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Tricomoníase Posição taxonômica Filo: sacomastigophora Subfilo: mastigophora (formas evolutivas possuem flagelos) Protozoários: Trichomonas vaginalis: única patogênica Mulher: região vaginal Homem: uretra e próstata Não sobrevive fora do sistema urogenital pois apresenta somente a forma trofozoíta Trichomonas tenax: forma comensal, transmitida por meio da saliva Cavidade bucal humana e também de chipanzés e macacos Alguns estudos mostram sua presença em infecções respiratórios Diagnóstico pelo tártaro ou nas criptas das tonsilas Trichomonas hominis: encontrado em fezes diarreicas Trato intestinal humano Transmissão fecal-oral Morfologia: Trichomonas vaginalis Trofozoíto Célula polimorfa (tanto em habitat natural, quanto em meios de cultura) Tem a capacidade de emiti pseudópodes (fixação e captura de nutrientes) Somente forma trofozoítica (não tem forma cística) Possui 4 flagelos anteriores e membrana ondulante: facilita sua locomoção Possui axóstilo: Estrutura rígida que se projeta através do centro do protozoário Auxilia na fixação Núcleo elipsóide Possui hidrogenossomos Função de mitocôndrias (pois é desprovido de mitocôndrias) Grânulos que produzem energia Transmissão DST Protozoário não sobrevive fora do organismo Trofozoíto resiste 6h em secreção vaginal, 2 a 3h em toalhas molhadas Transmissão por meio de fômites (toalhas, biquinis, roupa íntima, etc) Justifica a presença de trichomonas em crianças e virgens Estima-se que 2 a 17% de meninas recém-nascidas de mães infectadas podem adquirir infecção durante o parto Pietra Rosa TXIX Ciclo biológico Transmissão por relação sexual O trofozoíto então se instalam nas mucosas vaginais e da uretra peniana onde se multiplica por divisão binária longitudinal, colonizando a região (vaginal ou uretra peniana). Quando a pessoa infectada tem o contato com outra ela tem a capacidade de transmitir o trofozoíto. Para eu o trofozoíto se instale na mucosa vaginal é necessário que ocorra um aumento do pH vaginal (normalmente 3,8 a 4,5, para o trofozoíto se desenvolver necessita ser acima de 5). Em condições fisiológicas normais, como na gravidez e período menstrual, corre uma intensa descamação tecidual que causa uma redução de lactobacilos acidófilos (presentes na microbiota normal) que mantém o pH baixo. Com essa diminuição tem o aumento do pH o que favorece o desenvolvimento do Trichomonas vaginalis. Quando o parasita entra em contato com o nosso organismo induz como resposta a produção de uma secreção leucocitária. Entretanto o trofozoíto apresenta a capacidade de fagocitar essas células imunes através de vários mecanismos de citotoxicidade e citoaderência. A citoaderência e citotoxicidade dependem de fatores de virulência como adesinas e cisteina proteases. As cisteina proteases são secretadas pelo parasita, exercem um efeito citotóxico, tem a capacidade de degradar o C3 do complemento e anicorpor como IgG, igM. A expressão dos genes que codificam esses fatores de virulência é modulada por fatores do hospedeiro como o nível de cálcio e ferro. Desse modo, enquanto a quantidade de parasitas diminui por conta do fluxo menstrual, os fatores de virulência (mediados principalmente pelo ferro) contribuem para a exacerbação dos sintomas após o período menstrual. Patologia Problemas relacionados com a gravidez A resposta inflamatória gerada pela infecção pode conduzir direta ou indiretamente alterações na membrana placentária Causa a ruptura prematura da membrana, e consequentemente o parto pré-maturo ou a morte neonatal (os problemas na gravidez são causados pelo processo inflamatório) Problemas relacionados dom a fertilidade O risco de infertilidade é 2 vezes maior em pessoas infectadas Relacionado com uma doença inflamatória pélvica Infecta o TUS induzindo uma RI que danifica as células ciliares da tuba, inibindo a passagem de espermatozoides ou óvulos pela tuba (a infertilidade é causada pelo processo inflamatório) Transmissão do HIV Amplifica a transmissão A infecção faz surgir uma agressiva resposta imune celular local, com inflamação do epitélio vaginal e da uretra peniana Essa resposta inflamatória induz a infiltração de leucócitos incluindo os LTDC4 (alvo do HIV) e macrófagos O HIV então se liga aos TCD4 e ganha acesso ao organismo Aumenta a porta de entrada em HIV negativos e aumenta o número de linfócitos infectados em HIV positivos O parasita faz com que tenha pontos hemorrágicos na mucosa, causados pelo axóstilo, permitindo o acesso do vírus diretamente para a corrente sanguínea Aumenta porta de entrada para HIV negativos e aumenta os níveis de vírus em HIV positivos (porta de saída aumentada) Sintomatologia Os sinais e sintomas dependem das condições individuais, da agressividade e do número de parasitos infectantes Mulheres Desde assintomática até um estado de severa inflamação (vaginite) Corrimento fluido, abundante, bolhoso, fétido Dependendo das bactérias associadas a cor e odor podem variar Prurido Dor (ao ato sexual ao urinar) Colpitis macularis ou cérvice com aspecto de morango Vagina e cérvice eritematosas, edematosas, com erosão e pontos hemorrágicas Homens Geralmente assintomáticos Estado agudo: Caracterizado por uretrite purulenta, escassa ou abundante Mulheres Homens Complicações: Epidimite, infertilidade, prostatite Diagnóstico Clínico: Sugestivo, principalmente se for achado o Cérvice com aspecto de morango Achado em apenas 2% das pacientes Urina espumosa 20% das mulheres infectadas Coleta da amostra Homens: devem se apresentar logo de manhã sem ter urinado ou ter tomado qualquer medicamento contra o Trichomonas Material uretral (usando uma alça de platina ou suabe de algodão não absorvente) Sêmen (mais encontrado no sêmen do que na urina) Urina Mulheres: não devem realizar a higiene vaginal durante 18 a 24h e nenhum tratamento por pelo menos 15 dias Material vaginal (suabe de algodão não absorvente ou poliéster) O microrganismo fica mais evidente principalmente nos primeiros dias após a menstruação Exame microscópico Afresco e esfregaço fixado e corado Método de cultivo Profilaxia Estratégias de prevenção às DSTs Diagnóstico precoce Uso de preservativos Tratamento simultâneo dos parceiros sexuais (mesmo que somente um deles tenha sido diagnosticado) Tratamento Só é eficiente se realizado nos parceiros Metronidazol (Flagyl) e tinidazol (Flasigyn) MA: inibição da síntese de DNA Em gestantes esses medicamentos podem ser utilizados VO, somente por cremes e gel ou óvulos Tratamento é importante para evitar a infecção do bebê durante o parto Clínico Coleta de amostra Exame microscópico
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