nada mais do que manifestações da matéria.
Teoria filosófica que só admite como substância a matéria ou a realidade física. Nega a existência de uma alma e um corpo distintos, assim como a existência de Deus e de leis metafísicas. O materialismo psicológico explica a vida e os fenômenos da alma pelo corpo, especialmente pelas funções cerebrais, isto é os fenômenos da vida espiritual são meras formas de atividade do sistema nervoso central (PAPE).
Deísmo - O Deísmo admite que existe Deus, contudo rejeita por completo a sua revelação à Humanidade. Para o Deísmo, Deus não possui atributos morais nem intelectuais, sendo até duvidoso que Ele tenha influído na criação do Universo. Noutras palavras,o Deísmo é a religião natural baseada no raciocínio puramente humano (Raimundo F. de Oliveira).
Teísmo - Diferentemente do Deísmo, o Teísmo admite um Deus pessoal, supremo, criador do universo e do homem, transcendente por natureza, subsistente, inteligente, livre, absolutamente diverso da criação, supremo legislador, que só pode ser conhecido através da Revelação dada por ele mesmo.
Agnosticismo - O agnosticismo, de  (a gnoosis, não saber), é a posição filosófica dos que entendem impossível chegar-se a saber se existe ou não um Deus; se o mundo foi criado; se haverá qualquer retribuição futura ou se existe qualquer coisa além do visível, do tangível.
Posição metodológica pela qual só se aceita como objetivamente verdadeira uma proposição que tenha evidência lógica satisfatória (...)
Gnosticismo - Filosofia falsa que se propagou nos primeiros dois séculos do cristianismo... 
(1) Sua falsa teoria da criação, postulando uma cadeia de emanações, como elos, partindo do Criador, com sua perfeição e espiritualidade e tornando-se menos espiritual e mais imperfeita e mais material, ao passo que se distanciava do primeiro Deus , até que terminou no elo final, o qual é o universo que conhecemos, mesmo com todo o seu mal...
(2) Falsa teoria da superioridade da gnose(conhecimento) em comparação com a fé...
(3) ... teoria de a verdadeira filosofia constituir-se de um conjunto de dogmas, de crenças cristãs, de origem oriental, judaicas ou da mágica...
(4) Sua falsa teoria da divindade de Cristo, da qual havia duas escolas: (a) a dos docéticos, ensinando que subsistia a vida terrestre de Jesus... só na aparência...; e (b) a de Cerinto, ensinando que Jesus nascera dos pais José e Maria, e que depois de seu batismo um Cristo divino descera sobre ele e o abandonara durante a crucificação, teoria essa que em ambas as formas negava a encarnação de Deus em seu Filho Jesus;
(5) Sua falsa teoria da vida moral baseia-se não no caráter de Deus, mas no critério do homem, teoria essa que resultava na prática, por uns, de ascetismo e, por outros, de licenciosidade (Conciso Dicionário Bíblico).
O trecho acima, extraído da referida antiga obra, se refere a manifestações antigas do gnostiticismo. Porém a mais perigosa realidade é que o mesmo está de volta, e com força total, nos ensinamentos já aludidos da Nova Era, que estão permeando incontrolavelmente, praticamente todas as áreas da atividade humana
Animismo - É a tendência de considerar-se todos os seres da natureza como dotados de vida e capazes de agir conforme uma finalidade. (...) 
O Prof. E. B. Tylor rebuscou o termo em antigas concepções, familiares e caras aos filósofos do passado, na acepção extensa de uma filosofia primitiva geral, onde para a mente do selvagem, almas e espíritos animam todas as coisas, vivas e inertes, que há no universo. (...)
Aí está mais um aspecto do velho e constante paganismo. Se as árvores, os rios, as estrelas possuem almas(do Latim: anima) estas almas, entidades espirituais, acabam, no conceito dos pagãos, se tornado em divindades. Eu não me admiraria se, a qualquer destes dias, “baixasse” por aí um espírito, a alma, de uma baleia azul... ou de um cavalo marinho... 
Ascetismo - Deriva-se de “asceta” - do Grego o que se exercita (espiritualmente). Aurélio dá que ascetismo é a doutrina que considera a ascese como o essencial da vida moral; moral que desvaloriza os aspectos sensíveis e corpóreos do homem. 
Paulo escreveu : O exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa...(1 Tm 4.8). No verso anterior mandara: Exercita-te ... em piedade. Também testemunhou: Subjugo meu corpo e o reduzo à servidão... para que eu mesmo não venha a ficar reprovado (1 Co 9.27). Mas estes aspectos de uma sã piedade veio a degenerar no ascetismo doentio(ou quase) dos monges medievais, o que acabou atribuindo méritos à obras, em detrimento da fé.
Ceticismo - É a doutrina filosófica que reconhece na dúvida a atitude do sábio e proclama a renúncia de qualquer certeza para atingir a verdade absoluta . (...)
Pirro, (360-270 a. C.), que é tido como o introdutor do ceticismo, emprestou-lhe posteriormente o nome: Pirronismo. Hegel estabelece: 
A forma antiga, onde a dúvida recai sobre realidade dos dados da sensação, e a forma moderna, que consiste em considerar como reais os dados dos sentidos mas duvidar da existência de Deus. (...)
Ecletismo - É o método que consiste em reunir teses de sistemas diversos, ora simplesmente justapondo-as, 
ora chegando a reuni-las em uma unidade superior, nova e criadora. Posição intelectual ou moral caracterizada pela escolha, entre diversas formas de conduta ou opinião, das que parecem melhores, sem observância de uma linha rígida de pensamento. (Aurélio)
Na filosofia moderna é o nome atribuído à escola de Vítor Cousin , que recomenda julgar com equidade e benevolência a todas as escolas, aproveitando o que lhes afigurasse verdadeiro e ignorando o falso.
Na prática, a idéia, o pensamento eclético, é mais generalizado do que parece: Todas as religiões são boas! Vamos selecionar o melhor de cada uma! Um ecletismo menos seletivo e mais abrangente redundou no sincretismo afro-romano-ameríndio, além de outros.
Espiritualismo - Doutrina que admite, quer quanto aos fenômenos naturais, quer quanto aos valores morais, a independência e o primado do espírito com relação às condições materiais, afirmando que os primeiros constituem manifestações de formas anímicas ou vitais, e os segundos criações de um ser superior ou de um poder natural e eterno, inerente ao homem. (Aurélio).
É, ou são, os fundamentos opostos aos do Materialismo.
Humanismo - Cândido de Figueiredo o define como deificação da humanidade, 
É uma doutrina filosófica e um movimento cultural que admite explicação racional para tudo o que existe e trata de colocar o homem como centro de todas as coisas.
Surgiu na Europa renascentista, quando a Igreja(católica) e o Estado entraram em crise. Enquanto aquela radicalizava em sua posição mística-dogmática, fechada para qualquer movimento ou pensamento que lhe causasse insegurança, o racionalismo foi se firmando, apoiado em contradições reais ou imaginárias defendidas pela igreja, o que acabou levando os pensadores a abominarem a metafísica e a teologia, sendo que esta era, até então, considerada a rainha de todas as ciências. 
... o racionalismo epistemológico... desdenha do conhecimento sensorial, assim também o racionalismo ético prejudica a vontade e as potências emocionais. Conforme ele, somente o conhecimento e a ciência do bem são decisivos para comportamento moral. (PAPE).
Pietismo - Movimento de intensificação da fé, nascido da Igreja Luterana Alemã, no Século XVII. 
Movimento que teve sua origem em Philipp Jakob Spener, seguido por August Herrmann Francke, a partir de l660. Spener, que foi um dos mais importantes pregadores de sua época, entendia que a Palavra de Deus precisava ser mais divulgada, conhecida e, principalmente, praticada. O viver do cristão tinha de ser santo e alicerçado nas Escrituras.
Depois da morte de Lutero, e durante o século seguinte, houve muitas contendas afim de obter-se uniformidade no ritual da Igreja Luterana... o fanatismo dos padres luteranos pelo seu ritual e pormenores de doutrinas sem importância prejudicou a espiritualidade da Igreja. Depressa a Igreja Luterana entrou no estado descrito na carta a Sardes: Tens nome de que vives e estás morto (Ap 3.1). 
De vez em quando Deus levantava testemunhas... Uma destas foi Jacó Spener, um fiel pregador... A alcunha “pietistas” (piedosos) foi dada a estas testemunhas, porque pregavam contra os prazeres mundanos e levianos, e praticavam o que pregavam... (Knight & Anglin).
 Os frutos abençoados deste movimento venceram tempos, e entre estes frutos conta-se a influência exercida sobre o Conde Zinzendorf e, por, extensão e conseqüência, sobre os irmãos morávios, que tanta glória trouxerampara o Evangelho e para a causa missionária. 
A BÍBLIA (BIBLIOLOGIA)
Embora a Bibliologia constitua um estudo à parte, é o primeiro passo no estudo da Teologia Sistemática. Ë da maior importância firmarmos nossa absoluta convicção no fato de que a Bíblia é a infalível e inerrante palavra de Deus, pois ela e o alicerce de nossa fé. Se não estabelecermos um alicerce inabalável não teremos uma construção confiável nem duradoura.
A - O LIVRO - Inicialmente analisaremos o aspecto "físico", externo, da Bíblia, examinando-a como um simples livro.
O nome "Bíblia" é grego e significa LIVROS (plural de biblion, livro). 
Realmente a Bíblia é composta de 66 livros, divididos em duas seções: O velho (ou, Antigo) Testamento e o Novo Testamento, com respectivamente, 39 e 27 livros. Cerca de quarenta autores humanos foram usados por Deus para, inspiradamente, escreverem esta obra durante mais de 1.500 anos.
a. Bíblias falsas - Não conhecemos o que se possa, com propriedade, classificar-se como "Bíblia falsa". Existem muitas traduções, certamente algumas inferiores a outras, algumas vertidas das línguas originais, outras feitas a partir de versões em outras línguas. Mas todas elas têm servido de benção e levam muitas almas à salvação e ao conhecimento do Senhor Jesus Cristo.
Alistaríamos aqui as duas principais diferenças entre as bíblias.
as duas principais diferenças entre as Bíblias :
1. Edições católico-romanas da Bíblia: 
Esta tem como principal diferença a inclusão de sete livros que foram acrescentados pela Igreja Católica, por decisão do Concílio de Trento , realizado durante os anos de 1545 a 1563. Estes livros são: Tobias, Judite, 1º e 2º Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruque. Há ainda pequenos acréscimos em Ester e Daniel. Os evangélicos não aceitam estes adendos, considerando-os apócrifos, isto é, não inspirados, entre outras razões por não constarem na Bíblia Hebraica, que foi usada pelo Senhor Jesus e pelos Apóstolos. Para os católicos, tais livros são “deutero-canônicos”, que significa “canonizados numa segunda etapa”.
2. A edição da “Torre de Vigia”:
Esta versão, que não diríamos “falsa”, mas tendenciosa, foi elaborada pelos “testemunhas de Jeová”, para atender a interesses de suas doutrinas.
B. A PALAVRA DE DEUS - A Bíblia Sagrada é o registro inspirado da Palavra de Deus. O que nela se encontra é o que o Senhor Deus, mediante a inspiração do Espírito Santo, determinou que fosse escrito para nosso conhecimento (veja: II Pe 1.21; II Tm 3.16; Rm 15.4)
a. Necessidade de uma revelação escrita - Embora "os céus manifestem a glória de Deus e o firmamento anuncie a obra de suas mãos" (Sl 19.1) e ainda que a Criação revele a existência e o infinito poder de um Criador, nada disso revela com precisão o caráter e a pessoa desse criador. Para que o conhecêssemos, era absolutamente necessária uma REVELAÇÃO que o tornasse conhecido e acessível ao ser humano. Essa REVELAÇÃO deveria ter uma forma permanente, que não sofresse alterações à medida que fosse transmitida de geração em geração e de um povo a outro povo. Eis porque o Senhor determinou que fosse escrita.
b. Evidências da inspiração divina das Escrituras - As provas evidenciais de que as escrituras são inspiradas por Deus, revelando sua palavra eterna, são incontáveis e as encontramos ao longo da vida e ao largo da leitura e do estudo da mesma Bíblia. Consideremos as que seguem:
1. A Bíblia se declara palavra de Deus - Além dos textos já citados, mais de 2.500 outras vezes lemos: " - Assim diz o Senhor ... ", ou expressão equivalente. Vários escritores confessam: " O Senhor me disse: Escreve!".
2. Seus escritores são fidedignos - Moisés, Isaías, Daniel, João, Pedro e cerca de trinta outros foram homens de expor suas vidas pela verdade, e eles afirmam ter recebido de Deus suas mensagens e revelações (Ap 1. 9-11).
3. Unidade humanamente impossível - Seus autores humanos são quase quarenta e escreveram em épocas, situações, lugares e condições os mais diversos, durante quase 16 séculos (de cerca de 1.500 a. C. até 100 AD). No entanto, a concisão e a unidade da Bíblia são admiráveis.
Há céticos que alegam contradições. Estas, porém, são aparentes e explicáveis no contexto das Escrituras.
4. Objetivo único - Complementando o parágrafo acima, percebe-se, na divina palavra, um escopo único, um objetivo comum, que é a salvação do homem, mediante sua conversão a Deus. Uma única mente a idealizou e inspirou (literalmente: soprou) os autores humanos.
5. Seu cumprimento é incontestável - O nascimento de Cristo fora predito havia uns 4.000 anos (Gn 3.15). Durante aqueles quatro milênios, pormenores de toda ordem foram acrescentados pelos profetas, até que o TEMPO EXATO chegou (Gl 4.4). Então as profecias se cumpriram em seus mínimos detalhes. Por exemplo:
 
5.a) O Messias (Cristo) seria da tribo de Judá (Gn 49.10; Mt 2.1);
 5.b) Descendente de Davi (II Sm 7.16). Isto se cumpriu tanto legal, como naturalmente, vez que, tanto José, seu padrasto, como Maria, sua mãe eram descendentes de Davi. José por meio de Salomão - aspecto legal ( Mt 1.1-16). Maria era filha de Davi através de Natã - aspecto natural, ou carnal (Lc 3.23-31; Rm 1.3);
5.c) Nasceria de uma virgem ( Is 7.14; Mt 1.18; Lc 1.36-38);
5.d) Nasceria em Belém (Mq 5.2; Lc 2.11);
5.e) Deveria descer ao Egito (Os 11.1; Mt 2.15);
 5.f) Iluminaria, com sua presença e sua mensagem a entenebrecida Galiléia (Is 9.1-2; Mt 4. 13-16).
 5.g) Curaria enfermos e libertaria oprimidos, etc. (Is 61.1-3; Mt 8.16, 17; Lc 4.18-31).
Leia Mateus com atenção, cotejando-o com o Velho testamento e verás como se cumpriu o que fora predito, tanto antes como depois do nascimento de Jesus.
Mesmo hoje as profecias continuam a se cumprir. Além dos sinais do fim que sempre se acentuam, como o crescimento da ciência e da iniquidade, apostasia, depravação generalizada, guerras, terremotos, etc., tenho que um dos mais impressionantes exemplos é a retomada de Jerusalém pelos judeus na ''Guerra dos seis dias", em 1967. Na ocasião, o mundo inteiro temia por Israel, pois tudo indicava que seu extermínio era iminente e certo (Veja: Lc 21.24; Is 35.10; 43.6).
Finalmente - entre o tanto que se teria a dizer - cremos que a Bíblia é a inspirada palavra de Deus pela poderosa transformação que exerce na vida dos que, de coração, aceitam sua mensagem.
Nessa Palavra bendita é que se fundamentam as doutrina que estudaremos a seguir.
TEOLOGIA
(A DOUTRINA DE DEUS)
"A doutrina que a primeira frase da Bíblia revela é que há UM DEUS, O CRIADOR de todas as coisas (Gn 1.1). A crença nessa doutrina é o principio primeiro e fundamental da toda a religião verdadeira e exige, portanto, nossa primeira consideração.
Os escritores inspirados aceitam esta doutrina como uma verdade conhecida. Por isso eles não se preocupam em dar nenhuma prova formal dela" (Binney).
"A Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse, revela um Deus vivo, santo, amoroso, de olhos abertos, ouvidos atentos e braços estendidos em benefício do gênero humano" (R. de Oliveira). 
A Bíblia não tenta provar a existência de Deus, nem este curso pretende faze-lo. Partimos da certeza de que Deus existe e procuraremos conhecer alguma coisa a seu respeito, segundo, dados que a Bíblia nos fornece.
A - O DEUS DA BÍBLIA -
"Deus é espirito" (Jo 4.24). Ele "habita na eternidade" (Is 57.15), "na luz inacessível, a quem nenhum dos homens viu e nem pode ver" ( l Tm 6.16).
No Antigo Testamento Deus se apresentou a Moisés como "Jeová" (ou, Javé), isto é, "Eu sou aquele que Sou" (Ex 3.14, 15).
Embora não se possa definir Aquele que, por sua natureza é indefinível, podemos conhecer alguns de seus atributos.
"Atributos são as diversas qualidades ou perfeições da natureza divina, ou as diferentes partes de seu caráter. São chamados atributos porque Deus os atribui a Si, e perfeições porque são as diferentes representações daquela uma perfeição que é Ele próprio" (Binney). 
B - ATRIBUTOS NATURAIS DE DEUS - Referem-se ànatureza ou substância divina.
a. Unidade -"Um só Deus e pai de todos, o qual é sobre todos e por todos e em todos" (Ef 4.6). O cerne inabalável da doutrina revelada a Israel é: "Ouve, ó Israel, Jeová nosso Deus é o único Senhor" (Dt 6.4). "Eu sou o Senhor (Jeová) e não há outro; fora de mim não há Deus" (Is 45.5)
b. Espiritualidade - "Deus é Espirito" (Jo 4.24) e, como já exposto, ninguém jamais o viu (I Tm 6.16; Dt 4.15). Aqui temos a razão primeira para evitar e combater a IDOLATRIA. "Não farás para ti nenhuma imagem ... " (Ex 20.4,5).
c. Eternidade - Significa que Deus sempre existiu. A Bíblia na Linguagem de Hoje traduziu "Jeová" como "o Eterno". Leia os Salmos 90.2; 102. 24,27; Isaías 41.4; 57.15; I Tm 1.17; Hb 1.12; Ap 1.4,8.
d. Imutabilidade - "Nele não há mudança nem sombra de variação" (Tg 1.17). "Eu, o Senhor não mudo" (Ml 3.6). Significa que o Eterno não muda quanto à sua natureza, Seu caráter, Seu propósito. Isto não quer dizer que não possa mudar algum de seus planos, dependendo da reação do homem. Veja que Ele havia decidido punir Nínive por suas maldades, mas acabou perdoando-a devido o total arrependimento de seu rei e de sua população (leia todo o livro de Jonas; ver ainda Rm 2:2-11; 4. 20,21; l Ts 5.24).
e. Onipresença - Devido à essência de seu ser, Deus está em toda a parte (leia o Salmo 139).
f. Onisciência - Nada se furta ao seu conhecimento (2 Cr 16.9; Jó 34. 21,22; Sl 147.5; Jo 21.17; At 1.24; 5.1-11).
g. Onipotência - Possui todo o poder (Gn 17.1; Lc 1.37; Ap 1.8; Ap 11.17; !9.6).
C - ATRIBUTOS MORAIS - São as perfeições do seu divino caráter, algumas das quais apresentaremos a seguir, de maneira bem sucinta e cujas referências o Aluno deverá examinar atentamente.
a. Sabedoria - Sl 104; Pv 3.19; Jr 10.12; Rm 11.33; l Co 1.25.
b. Bondade - Sl 25.8; 145.9; Na 1.7; Mt 5.45; At 14.17.
c. Santidade - Êx 15.11; Lv 11.44,45; Lc 1.49; l Pe 1.15,16.
d. Justiça - Is 11.3; Sl51.14; l Jo 1.9; Hb 6.10; Ap 16.5,6.
f. Misericórdia - Êx 34.6,8; Nm 14.18; Dt 4.31; Sl 103.8-14; Sl 136; Lc 1.78; Tt 3.5 Tg 5.11; 1Pe 1.3.
g. Verdade - Nm 23.19; Dt 32.4; Sl 100.5; Sl 146.6; Is 25.1; 2 Tm 9.13; Mt. 1.3; Ap 15.3.
D - O DEUS TRINO -
"Estamos tentando explicar a vida íntima do Deus Todo-Poderoso. A doutrina da TRINDADE é claramente uma doutrina revelada e não pode ser uma doutrina concebida pela razão humana. De que maneira poderíamos aprender acerca da natureza íntima da divindade a não ser pela revelação? (I Co 2.16). É verdade que a palavra "trindade" não aparece no novo testamento; é uma expressão teológica que surgiu no segundo século para descrever a divindade. Mas o planeta Júpiter já existia antes de receber este nome e a doutrina da trindade encontra-se na Bíblia antes de receber a terminologia - Trindade" (Pearlman).
Os seguintes textos têm implícita, em sua forma plural, a idéia da Trindade (leia com atenção): Gn 1.26; 3.22; 11.7; Is 6.8.
Já no Novo Testamento a doutrina é mais aberta: Mt 3.!6,17; 28.19; Co 12.4-6; 2Co 13.14; Ef 4.4-6; l Pe 1.2; l Jo 5.7.
Mais correto seria dizer-se TRI-UNIDADE, pois a unidade divina é uma UNIDADE COMPOSTA. Todos conhecem unidade compostas que , penso, podem servir de analogia: A mão é uma só, mas possui cinco dedos. Sem qualquer deles é incompleta; um, ou todos os dedos dispersos, não são a mão. Temos dois lábios, mas uma boca; nenhum dos lábios, isoladamente é a boca. Piso, ou teto, ou paredes, isolados, não constituem uma casa. Um triângulo tem três lados. Se faltar um não é mais triângulo!
a . "Há um só Deus ... " - Nem o cristão nem o judeu - e nem o muçulmano - abrem mão desta crença (Dt 6.5; 1 Tm 2.15; Ef 4.4-6).
b. Mas Jesus Cristo é identificado como Deus -
1. Por si mesmo - Jo 5.18,23; 10.30; 14.9-11.
2. Pelo Pai - Compare Zc 11.12, com Mt 26.15. Ainda Hb 1.8; Sl 45.6,7.
3. Pelo Espírito Santo - Jo 1.1. Neste texto, escrito por João, é o próprio Espírito Santo, inspirador, quem declara: " ... e o verbo ERA DEUS"!
c. Também o Espírito Santo é identificado como Deus -
1. Compare -Jr 31.31-33 e Hb 8.8-10, com Hb 10.15,16. Primeiro Deus diz ELE fará o concerto. Depois se afirma que quem o fará será o Espírito Santo.
2. O Espírito Santo é o Espírito de Deus - Gn 1,2; Is 61.1; Mt 10.20.
3. O Espirito Santo é o Espírito de Cristo - II Pe 1.21; I Pe 10.11; At 16.6,7.
d. As três pessoas estão associadas - 
1. No velho Testamento, entre outros, implícitos nas formas plurais, como já visto.
2. No Novo Testamento , também entre outros.
2.a) No batismo de Jesus - Mt 3.16,17.
2.b) Na fórmula batismal - Mt 28.19;
2.c) Na bênção apostólica - 2 Co 13.13;
2.d) Na declaração de João - l Jo 5.7 (ERC), embora este texto não apareça em todas as versões, pelo fato de não constar de alguns manuscritos antigos.
Esta doutrina, que sobressai na Bíblia inteira, é grande demais para caber num recipiente tão limitado como a nossa mente. "O homem natural não entende as coisas de Deus ... " É aqui que entra o sobrenatural, quando o Espírito Santo traz aos fiéis a REVELAÇÃO das coisas que transcendem a nossa capacidade natural.
CRISTOLOGIA
 (A DOUTRINA DE CRISTO)
"Que homem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?" (Mt 8:27).
Sem dúvida, uma das datas mais assinaladas no mundo é a do nascimento de Jesus. Outras foram as de sua morte e de sua ressurreição. Para o nascimento deste Homem moveram-se os céus e a terra.
O "dono do mundo" da época, o César romano, decretou um recenseamento geral, que obrigava os súditos do Império a se locomoveram de onde estivessem para irem a seus lugares de origem. Não fora isso, Jesus teria nascido em Nazaré da Galiléia e a profecia de que nasceria em Belém da Judéia não se cumpriria (Lc 1.26; Mq 5.2; Lc 2.3-6).
Um dos maiores seres angelicais, Gabriel, foi enviado à terra, trazendo mensagens especiais a pessoas escolhidas (Lc 1.19,26). Por ocasião de seu nascimento "uma multidão dos exércitos celestiais" foi posta em forma para a maior proclamação jamais ouvida (Lc 2.9-14). 
Afinal, que Homem era Aquele?
A - ERA O FILHO DE DEUS -
"O Senhor me disse: Tu és meu filho; eu hoje te gerei" (Sl 2.7). 
Maria ficou estarrecida com a convocação celestial para ser mãe do tão esperado Messias de Israel: "Como se fará isto, visto que não conheço varão?" A resposta foi: "Descerá sobre ti o Espirito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo que de ti há de nascer, será chamado filho de Deus" (Lc 1.35.)
Paulo ensina que Ele "foi declarado filho de Deus em poder, segundo o Espirito de Santificação, pela ressurreição dentre os mortos" (Rm 1.4), e os homens reconheceram este fato durante sua vida, por causa de suas obras (Mt 14.32,33; 16.15,16) e, na sua morte, pelo protesto da natureza (Mt 27.51-54). Até os demônios, apavorados, confessavam sua subordinação ao Senhor (Mt 8:29).
Bem aventurado aquele que, pela ação do Espirito Santo confessa, como Pedro de todo o coração: "Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo!" (Mt 16,16,17).
B - ERA VERDADEIRO HOMEM - O motivo de Sua vinda era a salvação do homem, que pecara e se fizera irremediavelmente condenado à morte. Somente um outro homem sem pecado poderia efetuar a expiação da alma perdida. Esse homem foi Jesus, verdadeiramente humano: 'Nascido de mulher' (Gl 4,4), 'nascido segundo a carne" (At 2.30; Rm 1.3), demonstrou todas as características de qualquer ser humano: 
a . "E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens" (Lc 2.52). 
b. Sentiu fome e sede - Mt 4.2; Jo 4.7; 19.28.
c. Sentiu fadiga e sono - Jo 4.6; Lc 8.23.
d. Sofreu tentação duríssima (Mt 3.1-11) em todas as coisas (Hb 4.15).
e. Participou de todas as emoções humanas:
1. Alegria - Lc 10.21;
2. Tristeza, angustia e agonia - Mt 26.37,38; Lc 22.44.
3. Indignação e compaixão - Mc 3.5; 1.40,
4. Chorou (Jo 11:35) e morreu.
C - FOI O HOMEM PERFEITO - Nosso bendito Senhor Jesus foi homem que o Senhor Deus planejara; foi o homem que Adão deveria ter sido e o modelo do homem que nós deveríamos ser.
Conquantotenha sido tentado em todas as coisas, em nada pecou - Hb 4.15 
a. Seu juiz (Pilatos) não viu motivos para condena-lo - Jo 19.4; Mt 27.24. 
b. Seus acusadores tiveram que forjar acusações para incriminá-lo - Mc 14.55,56.
c. Seus amigos mais chegados, que conviveram com Ele na intimidade, tiveram que confessar: "Nunca cometeu pecado, nem na sua boca se achou pecado" - l Pe 2.22.
d. E a Escritura arremata: "Porque nos convinha tal sumo - sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus... perfeito para sempre" (Hb 7.26-28).
D - ERA O PRÓPRIO DEUS ETERNO EM FORMA DE HOMEM -
a . As escrituras sagradas o identificam com o pai:
1. "Chama-lo-ão pelo nome de Emanuel, que quer dizer Deus conosco" - Mt 1.23.
2. "Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo" - l Co 5.19.
3. "Porque nele habitava corporalmente toda a plenitude da divindade" - Cl 5.4.
4. "No principio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus" - Jo 1.1.
b. Ele mesmo se identificou com o Pai -
1. "Saí do pai, e vim ao mundo, outra vez deixo o mundo e vou para o Pai" - Jo 16.28.
2. "Eu e o Pai somos um" - Jo 10.30.
3. 'Quem me vê a mim, vê o pai... crede que estou no pai e que o pai está em mim.... ao menos por causa das mesmas obras" - Jo 14.9-11.
c. As virtudes do pai lhe são atribuídas:
1. Eternidade - Is 9.6; Mq 5.2; Jo 1.1; 8.58; Gl 1.17; Hb7.3; 13.8 Ap 1.8.
2. Onipresença - Mt 18.20; 20.28.
3. Onisciência - Mt 9.4; Mc 2.8; Jo 2.24, 25; 6.6; 16.30; 21.17. Parece que o único conhecimento que lhe foi vedado durante os dias de sua carne foi o de saber o dia do fim - Mt 24.36.
4. Onipotência Is 9.6; Mt 28.18; Rm 9.5; Ef 1.20,21.
d. Outros fatos identificadores - O Senhor Jesus ainda se identifica com o Pai revelando poder criador (Jo 1.3; 10; Cl 1.16), perdoando pecados (Mc 2.5-7), ressuscitando mortos (Jo 5.21); recebendo adoração (Mt 8.2; 10 20.28) até dos anjos (Hb 1.6).
E - É O ÚNICO SALVADOR -
"E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo dos céus nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" - At 4.12.
a . Havendo o homem se perdido, ninguém houve ou haverá capaz e o salvar (Sl 49.7,8), a não ser Deus (Sl 3.8; Is 43.11; Jr 3.23; Jn 2.9b; Ap 10.12).
Se 'todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23), como poderia Deus justificar ao pecador se Ele mesmo decretara: "A alma que pecar, essa morrerá?" (Ez 18.4,20).
b. O único meio de Deus permanecer justo e, ao mesmo tempo justificar o ímpio (Rm 3,26), seria encontrar um justo que não tivesse dívidas para com Deus (pecado) e que, assim, pudesse oferecer sua vida inocente, para resgate dos contaminados pecadores. Mas não havia nenhum! (Sl 14.2,3; Rm3.10-20).
c. Então acontece o maior paradoxo do universo: O Criador assume a forma da criatura e o Deus Eterno se fez homem mortal, na Pessoa de seu Filho que, nascendo e vivendo entre nós sem se contaminar, nasce e vive sem pecado, portanto em condição de apresentar sua vida no Altar de Deus, em substituição aos miseráveis pecadores (Hb 9.28a).
d. É interessante notar que embora nascendo e vivendo sem pecado, nosso Senhor não morreu sem pecado! Morte sem pecado parece-me uma impossibilidade! Ele morreu com o nosso pecado sobre Ele (Rm 6.23; 5.15,19; Tg 1.15).
Morto Jesus, o sacrifício perfeito, o "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29), está desfeito - PARA TODO AQUELE QUE CRÊ - a triste herança da morte eterna, legada por Adão a seus descendentes (l Co 15.22).
e. Jesus ressuscitado é aquele que pode apresentar-se no Tribunal do juízo eterno e, triunfante, proclamar: "O resgate destes que crêem em mim está pago. Para redimi-los derramei o meu sangue, dei a minha vida. Agora eles me pertencem e viverão para mim" (2 Co 5.14-16).
F- SUA MORTE E SUA RESSURREIÇÃO 
"O filho do homem não veio para ser servido mas para servir e dar sua vida em resgate..." (Mc 10.45).
a. Sua Morte - O senhor Jesus veio para morrer em substituição a nós. Embora sua vida não lhe pudesse ser tirada - Ela espontaneamente a deu (compare Jo 10.17,18 com Lc 23.47 e Jo 19.30). Sua morte foi uma realidade (Mc 15.44,45, Jo 19.33,34.
b. Sua ressurreição - "Vós o matastes pelas mãos dos injustos; ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse se retido por ela" (At2. 23,24). Se Ele não houvesse ressuscitado a morte teria vencido. "E se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação e é também vã a vossa fé.... e ainda permaneceis nos vossos pecados.... mas agora Cristo Ressuscitou e foi feito as primícias dos que dorme ..." (l Co 15.14,20). 
1- A versão dos inimigos - Mateus informa que os guardas foram subornados para dizerem que enquanto dormiam, os discípulos roubaram o corpo do Senhor.
Mas, em primeiro lugar, jamais um guarda romano dormiria em serviço. Se cometesse esta falha seria punido com a morte (At 12.19). Muito menos dá para imaginar que uma escolta inteira dormisse a um tempo. E, se estivessem dormindo, como saberiam que foram os medrosos discípulos os autores da façanha? Por outro lado, para que lhes serviria um cadáver? Se tendo leve esperança da sua ressurreição já estavam desesperados (Lc 24.21), como não ficariam se tivessem certeza de seu apodrecimento no túmulo ou fora dele?
2- Provas da ressurreição -
 2.1. Em primeiro lugar temos o que se costuma chamar “o túmulo vazio”. Segundo longa e profunda explanação de W.C. Taylor, que cita os mais abalizados autores, o túmulo NÃO ESTAVA VAZIO! Ali se encontravam os lençóis em que fora embalsamado, numa posição que deixava supor que o cadáver ainda estivesse dentro deles, o que indicaria que o Senhor saíra de dentro da mortalha da mesma maneira que se apresentara dentro da sala fechada onde encontraria os discípulos na tarde daquele dia (Lc 24.12; Jo 20.6-9).
2.2. Suas aparições – nada fantasmagóricas! – aos apóstolos. Desafiando a incredulidade de Tomé, diz: “Põe aqui teu dedo, é vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e mete-a no meu lado...” (Jo 20.27).
Mais tarde, apresentando-se a alguns deles na praia, argumenta: “Vede as minhas mãos e os meus pés... um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho... e comeu diante deles.”(Jo 21.37-43).
2.3 - O Pentecostes - Sobre o convite de Jesus, no grande "último dia da festa", João adverte: "O Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado" (Jo 7.39). No pentecostes, porém lemos que Jesus, "Exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do pai a promessa do Espirito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis" (At 2.33). Cumpria-se assim o que Jesus predissera: "Se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas se eu for, eu O enviarei" (Jo 16.7).
2.4 - Sua aparição posterior - Paulo confessa: "E vi aquele que me dizia..." At 22.18. Escrevendo aos Coríntios (15.5-8), o mesmo apóstolo afirmaria: "(Jesus ressuscitado) foi visto por Cefas e depois pelos doze. Depois foi visto, uma só vez por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte..." (Notemos que aqui Paulo apela para o testemunho de pessoas que estavam vivas e poderiam ser chamadas a depor). Pode-se até pensar que o meticuloso historiador Lucas tenha procurado alguns destes (Lc 1.1-4). E Paulo conclui: "Depois foi visto por Tiago... e por derradeiro de todos me apareceu também a mim ...." (l Co 15.5-8).
2.5 - Suas aparições na História e na atualidade - Ele tem continuando a salvar pecadores, encher do Espirito Santo os que a Ele se submetem, orientando, eventualmente, seus servos. Estas experiências dir-se-iam subjetivas. Mas tem havido as mais estupendas respostas de oração aos que exercitam a fé, tudo indicando que Ele vive.
G - NÃO SE DESLIGOU DESTE MUNDO -
"Mas o seu serviço continua ali; poderá valer-nos, entretanto aqui ..." (C.C. 67).
a . No céu, onde se encontra, intercede por nós - Hb 7.25; Rm 8.34; l Tm 2.5; l Jo 2.1.
b. Segundo sua promessa, foi nos preparar lugar - Jo 14.2; 13.33,36.
c. Ainda que estejano céu, não nos abandonou à nossa própria sorte: "Estou convosco todos os dias..." (Mt 28.20). "Aquele que me ama será amado de meu pai e eu o amarei e me manifestarei a ele... e faremos nele morada" (Jo 14.21-23).
H - ELE VOLTARÁ - Mais de trezentas vezes o novo testamento afirma que Ele voltará a este mundo.
a . Ele mesmo o afirmou - Virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo" (Jo 14.3). 
b. Na sua ascensão, os anjos o confirmaram - "Varões galileus, porque estais olhando para o céu? Esse mesmo Jesus voltará.... "(At 1.11).
c. Fatos relacionados com sua volta -
c.1 - Será algo repentino e, para a maioria, inesperado - Mt 24.44; Lc 17.24.
c.2 - "Os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro" - e, ato continuo, os fiéis que estiverem vivos serão instantaneamente transformados. 
c.3 - "Seremos arrebatados juntamente com eles (os mortos ressurretos) nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor" (l Ts 4.15-17).
Toda glória que se possa imaginar está ligada a volta do senhor para completar sua obra redentora. Mas isto, mais do que ao estudo da pessoa do salvador, pertence ao estudo da ESCATOLOGIA, que é outra disciplina deste curso.
PNEUMATOLOGIA
(A Doutrina do Espírito Santo)
Chama-se "Pneumatologia" - ou "Paracletologia" - a doutrina do Espirito Santo, termos derivados de "pneuma" = espírito, e "parákletos", usados pelo Senhor Jesus em João 14 e 16, que foi traduzido por Almeida como "Consolador".
Não é fácil - nem mesmo é possível - entendermos em profundidade o Espírito Santo. Pois, como já vimos, sendo Ele Deus, não pode ser apreendido por nossa mente finita, extremamente limitada. Mas podemos alcançar um pouco do que nos é revelado, se considerarmos alguns dos
A - NOMES ATRIBUÍDOS AO ESPÍRITO SANTO -
a . Espírito santo - Sl 51.11; Ef 1.13; 4.30.
b. Espírito Eterno - Hb 9.14.
d. Deus - At 5.3,4.
e. Espirito de Deus - Gn 1.2.
f. Espírito de Cristo (ou de Jesus) - l Pe 1.11.
g. Espírito de Adoção - Rm 8.15.
h. Espírito de Vida - Rm 8.2.
B - O ESPIRITO SANTO É UMA PESSOA - Embora simbolizado e tipificado por muitos fenômenos, como: fogo (Is 4.4; At 2.3), vento (At 2.2; Jo 3.8; Ez 37.9,10,14), azeite (Is 61.1), etc., o Divino Espirito Santo não é nenhum destes elementos, nem mesmo significa mera "força ativa de Jeová", como afirmam os Testemunhas de Jeová. O Espirito santo é uma pessoa, possuindo todas as características de uma pessoa. Caio Fábio argumenta: 
"O espírito Santo é uma pessoa porque:
a . Pode entristecer-se - Ef 4.30.
b. É capaz de sentir ciúmes - Tg 4.4,5.
c. Pode gemer de dor empática, é capaz de sentir conosco as agonias da nossa existência - Rm 8.26,27.
d. Tem uma mente que pensa, e pensa de maneira livre (Rm 8.27).
e. É capaz de ensinar - At 8.29; 10.19,20; 13.2.
f. Tem vontade - l Co 12.11.
g. Ama - Rm 15.30; Ne 9.20."
C - O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA DIVINA - O ESPIRITO Santo é, portanto, uma pessoa - tem personalidade - e características próprias. Mas é uma pessoa divina: é Deus em perfeita harmonia e coexistência com o Pai e com o Filho. Os nomes que lhe são atribuídos o igualam a Deus. Além disso, as Escrituras afirmam que Ele tanto procede do Pai ( Jo 14.16; At 5.32; 15.26), como também do Filho (Jo.16.7).
Lembremos ainda os atributos - qualidades imputados ao Espírito:
a. Poder criador - Gn 1.1,2; Sl 104.30.
b. Eternidade - Hb 9.14.
c. Onisciência - l Co 2.10.
d. Onipresença - Sl 139.7-12.
Os demais atributos divinos do Espírito santo o estudante encontrará, direta ou indiretamente, ao longo das Escrituras.
Observe que a profecia atribuída a Deus - Pai em Jeremias 31.31-33, é atribuída ao Espirito santo em Hebreus 10.15,16.
D - A OBRA DO ESPIRITO SANTO - A obra do espírito santo encontra-se mencionada na Bíblia, da criação ao fim dos tempos. Estudaremos alguns de seus aspectos.
a . No sentido geral -
1. Sua presença na criação - O eterno Espirito Santo estava presente na Criação, não só como um dos "consultores" do "façamos o homem", de Gn 1.26, mas o texto diz que "se movia sobre a face das águas". De acordo com entendidos do Hebraico, este "se movia" tem o sentido de "incubava", dando a idéia de "gerando vida".
Existem muitas outras inferências da participação do divino espírito na criação. No Salmo 33.6 lemos: "Pela Palavra do Senhor (compare Jo 1.1-3; Gl 1.15,16) foram feitos os céus; e todo o exército deles pelo espírito de Sua boca." Ver Jó 33.4; Sl 104.30.
2. O "sopro de Deus" na inspiração -
2.1 - Dos escritores bíblicos - "Toda Escritura é inspirada por Deus e útil ..." (2 Tm 3.16- RA).
2.2 - Dos profetas - "Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem, mas homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espirito Santo" ( 2 Pe 1.21).
3. "A mão de Deus" na execução de milagres - Também é obra realizada pelo Espírito do Senhor. Vemos através da História Bíblica fatos poderosos operados por Ele. Vemos, por exemplo, sua manifestação nas vidas de Sansão e de Saul (Jz 14.5,6; l Sm 11.6,7). No NT vamos encontrar a síntese da obra de Deus nas palavras de Paulo: "Eu não ousaria dizer coisa alguma que Cristo por meio de mim não tenha feito, para obediência dos gentios, por palavras e por obras, pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito Santo" (Rm 15.18,19).
b. O Espírito Santo e o inconverso - Em relação à salvação, a principal operação do divino Espírito é convencer o homem do seu pecado, bem como do juízo que paira sobre o impenitente (Jo 16.8).
"Neste mundo onde certas correntes da Psicologia ensinam que sentimentos de pecado são apenas subprodutos de condicionamentos de opressões culturais, sociais e religiosas... Numa sociedade como a nossa .... temos uma das televisões mais sujas do mundo, e a maior expressão de orgia pública do planeta e da história da raça humana, o Carnaval. Neste país e nesta sociedade sem consciência, somente o poder do Espirito Santo pode convencer do pecado. Só o espirito Santo pode persuadir do pecado o ser humano identificado com a cultura deste século" (Caio Fábio).
Este aspecto fica bastante claro em Atos 2.37: "E ouvindo eles isto (a palavra de Deus, mediante a pregação de Pedro), compungiram - se em seu coração..."
c. O Espirito Santo e o salvo - Quando o pecador, convicto de seu pecado, se arrepende crendo no Senhor, o Espírito Santo opera nele o novo nascimento (Jo 3.3-8; Tt 3.5; Ez 33.25-27).
1. Regeneração (=gerar de novo) - A partir daí a pessoa passa a "estar em Cristo", sendo uma nova criatura (2 Co 5.17). "Viremos para ele e faremos nele morada" (Jo 14.23). Isto, naturalmente, é na pessoa do Espirito Santo, que continua sua obra gloriosa, guiando o novel filho de Deus (Rm 8.14 - Observe Ef 1.13; 1 Co 12.13; Rm 8.9).
2. Encaminhando no caminho certo - "Ele vos guiará em toda a verdade..." (Jo 16.13); "...esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito" (Jo 14.26).
3. Operando a nossa santificação - l Pe 1.2.
"O Espírito Santo age diretamente sobre a alma, produzindo essas virtudes especiais do caráter cristão conhecidas como os frutos do Espírito - Gl 5.22,23" (Pearlman).
4. "Enchei - vos do Espirito" (Ef 5.18) - Todo o crente precisa da experiência chamada batismo no Espirito Santo (At 1.5; 2.4).
"É uma operação do Espirito Santo distinta e subsequente à obra de regeneração. O espirito salvo é imergido no Espirito Santo de Deus (Lc 3.16). E isto significa o domínio do Espírito divino sobre o espírito humano. .. tem um valor prático muito grande para o crente, abrindo o entendimento do salvo para o conhecimento 'do que lhe é dado gratuitamente por Deus' (l Co 2.12); torna o crente mais perceptível às operações divinas em geral (At 7.55,56); dá-lhe maior ousadia para testificar da graça de Jesus (At 4.31) e capacita-o a receber e usar os dons espirituais para o seu próprio fortalecimento espiritual e para a edificação da igreja - l Co 12.4-11; 14.1-10" (Princípios de nossa fé).
5. Os dons do Espírito Santo - Na realidade, são muitas as dotações do Espirito Santo,à Igreja, em geral, e aos crentes, em particular. Mas quando falamos em "dons espirituais" geralmente nos referimos aos "charismata", os "dons carismáticos" listados e desenvolvidos na primeira carta aos Coríntios, capítulo 12 e 14, os quais são em número de nove e, para simplificação do estudo, assim se classificam:
5.1 - Dons de conhecimento: 
A palavra da sabedoria,
Discernimento da ciência, e 
Discernimento de espíritos.
5.2 - Dons de enunciação (ou, de comunicação):
Línguas,
Interpretação de línguas, e 
Profecia.
5.3 - Dons de poder (ou, de realizações):
Dons de curar,
Fé - especial, sobrenatural - e,
Operação de maravilhas.
Sobre o assunto, Paulo escreve: "Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes... portanto, procurai com zelo os melhores dons" (l Co 12.1,31).
6. A prova maior da presença do Espirito Santo no cristão -
"Pelos seus frutos os conhecereis" (Mt 7.20).
Os dons devem ser buscados com todo o empenho. A vida projetada como "normal" para o cristão é, no dizer de Jesus, a vida abundante (Jo 10.10). Atos 13.52 retrata esta norma, ao dizer que "os discípulos, porém, transbordavam de alegria e do Espirito Santo" (RA). Quando o crente vive cheio do Espirito de Deus, vive como João descreveu: "Aquele que diz que está nele, deve também andar como Ele andou" (l Jo 2.6) e, no seu viver é abundante a manifestação do "fruto do Espirito", o qual é assim descrito: "O fruto do Espirito é caridade (amor), gozo, paz, longanimidade, (muita paciência),benignidade, bondade, fé (fidelidade), mansidão e temperança (domínio próprio)." (Gl 5.22,23).
ANGELOLOGIA
(A Doutrina dos Anjos)
"Em nosso redor há um mundo de espíritos, muito mais populoso, mais poderoso e de mais recurso do que o nosso próprio mundo visível de seres humanos. Bons e maus espíritos dirigem seus passos em nosso meio. Passam de um lugar para outro com a rapidez de um relâmpago e com movimentos imperceptíveis. Eles habitam os espaços ao redor de nós. Sabemos que alguns deles se interessam pelo nosso bem estar, outros, porém, estão empenhados em fazer-nos mal. Os escritores inspirados fazem-nos descortinar uma visão desse mundo invisível a fim de que possamos ser tanto confortados como admoestados" (Pearlman).
A - QUEM SÃO OS ANJOS - Hebreus 1.14 nos informa que os anjos são "espíritos ministradores enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação."
Na bíblia aprendemos que os anjos:
a. São seres criados por Deus - Ne 9.6; Cl 1.15-17. Aqui, embora os anjos não sejam diretamente mencionados, estão naturalmente incluídos nas coisas invisíveis aludidas.
b. São seres espirituais ( Hb 1.14) e, como tais, invisíveis a nossos olhos físicos, ainda que possam aparecer ao homem, desde que haja um propósito divino para isso. Provas alusivas estão em toda a Bíblia e o aluno conhece muitas delas. Damos apenas algumas passagens sobre o assunto: 2 Rs 6.15-17; Jo 5.4; At 1.10; 12.7-11.
c. São inteligentes, cfe. 2 Sm 14.17,20, mas não são oniscientes, o que fica claro em passagens como Mc 13.32, e l Pe 1.12.
d. São poderosos - Sl 103.20; 2 Cr 32.31. Mas não são divinos, nem recebem adoração (Ex 20.3; Mt 4.10; Ap 19.10 e 22.8,9).
e. Observações.
1. Não existem "anjinhos", nem são os anjos almas de criancinhas que já morreram.
2. Os anjos nada têm a ver com aquelas caricaturas que os mostram "delicadinhos", quase femininos, que se vê em muitos lugares. A Bíblia afirma serem os anjos magníficos em poder (Sl 103.20; Ap 5.2; 10.1;18, etc.) e os apresenta em ação, como veremos adiante. Lembre apenas que um único anjo acorrentará o poderoso Satanás (Ap 20.1-3).
A - OS ANJOS BONS - São os que se mantiveram na condição e no propósito para que foram criados. Estes são os que, no geral, são chamados "anjos" (o termo vem do grego "aggelos", e significa "mensageiros") Hb 1.14.
Existem várias categorias de anjos. Na Bíblia aparecem como:
a . Anjos - São inumeráveis - Dn 7.10; Lc 2.13; Hb 12.22.
b. Arcanjo - Há um anjo de hierarquia superior chamado Miguel, que tem um relacionamento especial com a nação de Israel (Dn 10.13,21; 12.1). Existem tradições que falam de outros, que seriam: Gabriel, Uriel, Saracael, Raguel, Rafael. Mas na Bíblia só Miguel é denominado arcanjo (Jd 9).
c. Outros seres angélicos - São os querubins (Ez 10), os serafins, (Is 6.2-7), além de outros enquadrados como "principados", "potestades", etc.
d. Suas tarefas - Nunca imagine ter um "anjinho de estimação" à sua disposição. Eles servem a Deus, no interesse de Seu reino e visando Sua glória. Alguns de seus trabalhos, na terra, são:
1. Trazer mensagens de Deus - Isto não quer dizer "pregar o evangelho", o que é tarefa da Igreja. Só na Tribulação se verá um anjo proclamando o Evangelho eterno (Ap 14.6). A Bíblia mostra anjos trazendo recados do Senhor, entre outros, a Josué (Js 5.13-15); a Gideão (Jz 6.11; a Zacarias e a Maria (Lc 1.11 e 28); a Filipe (At 8.26), etc.
2. Trazer ânimo aos fiéis e abatidos, como, por exemplo, a Elias (1 Rs 19.5-7); a Paulo (At 27.23,24), e ao próprio Jesus (Lc 22.43).
3. Operar grandes livramentos, sempre que o Senhor assim o determine. Anjos livraram os apóstolos de prisão (At 5.19). A História da Igreja é pródiga em exemplos de tremendos livramentos que só podemos atribuir à ação dos anjos, quer tenham agido visível ou invisivelmente. Mas isto nem sempre acontece: Pedro foi solto miraculosamente (At 12.7-11), mas Tiago foi executado (At 12.1). "Seja feita a vontade do Senhor", foi a conclusão dos irmãos quando souberam que Paulo poderia morrer em Jerusalém (At 21.14).
4. Executar Juízos - Dois anjos destruíram Sodoma (Gn 19.13). Um anjo destruiu o "invencível" exército Assírio (2 Rs 19.35); por um anjo Jerusalém foi castigada ( 1 Rs 24.15.16) e um anjo puniu Herodes (At 12.23). Lendo o apocalipse, vemos como, na Tribulação, os anjos atuarão incessantemente, fazendo valer a justiça e os propósitos do Deus Eterno.
5. Assistir aos santos na morte - Segundo Lucas 16.22, os anjos acolhem as almas dos salvos na morte, e as conduzem à presença de deus (Ver Ap. 14.13; 6.9;20.4).
O mercado secular oferece muitos tratados sobre angelologia. Mas fontes seculares são perigosas e em grande parte orientam para o culto aos demônios, pois estão eivadas de espiritismo e ideologia da Nova Era. Querendo aprofundar-se no assunto procure fontes fidedignas, como por exemplo, as editoras Vida, Vida Nova, CPAD, JUERP e outras comprometidas com a palavra de Deus.
C - OS ANJOS MAUS - Outra realidade tão séria, embora menos gloriosa que a existência dos anjos que cumpra seu propósito de servirem ao Criador, é a existência dos anjos maus. 
"A crença geral da Igreja tem sempre sido que eles foram anjos apóstatas expulsos dos céus ou algum lugar de provação, por rebelião contra Deus. A tradição de sua queda se acha em todos os países e em todas as religiões, e é claramente ensinada nas Escrituras (Jó 4.18; Jo 8.44; 2 Jo 3.8; 2 Pe 2.4; Jd 6; Ap 7.17)." (Binney).
a . Satanás (= adversário) - Existe e está presente no mundo desde após a criação do homem, sempre procurando prejudicar a este e frustar o plano de Deus. É o supremo comandante de todo o poder maléfico que opera no mundo. Seus nomes revelam seu caráter: Abadom (Destruidor), e Anjo do abismo (Ap 9.11); Acusador (= Diabo, Ap 12.10); Adversário (l Pe 5.8); Belzebu 12.24; Besta (= animal selvagem, feroz, sem sentimentos, monstro - Ap 13); Dragão e serpente (Ap 12.9); Maligno (Ef 6.16), etc.
b. Outros - Lemos ainda de anjos caídos, espíritos imundos, demônios, etc. Todos fazem parte das "hostes espirituais da maldade" (Ef 6.12) e procuram a ruína do homem, com sua meta de "roubar, matar e destruir" (Jo 10.10). Para isto tentam ao pecado, possuem corpos e/ou mentes de quem não está sob a proteção do Senhor, causam doenças, etc.
c. Algumas características dos anjos maus -
1. São perversos - Mt 12.45; Mc 5.5; Lc 6.18.
2. São mentirosos - Jo 8.44.
3. São "poderosos" - podendo fazer grandes sinais - Mc 13.22; 2Ts 2.9,10;Ap 13.2. (Ver ainda Jó 1.12-19).
4. Idolatria e feitiçaria - Estão presentes na adoração de ídolos (l Co 10.20) e na necromancia, isto é, consulta aos mortos através de médiuns, dizendo-se, geralmente almas (ou espíritos) de pessoas falecidas.
d. Os limites dos anjos maus - Ainda que os demônios sejam ferozes e perversos, seu poder não é absoluto e estão limitados pela eficácia da morte e da ressurreição de nosso glorioso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Aleluia! O Senhor Jesus outorgou aos seus servos a virtude do Espírito Santo para "pisar serpentes e escorpiões e toda a força do inimigo e nada vos fará mal algum" (Lc10.19) . Leia ainda: Rm 16.20; Pe 5.8,9; Tg 4.7; Mc 16.17.
O destino final e eterno dos anjos maus é o Lago de Fogo: Mt 25.41,46;Ap 12.12; 19.20; 20.10,13-15.
ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA
(A Doutrina do Homem)
"E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra o soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente." Gn 2.7.
Durante quase seis milênios, apenas os ímpios mais empedernidos negavam-se a crer na origem do Homem e na Criação conforme o relato de Gênesis.
Mas há cerca de 150 anos passados Charles Darwin deu ao mundo, como resultado de suas observações, a doutrina que hoje conhecemos como "A TEORIA DA EVOLUÇÃO".
Esta preconiza que há incontáveis milhões de anos O ACASO acabou produzindo uma inicial centelha de vida que, muito lentamente, foi se aprimorando e desenvolvendo, chegando a constituir-se numa ameba. Esta, por sua vez, foi evoluindo e tomando diferentes formas: aquáticas, depois anfíbias e, finalmente terrestres. Assim, da lagartixa ao macaco, e do macaco ao homem foi apenas uma questão de (longo) tempo.
Ora, se a evolução é uma realidade, o relato bíblico não passa de uma velha coleção de ficção e mitos, como acusam não só os ateus confessos, mas igualmente os teólogos modernistas, da libertação e outros.
A - O QUE DIZER, ENTÃO, DA EVOLUÇÃO? - Bem, vamos alinhar alguns fatos que precisam ser conhecidos por aqueles que vivem bombardeados pela doutrina evolucionista:
- O primeiro passo está no próprio título: "TEORIA". Nada mais explicito do que isto existe na evolução: É uma teoria - uma suposição - carecendo de BASES SÓLIDAS, comprovadas e comprováveis, para se constituírem num fato cientifico.
* - As “provas” mais evidentes, ou, uma das mais evidentes, que apresentaram ao mundo, o HOMEM DE PILTDOWN, não passou de grosseira e mal intencionada fraude de Charles Dawson, descoberta em 1952, por J.S. Weinner, antropologista da universidade de Oxford, infelizmente só dois anos depois da morte de Dawson. A mandíbula e os dentes do “homo” encontradas eram, na realidade, de um orangotango moderno, que fora habilmente “fossilizado” por Dawson, com o uso de sal de ferro, bicromato de potássio, terra-siene vermelha, etc. A revista “Seleções” publicou, em 1956, condensação de ampla matéria de Alden Armagnac, publicado no “Popular Science Monthly”.
* Não se conhece, na atualidade, nenhum exemplo concreto de espécime em transição (mutação). Nos últimos seis a dez mil anos o homem não apresentou qualquer aperfeiçoamento em sua estrutura. Antes, em muitos aspectos regrediu, como por exemplo na perda da longevidade antediluviana. Até o ORNITORRINCO, que “seria” uma transição ave-mamífero, ou vice-versa, continua tão ornitorrinco hoje quanto seu mais longínquo ancestral.
* Proclamou-se a perda de um “elo” na cadeia evolutiva. E este ainda não foi encontrado, nem vivo nem morto. Mas a realidade científica é que a falta seria não de um, mas de muitos elos. Continua abissal a diferença entre a matéria morta e a mais rudimentar forma de vida. Igualmente entre as vidas animal e vegetal; entre o vertebrado e o invertebrado... Se faltassem o “sopro” e o “haja” divinos, a Terra seria tão morta como a Lua ou Marte.
- A Bíblia é enfática e abrangente na síntese: "No princípio criou Deus os céus e a terra" (Gn 1.1) e, na seqüência fica claro que nenhum acaso houve. Tudo partiu de ordens específicas do Senhor que mandou que tudo existisse "conforme a sua espécie". Nada de mutações!
- Argumenta-se que Gênesis, em seus primeiros capítulos, é mera coleção de mitos. Mas o próprio Senhor Jesus validou amplamente o relato mosaico, compulsando-o e usando-o como a infalível palavra de Deus. Por exemplo: "Não tendes lido que aquele que os fez no principio macho e fêmea os fez.... Portanto o que deus ajuntou não o separe o homem" (Mt 19.4-6). Se o Senhor tivesse validado um erro de conseqüências tão graves, só o faria por ignorância ou má fé. Então que afirmar uma coisa ou outra seria blasfêmia. E se tal ocorresse - a ignorância ou a má fé - deixariam de existir os fundamentos maiores do cristianismo que se baseiam na divindade do Senhor Jesus Cristo.
B - A CRIAÇÃO DO HOMEM - O "memorial da criação" - Gn 1e2 - mostra que o presente mundo foi ordenado pelo Senhor Deus, que determinou que tudo se fizesse "segundo a sua espécie". 
Segundo deduzimos do termo plural "façamos" (1.26), o ato (ou atos) criativos do homem foi precedido de um "conselho" da Santíssima Trindade e, a partir daí, originaram-se as etapas da criação do ser humano:
a. Um espécime foi formado do pó da terra (2.7) que, conquanto fosse organicamente semelhante aos outros animais (que possui "anima", alma em Latim), ser-lhes-ia infinitamente superior nas qualidades espirituais.
b. A estrutura física do homem estava pronta, mas inerte. Faltava-lhe o fôlego da vida e este lhe foi comunicado por um ato de Deus, ao soprar nas narinas daquele corpo, tornando-o alma vivente.
"Deus comunicou de modo específico a vida e o fôlego ao primeiro homem e assim evidenciou que a vida humana está num nível acima de todas as outras formas de vida e que pertence a uma categoria à parte, e há uma relação ímpar entre a vida divina e a humana." (Stamps).
O homem foi criado em inocência, isto é, sem o conhecimento do mal. Foi criado "reto" (Ec 7.39) e para a glória e o louvor do Criador, como, entre outros, evidenciam os seguintes textos:
"Trazei meus filhos de longe... os que criei para minha glória..."
"Esse povo que formei para mim, para que me desse louvor..." (Is 43. 6,7,21).
C - A TRÍPLICE NATUREZA DO HOMEM - 
"O homem foi feito à 'imagem e semelhança de Deus'. Esta imagem acha-se principalmente na sua triunidade e na natureza moral. O homem compõe-se "espirito, alma e corpo" (l Ts 5.23). Espirito é aquela parte do homem que 'sabe' (l Co 2.11), e que o liga com a criação espiritual e dá-lhe um reconhecimento de Deus. 'Alma', em si, importa uma vida consciente como distinguida das plantas, que têm vida inconsciente. Nesse sentido os animais também tem 'alma'. Mas a alma do homem tem muito maior capacidade que a dos animais. É a sede das suas emoções, desejos e afetos (Sl 42.1-6). O 'coração' é, na Bíblia, quase sinônimo de alma. Visto que o homem natural é caracterizado pela alma, essa palavra é, muitas vazes, sinônimo de indivíduo (Gn 12.5) . O corpo, separável do espirito e alma e suscetível de morrer é, contudo, uma parte integral do homem, como mostra a ressurreição (Jo 5.28,29; l Co 15.47-50 e Ap 20:11-13). É a sede dos sentimentos ( e o meio pelo qual o espírito e a alma têm conhecimento das circunstância) e da natureza adâmica caída (Rm 7.23,24)." (Scofield, C.I. - Citado p/S. E. Mc Nair). 
Convém destacar que a parte espiritual do homem, quer designemos alma ou espirito, sobrevive à morte física. (Examinem-se os seguintes textos Lc 16.22; Ap 9.6; 14.13; 20.4).Após a morte, aguarda-se de modo consciente, a ressurreição, quando o homem voltará a fundir-se num corpo para enfrentar o juízo do Tribunal de Cristo, se salvo, ou o do grande trino Branco, se perdido.
D - A QUEDA DO HOMEM E SUAS CONSEQÜÊNCIAS - 
"Posto à prova, o homem mostrou-se infiel, desprezando a glória de que estava revestido, ao duvidar da bondade e da fidelidade do Senhor, deixando-se seduzir pela ilusória mentira de satanás (Gn 3.1-19). Assim, ao desobedecer a única proibição imposta por Deus (Gn 2.17), o homem tornou-sepecador, colocando toda a criação debaixo da maldição divina (Gn 3.19).
O pecado e sua conseqüente maldição causaram (Leia Gn 3 e Rm 8.22): 
1. Quebra da comunhão com Deus e expulsão da sua presença ( Gn 8.22): 8:24; Is 59.1,2);
2. A introdução da dor, da fadiga e do sofrimento na terra (Gn 3.15-19);
3. A morte, geralmente precedida das mais variadas e ainda inimaginadas enfermidades (Gn 3.18,19; Rm 5.12);
4. O pecado é hereditário e extremamente contagioso, havendo-se disseminado nas formas mais diversas, infames e vis (Rm 1.18-32);
5. O pecado leva o homem ao inferno (Rm 3.23; Gl 5.19-21; Mt 7.23; Ap 21.8)." (Manual Doutrinário).
E - A REDENÇÃO DO HOMEM -
"Entretanto, criado com tanto carinho, o homem continuou sendo alvo do amor divino. Condenado à morte e ao inferno, o homem não possuía meios de salvar-se, embora Deus quisesse a sua salvação (Rm 6.23; Sl 49. 7,6). Assim Jesus veio ao mundo para ser o nosso redentor (Lc 19.10; Mt 10.45).
Entregando-se à crucificação (Jo 10.17,18), Jesus submeteu-se à maldição da cruz (Gl 3.13), sofreu o vexame (Hb 12.2) e as dores que o pecador merece (Is 53.4) suportando a separação do Pai (Mt 27.46) que deveríamos curtir eternamente. Assim o Senhor Jesus tomou o nosso lugar, sendo castigado em substituição a nós, pagando, desta forma, o nosso resgate, redimindo-nos de culpa e da condenação (l Pe 2.22-24).
Como ressuscitou e está vivo, Ele pode absolver a todos os que, verdadeiramente arrependidos, crêem e o recebem como Senhor e Salvador de suas vidas." (M. Doutrinário).
(OBSSERVAÇÕES: Mais detalhes na disciplina de Soteriologia).
H A M A R T I O L O G I A
(A Doutrina do Pecado)
"Um dos grandes objetivos da Bíblia é tratar os fatos da vida humana, estabelecer a sua significação e efeitos, e algumas vezes derramar luz sobre a causa. No caso do pecado há dois fatos principais: primeiro, que o homem é pecador; segundo, que todo homem tem pecado. Pode, portanto, esperar - se que a Bíblia derramará luz sobre o sentido da palavra pecado e sobre os seus efeitos, e nos fará conhecer a causa da sua influência universal nos homens e o remédio para esse grande mal." (Buckland).
A - O QUE É O PECADO - O filólogo Cândido de Figueiredo define a palavra pecado como a "transgressão de um preceito religioso. Transgressão de qualquer preto ou regra; culpa; maldade; vício."
Conquanto a definição seja boa, procuraremos aprofundá-la estudando algumas diversas conotações que a Bíblia apresenta.
"É riquíssimo o Velho Testamento na variedade de termos que significam pecado."
"A história da influência e da conseqüência do pecado na vida do povo do VT é de profundo interesse para os estudantes da natureza humana. O NT acrescenta pouco ao entendimento da natureza do pecado, fora dos exemplos de ódio despertado pela santidade de Cristo e de seus discípulos. A doutrina bíblica de pecado fica entrelaçada com a revelação do caráter de Deus e do homem criado á imagem divina para viver em comunhão com o Criador." (Crabtree).
Os estudiosos do assunto concordam em que as principais palavras que se traduzem por pecado, ou que trazem a idéia de pecado significam:
- Errar o alvo = Não atingir o objetivo: "Nenhum de vós observa a Lei" (Jo 7.19).
- Errar o caminho - Extraviar-se; desencaminhar-se; vaguear. 
- Tortuosidade - As vezes traduzido por "iniquidade", ou "perversidade". É o contrário da prática da "retidão", da justiça.
Voltamos a citar Crabtree:
"O pecado no sentido mais profundo da palavra é representado pelo verbo "Pasha" e o substantivo pesha; o verbo significa rebelar-se ou revoltar-se... não é usada tão freqüentemente como várias outras palavras, mas descreve mais perfeitamente a natureza do pecado e do pecador... "violaram o meu concerto, e se rebelaram contra a minha Lei" (Os 8.1).
Outras palavras ou expressões bíblicas que significam pecado são: culpa; torcer; má intenção; apostatar; impiedade; defraudar; malvadez; vileza; miséria, etc.
Embora todas as idéias e princípios envolvidos acima estejam plenamente exarados no NT, a principal palavra aqui (no NT) traduzida por pecado é assim interpretada por Taylor:
"HAMARTIA - estado errado da alma ou da mente, princípio ou atitude pecaminosa, agregados de pecados cometidos por pessoa; pecado como um princípio e um poder; ofensa; violação a lei divina."
B - A ORIGEM DO PECADO -
"A origem do pecado é realmente um mistério e está ligada com o problema do mal. A história de Adão e Eva não nos oferece uma explicação totalmente satisfatória do pecado nem do mal (não foi essa a intenção da história), mas certamente lança luz sobre a dificuldade humana universal.
"....antes do pecado humano havia o pecado demoníaco que forneceu a ocasião para a transgressão humana. A teologia ortodoxa, tanto católica como protestante, fala de uma queda de anjos antes da queda do homem, atribuída ao abuso do dom divino da liberdade..." (E.H.T.I.C)
O terceiro capítulo do Gênesis nos informa, não sobre a origem do pecado, mas sobre a entrada da pecado no mundo: "Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram" (Rm 5.12).
Mas antes de o homem ser induzido ao pecado, já encontramos outro pecador - "a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás" (Ap 12.9 e 20.12 a 18), tentando a mulher a duvidar da justiça e da bondade do Criador.
Temos indícios do pecado de Satanás, chamado "estrela da manhã", em Isaías 14.12-15. O termo original hebraico é "hellel", que se traduz "brilhante". Os LXX traduziram "heosphoros", vindo para o latim "LÚCIFER", em ambas as línguas significando "portador da luz", aquele que leva a luz. Ver ainda Ezequiel 28.12-18. Embora de certa forma estes textos se refiram respectivamente aos reis da Babilônia e de Tiro, existem aspectos que revelam a existência de uma outra entidade maligna por traz daqueles personagens históricos. Além disto há outros textos que induzem a esta interpretação, sem falar das interpretações tradicionais, que desde a antigüidade assim entenderam o texto. Veja - se Lucas 10.18; Ap 9.1; l Pe 2.4; Jd 6.
C - CONSEQUÊNCIAS DO PECADO -
"Posto à prova o homem mostrou-se infiel, desprezando a glória de que estava revestido, ao duvidar da bondade e da fidelidade do Senhor, deixando-se seduzir pela mentira de Satanás (Gn 3.1-19). Assim, ao desobedecer a única proibição imposta por Deus (Gn 3.17), o homem tornou-se pecador, colocando toda a criação debaixo da maldição divina (Gn 3.19).
O pecado - e sua conseqüente maldição - causaram (Leia Gn 3 e Rm 8.22):
a. Quebra da comunhão com Deus e expulsão da sua presença (Gn 3.23 e 24; Is 59.1-2); 
b. A introdução da dor, da fadiga e do sofrimento na terra (Gn 3.16-19); 
c. A morte, geralmente precedida das mais variadas e ainda não imaginadas enfermidades (Gn 2.17,19; Rm 5.12); 
d. O pecado é hereditário e extremamente contagioso, havendo-se disseminado nas formas mais diversas e vis (Rm 1.18-32); 
e. O pecado leva o homem ao inferno (Rm 3.23; Gl 5.19-21; Mt 7.23; Ap 21.8)." (Manual Doutrinário).
D - O LIVRAMENTO DO PECADO -
"Entretanto, criado com tanto carinho, o homem continuou sendo alvo do amor divino (Jo 3.16).
Condenado à morte e ao inferno, o homem não possuía meios de salvar-se, embora Deus quisesse a sua salvação (Rm 6.23; Sl 49.7,8). Foi por isso que o Senhor Jesus Cristo veio, para tornar-se o nosso Redentor (Lc 19.10)." (Manual Doutrinário).
"Porque o filho do homem veio buscar e salvar
o que se havia perdido!."
(Mc 10.45)
S O T E R I O L O G I A
(A Doutrina da Salvação)
"Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23).
O fato mais trágico da existência humana é que o homem está PERDIDO! 
Isto significa, entre outras coisas que o pecador está em trevas (Jo 3.19,20; At 26.18), separado de Deus (Ef 4.18) e espiritualmente morto (Ef 2.1; Gl 2.3).
A - A CAUSA DA SALVAÇÃO: O AMOR DE DEUS - O perdido nada merece, porque não apenas nasceu de uma natureza pecaminosa, mas também porque pecapor sua própria deliberação. A dura verdade é que pecador merece a punição que lhe está destinada (Rm 3.23; 6.23).
Mas "Deus amou o mundo de tal maneira que" não pode ficar impassível, razão porque "deu seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16).
B - O PREÇO DA SALVAÇÃO - Por causa do pecado, o homem ficou sujeito à vontade do Diabo (Jo 8.44) e condenado irremediavelmente à morte eterna, isto é, a eterna separação de Deus, porque o decreto divino já dizia: "A alma que pecar, essa morrerá" (Ez 18.4b).
A única maneira de evitar essa merecida condenação era pagando um RESGATE à altura.
Para resgatar uma vida, somente seria aceitável OUTRA VIDA. Deus, em sua perfeita justiça ofendida, só poderia aceitar como resgate uma vida perfeita, sem pecado, que fosse oferecida para pagar a culpa do pecador.
No velho testamento, a fim de preparar mente e o coração do povo para reconhecer e aceitar o sacrifício de Jesus, que viria no tempo certo - a plenitude dos tempos, Gl 4.4 - o Eterno ordenou que se sacrificassem animais que, simbolicamente, expiariam a culpa daqueles que os oferecessem (Lv 1.4,5).
"O principio básico que subjaz a todos os sacrifícios de sangue era a expiação, substituindo-se uma vida inocente pela do culpado. Como símbolo desta substituição, o ofertante colocava sua mão na cabeça da vítima, identificando-se assim com ela, como sendo sua representante. Significando que aceitava a justa penalidade da morte contra ele, o ofertante matava sua vítima, para então entregá-la aos sacerdotes para completar a cerimônia. Usualmente, o sacerdote aspergia ou untava o altar com uma porção do sangue" (Archer, Jr). 
A lei determinava:
"É o sangue que fará expiação pela alma" (Lv 17.11). O fato é reconhecido pelo Autor aos Hebreus: "... Todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão..." (Hb 9.22).
Mas a mesma carta (10.4) ensina "é impossível que o sangue dos touros e bodes tire os pecados". Para tirar os pecados do homem pecador, repetimos, somente UM HOMEM SEM PECADO! É por isso que o Senhor Jesus veio como "o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29).
Paulo confirma: "...há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem, o qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos" (l Tm 2.5,6).
C - A ABRANGENCIA DA SALVAÇÃO - O sacrifício do Cordeiro de Deus é de um valor incalculável e infinito. "Pois não foi com coisas corruptíveis, como ouro e prata, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado" (l Pe 1.18,19).
Portanto, o alcance desta salvação é maior do que se pode avaliar:
a. Está disponível a todo e qualquer pecador - "Deus ...deu o seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crê, não pereça , mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16).
b. Abrange o perdão de todos os pecados - Gl 2.13; l Jo 2.12.
c. Propicia a purificação de nossas almas - l Pe 1.22; l Jo 1.7,9.
d. Provê a santificação para as nossas vidas - Hb 10.10-14.
e. Reconcilia-nos com Deus - 2 Co 5.19; Rm 5.1.
f. Abre-nos a entrada para os céus - Hb 10.19; Ap 22.14.
D - CONDIÇÕES PARA RECEBER ESTA TÃO GRANDE SALVAÇÃO -
"O tempo esta cumprido e o reino de Deus esta próximo;
Arrependei-vos e crede no evangelho." (Mc 1.15).
De acordo com o Evangelista Marcos, com as palavras acima, o Senhor deu início a seu ministério, colocando as duas exigências básicas para a salvação, condições estas que são amplamente discutidas e aprofundadas em outras partes das escrituras, e que são:
a. Arrependimento - A principal palavra que se traduz por arrependimento (metanoia) no Novo Testamento, é assim interpretada por Taylor:
"Mudança profunda e radical da mente, incluindo as faculdades de percepção compreensão, emoção, juízo e vontade, que o Espirito de Deus opera num homem, na experiência da salvação; quase sinônimo de regeneração..."
1. A necessidade de arrependimento é tão profunda que Jesus, referindo-se a certas tragédias ocorridas em seu tempo, disse: "... se não vos arrependeres, todos igualmente perecereis" (Lc 13. 11-5) . E o alcance do arrependimento do homem é tão grande que pode até mudar, ou pelo menos adiar, certos propósitos e juízos divinos.
2. Como exemplo de mudança temos o exemplo de Nínive. O Senhor mandara Jonas avisar do juízo imediato que sobreviria à cidade por causa de sua extrema malícia. Mas tendo o povo crido em Jonas e se convertido a Deus, Deus se "arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez.." (Jn 3.10).
Nota: O arrependimento de Deus - aqui e em outros textos - vem de uma palavra hebraica que inclui a idéia de "ter dó", "ter compaixão", de forma a, misericordiosamente, ser levado a reter a merecida punição. 
3. Um exemplo de adiamento de uma sentença, motivado pelo arrependimento e humilhação de um homem, encontramos em l Rs 21. 26-29:
"Não viste que Acabe se humilha perante mim? Porquanto, pois, se humilhou perante mim, não trarei este mal nos seus dias, mas nos dias de seu filho trarei este mal sabre sua casa."
b. A fé - A verdadeira fé bíblica esta tão entrelaçada com o verdadeiro arrependimento que, com este, constitui uma união indissolúvel. A fé neotestementária significa:
"Ponho (repouso) a minha confiança em Deus ou o Messias; dependo deles, entrego-lhes minha vida; lanço-me sobre eles como estáveis e dignos de confiança, com a energia da fé." (Taylor).
Alguns aspecto desta fé são: 
1. Acreditar - Reconhecer a palavra de Deus, crendo que é Deus quem nela fala e que é verdade o que diz (Ver 1 Jo 5 .9,10).
2. Apropriar-se - "... toma posse da vida eterna, para aquilo que também fostes chamado..." (l Tm 6.12).
3. Submeter-se - "Pela fé Noé....temeu e, para a salvação da sua família preparou a arca..." (Hb 11.7; Tg 2.14-26).
Na Bíblia o primeiro e definitivo passo de fé, o que comprova que o pecador se arrependeu e creu no Senhor, entregando-lhe definitivamente a vida, o ser, é o batismo. Embora se saiba que não é o banho que salva, não encontramos, na vigência do NT, nenhum caso de salvação separado da obediência e da rendição implícitas no batismo.
O tradicional argumento de que o malfeitor na cruz foi salvo sem batismo é falacioso porque sua morte - e salvação - ocorreu antes da Era da Igreja. Esta começou após a ressurreição do Senhor, mais precisamente no derramamento do Espirito Santo, por ocasião do Pentecostes. 
E - O RESULTADO DA SALVAÇÃO - Quão mesquinho é o pensamento de que a vida cristã se resume em trocar de igreja ou religião, ou simplesmente "entrar para a igreja dos crentes". 
A salvação resulta numa total reabilitação da vida outrora perdida e afundada no pecado. Mencionaremos a seguir, alguns resultados da Salvação:
a. Uma nova criatura - Se alguém está em Cristo é uma nova criatura "... eis que tudo se fez novo" (2 Co 5.17). "Sendo de novo gerados, não da semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre" (l Pe 1.23); "...os quais ... nasceram ...de Deus" (Jo 1.13).
b. Filho de Deus - "Vede quão grande amor nos tem concedido o pai, que fôssemos chamados filhos de Deus..." (I Jo 3.1,2); "recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai." (Rm 8.15). 
c. A paz dos justificados - "Sendo... justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo" (Rm 5.1); "Agora, pois nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus..." (Rm 8.1).
d. Habitação de Deus - "Cristo em vós, esperança da glória" (Gl 1.27). "Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada" (Jo 14.23). "Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Glorificai, pois a Deus , no vosso corpo e que no vosso espirito os quais pertencem a Deus" (l Co 6.19,20).
Em conclusão só poderemos ouvir Pedro: "Salvai-vos

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