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PSICOLOGIA CLÍNICA
Segundo os autores Moreira, Romagnoli e Neves (2007) para entender a Psicologia Clínica, se faz necessário entender primeiramente o termo “clínica” e de onde surgiu. Como citam Doron e Parot (1998): “Originalmente, a atividade clínica (do grego Klinê-leito) significa: observação que se faz a cabeceira do doente, que deitado, regredido a mais tenra infância, deixa-se observar pelo médico, para fazer um diagnóstico, um prognóstico e prescrever um tratamento.” (Doron e Parot, 1998, PP. 144-145).
Então, é possível observar que, a Psicologia Clínica teve influência direta com o saber médico da época (querendo demonstrar que o médico tinha todo o saber sobre o paciente), que desde então era utilizado. Freud e a Psicanálise, então, vieram desconstruir o “saber médico” e utilizar da escuta do paciente, utilizando de um espaço terapêutico, saindo do modelo médico clínico, para um local onde o sujeito atendido possuía um lugar, onde poderia falar de si e o analista seria um facilitador, e não aquele que sabia de tudo. O saber, na Psicanálise, seria o próprio Inconsciente (Moreira, Romagnoli e Neves, 2007).
Segundo Guerra (2002) Freud e a Psicanálise foram responsáveis pela mudança e deslocamento da prática fundamentada no olhar (no fenômeno/sintoma) para a escuta (investigação da causa), direcionando a demanda do paciente não necessariamente a uma patologia, como na medicina. 
Sendo então, a Psicanálise serviu como um exemplo teórico para a prática da Psicologia, e em troca, a Psicologia serviu de meio de difusão para a Psicanálise; reforçando que ambas tiveram suas influências, mas são diferentes entre si (Anzieu, 1979).
	A Psicologia Clínica, foi assim expressada pela primeira vez por Witmer, em 1896; se referindo a procedimentos utilizados destinados a crianças com deficiências físicas e com transtornos mentais. Portanto, no século XIX, já ocorria um início de um espaço para tratar questões psicológicas (Figueiredo, 1996).
Em 1935, já havia uma declaração do American Psychological Association, para definir o que seria a Psicologia Clínica:	
"definir capacidades e características de comportamento de um indivíduo através de testes de medição, análise e observação e, integrando esses resultados e dados recebidos de exames físicos e histórico social, fornecer sugestões e recomendações, tendo em vista o ajustamento apropriado do indivíduo" (Meiras, 1987, p.186).
Macedo (1984), afirma que a Psicologia Clínica está relacionada à compreensão e intervenção nos problemas do homem, para promover o bem-estar individual e social e, consequentemente, a atividade do clínico está popularmente vinculada à psicoterapia.
Mas a Psicoterapia seria, então, uma ferramenta dentro da Psicologia Clínica, sendo que a Psicologia Clínica é então uma das áreas de atuação do Psicólogo e que sofre mudanças ao longo do tempo. A clínica psicológica não se define pelo local em que é realizada – o consultório -, como antigamente, mas pela qualidade da escuta e da acolhida que se oferece ao sujeito (Zago, 2018).
 Macedo (1984) reforça esta ideia:
"Entendemos que a psicologia clínica se distingue das demais áreas psicológicas muito mais por uma maneira de pensar e atuar, do que pelos problemas que trata. O comportamento, a personalidade, as normas de ação e seus desvios, as relações interpessoais, os processos grupais, evolutivos e de aprendizagem, são objeto de estudo não só de muitos campos da psicologia como também das ciências humanas em geral" (p.8).
	Lo Bianco (1994) afirma que a clínica não é somente consultório, mas o uso da Psicologia em qualquer lugar que seja necessária a prevenção e promoção de saúde, não sendo definida por uma área de atuação, mas pela forma do olhar psicológico sobre tal fenômeno. 
MÉTODOS CLÍNICOS
Segundo Huber (1993 apud Aguiar, 2001), diferencia os métodos de pesquisa, que permitem constituir o quais seriam os caminhos para a aplicação desse saber (clínico) no nível do diagnóstico e da intervenção. 
Inicia com os métodos de pesquisa em psicologia clínica, ele cita principalmente: 1) o estudo de caso, 2) o estudo correlacional, 3) o estudo normativo, 4) a experimentação, 5) as estatísticas e os planos experimentais. 
No nível do diagnóstico e da avaliação clínica, ele cita 1) a entrevista diagnóstica, 2) os testes mentais, 3) a observação e a análise do comportamento, e a análise psicodinâmica; 4) os métodos biológicos.
Enfim, no nível da intervenção, demonstra que ele leva em conta os métodos que, a seu ver, seriam próprios dos quatro maiores campos utilizados: 1) a neuropsicologia clínica; 2) a psicologia da saúde; 3) o aconselhamento psicológico, a intervenção de crise e a psicoterapia (sendo as cinco orientações teóricas maiores: as terapias psicanalíticas, as terapias comportamentais, as terapias humanistas, as terapias familiares e sistêmicas, as terapias biopsicológicas); enfim, 4) a psicologia comunitária.
REFERÊNCIAS
Aguiar, Fernando. (2001). Método Clínico: Método Clínico?. Psicologia: Reflexão e Crítica, 14(3), 609-616. https://doi.org/10.1590/S0102-79722001000300016
Anzieu, D. (1979). La psychanalyse au service de la psychologie. Nouvelle Revue de Psychanalyse, 20, 59-75.
DORON, R.; PAROT, F. (orgs.) Psicologia Clínica. Dicionário de Psicologia. Vol. I. São Paulo: Ática, 1998, pp. 144-145.
FIGUEIREDO, L. C. Revisitando as Psicologias: da Epistemologia à Ética das Práticas e Discursos Psicológicos. São Paulo/Petrópolis: EDUC/Vozes, 1996.
GUERRA, A. M. C. O Social na Clínica e a Clínica do Social: Sutilezas de uma Prática. In: Gonçalves, B. D.; Guerra, A. M. C. & Moreira, J. de O. (orgs.). Clínica e Inclusão Social: Novos Arranjos Subjetivos e Novas Formas de Intervenção. Belo Horizonte: Edições do Campo Social, 2002, pp. 29-48.
Huber, W. (1993). L'homme psychopathologique et la psychologie clinique. Paris: PUF.
LO BIANCO, A. C, BASTOS, A. V. B., NUNES, M. L. T., SILVA, R. C. da. (1994). Concepções e atividades emergentes na psicologia clínica: implicações para a formação. In: ACHAR, R. (org.). Psicólogo brasileiro: práticas emergentes e desafios para a formação. São Paulo: Casa do Psicólogo.
MACEDO, R. M. S. de. (1984). Psicologia, instituição e comunidade: problemas de atuação do psicólogo clínico. In: MACEDO, R. M. S. (org.). Psicologia e Instituição. Novas formas de atendimento. São Paulo: Cortez.
MEIRAS, N. P. (1987). Modalidades de atuação e pesquisa em psicologia clínica. Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 3, n. 2, p. 166-177.
Moreira, Jacqueline de Oliveira, Romagnoli, Roberta Carvalho, & Neves, Edwiges de Oliveira. (2007). O surgimento da clínica psicológica: da prática curativa aos dispositivos de promoção da saúde. Psicologia: Ciência e Profissão, 27(4), 608-621. https://doi.org/10.1590/S1414-98932007000400004
Zago, Kelly Justino. (2018). Psicologia Clínica: O que é psicoterapia? Quais os benefícios?.Vittude Blog. Link: https://www.vittude.com/blog/fala-psico/psicologia-clinica-psicoterapia-quais-os-beneficios/

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