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Programa de Educação Continuada a Distância Curso de Formulações Cosméticas para Esteticistas Aluno: EAD - Educação a Distância Parceria entre Portal Educação e Sites Associados 2 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Curso de Formulações Cosméticas para Esteticistas MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. 3 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. SUMÁRIO MÓDULO I Introdução ao estudo dos cosméticos e seus ativos: conceitos básicos Produtos de Higiene e Hidratação: formulações de xampus, condicionadores, sabonetes, tônicos, loções de limpeza Produtos para coloração, alisamento e permanente capilar Produtos desodorantes e antiperspirantes Fotoprotetores, Bronzeadores, Bloqueadores e Autobronzeadores MÓDULO II Ativos despigmentantes Ativos Hidratantes Peelings Ativos para tratamentos estéticos de acne Ativos antienvelhecimento Ativos para tratamento estético de celulite Ativos para tratamento estético de estrias MÓDULO III Cosméticos e ativos utilizados em terapias estéticas alternativas Geoterapia Fangoterapia Águas termais 4 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Aromoterapia Termoterapia Crioterapia Vinhoterapia Chocolateterapia Bambuterapia Talassoterapia Biocosméticos Neurocosméticos MÓDULO IV Ativos e cosméticos para maquilagem Maquilagem inteligente Micropigmentação Ativos e cosméticos para gestantes Ativos em estética masculina Ativos e cosméticos para pele negra 5 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. MÓDULO I 1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS COSMÉTICOS E SEUS ATIVOS 1.1 CONTROLE E QUALIDADE 1.1.1 ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, órgão ligado ao Ministério de Saúde, tem como uma de suas atribuições “promover o controle e a qualidade de produtos e serviços”, dentre estes os cosméticos. A definição de produtos cosméticos inclui, entre os produtos do setor, cremes para pele, loções, talcos e sprays, perfumes, batons, esmaltes de unha, maquiagem facial e para os olhos, tinturas para cabelos, líquidos para permanente, desodorantes, produtos infantis, óleos e espumas de banho, soluções para higiene bucal, bem como qualquer material usado como componente de produtos cosméticos. Prevê ainda o enquadramento dos produtos em quatro categorias distintas quanto à finalidade do uso: 1. Produtos de higiene: - sabonetes; - produtos para a higiene dos cabelos; - produtos para a higiene bucal; - desodorantes; 6 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. - produtos para barbear e pós-barba. 2. Cosméticos: - produtos para os lábios; - produtos para áreas dos olhos; - antissolares; - produtos para bronzear; - produtos para tingimento dos cabelos; - produtos para clarear os cabelos e os pêlos do corpo; - produtos para ondular e alisar os cabelos; - neutralizantes capilares; - produtos de higiene bucal; - talcos e outros pós-corporais; - cremes de beleza; - máscaras faciais; - loções de beleza; - óleos; - produtos para maquilagem facial; - produtos para cuidados dos cabelos e do couro cabeludo; - depilatórios; - produtos para unhas e cutículas; - repelentes. 7 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 3. Perfumes: - produtos para banho e imersão; - lenços perfumados; - extratos; - águas perfumadas, colônias e loções; - perfumes. 4. Produtos de uso infantil: - óleos; - loções; - produtos para a higiene dos cabelos; - produtos para a higiene bucal; - sabonetes; - lenços emudecidos; - talcos; - protetores solares; - colônias. Em termos da regulamentação, nos Estados Unidos a venda de cosméticos não sofre regulamentação tão exigente quanto à maioria dos produtos vistoriados pelo FDA (drogas e alimentos). Isso significa que os produtos cosméticos, com algumas exceções, não necessitam de aprovação antes de serem colocados no mercado, desde que não contenham colorantes ou algumas substâncias proibidas. A única exigência seria a listagem na embalagem do cosmético de seus ingredientes por ordem decrescente de quantidade. São regulados pelo FDA somente cosméticos com fins terapêuticos, uma vez que são considerados drogas e, ao mesmo tempo, 8 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. cosméticos, pois contém princípios ativos (oriundos das indústrias farmacêutica ou química) que sofrem as mesmas regulamentações de remédios, por exemplo. Entre tais produtos estão os xampus antiqueda, pastas de dentes com prevenção anticárie, desodorantes e antiperspirantes e protetores solares e bronzeadores, além de bases para outros produtos que contenham tais preparados. A crescente importância dessa categoria de produtos nos últimos anos levou à adoção do termo “cosmecêuticos” (cosmeceuticals), ou seja, cosméticos com objetivos terapêuticos e utilização de princípios ativos químicos, um fenômeno que encontra paralelo com o que ocorre na indústria de alimentos (os “nutracêuticos”). Os profissionais do setor são quase unânimes em apontar que esse segmento da indústria de cosméticos apresenta fortes potencialidades de crescimento, o que pode gerar oportunidades de negócios no setor. 1.1.1 INCI - International Nomenclature of Cosmetic Ingredient, é um sistema internacional de codificação da nomenclatura de ingredientes cosméticos, reconhecido e adotado mundialmente, criado com a finalidade de padronizar os ingredientes na rotulagem dos produtos cosméticos. Consiste, pois, em uma nomenclatura baseada em listas internacionais de ingredientes conhecidos e utilizados por pesquisadores e cientistas de todo o mundo. Países da Comunidade Européia (Portugal, Espanha, França, Itália dentre outros), da América Latina e países como os Estados Unidos, Austrália, Singapura, África do Sul, Japão e outros, em suas legislações sanitárias, já adotaram a nomenclatura INCI ou estão em fase de implementação, como é o caso dos países do Mercosul. Visto que existem mais de 12 mil ingredientes utilizados em produtos cosméticos e muitos possuem, além da denominação química, mais de um nome comercial, o INCI permite designar de forma única e simplificada a composição dos ingredientes no rótulo dos produtos cosméticos. Facilitando a identificação de qualquer ingrediente, proveniente de qualquer país, por ser uma codificação 9 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. universal, com um sistema para todos os países sem distinção de idioma, caracteres, ou de alfabeto. Fonte: http: www.ccs.saude.gov.br/visa. VANTAGENS DOINCI ♦ Consumidor Permite que o consumidor identifique, de forma mais clara, os ingredientes de uma formulação em qualquer lugar do mundo. ♦ Vigilância Sanitária Maior agilidade na identificação dos ingredientes dos produtos cosméticos de forma clara, correta e precisa. ♦ Comunidade Científica Torna mais fácil o trabalho de profissionais como médicos e farmacêuticos no aconselhamento dos consumidores, além de garantir a atualização mais dinâmica do conhecimento científico. 10 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 1.1.3 QUALIDADE O termo “controle de qualidade” está sendo substituído por “garantia da qualidade”. A qualidade está ligada à eficácia, integridade e uniformidade. Laboratório de controle de qualidade: • Análise das matérias primas, lote a lote, com retenção de amostra, análise do produto e embalagem; • Desenvolvimento de novos produtos; • Estudos de novas matérias-primas; • Testes de estabilidade físico-química; • Estudos de novos princípios ativos; • Acompanhamento na produção do primeiro lote de cada produto; • Manutenção das fórmulas utilizadas e seu step by step; • Treinamento dos funcionários da produção quanto à higiene e GMP; • Revisão, análise e liberação dos testes microbiológicos; • Análise de produto acabado e retenção de amostras dos mesmos. 1.2 CLASSIFICAÇÃO DOS COSMÉTICOS 1.2.1 PRODUTOS PARA PELE SEGUNDO A FORMA Os cosméticos podem se apresentar nas seguintes formas: 11 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 1) CREME - Forma consistente, emulsionada; - Dependendo de sua formulação, destina-se à limpeza, hidratação ou nutrição. 2) LOÇÃO CREMOSA OU LEITE - É uma emulsão fluída, geralmente do tipo O/A. 3) LOÇÃO - É uma solução de substância química, podendo ser transparente ou opaca, incolor ou colorida; - O veículo pode ser constituído de água, álcool e água, água e propilenoglicol; - De acordo com a ação a que se destinam, denominam-se loções tônicas adstringentes, antissépticas, calmantes ou hidratantes. 4) GEL - Forma cosmética viscosa e mucilaginosa; - Transparentes ou não, e ao secar deixam uma película invisível sobre a pele; - Por não conter material graxo, é indicado para peles lipídicas. 5) SUSPENSÃO - Mistura heterogênea, que se apresenta em uma fase líquida, na qual se dispersa uma outra sólida. 12 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 6) PÓ - Mistura de substâncias que se encontram no estado seco. Às vezes, há adição de um líquido (perfume) que logo é absorvido. 7) LOÇÃO FACIAL - Veículo composto de água, água/álcool ou água/propilenoglicol, podendo conter em sua composição princípios ativos adstringentes, hidratantes, calmantes etc. 8) MOUSSE - Veículo formado por um líquido envasado sob pressão, produzindo a formação de uma espuma quando a válvula é acionada. 9) BASTÃO - Veículo que leva em sua composição óleos, gorduras, ceras, pigmentos e corantes, sendo extrusado na forma de bastão e acondicionado em tubo. Existem diversos exemplos de produtos de maquilagem do tipo bastão: bases, batons, lápis delineadores, corretivos etc. 1.2.2 CONFORME SEU ESTADO FÍSICO - Sólidos: pós; - Líquidos: loções, suspensões; - Cremosos: emulsões, cremes; - Gasosos: aerossóis. 13 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 1.2.3 CONFORME SEU OBJETIVO - Higienização: produtos de limpeza, desodorantes; - Proteção: hidratantes, filtros solares; - Manutenção: antirrugas, antiflacidez; - Decorativo: são aqueles destinados a produzir um efeito decorativo na pele, fazendo parte deste grupo os produtos de maquilagem de um modo geral: bases de maquilagem, batom, blush, sombras, etc. 1.2.3.1 HIGIENIZAÇÃO Os produtos de limpeza são destinados a eliminar da superfície cutânea as impurezas por dissolução ou arraste. Essas impurezas são provenientes de: células mortas, secreções envelhecidas, pós e impurezas acumuladas, além de resíduos de maquilagem. Eles não devem penetrar e sim eliminar as sujidades da superfície epidérmica, deixando-a em perfeitas condições de limpeza para o seu normal metabolismo e para receber os produtos complementares, de proteção ou correção. O produto cosmético de limpeza deve satisfazer as seguintes condições: a) Ter ação detergente moderada; b) Bom poder de arraste; c) Ser ligeiramente antisséptico; d) Ter ação superficial; e) Ter pH adequado ao tipo de pele; f) Ser de fácil eliminação; g) Deixar a pele suave; 14 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. h) Ser compatível dermatologicamente. São utilizados: sabonetes especiais, loções de limpeza e creme de limpeza - Sabonetes Especiais A água é um agente de limpeza muito barato e eficaz para certos tipos de sujidades, porém ineficaz frente a substâncias oleosas. Sendo assim, os sabões e outros detergentes são capazes de melhorar a capacidade limpadora da água de modo espetacular. No entanto, tem a desvantagem de eliminar excessivamente a substância oleosa da superfície cutânea, deixando-a seca e áspera, uma característica piorada pela alcalinidade do sabonete, que pode ocasionar que as células mais externas se desprendam e se separem das células vizinhas, ocasionando a descamação. O pH da pele oscila entre 5,0 a 6,0. Assim, existe uma propriedade na pele chamada efeito tampão, que permite, em caso de alteração, repor rapidamente o pH fisiológico. A manutenção desse valor de pH protege a pele da instalação de microorganismos (fungos, bactérias). O uso de sabonetes altera o manto ácido da pele, favorecendo e agravando uma série de disfunções. Daí a importância do uso de sabonetes líquidos corretamente formulados, que possuam pH adequado e ativos que minimizem o efeito desengordurante dos detergentes e formam uma película de lubrificação e proteção, que melhora o tato e controla o efeito rebote fisiológico compensatório. - Loções de Limpeza Aquosas São preparadas por meio da dissolução de um tensoativo (detergente) em água. São neutras, o que facilita a remoção de gorduras da pele, portanto são indicadas para uso em peles oleosas, principalmente para atender aquelas pessoas que tem aversão a produtos cremosos para limpeza da pele, devido a impressão de que podem aumentar a oleosidade e a sensação de que a gordura não foi retirada, o que não acontece. 15 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. - Emulsão de Limpeza (cremes ou loções) São, geralmente, emulsões do tipo O/A. Têm a propriedade de absorver simultaneamente na sua fase oleosa as impurezas lipossolúveis e na sua fase aquosa, as impurezas hidrossolúveis. A maquilagem é mais facilmente removida com cremes ou emulsões e justifica-se em muitos casos o uso de sabonetes para retirar ao máximo o depósito de oleosidade sobre a pele, embora os cremes mostrem-se mais vantajosos para atender a essa função, pois conseguem remover as placas de sebo alojadas nos orifícios e são menos irritantes para a pele. Contém uma alta percentagem de óleo mineral e são emulsões que se espalham facilmente sobre a pele. Devem possuir as seguintes propriedades: a) Espalhamento fácil sobre a pele; b) Ser facilmenteeliminado; c) Não ser gordurosos ou untuosos; d) Deixar uma película fina emoliente após o uso adequado na pele. A emulsão deve ser espalhada no rosto com os dedos e levemente massageada para assim incorporar na fase oleosa as gorduras da pele e matérias gordurosas da maquilagem, bem como as sujeiras solúveis em água, na fase aquosa. Depois a loção é retirada com algodão ou lenço de papel, sendo necessário proceder ao enxágue com água ou tônico adequado, de forma a retirar a loção restante e as sujidades retidas 1.2.3.2 PROTEÇÃO São os produtos cosméticos destinados a manter as características cutâneas que possibilitam o estado de equilíbrio perfeito de todas as funções da pele. Abrangem os hidratantes, nutritivos, filtros solares e os desodorantes. 16 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. -Hidratante De todas as propriedades benéficas que se atribuem aos cremes cosméticos, a mais frequentemente citada é a de hidratante. Este termo procede do descobrimento de que a água é a única substância capaz de dar elasticidade à capa de células mais externa da epiderme. A hidratação do estrato córneo corresponde a um estado de equilíbrio entre o fornecimento e as perdas de água, resultante da evaporação da superfície cutânea. A intensidade de evaporação depende da temperatura da superfície da pele e da umidade relativa do ar. A capacidade de retenção de água pelo estrato córneo depende da presença de substâncias higroscópicas no interior das células denominadas NMF (Fator Natural de Hidratação) e de lipídeos que tornam a camada córnea impermeável à água. A hidratação cutânea se efetua pela fixação da água sobre as moléculas de queratina, que têm fraco poder de retenção, o que é aumentado pelo poder higroscópico das substâncias contidas no NMF. A hidratação da camada córnea aumenta de maneira considerável a permeabilidade da pele, favorecendo a absorção de ingredientes ativos. O teor de água no estrato córneo resulta do equilíbrio entre fornecimento de água do meio interior e exterior e a perda de água para o meio ambiente, por evaporação. Fatores que causam a desidratação: a) Vento e ar seco; b) Substâncias químicas: sabonetes, detergentes, álcool; c) Desidratação orgânica; d) Patologias cutâneas; e) Luz solar (UV); f) Envelhecimento. 17 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Restabelecimento da hidratação: a pele aumenta a sua capacidade de reter água ao aumentar sua hidrofilia, por meio de substâncias emolientes, umectantes e hidratantes. Mecanismos de hidratação: a) Oclusão: redução da perda de água pela formação de um filme protetor gorduroso que impede a evaporação de água: vaselinas, silicones, lanolina, etc. b) Umectação: uso de substâncias capazes de reter água na superfície da pele: glicerina, propilenoglicol, sorbitol, etc. c) Emolientes: óleos e gorduras vegetais e animais: óleo de amêndoas, macadâmia, lanolina, etc. Para manter a pele hidratada: a) Evitar exposição solar excessiva e sem proteção; b) Evitar o uso de sabonetes inadequados; c) Usar tônicos livres de álcool; d) Beber aproximadamente dois litros de água por dia, promovendo a hidratação de dentro para fora. - Nutritivos A evolução da cosmetologia deixou fora o conceito de nutrição como se fosse um alimento cutâneo, surgindo outros termos para identificá-lo: revitalizador, bioestimulante, rejuvenescedor, etc., pois o termo nutrir é sinônimo não só de alimentar, mas também de fortalecer e manter. São utilizados para tal fim as vitaminas (A e E), os hidrolisados de proteínas, os complexos herbáceos, os extratos glandulares e as substâncias capazes de prover energia para restabelecer o ritmo de reações vitais (metabolismo cutâneo), 18 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. tendo como consequência maior elasticidade, melhora da circulação sanguínea e estímulo das atividades glandulares, sudoríparas e sebáceas. 1.2.4 CONFORME O SISTEMA QUÍMICO - Soluções: sistema monofásico, como as soluções aquosas; - Suspensões: sistema bifásico, heterogêneo, no qual uma fase sólida de partículas relativamente grandes encontra-se dispersa em uma fase líquida; - Emulsões: sistema bifásico constituído de uma fase envolvente e uma fase envolvida, que se encontram acopladas uma à outra por meio de agentes emulsionantes. Sistema onde água e óleo ficam misturados. Podem ser fluída (loção) ou pastosa (cremes). - Tipos de Emulsões a) O/A – Óleo em Água: Composta de muita água e um pouco de óleo. Essas fórmulas evaporam se expostas ao ar. São também chamadas de “evanescentes”, desaparecem ao serem passadas na pele. b) A/O – Água em Óleo: Composta de muito óleo e pouca água. São largamente empregados pela indústria cosmética pelo fato de ser o veículo ideal para a introdução de substâncias ativas na pele, porque suas propriedades são semelhantes às da pele. As substâncias são absorvidas com maior facilidade em emulsões. 19 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 1.3 CONCEITOS BÁSICOS - COSMÉTICOS o Produtos constituídos por substâncias naturais e sintéticas ou sua mistura, de uso externo (pele, cabelos, unhas, lábios, genitais externos, dentes, mucosa oral) com a finalidade exclusiva ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e/ou corrigir odores corporais e/ou protegê-los ou mantê-los em bom estado. - COSMETOLOGIA o É a ciência que serve de suporte à fabricação dos produtos de beleza e permite verificar as suas propriedades; o É a ciência e a arte que tem por objetivo o cuidado e a melhoria dos caracteres estéticos da pele e seus anexos, por meio de formulações de produtos naturais ou sintéticos. - COSMECÊUTICOS o São produtos intermediários que promovem modificações, pois interagem com a pele de maneira mais ativa. - MEDICAMENTOS o São produtos com ações mais modificadoras na fisiologia da pele, que só podem ser prescritos por um médico. - PRODUTOS NATURAIS o Um produto natural não é, necessariamente, orgânico porque na maioria das vezes os produtos naturais são produzidos de forma convencional. Portanto, 20 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. nem sempre obedecem aos critérios de produção estabelecidos para produtos orgânicos. - O rótulo para cada tipo de produto certificado é diferente: - Orgânico 100%: todos os ingredientes são certificados orgânicos (esta classificação é usada somente na legislação dos EUA); - Produto orgânico: contém, no mínimo, 95% de ingredientes orgânicos; - Produto com ingredientes orgânicos: contém entre 70 % e 95 % de ingredientes orgânicos; - Natural: contém pelo menos 5% de ingredientes orgânicos; - Somente com lista de ingredientes indicando orgânicos: contém entre 50% e 70 % de ingredientes orgânicos. - HIDRATANTES o Umedecem o extrato córneo, deixando a pele macia e sem ressecamento. - ADSTRINGENTES o Diminuem o suor e a oleosidade da pele devido à contração dos poros (abertura da glândula sudorípara) e do óstio (abertura da glândula sebácea). - CALMANTES o Anti-inflamatórios que diminuem o edema (inchaço) e a vermelhidão da pele. - ANTISSÉPTICOS o Diminuem o crescimento bacteriano, tornando mais limpos os locais onde são aplicados.21 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. - SECATIVOS o Têm a capacidade de absorver a secreção sebácea (oleosidade) e o suor presentes na pele. - SUBSTÂNCIA ATIVA o Representa o componente da formulação responsável pelas ações farmacológicas. - No caso de haver mais de uma substância ativa, teremos: o Base: é a substância ativa com maior atividade farmacológica, quer pelo seu potencial de ação, quer pelo seu volume; o Adjuvante: outra(s) substância(s) ativa(s) que complementa(m) a ação da base. - VEÍCULO o Parte da forma farmacêutica (cosmética) que lhe confere forma e volume, gerando maior estabilidade, não tem ação farmacológica. o Excipiente: é o veículo que tem ação passiva destina-se a dar forma, aumentar o volume; o Intermediário: estabilidade física e homogeneidade. - CATAPLASMAS o São preparações geralmente magistrais, de aplicação tópica na pele. - CERATOS o São um tipo de pomada, em que o excipiente é constituído por uma mistura de cera e óleo. 22 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. - PASTAS o São pomadas espessas devido à grande quantidade de pó insolúvel que veiculam. Podem ser dérmicas ou orais. - CREMES o São um tipo de pomada em que o excipiente utilizado é uma emulsão do tipo água/óleo (creme) ou óleo/água (cold-cream). - POMADAS o São preparações de consistência mole, destinadas a serem aplicadas externamente; o Preparações semissólidas numa base gorda como a lanolina ou a vaselina; o Completa ou moderadamente absorvidas pela pele; o Conservam a umidade pelo que aumentam a absorção do fármaco; o São o veículo mais eficaz para a absorção de fármacos pela pele. - EMULSÕES o São sistemas dispersos constituídos por duas fases líquidas, que podem ser feitas a partir de água em óleo (A/O) ou o contrário (O/A). - LINIMENTOS o São preparações oficinais ou magistrais, destinadas exclusivamente ao uso externo, em unção ou fricção sobre a pele; o Efeito vasodilatador por ação do movimento mecânico de massagem. 23 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. - ÓLEOS MEDICINAIS o Podem ser preparados por dissolução simples da tintura medicamentosa em um óleo fixo (azeite, soja, girassol, algodão, dentre outros) ou por extração dos princípios ativos de plantas secas. - SOLUÇÕES o São misturas homogêneas de duas ou mais substâncias ativas (normal / sólidas) em solventes líquidos (normal / água), em concentrações inferiores a sua solubilidade em temperatura ambiente. - LOÇÕES o São soluções que se impregnam na pele; o veículo é aquoso e usado sem fricção. Sua fluidez permite aplicação rápida e uniforme sobre uma ampla superfície. - SUSPENSÃO o São formas farmacêuticas que contêm partículas sólidas finas da substância ativa em dispersão relativamente uniforme. Deve ser agitado antes do uso. - EXTRATOS FLUIDOS o Solução hidroalcoólica de constituintes solúveis de drogas vegetais, na qual 1ml representa 1g. - TINTURAS o São preparações oficinais que resultam da ação do álcool por maceração sobre produtos secos de origem animal, vegetal ou mineral; 24 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. o São, portanto, soluções alcoólicas a 10 ou 20%; o Podem ser utilizadas por via tópica, poções ou xaropes. - AEROSSOIS o Caracterizam-se por constituírem um “nevoeiro não molhante” formado por microgotas (diâmetro compreendido entre 0,05 e 0,2 micrômetro); o Formam uma suspensão coloidal, em que a fase contínua é o gás e a fase dispersa é o líquido. - SPRAYS o São semelhantes aos aerossóis, mas o diâmetro da partícula é maior (0,5 micrômetro), podem ser considerados “nevoeiros molhantes”. - AMPOLAS o São tubos de vidro ou plástico, colorido ou incolor, estirados nos dois topos, ou pequenas “garrafas” seladas, podem conter líquidos ou pó. 1.4 FORMULAÇÃO DE UM PRODUTO COSMÉTICO 1.4.1 COMPOSIÇÃO DE UMA FÓRMULA ♦ Princípio(s) ativo(s): responsável pela ação São substâncias químicas ou naturais, que definem a função do produto e a ação específica sobre determinado tipo de pele (ex: colágeno, elastina, uréia, própolis). 25 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. ♦ Coadjuvantes técnicos ou adjuvantes: Substâncias em geral inertes, cuja função é estabilizar a fórmula em nível químico, físico ou microbiológico. Podem exercer um efeito solubilizante, conservante, edulcorante, aromatizante. Em regra geral, não modificam o efeito dos princípios ativos. ♦ Veículo (líquido) ou excipiente (sólido ou semi-sólido): parte da fórmula na qual são misturados os princípios ativos. São destituídos de atividade e têm como função dar corpo às fórmulas, diluindo-os à concentração conveniente ou proporcionando maior facilidade de administração. 1.4.1.1 ATIVOS DE ORIGEM VEGETAL: Extratos: são preparações líquidas obtidas pela extração de seus princípios ativos por diversos métodos, veiculados geralmente em propilenoglicol, dando origem aos extratos glicólicos, utilizados em produtos cosméticos. Óleos vegetais: são obtidos dos frutos ou apenas das sementes e são ricos em triglicerídeos (fração saponificável). A fração insaponificável é heterogênea, e nela encontramos: esqualeno, fitosterois, pró-vitaminas e vitaminas lipossolúveis, principalmente as vitaminas A e E. É uma fração muito importante para a cosmética, e muitos dos óleos utilizados têm seu valor exatamente por conter essa fração. São utilizados na cosmética principalmente por suas propriedades de emoliência, que evita o ressecamento da pele. Os óleos vegetais são compostos em sua maioria pelos ácidos graxos linoleico, linolênico, oleico, palmítico e palmitoleico. 26 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Manteigas: são ricas em ácidos graxos, esteróis e vitaminas. As principais são: Manteiga de cupuaçu: contém fitosterois, dando um equilíbrio hídrico-lipídico à camada superficial da pele e estimulando o processo de cicatrização. Tem ação antiinflamatória. A concentração recomendada é de 2% a 5%; Manteiga de oliva/abacate/manga: ação antioxidante, auxiliando no tratamento da pele envelhecida, graças às suas propriedades emolientes e revitalizantes; Manteiga de cacau: constituída principalmente de glicerídeos do ácido palmítico e oleico. Têm propriedades emolientes; Manteiga de karité: rica em lipídios constituídos de uma mistura de ácido oleico e esteárico. É nutritiva, emoliente, funcionando como protetor solar, coadjuvante na elasticidade da pele; Manteiga de shorea: cera sólida, tem uso semelhante à manteiga de karité. Não é oleosa ao tato e é suave na pele. Óleos essenciais e óleos-resinas: são substâncias vegetais que acompanham a fração oleosa. Embora se assemelhem ao material lipídico, são diferentes em vários aspectos: destiláveis com vapor d’água, dotados de aroma e apresentam estrutura química bem diferente. São extraídas de várias partes das plantas como caule, folhas, flores. Ex: óleo de copaíba, óleo de bétula, óleo de melaleuca. Ativos especiais isolados de vegetais: Alantoína (confrei); Alfa-bisabolol (camomila); Azuleno (camomila); Ácido glkicerrizo (alcaçuz);27 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Beta-escina (castanha-da-índia); Ácido azelaico. 1.4.1.2 ATIVOS DE ORIGEM ANIMAL: Óleos: atualmente evita-se o uso de óleos de origem animal devido ao risco de extinção dos animais (óleo de tartaruga, vison, entre outros). Existe, porém, um óleo obtido de uma ave australiana, denominada de Kalaia, com excelente poder emoliente e hidratante. Esse óleo é um bioproduto obtido no processamento da ave para alimentação. É utilizado em cremes ou loções hidratantes, antienvelhecimento, podendo também ser associado aos alfa- hidroxiácidos, pois diminui a sua irritabilidade. Ativos não oleosos: alguns são atualmente obtidos de plantas, como o colágeno de algas, o que na verdade é uma proteína similar ao colágeno animal. Os principais são: Ácido hialurônico (crista de galo); Aminoácidos da seda (fibras da seda); Aminoácidos do leite (leite); Hidrolisado de colágeno (ossos e tendões bovinos); Hidrolisado de elastina (tendões bovinos); Placenta (placenta fetal bovina); Própolis (pólen de abelhas); Queratina; Reticulina. 28 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 1.4.1.3 ATIVOS SINTÉTICOS OU SEMISSINTÉTICOS: Silanois ou silícios orgânicos: o silício faz parte das estruturas do colágeno, da elastina, das proteoglicanas e das glicoproteínas, que formam as estruturas de sustentação da derme. Com o avançar da idade, a assimilação do silício diminui, restando o recurso da reposição pelas áreas farmacêutica e cosmética. O desenvolvimento da tecnologia para obtenção de silício orgânico por síntese química e seus derivados é patenteado por empresa sediada em Mônaco. A atividade fundamental dos silanois é a sua capacidade de regularizar o metabolismo celular. - Alguns dos principais ativos são: Algisium C – é o manurato de metilsilanol, cujo radical é o ácido alginico, um dos componentes do Fucus; Theophysilane C – de ação lipolítica devido à presença da teofilina; Ascorbosilane C – é o pectinato de ascorbil-metilsilanol. Antirradicais livres e regenerador do tecido cutâneo; Lasilium C – contém ácido lático e peptídeos da elastina. É um citoestimulante, previne o ressecamento da pele e ajuda a retardar os sinais do envelhecimento cutâneo. - Outros ativos importantes: PCA-Na: é o sal sódico do ácido pirrolidin carboxílico, que é o aminoácido prolina, importante na formação do colágeno. É um dos componentes do Natural Mousturizing Factor (NMF) encontrado na pele. Ótima atividade como hidratante. Concentração indicada 1-3%. Uréia: hidratante e regenerador celular. Em concentrações acima de 10% é queratolítico. Concentração indicada 3-10%. 29 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 1.4.2 COADJUVANTES TÉCNICOS Doadores de consistência Têm o papel estruturante em cremes e leites, tanto nos tipos A/O e O/A, além de agirem como emulsionantes auxiliares. Servem para proteção e emoliência da pele (ex: lanette). Emolientes São substâncias que têm a função de combater o endurecimento da pele que ocorre em consequência da queratinização, além de manter sua flexibilidade. Pode-se obter este efeito por meio da combinação de substâncias hidratantes e umectantes com substâncias oleosas (ex: óleos vegetais). Emulsificantes São moléculas que contém um lado hidrófilo (afinidade pela água) e outro lipófilo (afinidade com gordura). Essas substâncias diminuem a tensão superficial entre duas fases, de maneira a permitir a mistura entre óleo e água (ex: trietanolamina). Umectantes São substâncias higroscópicas que possuem a propriedade de absorver água. São utilizados para reduzir o endurecimento dos cremes por exposição ao ar. As propriedades higroscópicas da película do umectante é importante pois reduzem a velocidade de saída de água (ex: glicerina). Conservantes 30 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. A estabilidade de um produto deverá ser mantida por todo o período de vida útil da preparação, que é o tempo transcorrido desde sua preparação até o momento do uso. Deverão permanecer inalteradas as propriedades químicas, como: potência e integridade dos compostos ativos, propriedades físicas e organolépticas, como: viscosidade, aparência, odor, sabor, coloração, mantidas as propriedades microbianas dentro dos limites pré-estabelecidos e inalteradas as características de atividades terapêuticas e toxicológicas. Para auxiliar na manutenção das propriedades originais dos produtos medicamentosos e cosméticos, alguns compostos deverão ser introduzidos na formulação, que são os conservantes, de ação antimicrobiana e estabilizadores, com ação de proteção às degradações químicas e alterações físicas. Essas substâncias deverão ser: a) Ativas, mesmo quando presentes em pequena concentração; b) Devem ser compatíveis com os outros componentes da formulação; c) Não serem tóxicos ou irritantes; d) Incolores, insípidas e facilmente mascaradas pelos demais componentes. Agentes antioxidantes São substâncias capazes de inibir a oxidação dos ingredientes ativos e excipientes, principalmente aqueles mais sensíveis à luz e ao calor. Os antioxidantes atuam reagindo com os radicais livres ou comportando-se como quelantes (ex. EDTA). Agentes antimicrobianos São substâncias adicionadas à fase aquosa ou oleosa nas preparações emulsivas, de acordo com sua solubilidade. De modo geral, a presença de água 31 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. favorece o crescimento microbiano nas preparações farmacêuticas e cosméticas (ex.: nipagin, nipazol). Corretivos As ações corretivas em uma formulação cosmética são aquelas que visam corrigir as características organolépticas de um produto, ou seja, aquelas percebidas como cor, consistência e também aquelas que têm por objetivo conferir estabilidade à formulação, como por exemplo, o pH. Corantes São compostos solúveis na fase aquosa, oleosa ou alcóolica, das preparações. Os corantes de origem natural geralmente apresentam menor poder tintorial e, por serem uma mistura complexa, são menos estáveis à ação da luz, temperatura e variações de pH. O emprego de corantes tem a finalidade principal de tornar o produto mais agradável visualmente, mas também atua facilitando a identificação de alguns produtos. Em certos casos, a mudança da coloração indicará degradação de componentes da formulação. 2. PRODUTOS DE HIGIENE E HIDRATAÇÃO - Alguns produtos de higiene pessoal podem ser considerados cosméticos, isto é, substância ou tratamento aplicado à face ou a outras partes do corpo humano para alterar a aparência, para embelezar ou realçar o atrativo da pessoa. Tais preparados podem ser aplicados à pele, às unhas ou ao cabelo. Segundo a ANVISA: • Produto de higiene - aquele de uso externo, antisséptico ou não, destinado ao asseio ou à desinfecção corporal, compreendendo os sabonetes, xampus, dentifrícios, enxaguatórios bucais, antiperspirantes, desodorantes, produtos 32 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. para barbear e após o barbear estípticos e outros. 2.1 TIPOS DE PRODUTOS DE HIGIENE 2.1.1 Sabonetes Na Antiguidade, os magos indicavam o banho para lavara alma. No Império Romano, era comum o banho público, muito utilizado para discussões sociais. No Brasil, os índios surpreenderam os europeus com o costume de banharem-se duas ou três vezes ao dia. E não podemos esquecer-nos de Cleópatra, que se banhava com leite de cabra. Fonte: www.cartunista.com.br. Seja qual for o estilo, durante o banho o sabonete tem como principal função limpar a pele, removendo as impurezas e eliminando os resíduos da pele. 33 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Os sabonetes são cosméticos detergentes, capazes de retirar a gordura superficial da pele e assim a sujeira. Sua função básica é a limpeza, para tanto não precisam de fórmulas muito elaboradas, sendo importante que estejam em pH fisiológico, próximo ao da pele, entre 5,5 e 6,0. Entretanto, a tecnologia para fabricação de sabonetes evoluiu muito nos últimos tempos e estes produtos ganharam outras funções: hidratar e proteger; eliminar a poeira; eliminar as células mortas; eliminar o excesso de óleo e suor produzidos pelas glândulas, que ainda é a função básica de todo sabonete. 2.1.1.1 Tipos de sabonetes: - Barra - Líquido A diferença no processo de fabricação de sabonetes líquidos e em barra está na base. A base para os sabonetes em barra é obtida por meio da reação de gorduras vegetais ou animais com soda cáustica. Após esse processo são adicionados preservativos, corantes e o produto é prensado. Sabonetes em barra não são recomendados para higienização facial pois seu pH alcalino, entre 9 e 10, altera o pH cutâneo, favorecendo ressecamento e morte da flora bacteriana residente da pele. Essas alterações colaboram para diminuição da capacidade de defesa imunológica da pele, proporcionado o aparecimento de acne cosmética. 34 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Os sabonetes líquidos são obtidos em uma única etapa por meio da mistura de surfactantes sintéticos com itens como: preservativos, emolientes, corantes, hidratantes e perfumes. Devido ao processo de fabricação, é muito mais fácil agregar um número maior de ingredientes benéficos para a pele aos sabonetes líquidos. Além disso, os sabonetes líquidos, em sua maioria, possuem pH neutro (mais próximo ao da pele). Quais são as novidades neste mercado? Apesar da evolução no processo de produção, formulação e na quantidade de benefícios agregados aos sabonetes, não há muitas novidades nos tipos. Além dos sabonetes em barra e os líquidos, existem os bifásicos, que já estão sendo utilizados nos Estados Unidos. É a tendência mais moderna e alia um detergente sintético - chamado de syndets associado a uma substância hidrante na mesma embalagem. Geralmente, são dois frascos separados e acoplados, as substâncias só se misturam no momento em que o usuário comprime o frasco com o uso. 2.1.1.2 Matérias-primas Para fins práticos, as matérias-primas empregadas na fabricação de sabonetes estão divididas em três grupos: - Essenciais; - Secundárias; - Coadjuvantes. 35 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Matérias-primas essenciais a) Matérias graxas - podem ser de origem animal ou vegetal. - São de origem animal: o sebo, a graxa de porco, a graxa de ossos, a graxa de cavalo, a graxa de lã, etc. - De origem vegetal: azeite de oliva, óleo de coco, óleo de palma, azeite de algodão, óleo de rícino, azeite de girassol, etc. b) Matérias alcalinas. As substâncias alcalinas que contêm sódio produzem sabões sólidos; aquelas que contêm potássio produzem sabões moles. Os álcalis mais usados são o hidróxido de sódio (soda cáustica) e o carbonato de potássio, conhecido simplesmente como potassa. Matérias-primas secundárias São aqueles componentes que, incorporados ao produto, melhoram a qualidade ou diminuem o custo. Podem ser: resinas, substâncias de recheio, corantes e perfumes: a) Resinas: são resíduos sem cheiro nem sabor, resultado da destilação da terebintina crua; b) Matérias de recheio (cargas): o principal objetivo da incorporação dos componentes de recheio é a redução de custos. Muitas vezes, sacrifica-se a qualidade do produto por um rendimento maior. Contudo, alguns sabões têm suas qualidades melhoradas com a incorporação de pequena quantidade de silicato de sódio, o que os tornam mais sólidos e duráveis. Nos sabonetes não é conveniente o uso de matérias de recheio. Substâncias mais empregadas: silicato de sódio, carbonato de sódio, caulim, talco, açúcar, caseína, amido, bórax, dentre outras; c) Corantes e perfumes: o uso de corantes visa melhorar o aspecto do sabonete e agradar à vista. Podem ser de origem animal, vegetal ou mineral. Para perfumar, são empregadas essências lipossolúveis. 36 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 2.1.1.3 pH Os sabonetes em barra, em sua maioria, possuem pH alcalino (pH~10,5) e os sabonetes líquidos podem ter seu pH ajustado para neutro (ph=7) ou próximo da pele (pH~4,8 - 5,5). Existem sabonetes em barra que são preparados com surfactantes sintéticos suaves e possuem pH neutro. Existem também os sabonetes com pH alcalino, mas que contêm ingredientes especiais que os tornam mais suaves que os sabonetes comuns. 2.1.1.4 Surfactantes Ativos que são responsáveis pelo processo de limpeza da pele. No caso de sabonetes em barra, a concentração gira em torno de 70 - 85%, enquanto que nos sabonetes líquidos esta taxa cai para 15-20%. 2.1.1.5 Formulações de sabonetes Sabonete adstringente com extratos vegetais ( Acne grau I) Extrato glicólico de Hamamélis......................................................................5,0% Extrato glicólico de Própolis............................................................................10% Sabonete líquido qsp...................................................................................100ml Uso: higienização no tratamento em cabine; uso doméstico 2 vezes ao dia. Sabonete abrasivo/esfoliante físico 1 Semente de apricot.......................................................................................5,0% 37 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Alfa bisabolol.................................................................................................1,0% Sabonete líquido qsp...................................................................................100ml Uso: higienização no tratamento em cabine (une os passos de limpeza e esfoliação em um só) dispensa o uso de esfoliante físico após o sabonete; uso doméstico 1 a 2 vezes na semana. Sabonete abrasivo/esfoliante físico 2 Microesferas de polietileno..........................................................................10,0% Alfa bisabolol.................................................................................................1,0% Sabonete líquido qsp...................................................................................100ml Uso: higienização no tratamento em cabine ( une os passos de limpeza e esfoliação em um só) dispensa o uso de esfoliante físico após o sabonete; uso doméstico 1 a 2 vezes na semana. Sabonete antiacne com Asebiol ® (Acne grau II e III) Asebiol ..........................................................................................................5,0%Sabonete líquido .........................................................................................100ml Uso: higienização no tratamento em cabine para peles oleosas; uso doméstico 2 vezes ao dia. Sabonete antiacne com Fructinase® (Acne grau II e III) Fructinase® .................................................................................................1,0% Sabonete líquido ........................................................................................100ml Uso: higienização no tratamento em cabine para peles oleosas; uso doméstico 1 vez ao dia. 38 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 2.1.2 Esfoliantes Esfoliantes são cosméticos com a função de eliminar as camadas superficiais do extrato córneo, promovendo a renovação celular e melhorando as características da pele hiperqueratinizada. Outra importante função dos esfoliantes é que, por diminuírem o estrato córneo, também melhoram a permeabilidade cutânea para outros cosméticos. 2.1.2.1 Tipos de esfoliantes Químicos - são formulados com ativos irritantes para a pele (ácidos) que promovem a descamação das células da camada córnea, normalmente por diminuição da adesão entre os corneócitos. Sua ação é mais agressiva que os esfoliantes físicos, podendo se observar descamação cutânea até uma semana após sua aplicação. Deve ser usado com cautela em clientes com peles sensíveis e com histórico de alergia. Físicos - são formados por micropartículas que promovem uma abrasão direta sobre a pele por meio de movimentos manuais durante a aplicação. Podem ser usados com segurança em casa pelo cliente, pois sua ação é menos intensa que os esfoliantes químicos. Na esfoliação física não se observa descamação da pele posteriormente ao processo. Indica-se uma sessão semanal de esfoliação física em peles com queratinização. 39 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 2.1.2.2 Formulações de Esfoliantes Gel esfoliante físico Microesferas de polietileno.............................................3,0 a 5,0% Sementes de apricot........................................................ 3,0 a 5,0% Lauril éter sulfato de sódio...............................................2,0% Gel base qsp...................................................................100g Uso: durante higienização no tratamento em cabine, aplicar com movimentos rotatórios suaves; uso doméstico 1 vez na semana. Gel esfoliante químico *Fructinase®......................................................................1,0 a 2,0% Gel carbopol qsp................................................................100g * Fructinase® - composto por proteinases vegetais de Carica papaya e Ananassa sativa. O gel deve ser deixado por 20 minutos na pele e retirado com trouxa embebida em água. Uso: após higienização no tratamento em cabine, aplicar com pincel macio, em movimentos ascendentes desde o colo até o rosto. 2.1. 3 TÔNICOS Cosméticos na forma de tônicos são soluções sem permeabilidade cutânea, que tem o objetivo de equilibrar o pH cutâneo após algum procedimento, ou auxiliar na retirada de resíduos de produtos anteriormente usados na pele. Ao contrário do que se pensa, a maioria dos tônicos não possui tensoativos, logo, não possuem detergência, não sendo muito úteis no processo de higienização sozinhos. 40 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Muitas vezes são chamados erroneamente de “loções” tônicas, mas na verdade são soluções. 2.1.3.1 Formulações de tônicos Tônico antisséptico Clorexedine............................................................................2,0% Solução tônica pH fisiológico qsp.........................................100ml Uso: embeber o algodão e usar durante as extrações. Obs.: soluções aquosas de clorexidine a 2% podem ser usadas para desinfecção do material de trabalho, como cubetas, curetas, etc. Lavar todo material com água e sabão e deixar imerso na solução. Tônico adstringente Extrato glicólico de Hamamélis.......................................................15% Extrato glicólico de Própolis.............................................................15% Alfa bisabolol...................................................................................1,0% Solução tônica ph fisiológico qsp..................................................100ml Uso: aplicar com algodão embebido na solução. Tônico reequilibrante Alfa bisabolol..................................................................................1,0% D pantenol......................................................................................1,0% Vitamina E cosmética......................... ............................................2,0% Solução tônica ph fisiológico qsp................................................100ml Uso: aplicar com algodão embebido na solução, restaura o pH cutâneo após higienização e extração. 41 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 2.1.4 Xampus Xampus são produtos que se destinam à limpeza e, consequentemente, higiene e embelezamento dos cabelos e couro cabeludo. • O xampu deve atender às necessidades específicas de cada indivíduo e, para tanto, deverá: 1 – Limpar sem agredir os fios ou o couro cabeludo; 2 – Ser facilmente enxaguável;. 3 – Ter espuma rica e cremosa; 4 – Ter odor e aspecto agradáveis; 5 – Não irritar os olhos e as mucosas; 6 – Após o seu uso, os cabelos devem ficar macios, flexíveis e com brilho. O aparecimento de ardência, irritação, coceira, vermelhidão ou feridas após o uso de determinado xampu sinaliza a inadequação do mesmo. 2.1.4.1 Classificação dos xampus Quanto à forma: Fonte: http://www.ccs.saude.gov.br/visa. 42 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. - Xampus líquidos; - Xampus líquidos transparentes; - Xampus líquidos opacos: com ou sem brilho pérola; - Xampus cremosos: com ou sem brilho pérola; - Xampus gel; - Xampus gel transparentes; - Xampus gel opacos - perolados ou não. Quanto ao efeito sobre o couro cabeludo e fios: - Para cabelos normais; - Para cabelos oleosos; - Para cabelos secos; - Para casos especiais. 2.1.4.2 Composição dos Xampus Produto base Os componentes básicos utilizados são as substâncias orgânicas tensoativas, isto é, são aquelas que apresentam a propriedade de reduzir a tensão superficial da água e de outros líquidos. Os tensoativos, apesar de apresentarem uma composição química muito variável, apresentam como característica comum o fato de sua molécula apresentar um componente hidrófilo e outro hidrófobo. Pode-se esquematizar uma molécula de um composto tensoativo do seguinte modo: I. Radical hidrófobo (insolúvel em água); II. Radical hidrófilo, fortemente polar (solúvel em água). 43 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Como funcionam Lavar os cabelos consiste em remover a sujeira com água. Como a sujeira do cabelo é tipicamente formada por substâncias hidrofóbicas como gorduras, a interação água/sujeira não é muito grande. A propriedade tensoativa dos detergentes possibilita um aumento de contato da água com a sujeira a serremovida. Além disso, para minimizar o contato das caudas hidrofóbicas com a água, o detergente orienta-se inserindo-as na sujeira, que é hidrofóbica, deixando sua cabeça polar em contato com a água. A água, então, pode interagir melhor com a sujeira, carregando-a da superfície em que está absorvida. Estágios do mecanismo de ação do surfactante sobre a pele, iniciando pela remoção da sujidade e terminando com a remoção de parte do extrato córneo, levando à perda transepidermal de água e processos de irritação. Disponível em: <http://www.freedom.inf.br/artigos>. Quanto à situação dos grupos hidrófilos podem-se distinguir os seguintes: a) Posição terminal: apresentam ótimo poder detergente; b) Posição central: fraco poder detergente, pouco solúvel na água, porém com bom poder dispersante; 44 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. c) Vários grupos: fraco poder detergente, boa solubilidade em água, apresentando, porém, bom poder dispersante. Quando um tensoativo é dissolvido em água, as suas moléculas orientam-se de tal maneira que as extremidades hidrófilas se dirigem para água e as hidrófobas para as interfaces água/recipiente ou água/ar. Havendo outro corpo presente (por exemplo, sujeira) este também será envolto por uma película de tensoativo, orientada da mesma forma. Em função deste fenômeno de orientação dos produtos tensoativos quando em solução tem-se a formação de espuma e o poder detergente. Quando uma bolha de ar penetra na solução, forma-se na interface ar/água ou impureza/água um filme de tensoativo, que pode, no primeiro caso, sair do meio, envolvendo uma fina película de água, e no segundo caso, a partícula de impureza tende a manter-se suspensa no meio. Assim, no caso específico que é a limpeza dos cabelos contaminados por impurezas de característica graxa, ocorre o mesmo fenômeno de orientação, havendo com isto a formação de uma micela a qual se solta do fio de cabelo. Outrossim, como a película de tensoativo que envolve as partículas de impurezas apresentam uma carga elétrica semelhante, há uma repulsão entre estas e o fio de cabelo, evitando-se, assim, que ocorra uma nova deposição das impurezas sobre o cabelo. Classificação dos Tensoativos - Não iônicos: possuem um radical hidrófobo e um hidrófilo. São considerados bons emulsionantes, umectantes ou solubilizantes. Ex.: Alcanolamidas de ácidos graxos. 45 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. - Catiônicos: apresentam em solução de íons tensoativos positivos, o radical hidrófobo é um cátion. Possuem características bactericidas e antissépticas, sendo, pois, sua aplicação um complemento no tratamento dos cabelos. - Anfóteros: são produtos que em meio ácido formam cátions positivos e em meio alcalino ânions carregados negativamente. Ex.: Betaína (ácidos graxos clorados e a trimetilamina). São utilizados na preparação de xampus não irritantes para as mucosas, como xampu infantil, ou quando associados a outros detergentes conferem ao produto final efeitos especiais. - Aniônicos: o radical ativo é um ânion. De todos os detergentes atualmente são os mais usados. Devem possuir de 12 a 16 carbonos, característica que proporciona um melhor poder detergente e espumante. Ex.: Lauril sulfato de sódio, Lauril éter sulfato de sódio, Lauril éter sulfato de trietanolamina. Agente Engrossante Como agentes engrossantes encontram-se uma série de produtos que podem ser utilizados. Entre estes se podem citar sais, alginatos, CMC, MC. Os principais são as alcanolamidas de ácidos graxos, pois apresentam uma série de vantagens sobre os anteriores, tais como poder engordurante e estabilizador de espuma. Os primeiros apresentam inconvenientes como turvação, influenciando na transparência e na estabilidade do produto. As alcanolamidas que apresentam ótimo poder engrossante são: dietanolamida do ácido graxo de côco, do ácido mirístico, láurico e olêico. Engordurante 46 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Para se evitar a retirada excessiva de gordura pelo tensoativo, utilizam-se os agentes engordurantes. Os mais usados são: alcanolamidas, lanolina e derivados hidrossolúveis, derivados de lecitina, etc. Estabilizador de Espuma Popularmente é aceito um xampu que apresente bom poder espumante, pois acredita-se que o efeito de limpeza encontra-se ligado ao poder espumante, o que na realidade não ocorre. Pôr exemplo, os não iônicos com alto grau de etoxilação apresentam poder de limpeza bom, porém fraco poder espumante. A formação de espuma depende do pH da solução, do conteúdo em eletrólitos e da dureza da água. Pode-se melhorar ou estabilizar o poder espumante de um xampu pela adição de vários componentes, tais como carboximetilcelulose, fosfatos, alcanolamidas, etc. Normalmente estas últimas favorecem a formação de uma espuma de pequenas bolhas as quais apresentam melhor estabilidade. Agente Conservante Devido à presença de água e ao fato de o xampu ser uma associação de diversos componentes orgânicos, apresenta a susceptibilidade de ser atacado por microorganismos, os quais provocam uma grande alteração, tornando-o inadequado ao consumo. Ex.: Metil e propilparabenos (Nipagin e Nipazol). Essências e Corantes O apelo de marketing é determinante para a elaboração de um produto que satisfaça as expectativas do consumidor, porém é bom lembrar que a presença destes produtos pode comprometer a qualidade do xampu, provocando alterações na transparência, viscosidade, estabilidade e cor final. 47 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Aditivos Especiais São todos os produtos acrescentados ao produto para caracterizá-lo. Por exemplo: quando se acrescenta algas marinhas ao xampu para cabelos normais tem-se “Shampoo de Algas Marinhas (Cabelos Normais)”. Deverão ser rigorosamente observados: solubilidade do produto, estabilidade, compatibilidade com o restante da formulação, etc. Diluente O diluente mais utilizado é a água. Deve-se preferir o uso de água tratada, destilada e ionizada. 2.1.5 Condicionadores Os Condicionadores constituem-se da associação de diversos produtos que apresentam certas características que complementam o tratamento do cabelo. O condicionador deverá possuir caráter catiônico, pois isto permite uma afinidade para com a queratina, fixando-se nesta, dando certas peculiaridades ao cabelo. Dependendo do tipo de cabelo e do tipo de xampu utilizado previamente a composição em linhas gerais será a seguinte: 1) apresentar pouco poder antiestático; 2) apresentar certo poder engordurante; 3) apresentar pH ácido. No item 1 tem-se que, devido a eliminação da eletricidade estática há uma facilidade no pentear, ficando o cabelo solto e relativamente macio; No item 2, em alguns casos o xampu desengordura em excesso e é necessária a reposição desta gordura sobre o cabelo e couro cabeludo; 48 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. No item 3, como é conhecido, normalmente o detergente catiônico exerce seu efeito em meio ácido, outrossim no caso de usar um sabão para a limpeza dos cabelos, este haverá de modificar o pH do couro cabeludo e por meio de um produto ácido a volta do pH da epiderme será acelerada. *Observa-se que se deve utilizar um ácido fraco e nunca umácido forte, que prejudicará os cabelos. NOTA: Condicionadores são produtos de caráter catiônico acrescidos de aditivos, proporcionando um produto final mais elaborado. Já o Creme Rinse é um produto que contém somente a base com característica catiônica. 2.1.6 Perfumes A palavra perfume vem do latim “Per fumum”, que significa proveniente da fumaça. A história não nega já que muitos anos atrás os homens invocavam os deuses por meio da fumaça. Eles queimavam ervas que liberavam diversos aromas e, desta forma, nascia o perfume. Tão usados e abusados por Cleópatra, rainha do Egito, os perfumes à base de óleos florais seduziam imperadores. Segundo a ANVISA: • Perfume - possui composição aromática à base de substâncias naturais ou sintéticas, que, em concentração e veículos apropriados, tenha como principal finalidade a odorização de pessoas ou ambientes, incluídos os extratos, as águas perfumadas, os perfumes cremosos, preparados para banhos e os odorizantes de ambientes, apresentados em forma líquida, geleificada, pastosa ou sólida. 49 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 2.1.6.1 O perfume é composto de três partes: 1. Notas de Cabeça - É o primeiro aroma que se sente ao cheirar o perfume (por exemplo, essências mais voláteis, como limão, lavanda, pinho e eucalipto). Quando um perfume possui um aroma muito refrescante, suas notas são quase todas voláteis e seu aroma dura menos tempo. 2. Notas de Corpo - É o tipo de personalidade que o perfume representa, utilizam-se então essências menos voláteis e mais fortes. Estão entre elas: as aromáticas (tomilho), as especiarias (cravo), as florais, as químicas e as amadeiradas (patchuli). O aroma permanece na pele por aproximadamente 2 horas. 3. Notas de Fixação - É o aroma que fica na pele. Usam-se normalmente resinas, essências amadeiradas e de origem animal, como o musk, o castor. 2.1.6.2 Matérias-primas do Perfume Água Para a fabricação de perfumes, águas de colônia e similares deve-se utilizar água destilada para evitar impurezas que poderiam turvar o perfume. Na ausência da água destilada, pode-se ainda adicionar 21g de bórax em cada litro de água de chuva colhida diretamente da atmosfera sem contato com o telhado. Dissolve-se o bórax, deixa-se depurar, filtra-se e coloca-se num recipiente de vidro bem limpo. Álcool O álcool é um dos produtos mais utilizados na fabricação dos perfumes líquidos. Devemos utilizar álcool da melhor qualidade para obtenção de perfumes finos. Recomenda-se a utilização de álcool de cereais. Na ausência deste, utiliza-se álcool etílico de primeira qualidade. 50 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Corantes Para a coloração dos perfumes líquidos, usam-se, de preferência, soluções alcoólicas de corantes naturais, bálsamo, resinas, etc., ou substâncias vegetais tais como açafrão, clorofila, etc. Pode-se, ainda, usar anilinas sintéticas, solúveis no álcool, sendo que a solução deve ser preparada com antecedência e filtrada. Fixadores Os fixadores são substâncias de perfumes persistentes, que se utilizam nas composições com a finalidade de fixar as substâncias de perfumes fugazes. Fixadores animais - Âmbar Gris (tintura) Deve-se utilizar 3% nos perfumes de âmbar, cravo, jacinto, lilás, muguet, resedá, verbena e em várias composições de perfumes de fantasia. - Castóre (tintura) Deve-se utilizar 4% nos perfumes de âmbar e em várias composições de perfumes de fantasia. - Civeta (tintura) Deve-se utilizar de 3% a 20% nos perfumes de âmbar, heliotrópio, ilangueilangue, jasmin, jacinto, lavanda, pele de Espanha e em várias composições de perfumes de fantasia. - Musc (almíscar) (tintura) Deve-se utilizar 1-5% nos perfumes de chipre, crisântemo, feno, fougere, gerânio, orquídea, trevo e em quase todas as composições de perfumes quentes. Fixadores vegetais 51 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. - Balsamo de Tolú Usa-se 10-25% nos perfumes de acácia, heliotrópio, jasmim, lilás, madressilva, mimosa, neróli, resedá, tuberosa, narciso e em vários perfumes de fantasia. - Benjoim Absoluto (tintura a 10%) Usa-se 3-30% nos perfumes de âmbar, bergamota, cravo, heliotrópio, ilangue-ilangue, jacinto, lavanda, mimosa, muguet, opoponax, orquídea, patchuli, rosa, tília, trevo e em várias composições de perfumes de fantasia. - Estoraque Sintético (solução a 10%) Usa-se 3-30% nos perfumes de âmbar, eglantine, feno, jasmin, lavanda, patchuli, resedá, rosa, verbana e em várias composições de perfumes fantasia. - Fava Cumarú (tintura 10%) Usa-se 5-50% nos perfumes de cravo, feno, heliotrópio, ilangue-ilangue, muguet, rosa e em várias composições de perfumes de fantasia. - Íris (tintura a 10%) Usa-se 2-40% nos perfumes de íris, lírio, mimosa, violeta e em várias composições de perfumes de fantasia - Mirra (tintura a 10%) Usa-se 2-20% nos perfumes de acácia, ilangue-ilangue e em várias composições de perfumes de fantasia. - Olíbano (tintura a 10%) Usa-se 1-20% em composições de perfumes de fantasia. - Opoponax Absoluto (tintura a 10%) Usa-se 10-50% nos perfumes de acácia, ilangue-ilangue, jasmin, opoponax, neróli, rosa e em várias composições de perfumes de fantasia. 52 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Fixadores artificiais - Ácido Fenilacético Usa-se nos perfumes de acácia, fougere, jasmin e neróli. - Antranilato de metila Usa-se nos perfumes de acácia, jasmin, narciso, neróli, tuberosa e nas águas de colônia. - Ácido benzóico Usa-se na maior parte dos perfumes. - Ácido cinâmico Usa-se nos perfumes de tipos orientais. - Benzoato de cinamila Usa-se nos perfumes dos tipos orientais e fantasia. - Benzoato de amila Usa-se nos perfumes de tipos orientais. - Benzoato de isobutila Usa-se nos perfumes de acácia, neróli e trevo. - Benzilidenacetona Usa-se nos perfumes de fougere, lavanda, lilás, magnólia, trevo e nas águas de colônia. - Benzofenona Usa-se nos perfumes de fougere, gerânio e nos perfumes orientais. - Cinamato de benzila Usa-se nos perfumes de fougere, tipos orientais e nas águas de colônia. - Heliotropina (solução a 10%) Usa-se na maioria dos perfumes. 53 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. - Indol Usa-se nos perfumes jasmim, lilás e neróli. - Nerolina (solução a 10%) Usa-se nos perfumes de neróli e nas águas de colônia. - Salicilato de Benzila Usa-se na maioria dos perfumes. - Santatol Usa-se nos perfumes tipo oriental e de fantasia. Essências Diferentes concentrações de essência determinam o preço e a intensidade do perfume. - Extrato: Essências super concentradas (entre 20% e 40%), elevam o preço do produto. Usa-se somente à noite. - Perfume: Ainda muito concentrado (entre 15% e 20% de essência) também deve ser usado à noite. - Eau de Parfum: A concentração de essência varia entre 10% e 15%. Apesar de ser mais diluído, o aroma ainda é forte pode ser usado durante o dia, mas em pouca quantidade. - Eau de Toilette: Versão mais leve, com concentração entre 3% a 7%. É ideal para usar em dias quentes e até durante a prática de esportes. - Eau de cologne: concentração entre 3% e 5%. É o mais suave de todos. 2.1.6.3 Tipos de fragrâncias Existem fragrâncias femininas e masculinas, são elas:54 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Fragrâncias femininas: - Floral Composição de essências de várias flores. Pode ser simples, quando é baseada na essência de apenas uma flor, aldeídica ou sintética. - Verde Refrescante, lembra os odores de folhas, ervas e grama recém-cortada. - Chipre Baseada na composição madeira-musgo. É rica, forte e tenaz. - Semioriental Une florais, especiarias e madeiras. - Oriental Notas: animais (almíscar e âmbar) e amadeiradas (sândalo e patchuli) tornam essa família a mais sensual e misteriosa. Fragrâncias masculinas: - Lavanda Quando a essência de suas flores é dominante. - Fougère Mistura de âmbar, bergamota, musgo de carvalho e madeira. - Chipre Nota baseada numa harmonia clássica de bergamota, âmbar e musgo de carvalho. - Aromática Tomilho, menta, alecrim e anis são algumas das ervas utilizadas. 55 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. - Tabaco Madeira, bálsamo e ingredientes que lembram o cheiro do tabaco. - Madeira Patchouli, vetiver, sândalo e cedro são algumas das essências utilizadas. - Oriental Complexo doce, que inclui baunilha, almíscar e âmbar. 3 PRODUTOS PARA COLORAÇÃO, ALISAMENTO E PERMANENTE CAPILAR 3.1 COLORAÇÃO CAPILAR Atualmente estima-se que 40 a 45% das mulheres dos países industrializados consumam produtos colorantes. E as principais razões são: Tendência da moda: a cor dos cabelos tem importante impacto nas interações sociais e podem despertar fortes respostas emocionais. Muitas vezes, reflete nosso relógio biológico. Mascarar as alterações Fisiocronológicas: o cabelo loiro e castanho frequentemente é mais claro na infância, escurecendo durante a adolescência até a idade adulta. Algumas formas de cabelo grisalho têm relação com fatores nutricionais e podem ser prontamente revertidas pela mudança dietética; mas, o encanecimento natural que ocorre com a idade parece estar de alguma forma relacionado à exaustão irreversível da enzima formadora de melanina, a tirosinase. Embora algumas pessoas comecem a ficar com o cabelo grisalho já aos 20 anos, na maior parte dos casos isso acontece mais tarde. A época de ocorrência desse processo é determinada geneticamente. A consequente perda da cor dos cabelos preocupa muitas pessoas quase tanto quanto à calvície. A vontade de mascarar as mudanças de cor que acompanham o envelhecimento é uma das razões pelas quais as pessoas de todas as idades mudam a cor dos cabelos. 56 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 3.1.1 ORIGEM DOS COLORANTES Tingir os cabelos é uma arte antiga, que remonta aos tempos dos faraós. Há mais de três mil anos os egípcios foram os primeiros a desenvolver a técnica de tintura de tecidos e de cabelos, utilizando inúmeros corantes que extraíam da matéria animal e vegetal. Estes mesmos corantes foram utilizados por muitas civilizações no decorrer dos séculos, e mesmo até nos dias atuais. E ainda estão tão ligados à Antiguidade que mesmo o som dos seus nomes originais como “Camomila”, “Henna” e “Indigo”, somente para citar alguns, transmitem uma aura de magia e mistério. Até o último terço do século XIX, a coloração capilar era feita por meio de mistura de plantas e compostos metálicos, muito embora a primeira tintura orgânica sintética o “Pirogalol” (1,2,3 – Trihidroxibenzeno) tenha sido observada pela primeira vez por Scheele em 1786, e somente foi isolado e identificado por Bracconot em 1832. 3.1.2 A COR DO CABELO Dois principais tipos de pigmentos produzem as cores nos fios de cabelo: as eumelaninas (preta e marrom), caracteristicamente insolúveis, e as feomelaninas, solúveis em álcalis e que variam da cor amarela até marrom avermelhado. Estes dois grupos de pigmentos são produzidos, sob controle genético, em melanócitos na camada basal da raiz dos cabelos. Os grânulos de melanina são transferidos para os queratinócitos circundantes à medida que migram da matriz para a haste do cabelo. • eumelaninas: quimicamente são polímeros que consistem principalmente em 5,6-di-hidroxiidol (DHI) e, em menor quantidade, de 5,6-di-hidroxi-indól-2-ácido carboxílico (DHICA), ligados por vários tipos de ligações carbono-carbono. Outras unidades presentes em proporções menores incluem 5,6-di-hidroxi-indól semiquinona e pirrol carboxilado. Esses elementos menores provavelmente 57 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. decorrem da fissão parcial de indóis pelo peróxido de hidrogênio formado durante a melanogênese. • feomelaninas: pouco se sabe sobre a estrutura geral das feomelaninas, que incluem diversos pigmentos de diferentes estruturas e composições. As que foram investigadas mais extensamente são aquelas encontradas nos fios de cabelo amarelo-avermelhado. Em termos amplos, as feomelaninas caracterizam-se por complexa mistura de polímeros que contém alta porcentagem (10-12%) de enxofre, apresentando-se principalmente em unidades de 1,4-benzo-tiazinil-alina unidas aleatoriamente por vários tipos de ligações. Esse mesmo tipo de unidade estrutural é encontrado nos tricocromos, moléculas muito menores em estrutura, de composição bem definida e também encontradas no cabelo vermelho. As principais unidades estruturais das melaninas estão descritas na Figura abaixo. Unidades Estruturais das Melanina. Disponível em: www.freedom.inf.br/artigos. • oximelaninas: são pigmentos amarelos ou avermelhados que não contém enxofre e que, portanto, são quimicamente distintos dos materiais descritos acima. Foi sugerido que esses pigmentos, de cor semelhante a das feomelaninas fossem, na verdade, eumelaninas branqueadas, surgidas da clivagem peroxidante parcial de unidades de 5,6-di-hidroxi-indól. Por esse motivo, o nome ideal para estes pigmentos é oximelanina. São pigmentos formados, in vivo, por mecanismo similar à 58 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. descoloração do cabelo pelo peróxido de hidrogênio, que há muito tempo é usado como tratamento cosmético para clarear a cor natural dos fios de cabelo. 3.1.3 PROCESSOS DE COLORAÇÃO Atualmente, muitos corantes são superiores àqueles que podem ser extraídos de substâncias naturais, o que é evidenciado pelas diversas cores que conhecemos. Mas há um problema com relação à tintura de cabelo humano, um paradoxo: a porção externa do cabelo humano, ou cutícula, apresenta inúmeras camadas de escamas interligadas; caso se deseje que a cor não saia do cabelo ou não seja facilmente lavada, as moléculas do corante devem penetrar na cutícula e ser absorvidas pelo córtex. No entanto, diferente dos tecidos, que podem ser tingidos em temperaturas altas e por muitas horas, o cabelo humano deve ser tingido em temperatura ambiente, com período de aplicação relativamente curto. Portanto, para que as moléculas penetrem na cutícula do cabelo humano, elas devem difundir- se muito rapidamente. Isto significa que as moléculas que constituem as tinturas de cabelo devem ser pequenas. Contudo, para colorir o suficiente e ser utilizada como corante, a molécula deve ser relativamente grande. Embora pareça uma situação impossível, há pelo menos quatro diferentes soluções para o problema, e cada solução dá origem a um tipo diferente de produto colorante para os cabelos. Os processos de coloração dos cabelos são
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