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Fichamento_Antropologia e História

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
FICHAMENTO
Antropologia e História
Fichamento sobre a seção Antropologia e História, do livro Relativizando (Da Matta, Roberto). Apresentado em cumprimento as exigências da disciplina Antropologia e Sociedade, ministrada pelo 
Rio de Janeiro- RJ
2020
ANTROPOLOGIA E HISTÓRIA
O texto escolhido faz parte do livro Relativizando, que tem como propósito situar a Antropologia dentro do quadro científico, mais especificamente a Antropologia Social. Nesta seção o autor descreve a história da Antropologia científica, passando pelas diferentes perspectivas de visão da ciência antropológica, o funcionalismo de Malinowski e o estruturalismo de James Frazer; de forma irônica ele sintetiza seu ponto de vista e explica de forma pedagógica sobre os detalhes das diferentes perspectivas de ser um antropólogo, e de forma sutil defende a sua visão da forma como a ciência Antropologia deve ser devidamente entendida e situada dentro da História. 
Para entender da onde começa o início da Antropologia, precisa-se ter em mente de que a simples observação de hábitos e a anotações dos mesmos não define o trabalho do antropólogo, este vai mais além, procura entender a estrutura da sociedade do nativo a partir do ponto de vista dele [nativo], e, somente então entender de forma comparativa como funciona a sua própria sociedade. O embasamento no texto para tal afirmação encontra-se na própria introdução, quando Da Matta afirma que os gregos se separavam em dois grandes grupos, nós e eles, no qual não havia a tentativa de entendimento mas apenas a depreciação dos outros grupos por parte dos gregos. Ele prossegue explicando do porquê os europeus não podem ter sido os primeiros antropólogos, já que eles iam para terras nativas e viviam juntos dia após dia; a diferença encontrava-se na diferença do olhar do observador, o europeu estava preocupado com a descrição do local, da fauna e flora, e isso se diferencia do trabalho de pesquisa de campo realizado pelo antropólogo [que já fora mencionado mais acima]. 
A Antropologia científica só pode surgir após a mudança de mentalidade europeia, que sai da figura aristocrática colonizadora e cria ideais de liberdade e igualdade, fundamentais para o trabalho de campo do antropólogo que passa a relativizar a visão sobre outros povos, agora o olhar de superioridade some e dá lugar a um olhar reflexivo, que observa as bases da outra cultura sem preceitos, apenas ela por ela própria. 
James Frazer foi um antropólogo que buscou entender outras sociedades a partir das suas singularidades numa escala global, ou seja não tinha contato direto com os nativos os quais estudava, e por conta disso suas pesquisas são generalistas, sem muitos detalhes. Ao movimento seguido por Frazer dá-se o nome de evolucionismo, chamado assim porque buscou catalogar as sociedades de modo linear e crescente da menos complexa até a mais complexa, junto a isto cada sociedade passaria por um processo civilizatório em que o fim seria a sociedade mais “evoluída” – que eles acreditavam ser a própria sociedade em que viviam -. As pesquisas dos evolucionistas buscaram separar cada ponto a ser estudado, sem relacionar com os demais aspectos de uma sociedade, ou seja, seria como separar causa e efeito, ação e a consequência, comparando sempre as sociedades através de aspectos por eles escolhidos. Dessa forma, a generalização máxima foi uma consequência lógica, já que para Frazer e demais que seguiam sua forma de pesquisa, a diversidade não era um fator a ser estudado; nesse momento, Da Matta, usa, de forma simples e objetiva, o exemplo da religião, “religião é a crença em almas” para evolucionistas não importava se a religião em Roma é monoteísta e uma tribo localizada no meio da África era politeísta, e sim a máxima generalização. 
O autor definiu quatros características fundamentais para se entender toda a lógica evolucionista, todas as postulações são entendidas de forma fácil pelo leitor: “Primeiro, a ideia de que as sociedades deviam ser comparadas entre si por meio de seus costumes” (p. 91) “A segunda ideia é a de que os costumes têm uma origem, uma substância, uma individualidade e, evidentemente, um fim” (p. 93) “A terceira ideia mestra do evolucionismo é a de as sociedades se desenvolvem de modo linear, irreversivelmente, com eventos podendo ser tomados como causas e outros como consequências” (p. 95) “ (...) o quarto e último fator (...) trata-se do modo típico pelo qual essas doutrinas enquadram as diferenças entre os homens” (p. 98). Esta última postulação refere-se ao fato desses cientistas sociais reduzirem as diferenças entre as sociedades a um mero espaço de tempo, utilizando-se de perspectiva que coloca todas as sociedades num eixo temporal e organiza as diferenças como sendo etapas do desenvolvimento social.
Tendo explicado o evolucionismo, Roberto parte para situar e explicar o funcionalismo, inventado por Malinoswki, que o autor parece concordar com a forma de pesquisa e a própria perspectiva do que seria a ciência antropológica. 
O funcionalismo nasceu para aprimorar e contrapor o evolucionismo de Frazer. A visão funcionalista da ciência antropológica propunha estudar a sociedade de maneira integral, com todas as suas complexas relações e costumes existentes, de forma oposta a visão do s evolucionista. O autor exemplifica magnificamente a diferença quando diz que carruagens existentes em algum local nos dias atuais não são apenas resquícios de um passado remoto sem qualquer utilidade, mas tem um papel, que é de lembrar o passado. Descobrir porque a carruagem foi escolhida para ser mantida e não outro objeto, revela muito sobre a sociedade em questão e, é o objeto de estudo do funcionalista, descobrir a funcionalidade e a relação que ele tem com a sociedade estudada. Disso retira-se, uma informação extremamente importante quando se observa esse tipo de visão antropológica, para entender algum aspecto da sociedade é preciso entende-lo em seu próprio meio, isso é, entender o contexto social em que aquele aspecto está inserido e para isso é necessário fazer a pesquisa de campo, conviver diariamente com os nativos para que nenhum detalhe fuja do cientista. E o mais importante, a relativização do sujeito cientista, ele deixar seus pré conceitos e construções sociais [até onde é possível para um ser humano] para que consiga entender todas as relações existentes na sociedade estudada de forma pragmática.
Este texto do Roberto Da Matta é interessante porque consegue ser compreensível e rico em conteúdo, consegue mostrar todos os conceitos e exemplifica-los com uma linguagem formal e acessível para a maioria dos leitores. A forma como o autor escreve e constrói seus argumentos é fluída e torna um texto longo ser gostoso de ler. 
 
BIBLIOGRAFIA
DA MATTA, Roberto. Antropologia e História. Relativizando: Uma introdução à Antropologia Social. Rio de Janeiro, Rocco, 2011, p. 86 – 106.

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