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Relatório de estágio em nutrição clínica

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FACULDADE EDUVALE AVARÉ 
ANA BEATRIZ RAMOS CAVECCI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVARÉ-SP 
2019 
 
ANA BEATRIZ RAMOS CAVECCI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA 
 
 
 
 
 
Relatório final apresentado à disciplina de 
Nutrição Clínica ao curso de Nutrição da 
Faculdade Eduvale de Avaré como requisito 
parcial para conclusão do curso. Sob 
supervisão da Prof.a Dr.a Mariana Baptista 
Tablas 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVARÉ-SP 
2019 
 
IDENTIFICAÇÃO 
 O estágio obrigatório supervisionado em Nutrição Clínica foi realizado pela 
acadêmica Ana Beatriz Ramos Cavecci, do oitavo período do curso de Nutrição da 
Faculdade Eduvale de Avaré. 
 
 
 PERÍODO DE REALIZAÇÃO 
O estágio iniciou-se no dia de 05 de agosto de 2019. As atividades práticas 
foram desenvolvidas de segunda à quinta-feira, das 13h ás 17h na Santa Casa de 
Misericórdia de Avaré e as sextas-feiras na faculdade Eduvale, obtendo 4 horas 
diárias de Segunda a Quinta e 6 horas/dia nas sextas feiras. Foram totalizadas 220 
horas, finalizada no dia 11 de outubro de 2019. 
 
 
INSTITUIÇÃO CONCEDENTE 
 O estágio foi realizado na Santa Casa de Misericórdia na cidade de Avaré, no 
período vespertino, referente à demanda diária do hospital. Tendo como supervisora 
de campo a professora e nutricionista Mariana Baptista Tablas, CRN3- 3670. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Este trabalho só foi concluído graças às orientações da supervisora de 
estágio Profa. Dra. Mariana Baptista Tablas em conjunto com a Nutricionista 
responsável da Santa Casa de Misericórdia de Avaré, Beatriz Langoni Rodrigues, 
que se dedicaram arduamente a acompanhar todo percurso realizado ao longo 
dessas 220 horas de estágio. 
Agradeço em especial todos os funcionários do hospital por toda dedicação, 
paciência e respeito com minha pessoa, além de todo auxilio nessa jornada. 
Toda minha gratidão aos demais estagiários e colegas de classe por todo 
conhecimento compartilhado, e por dividirem comigo toda essa trajetória de 
aprendizados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR.........................................1 
2. SERVIÇO DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA................................................................2 
2.1 MANUAL DE DIETAS.............................................................................................2 
2.2 DEMONSTRAÇÃO E CÁLCULO DE CARDÁPIOS...............................................2 
2.2.1 Análise Crítica.....................................................................................................3 
2.3 DIETAS...................................................................................................................3 
2.3.1 Solicitação, Identificação e Atualização..............................................................3 
2.3.2 Porcionamento, Acondicionamento e Distribuição..............................................3 
2.4 CONTROLE HIGIÊNICO-SANITÁRIO...................................................................4 
3. SETOR DE NUTRIÇÃO CLÍNICA............................................................................5 
3.1 ATRIBUIÇÕES DO ESTAGIÁRIO E DO NUTRICIONISTA CLÍNICO...................5 
3.2 AVALIAÇÃO E TRIAGEM NUTRICONAL..............................................................5 
3.2.1 Diagnóstico e Periodicidade................................................................................5 
3.2.2 Métodos, Materiais e Referências.......................................................................6 
3.3 EVOLUÇÃO NUTRICIONAL NO PRONTUÁRIO...................................................6 
3.3.1 Prescrição de Dieta e Suplementação................................................................6 
3.3.2 Aceitação da Dieta..............................................................................................6 
3.4 SETOR DE ESPECIALIDADE CLÍNICA................................................................6 
3.5 EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE TERAPIA NUTRICIONAL............................7 
3.6 DIETA ENTERAL E PARENTERAL.......................................................................7 
3.7 ORIENTAÇÃO DE ALTA........................................................................................7 
4. RECOMENDAÇÃO E AVALIAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO DO ESTÁGIO............8 
4.1 CONTRIBUIÇÕES DO ALUNO..............................................................................8 
4.1.1 Problemas e Dificuldades encontradas no serviço de saúde..............................8 
5. AVALIAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO DO ESTÁGIO................................................9 
5.1 CONTRIBUIÇÕES DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO E ATIVIDADES 
PLANEJADAS..............................................................................................................9 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................10 
APÊNDICES...............................................................................................................11 
ANEXOS....................................................................................................................19
1 
 
 
 
1. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR 
 Estágio realizado na instituição Santa Casa de Misericórdia de Avaré, localizado na 
rua Paraíba, n0 1003, Bairro Centro, CEP: 18.700.110 no município de Avaré. Aos cuidados 
da Nutricionista responsável Beatriz Langoni Rodrigues, CRN 48.865. 
 O hospital realiza serviço misto atendendo SUS, particular e convênios. Sendo 160 
leitos para o serviço particular, 59 convênios e 109 do SUS atendendo toda a população de 
Avaré e região. As alas do hospital são divididas conforme necessidade de cada patologia. 
(Ver apêndice A) 
 Não há controle do fluxo de pacientes, como número de internações e/ou números 
de altas por dia. 
 As doenças mais atendidas são: diabetes, doença renal e hipertensão arterial. As 
dietas mais utilizadas são ofertadas via oral e através da terapia nutricional enteral, podendo 
oscilar conforme a ala. 
 No anexo 1 está inserido uma prescrição nutricional fornecido pelo hospital 
juntamente com uma sugestão de cardápio para pacientes diabéticos. 
 
2 
 
 
 
2. SERVIÇO DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA 
2.1 MANUAL DE DIETAS 
O manual de dietas serve como “GUIA ALIMENTAR” na prescrição da dieta 
feita pelo médico, mostrando as principais indicações de cada uma e demonstrando 
suas particularidades no Serviço de Nutrição e Dietética. 
A escolha dos alimentos que compõem a dieta é de responsabilidade do 
nutricionista, levando em consideração hábitos e necessidades dos pacientes, dessa 
forma, têm-se as dietas orais, enterais e parenterais, usadas em casos específicos. 
As dietas orais que compõem o cardápio da instituição podem ser de 
consistência: geral, leve, branda, pastosa, pastosa liquidificada e apenas líquida. A 
composição nutricional pode ser para diabetes, dieta hipossódica, assódica, 
hipogordurosa, hipoproteica, hipocalórica, laxativa, com resíduos mínimos (alta 
absorção ou sem resíduos), pobre em potássio, dieta hipoalergênica, isenta de 
glúten e hiperproteica. 
Já as dietas enterais usadas na instituição são: Fresubin Lipid, Impact, 
Fotcare e Reconvan – usados como imunomoduladores, e em casos de câncer e 
sepse; Glucerna1.5, Novasource GC 1.5, Diben – usados em casos de Diabetes tipo 
I e II; Cubison, Cubitan, Proline, Impact – usados em casos de lesão por pressão; 
Nutri Renal (sem diálise/ tratamento conservador), Nutri Renal D (hiperproteico, em 
casos de diálise) e Novasource Ren (diálise/não diálise) – usados em caso de renal 
crônico; Nutri Liver, Fresubin Hepa – usados com pacientes hepatopatas; Peptimax, 
Survimed OPD, Peptamen 1.5, Arg, Prebio, Intense, Pó, AF, HN, Peptamen Jr (empó, e em tretrapak) – usados para absorção alta; Fresubin HP Energy, Fresubin 
2kcal HP, Novasource Senior, Nutri Fiber 1.5, Trophic EP, Protison, Peptamen 
Intense – usados em dietas hiperproteicas e hipercalóricas. 
As dietas parenterais são solicitadas pela nutricionista à farmácia, e são de 
dois tipos, sendo elas: Kabiven Padrão e Smoof Kabiven. 
O manual de Dietas e Suplementações da Santa Casa de Misericórdia de 
Avaré está inserido no anexo 2. 
 
 
2.2 DEMONSTRAÇÃO E CÁLCULO DE CARDÁPIOS 
 (Ver apêndice B e C) 
3 
 
 
 
2.2.1 Análise Crítica 
 As dietas orais estão dentro do padrão referente à consistência e composição 
nutricional. Assim como as dietas enterais também estão, podendo ser utilizadas 
como sistema fechado ou aberto. Lembrando que depois de aberto o frasco deve ser 
consumido por inteiro ou descartado. 
 
2.3 DIETAS 
2.3.1 Solicitação, Identificação e Atualização 
O médico é quem prescreve as dietas de acordo com a situação do paciente. 
Como a prescrição e evolução da dieta são realizadas apenas pelo médico, 
percebe-se certa “falha operacional”, devido à nutricionista não ter autonomia 
referente às dietas e suplementação, resultando na privação dos pacientes a 
suplementos que poderiam completar a dieta ou em dietas específicas para sua 
patologia, sem o tempo de espera até o médico readequar. Todos os dias a 
nutricionista responsável passa pelos postos de enfermagem e confere possíveis 
alterações nas dietas dos pacientes, sendo interessante que a própria tenha 
autonomia de modificá-las. 
 
2.3.2 Porcionamento, Acondicionamento e Distribuição 
Quanto às refeições, essas são porcionadas manualmente pelas copeiras e 
após a montagem são distribuídas nas alas. Para as refeições dos pacientes do 
SUS, as copeiras deixam identificadas em cada marmita de alumínio a letra inicial do 
tipo de dieta (ex: dieta para diabéticos,marcam DM com a caneta), facilitando assim 
a distribuição. No caso das dietas para convênio e particular, as bandejas são 
demarcadas com uma fita e a informações do tipo de dieta. 
As refeições ofertadas são: café da manhã, almoço, café da tarde, jantar e 
ceia. 
As preparações são levadas até as alas dos pacientes em carrinhos térmicos. 
No SUS a distribuição da refeição é através de marmitas de alumínio e talhares 
descartáveis, tanto para o paciente quanto para o acompanhante. Já no particular ou 
convênio a refeição é distribuída em bandejas plásticas com divisórias e talheres de 
alumínio, também para o paciente e acompanhante. 
 
4 
 
 
 
2.4 CONTROLE HIGIÊNICO-SANITÁRIO. 
Quando se trata de controle higiênico sanitário, a cozinha hospitalar segue as 
normas do Manual de Boas Práticas, que é atualizado a cada dois anos, e são feitas 
duas cópias, onde uma é fixada na cozinha a disposição das cozinheiras e copeiras, 
e a outra permanece com a nutricionista. A partir disso, o departamento de Nutrição 
e Dietética tem a disposição o POP (Procedimento Operacional Padrão), que pode 
ser utilizado quando existir dúvidas sobre procedimentos internos. Outra forma de 
controle é a coleta de amostras, com o objetivo de esclarecer possíveis ocorrências 
de enfermidades transmitidas por consumo de alimentos. É aferida temperatura e 
em seguida retirado uma amostra de cada alimento que foi servido, tendo os dados 
registrados em uma planilha (temperatura e amostras coletadas). Essa planilha é 
arquivada pela nutricionista para futuras verificações. 
 A qualidade da água usada no local é controlada através de empresa 
especializada no tratamento, sendo de responsabilidade do funcionário da 
manutenção do hospital. 
 A higienização da cozinha é feita pelas copeiras e cozinheiras. Para a limpeza 
geral do hospital existe uma equipe específica responsável. 
 
 
 
5 
 
 
 
3. SETOR DE NUTRIÇÃO CLÍNICA 
3.1 ATRIBUIÇÕES DO ESTAGIÁRIO E DO NUTRICIONISTA CLÍNICO 
Tanto o estagiário quanto o nutricionista tem como atribuições: avaliar o 
estado nutricional; realizar triagem e diagnóstico do estado nutricional; prescrição 
dietética; adequar a composição da dieta ao paciente; acompanhar a evolução 
dietoterápica em função da evolução clínica, nutricional e da ingestão alimentar do 
paciente; prescrição, avaliação e acompanhamento de dieta enteral e fórmulas 
lácteas; avaliação e acompanhamento de dieta parenteral; elaboração e 
acompanhamento de dietas especiais; solicitação e interpretação exames 
bioquímicos; orientação dietoterápica de alta hospitalar. 
 
 3.2 AVALIAÇÃO E TRIAGEM NUTRICIONAL 
De acordo com a Associação Brasileira de Nutrição (2014), o sistema de 
triagem é capaz de identificar o risco nutricional do indivíduo e assim possibilitar a 
realização de uma intervenção rapidamente. É recomendado aplicá-la em até 24h da 
admissão do paciente em nível hospitalar. Deste modo, a triagem deve ser um 
procedimento dinâmico, realizado pela equipe multidisciplinar de saúde que recebe o 
paciente hospitalizado, podendo assim avaliar seu estado nutricional. 
Segundo Raslan (2008), no Brasil não existe uma técnica padrão de triagem 
nutricional. No entanto, a literatura oferece diferentes ferramentas de triagem ou 
rastreamento nutricionais validados. É comum que haja uma comparação entre as 
mesmas. Alguns aspectos como: culturais e socioeconômicos interferem no 
desempenho das ferramentas de triagem nutricional. Portanto é necessário 
estabelecer senso crítico sobre a mais indicada ao ambiente hospitalar. 
O Sistema de Triagem Nutricional utilizado no estágio de nutrição clínica está 
inserido no anexo 3. 
 
3.2.1 Diagnóstico e Periodicidade 
Primeiramente, realizou-se a Avaliação Subjetiva Global em todos os 
pacientes, onde foi possível verificar o estado nutricional de cada um e classificá-los 
em três níveis: eutróficos; sob risco de desnutrição e; desnutrido. Para os pacientes 
diagnosticados com o estado nutricional eutrófico, apenas avaliou-se a aceitação da 
dieta diariamente. Já os pacientes em estado de desnutrição ou risco de 
6 
 
 
 
desnutrição, além de avaliar a aceitação da dieta, foram feitos cálculos de 
necessidade energética para atingir o peso ideal e avaliações nutricionais. 
 
3.2.2 Métodos, Materiais e Referências 
Para os pacientes diagnosticados com o estado nutricional eutrófico, foi 
utilizado apenas o método de avaliação subjetiva global e em seguida avaliação da 
aceitação da dieta enquanto que pacientes em estado de desnutrição ou risco de 
desnutrição, foram coletados dados antropométricos, como peso, altura, 
circunferência do braço, prega cutânea tricipital e, quando necessário, altura do 
joelho e circunferência da panturrilha, utilizando balança, fita métrica e adipômentro. 
Além disso, calculou-se o peso ideal para estes pacientes, a taxa de metabolismo 
basal (TMB) através da formula de Harris Benedict (1919) e as necessidades 
energéticas totais (NED). 
 
3.3 EVOLUÇÃO NUTRICIONAL NO PRONTUÁRIO 
3.3.1 Prescrição de Dieta e Suplementação 
A prescrição do tipo de dieta e a suplementação eram registradas diariamente 
no prontuário de cada paciente. 
 
3.3.2 Aceitação da Dieta 
A aceitação da dieta também foi registrada diariamente no prontuário de cada 
paciente. 
 
3.4 SETOR DE ESPECIALIDADE CLÍNICA 
O hospital é dividido em alas, sendo elas: 
 - Ala 1 – Maternidade 
 - Ala 2 – Doenças crônicas 
 - Ala 3 – Cirurgias do trato gastrointestinal 
 - Ala 4 – Particular e convênio 
 - Ala 5 – Trauma e Ortopedia 
 - Ala Cirúrgica 
 - Ala Pediátrica 
 - Unidade de Terapia Intensiva 
7 
 
 
 
3.5 EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE TERAPIA NUTRICIONAL 
A Equipe Multiprofissional é responsável por realizar discussões sobre as 
dietas compostas por nutricionista, enfermeiro, psicólogo, assistente social, 
fisioterapeuta e o médico. No hospital a dieta e sua evolução são prescritas somente 
pelos médicos, no entanto, existe uma reunião para discussões sobre. 
 
 3.6DIETA ENTERAL E PARENTERAL 
Os pedidos de compra das dietas enterais e parenterais são realizados pelo 
serviço de nutrição. A prescrição das dietas é realizada pelo médico responsável e a 
farmácia responsável pela distribuição das mesmas. 
 
 3.7 ORIENTAÇÃO DE ALTA 
As orientações de alta são realizadas em casos que o médico responsável 
julga necessário, informadas no prontuário do paciente como “alta programada”. 
Onde são pré-estabelecidas e avaliadas conforme o tipo de patologia. 
Nos casos em que o paciente recebe alta e apresenta algum risco nutricional 
ou doenças associadas, que requerem uma intervenção nutricional específica, a 
nutricionista fica responsável em fazer as orientações pertinentes, entregando ao 
paciente uma via impressa, onde explica tópico a tópico quais as orientações, sendo 
possível também a retirada de dúvidas. 
Caso o paciente necessite de acompanhamento nutricional após a internação 
o mesmo é encaminhado a UBS locais, dando continuidade ao tratamento com os 
nutricionistas do município. 
 
 
 
8 
 
 
 
4. RECOMENDAÇÃO E AVALIAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO DO ESTÁGIO 
4.1 CONTRIBUIÇÕES DO ALUNO 
O indivíduo quando chega ao hospital já está com dor ou alguma doença, ou 
seja, fragilizado físico e emocionalmente. É nesse ponto que entra a humanização e 
capacitação dos profissionais durante o atendimento, desde a recepção até a alta do 
paciente. Ali pode ser o único momento de atenção, por parte das pessoas, que 
esse paciente venha a ter. 
O estagiário tem como missão atender aos pacientes, de forma que haja 
acolhimento, atenção e monitoramento, sob vigilância nutricional diária resultante de 
avaliações nutricionais, anamnese, antropometria, avaliação da aceitação da dieta e 
sugestões a nutricionista local, aperfeiçoando a terapia nutricional e a dieta ofertada. 
Os casos clínicos foram avaliados um a um e apresentados em sala de aula 
semanalmente aonde surgiram oportunidades de discussões, descobertas e divisões 
de experiências, além de possibilitar um aprofundamento no conhecimento das 
patologias estudadas. 
 
4.1.1 Problemas e Dificuldades encontradas no serviço de saúde 
 Os pacientes que foram atendidos pelos estagiários estavam sob assistência 
do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo assim, percebeu-se que muitos casos 
mesmo com argumentos controversos, rapidamente geravam a alta do paciente, 
com finalidade de vagar um novo leito, mostrando uma condição bem clara de 
rotatividade de leitos, devido a não existência de quantidades suficientes. 
Encontraram-se também leitos desativados, sem uso, com acúmulo de materiais 
hospitalares, aonde possivelmente poderiam ser instalados mais leitos. 
Ainda assim o hospital se encontra bem administrado, com atendimento de 
médicos e enfermeiros em números aparentemente suficientes, o que não acontece 
com o Departamento de Nutrição, visto que existe apenas uma nutricionista para 
visitas aos leitos para realização da avaliação nutricional, além de ficar responsável 
por todo setor da unidade de alimentação e nutrição (UAN). 
Do ponto de vista do estagiário, seria interessante a contratação de mais uma 
nutricionista no local. Uma para administrar o setor de alimentação e outra 
responsável apenas para o setor clínico. 
 
 
9 
 
 
 
5. AVALIAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO DO ESTÁGIO 
5.1 CONTRIBUIÇÕES DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO E ATIVIDADES 
PLANEJADAS 
 Tanto a supervisão do estágio quanto as atividades planejadas elevou muito o 
nível de conhecimento dos estagiários, sanando dúvidas das práticas diárias e 
melhorando a postura ética profissional. As atividades planejadas possibilitaram uma 
ampla visão de cada caso estudado, possibilitando discussões de algumas vertentes 
além da troca de conhecimento. 
 
 
10 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLÍOGRÁFICAS 
RASLAN. M. et al. Aplicabilidade dos métodos de triagem nutricional no 
paciente hospitalizado. Revista de Nutrição, Campinas v.21, n.5, p. 553-561, 
set./out., 2008. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1415-
52732008000500008. Acessado em: 15/10/2019. 
 
SÃO PAULO (Estado). Associação Brasileira de Nutrição. Sistematização do 
Cuidado de Nutrição. Manual Orientativo. São Paulo, 2014. 66 p. Disponível em 
http://www.asbran.org.br/storage/arquivos/PRONUTRI-SICNUT-VD.pdf. Acessado 
em: 15/10/2019. 
 
 
 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APÊNDICE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APÊNDICE A - TABELA REFERÊNTE AOS LEITOS EXISTENTES 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Leitos por Especialidade Existentes Part/Conv SUS 
Cirurgia Geral 45 19 26 
Obstetrícia 26 10 16 
Ortopedia/Traumatologia 2 0 2 
Clínica Geral 61 27 34 
Pediatria 15 2 13 
AIDS 4 0 4 
UTI 10 1 9 
ISOLAMENTO 5 0 5 
Total Geral 168 59 109 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APÊNDICE B - CARDÁPIO UTILIZADO NO HOSPITAL 
 
 
15 
 
 
 
7:00 
CAFÉ DA MANHÃ 
MEDIDA 
CASEIRA 
QUANTIDADE KCAL 
Pão francês 1 unidade 50g 142,8 kcal 
Café com leite 1 copo médio 150 g 47,16 kcal 
Margarina c/ ou s/ sal 1 colher de chá 15g 107,85 kcal 
Açúcar 1 sachê 5g 19,35 kcal 
TOTAL --------------- 220 G 317 KCAL 
 
12:00 
ALMOÇO 
MEDIDA 
CASEIRA 
QUANTIDADE KCAL 
Arroz 2 escumadeiras 170 g 212 kcal 
Feijão 2 conchas média 172 g 105 kcal 
Cenoura refogada 4 colheres de sopa 100 g 45 kcal 
Frango assado em 
pedaço 
1 filé médio 100 g 239 kcal 
Alface crespa 1 pires de chá 
picado 
20 g 2,6 kcal 
Tomate 3 rodelas média 45 g 9,4kcal 
Gelatina 1 xícara de chá 110 g 11 kcal 
TOTAL --------------- 717 g 624 KCAL 
 
15:00 
CAFÉ DA TARDE 
MEDIDA 
CASEIRA 
QUANTIDADE KCAL 
Pão francês 1 unidade 50 g 142,8 kcal 
Chá mate com açúcar 1 copo médio 150 g 14,18 kcal 
Margarina com ou sem 
sal 
1 colher de chá 
cheia 
15 g 107,85 kcal 
TOTAL --------------- 215 G 265 KCAL 
16 
 
 
 
 
 
20:30 
CEIA 
MEDIDA 
CASEIRA 
QUANTIDADE KCAL 
Pão francês 1 unidade 50 g 142,8 kcal 
Chá mate com açúcar 1 copo médio 150 g 14,18 kcal 
Margarina com ou sem 
sal 
1 colher de chá 
cheia 
15 g 107,85 kcal 
TOTAL --------------- 215 G 265 KCAL 
 
TOTAL DE KCAL POR DIA= 1.769,14 KCAL 
 
 
 
18:30 
JANTAR 
MEDIDA 
CASEIRA 
QUANTIDADE KCAL 
Canja de galinha 1 prato fundo 520 g 287,14 kcal 
Gelatina 1 xícara de chá 110 g 11 kcal 
TOTAL --------------- 630 G 298, 14 KCAL 
17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APÊNDICE C - DISTRIBUIÇÃO DE MACRONUTRIENTES POR REFEIÇÃO 
 
18 
 
 
 
 
Refeição Proteínas Carboidratos Lipídeos Calorias Quantidade 
 07:00 Café da Manhã 7,43g (10%) 37,38g (7%) 15,88g (21%) 317kcal (17%) 220g (11%) 
11:00 Almoço 40,88g (55%) 71,69g (14%) 18,72g (24%) 624kcal (34%) 717g (35%) 
15:00 Lanche 4,95g (7%) 32,10g (6%) 13,35g (17%) 265kcal (14%) 215g (10%) 
18:00 Jantar 16,45g (22%) 350,38g (67%) 9,36g (12%) 298kcal (16%) 630g (31%) 
20:30 Ceia 4,95g (7%) 32,10g (6%) 13,35g (26%) 265kcal (18%) 215g (13%) 
Total 74,65g (10%) 523,66g (69%) 70,66g (21%) 1.769kcal 1.997g 
 
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO 
 
 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO 1 – PRESCRIÇÃO NUTRICIONAL E SUGESTÃO DE CARDÁPIO 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 
22 
 
 
 
 
23 
 
 
 
 
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO 2 – DIETAS E SUPLEMENTAÇÕES 
 
 
 
25 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO 3 – TRIAGEM NUTRICIONAL 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
 
28 
 
 
 
 
29 
 
 
 
FACULDADE EDUVALE AVARÉ 
ANA BEATRIZ RAMOS CAVECCI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVARÉ-SP 
2019 
 
30 
 
 
 
ANA BEATRIZ RAMOS CAVECCI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADOEM NUTRIÇÃO CLÍNICA 
 
 
 
 
 
Relatório final apresentado à disciplina de 
Nutrição Clínica ao curso de Nutrição da 
Faculdade Eduvale de Avaré como requisito 
parcial para conclusão do curso. Sob 
supervisão da Prof.a Dr.a Mariana Baptista 
Tablas 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVARÉ-SP 
2019 
31 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. ESTUDO DE CASO PACIENTE ADULTO............................................................33 
1.1 PATOLOGIA E FISIOPATOLOGIA......................................................................33 
1.1.1 Dados Estatísticos.............................................................................................33 
1.1.2 Causas, Sinais e Sintomas................................................................................34 
1.1.3 Complicações e Diagnóstico.............................................................................35 
1.1.4 Tratamento Medicamentoso..............................................................................36 
1.1.5 Terapia Nutricional............................................................................................36 
1.2 OBJETIVOS.........................................................................................................37 
1.3 METODOLOGIA...................................................................................................38 
1.4 APRESENTAÇÃO DO CASO..............................................................................38 
1.5 ANAMENESE.......................................................................................................38 
1.5.1 Avaliação Nutricional e Diagnóstico..................................................................38 
1.5.1.1 Cálculos..........................................................................................................39 
1.5.2 Terapia Nutricional Prescrita.............................................................................40 
1.5.3 Medicamentos...................................................................................................40 
1.5.4 Orientação de Alta.............................................................................................41 
1.5.5 Análise de Perspectiva do Tratamento .............................................................41 
1.6 CONCLUSÃO.......................................................................................................41 
 
2. ESTUDO DE CASO PACIENTE IDOSO...............................................................42 
2.1 PATOLOGIA E FISIOPATOLOGIA......................................................................42 
2.1.1 Dados Estatísticos.............................................................................................43 
2.1.2 Causas, Sinais e Sintomas................................................................................44 
2.1.3 Complicações e Diagnóstico.............................................................................45 
2.1.4 Tratamento Medicamentoso..............................................................................45 
2.1.5 Terapia Nutricional............................................................................................46 
2.2 OBJETIVOS.........................................................................................................47 
2.3 METODOLOGIA...................................................................................................47 
2.4 APRESENTAÇÃO DO CASO..............................................................................47 
2.5 ANAMENESE.......................................................................................................48 
2.5.1 Avaliação Nutricional e Diagnóstico..................................................................48 
2.5.1.1 Cálculos..........................................................................................................48 
32 
 
 
 
2.5.2 Terapia Nutricional Prescrita.............................................................................48 
2.5.3 Medicamentos...................................................................................................48 
2.5.4 Orientação de Alta.............................................................................................49 
2.5.5 Análise de Perspectiva do Tratamento .............................................................49 
2.6 CONCLUSÃO.......................................................................................................50 
 
3. ESTUDO DE CASO PACIENTE ADOLESCENTE................................................51 
3.1 PATOLOGIA E FISIOPATOLOGIA......................................................................51 
3.1.1 Dados Estatísticos.............................................................................................52 
3.1.2 Causas, Sinais e Sintomas................................................................................53 
3.1.3 Complicações e Diagnóstico.............................................................................54 
3.1.4 Tratamento Medicamentoso..............................................................................55 
3.1.5 Terapia Nutricional............................................................................................56 
3.2 OBJETIVOS.........................................................................................................56 
3.3 METODOLOGIA...................................................................................................56 
3.4 APRESENTAÇÃO DO CASO..............................................................................57 
3.5 ANAMENESE.......................................................................................................57 
3.5.1 Avaliação Nutricional e Diagnóstico..................................................................57 
3.5.1.1 Cálculos..........................................................................................................58 
3.5.2 Terapia Nutricional Prescrita.............................................................................59 
3.5.3 Medicamentos...................................................................................................59 
3.5.4 Orientação de Alta.............................................................................................59 
3.5.5 Análise de Perspectiva do Tratamento .............................................................59 
3.6 CONCLUSÃO.......................................................................................................60 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................61 
APÊNDICES...............................................................................................................65 
ANEXOS....................................................................................................................80 
33 
 
 
 
1. ESTUDO DE CASO PACIENTE ADULTO 
1.1 PATOLOGIA E FISIOPATOLOGIA 
 Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2019), o câncer é o nome 
dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento 
desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos e se dividem rapidamente. 
Estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a 
formação de tumores, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo. Os 
diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células. 
Quando começam em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, são 
denominadas carcinomas. Se o ponto de partida são os tecidos conjuntivos, como 
osso, músculo ou cartilagem, são chamados sarcomas. Outras características que 
diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação 
das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes, 
conhecida como metástase. (INCA, 2019) 
O tumor ósseo maligno é um tipo de câncer que acomete qualquer osso do 
corpo. Freqüentemente afeta osossos longos dos braços e coxas, coluna e bacia. 
Pode ser dividido em tumor ósseo primário, que é quando o câncer se desenvolve 
diretamente no osso previamente normal, e tumor ósseo secundário, quando se 
origina em qualquer outro órgão e se dissemina para os ossos. Quando as células 
se dividem de forma anormal e incontrolável elas podem formar uma massa ou 
nódulo de tecido, esse nódulo ou massa é chamado de tumor e, quando ele cresce, 
acaba por comprometer o tecido previamente saudável e a rigidez do osso. Os 
tumores ósseos, em geral, raramente causam a morte. Mas, eles ainda podem ser 
perigosos e requerem tratamento. Alguns tipos são benignos, o que significa que 
não são cancerígenos e outros malignos. Mesmo os tumores benignos podem 
crescer e comprometer a estrutura do osso. Os tumores malignos, cancerígenos, 
podem se espalhar pelo corpo (AMERICAN CANCER SOCIETY, 2018) 
 
1.1.1 Dados Estatísticos 
 Segundo a Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS, 2018) o câncer é 
uma das principais causas de morte no mundo, sendo responsável por cerca de 9,6 
milhões de mortes em 2018. A incidência, a morbidade hospitalar e a mortalidade 
são medidas de controle para a vigilância epidemiológica que permitem analisar a 
34 
 
 
 
ocorrência, a distribuição e a evolução das doenças. Conhecer informações sobre o 
perfil dos diferentes tipos de câncer e caracterizar possíveis mudanças de cenário 
ao longo do tempo são elementos norteadores para ações de Vigilância do Câncer - 
componente estratégico para o planejamento eficiente e efetivo dos programas de 
prevenção e controle de câncer no Brasil. A base para a construção desses 
indicadores são os números provenientes, principalmente, dos Registros de Câncer 
e do Sistema de Informações sobre Mortalidade. 
Mais de 100.000 novos pacientes apresentam metástases ósseas nos 
Estados Unidos. A prevalência da doença produz quase 200.000 pacientes devido à 
prolongada sobrevida. Dor óssea, secundária as metástases, é a síndrome dolorosa 
mais comum, que requer tratamento em pacientes com metástases ósseas perfazem 
o maior grupo que recebem tratamento paliativo. Pacientes que apresentam 
predominantemente metástases ósseas sobrevivem mais tempo do que os 
pacientes portadores de metástases predominantemente viscerais. Por outro lado, 
pacientes que desenvolvem metástases ósseas tendem a apresentar sintomas mais 
precocemente no curso clínico da doença do que pacientes que apresentem 
metástases viscerais, no fígado ou pulmão. (GUYATT GH et al. 2011) 
 No Brasil, o instituto nacional de câncer não dispõe de estimativas para 
tumores ósseos, porém de um modo geral, a Organização Mundial da Saúde (OMS) 
estima que, no ano 2030, haverá 27 milhões de casos novos de câncer, 17 milhões 
de mortes pela doença e 75 milhões de pessoas vivendo com câncer. (OPAS/OMS, 
2018) 
 
1.1.2 Causas, Sinais e Sintomas 
O câncer não tem uma causa única. Há diversas causas externas (presentes 
no meio ambiente) e internas (como hormônios, condições imunológicas e mutações 
genéticas). As causas internas estão ligadas à capacidade do organismo de se 
defender das agressões externas. Apesar de o fator genético exercer um importante 
papel na formação dos tumores (oncogênese), são raros os casos de câncer que se 
devem exclusivamente a fatores hereditários, familiares e étnicos. Sendo assim, os 
fatores podem interagir de diversas formas, dando início ao surgimento da doença 
(INCA,2019). 
O câncer nada mais é que mutações no interior das células, contendo no DNA 
um conjunto de instruções que dizem à célula como crescer e se dividir, logo, erros 
35 
 
 
 
nas instruções podem permitir que uma célula se torne cancerosa. Ainda não é claro 
o que causa a maioria dos tumores ósseos, mas médicos acreditam que a doença 
começa com o erro no DNA das células. Este erro faz com que a célula cresça e se 
divida de forma erronia. Esse acúmulo de células forma uma massa, ou tumor, que 
pode invadir as áreas próximas e também pode atingir outras partes do corpo 
(INCA,2019). 
 Os sinais e sintomas causados pelo câncer variam de pessoa para pessoa e 
o estágio em que a patologia se encontra. Porém, alguns sinais clássicos como 
fadiga, protuberância ou área de espessamento que pode ser sentida sob a pele, 
mudanças de peso, alterações da pele, mudanças nos hábitos intestinais, tosse 
persistente, odinofagia, rouquidão, má ingestão alimentar ou desconforto depois de 
se alimentar, dores musculares ou articulares persistentes e sem causa aparente, 
febre e sudorese intensa podem evidenciar a urgente procura médica. Os sintomas 
do tumor ósseo podem incluir dor nos ossos, inchaço e sensibilidade perto da área 
afetada, ossos quebradiços, fadiga, perda de peso não intencional e febre. A dor é 
importante para determinar o escore entre dor e medicação, a fim de determinar se a 
dor é intratável ou passível de tratamento, estabelecendo ainda se a dor é superficial 
ou visceral ou se ela é local ou referida. Sintomas como náuseas e vômitos, além da 
perda da deambulação, podem ocorrer devido à patologia ou seu tratamento 
(NATIONAL CANCER INSTITUTE,2008). 
Problemas psicológicos como medo, ansiedade e depressão também devem 
ser avaliados frente às possibilidades e probabilidades de surgirem devido ao câncer 
(INCA, 2019). 
 
1.1.3 Complicações e Diagnóstico 
As complicações das metástases ósseas são causadas pela combinação da 
destruição óssea e do crescimento do tumor. Aproximadamente 2/3 dos pacientes 
com metástases ósseas apresentam dor. Os mecanismos da dor não são bem 
claros. Eles ocorrem tanto devido à estimulação de nociceptores, citoquinas (como a 
serotonina), como por desenvolvimento de macro ou micro fraturas (FERRIS FD et 
al. 2009). 
Na consulta médica é realizado exames que comprovem o diagnóstico clínico 
através de exames de imagem, como raios-X, tomografia, ressonância magnética e 
cintilografia óssea. Sendo o último o mais específico para o tumor ósseo por detectar 
36 
 
 
 
dano funcional ao invés de dano estrutural. Entretanto, a cintilografia óssea não 
visualiza o tumor. A radioatividade se acumula em áreas de hiperemia óssea ou de 
nova formação óssea (INCA, 2019). 
 
1.1.4 Tratamento Medicamentoso 
Alguns tratamentos sistêmicos, como quimioterapia, hormonioterapia, terapia 
alvo, imunoterapia e radiofármacos são utilizados para o tratamento de células 
cancerígenas em qualquer parte do corpo. Sendo o método mais comum a 
quimioterapia, empregando ao organismo drogas anticâncer que são injetadas na 
veia ou administradas por via oral. Estes fármacos entram na corrente sanguínea e 
atingem todas as áreas do corpo, tornando este tratamento potencialmente útil para 
cânceres que se disseminaram para órgãos distantes (metástases). Os efeitos 
colaterais da quimioterapia dependem do tipo de drogas, da dose administrada e do 
tempo de duração do tratamento. Estes efeitos são temporários e podem incluir: 
náuseas e vômitos, perda de apetite, perda de cabelo, feridas na boca, diarreia, 
infecções, hemorragias ou hematomas e fadiga. Entretanto, a maioria desses efeitos 
desaparecem com o término do tratamento (MARTIN L et al. 2010). 
A imunoterapia com farmaconutrientes isolados ou combinados com a 
quimioterapia podem apresentar benefícios ao paciente oncológico em 
tratamento.Destacam-se nutrientes com a atividade imunomoduladora, como a 
arginina, os ácidos graxos ômega-3 e os nucleotídeos (BRAGA et al., 2013; 
KREYMANN et al., 2006). 
 
1.1.5 Terapia Nutricional 
A terapia nutricional para pacientes oncológicos visa atender as necessidades 
nutricionais modulando a resposta inflamatória sistêmica e prevenindo o estresse 
celular oxidativo. Além de preservar perdas de massa magra e reduzir complicações 
infecciosas ou não infecciosas. Assim, para a formulação de uma prescrição 
adequada devem-se considerar os resultados da triagem e da avaliação nutricional,as necessidades nutricionais, a escolha da via de administração e a capacidade 
metabólica que está associada às complicações relacionadas com a doença. As 
necessidades nutricionais dependem do tipo de câncer, do local, do estágio, do grau 
de estresse metabólico, da presença de desnutrição, comorbidades e má absorção e 
do tipo de tratamento (MENDELSOHN; SCHATTNER, 2012). 
37 
 
 
 
A via preferencial de oferta de nutrientes e calorias é a oral, entretanto, para 
muitos pacientes, essa via não pode ser utilizada ou é insuficiente. Nessa situação, 
a terapia enteral passa a ocupar essa preferência seguida da nutrição parenteral. 
Atualmente a associação de vias enteral vem ocupando destaque por proporcionar 
mais precocemente a oferta de todas as calorias e todos os nutrientes que o 
paciente necessita (ARENDS et al., 2006; HEIDEGGER et al., 2013). Porém, 
independente da via de oferta de nutrientes e calorias, a terapia nutricional deve ser 
iniciada imediatamente após o diagnóstico nutricional, na presença de estabilidade 
hemodinâmica, ou seja, nas primeiras 24 horas após a internação. O paciente deve 
receber um suporte nutricional metabólico com uma quantidade de calorias e 
nutrientes suficiente para evitar hiperglicemia, aumento da taxa metabólica, aumento 
do consumo de oxigênio, produção elevada de gás carbônico e resistência à 
insulina. Por outro lado, devem-se evitar o déficit calórico e protéico que podem 
contribuir para maior tempo de internação, complicações e mortalidade (CASAER et 
al., 2014; KLEIN; STANEK; WILES, 1998; MARTINDALE et al., 2009). 
A terapia enteral está indicada quando a via oral for insuficiente, ou seja, na 
presença de ingestão oral em torno de 60% das necessidades nutricionais, ou 
quando o paciente não puder utilizar a via oral. A maioria dos pacientes tolera uma 
fórmula polimérica com densidade calórica entre 1,0 e 1,5 cal/ml com localização 
gástrica. A ingestão calórica, suplementação a quantidade de proteína ofertada 
depende da situação do paciente, podendo ser dividido em adultos em 
realimentação,adultos em manutenção,obesos, ganho ou repleção. Quanto à 
proteína pode se analisar individualmente conforme o grau de estress e 
complicações, e em casos de repleção protéica (NATIONAL CANCER INSTITUTE, 
2008). 
 
1.2 OBJETIVOS 
As modalidades terapêuticas possuem como objetivo geral o controle dos 
sintomas provocados pelo câncer, além de preservação das funções e melhora da 
qualidade de vida. Enquanto que o objetivo da terapia nutricional é recuperar ou 
manter o estado nutricional do paciente, a fim de evitar processos como perda de 
peso, degradação protéica, desidratação, entre outros. 
A terapia nutricional para o paciente oncológico também tem como objetivo 
manter a homeostase, melhorar o estresse metabólico e oxidativo, diminuir as 
38 
 
 
 
complicações, o tempo de internação e a mortalidade. Isso pode ser alcançado por 
meio da modulação da resposta imunológica e inflamatória (HEYLAND et al., 2013; 
MARTINDALE et al., 2009). 
 
1.3 METODOLOGIA 
Estudo realizado na Santa casa de Misericórdia de Avaré do dia 26/08/2019 
ao dia 07/09/2019, quando o paciente veio a óbito. Nesse período foi realizado 
acompanhamento presencial sempre que possível além de avaliações nutricionais, 
como: Triagem Nutricional (ASG), Anamnese Clínica, Circunferências, Pregas 
Cutâneas e interpretação de Exames Físicos e Laboratoriais. Além da aceitação da 
dieta, escolha da via de administração e adequação das necessidades energéticas 
ofertadas. 
 
1.4 APRESENTAÇÃO DO CASO 
C.M.S, sexo masculino, 56 anos, branco, casado, eletricista. Deu entrada na 
SCMA no dia 20 de agosto com sudorese intensa, muita dor na coluna, perda dos 
movimentos da cintura para baixo e ausência de evacuação e gases. Paciente se 
encontra em TNE com posicionamento nasogástrico desde o dia da internação, 
mantém AVC na jugular para passagem de soro glicosado + fentanil e traqueostomia 
em ventilação mecânica. Foi diagnosticado com câncer de coluna e após uma 
parada cardiorrespiratória ficou sedado,inconsciente e em jejum, relato sobre a dieta 
causar distensão abdominal,além de náuseas e vômitos. Após 24h retornou pra 
dieta enteral hipercalórica e hiperproteica 500ml/24h por bomba de infusão. 
Encaminhado ao CTI semi intensivo após 8 dias de internação, no dia 28/08. 
Histórico de DCV fazendo uso de medicamentos para controle da HAS, além de 
analgésicos para controle da dor e ceftriaxona para a infecção óssea. 
 
1.5 ANAMENESE 
1.5.1 Avaliação Nutricional e Diagnóstico 
Após realização da triagem nutricional no paciente C.M.S o nível de 
assistência nutricional foi diagnosticado como primário. Porém, além da perda de 
peso crônica que pacientes oncológicos apresentam também há respostas 
imunoinflamatórias que aumentam o metabolismo, gerando um estado inflamatório 
39 
 
 
 
hipercatabólico, podendo assim classificá-lo em risco nutricional, precisando de 
acompanhamento ao longo da sua permanência no hospital. Podendo avaliar 
também os resultados dos exames laboratoriais como uréia sérica, potássio sérico, 
sódio sérico e creatinina. 
Não foi possível obter dados referentes à albumina sérica, transferrina,pré-
albumina ou proteína ligadora de retinal. Não podendo então avaliar os níveis de 
depleção proteica significativa, importante marcador de avaliação laboratorial em 
paciente oncológicos. 
Desse acompanhando ainda foi possível coletar os dados referentes à 
aferição de pressão arterial, desde o dia da internação até o dia de entrada no CTI, 
já que a acompanhante do paciente relatou que ele apresenta pressão alterada 
(HAS) há alguns anos. 
 
Exame Resultado Valor de referência 
Uréia sérica 51mg/dl 19 a 43 mg/dl 
Potássio sérico 0,9mg/dl 0,8 a 1,5 mg/dl 
Sódio sérico 136 mmol/L 3,6 a 5,1 mmol/L 
Creatinina 0,8 mg/dl 0,8 a 1,5 mg/dl 
 
 
DATA PAmm/Hg DATA PAmm/Hg 
20/08 12/8 24/08 11/6 
21/08 13/9 25/08 13/8 
22/08 14/10 26/08 8/6 
23/08 11/16 27/08 13/9 
23/08 12/8 28/08 13/9 
 
 
1.5.1.1 Cálculos 
Peso Usual= 92kg (relato acompanhante) Estatura= 1,69cm (relato acompanhante) 
Peso Est. = 76,13kg (CHUMLEA, 1988) Estatura Est. = 1,70cm (Chumlea,1985) 
Peso ideal= 69,4kg (WHO, 1985) Peso Ajustado= 71,02kg (Karkeck, 1984) 
40 
 
 
 
IMC= 26,3 kg2/m2 (OMS, 1995) 
TMB= 1.514 kcal/dia (Harris Benedict, 1919) NED= 1.800 kcal/dia (FAO/OMS, 1985) 
 
Circunferências Classificação 
 
 CB= 32cm 
 PCT= 28mm 
CMB= 23,20cm 
Adequação da CB% = 99,07% Eutrofia 
Adequação da PCT%= 234% Obesidade 
Adequação da CMB%= 83,45% Desnutrição leve 
AMBc= 32,8cm² Desnutrição grave 
AGB= 38,65 cm2 Obesidade 
(Frisancho, 1990). 
 
1.5.2 Terapia Nutricional Prescrita 
Terapia Nutricional Enteral, Fresubin HP Energy 75g/PTN. 
Dieta com densidade calórica de 1,5 kcal/ml. Ofertando ao paciente 37,5g de 
PTN/dia/NE 500ml. Porém, para suprir suas necessidades calóricas totais deveria 
ser ofertado 103,95g/PTN/dia (1,5g x kg/peso). 
1.200ml de dieta deveria ser ofertado para suprir a taxa metabólica basal de 
1.800kcal/dia. Está sendo ofertado 500ml, 6x ao dia. Onde há um déficit de 
1.300kcal/dia. 2.079,1ml de água deveriam ser ofertadas conforme necessidades 
hídricas diárias/kg de peso (30ml x peso ideal). É ofertado 100ml de 4h em 4h por 
BIC (600ml) + 395ml da dieta. Totalizando uma ingestão hídrica de 
aproximadamente 1L/dia. Dieta Polimérica, administrada por sonda nasogástrica no 
volume de500ml ao dia por bomba de infusão a 50ml em 24h. 
 
1.5.3 Medicamentos 
O paciente fez uso de medicamentos para controle da hipertensão arterial, 
antiarrítmicos, analgésicos, antidepressivo, sedativos e antibióticos. Sendo esses: 
Ondansetrona, carvedilol, acido acetilsalicílico, sinvastatina, citalopram, selozok, 
levofloxacino, dipirona e ceftriaxona para infecções ósseas. E ainda junto ao soro 
glicofisiológico midazolan 15mg + fentanil 10ml correndo em BIC a 30ml/h. 
41 
 
 
 
As interações fármaco-nutriente estão explícitas no anexo 1. 
 
1.5.4 Orientação de Alta 
Paciente veio a óbito durante o tratamento. Não houve prescrição de alta. 
Porém, em uma abordagem nutricional correta o paciente em uma alimentação via 
oral poderia adequar ingestão calórica e protéica, preferindo alimentos hipercalóricos 
e hiperproteicos, ricos em vitaminas A,C,E além de ingerir grandes quantidades de 
líquidos. Deve-se modificar a alimentação do paciente durante a quimioterapia e 
radioterapia quanto à consistência, conteúdo, temperatura, acidez, quantidade e 
frequencia. 
Em caso de TNE domiciliar, adequar as quantidades calóricas e proteína com 
a densidade da dieta. Sendo assim, hipercalórica e hiperproteica de 4 em 4h + h20. 
 
1.5.5 Análise de Perspectiva do Tratamento 
Sabe-se que neoplasias metásticas são tumores malignos com baixa 
perspectiva de tratamento, devido ao grau de comprometimento que atinge os 
tecidos. O grande desafio do tratamento do câncer é a detecção do tumor antes da 
migração das células cancerígenas pelos vasos sanguíneos ou vasos linfáticos para 
outras áreas do corpo, quando descoberto tardiamente,como no caso da paciente, 
pode-se classificar como tratamento paliativo. 
O tratamento paliativo foca no controle dos sintomas, manutenção de 
adequado estado de hidratação e preservação composição corporal. 
 
1.6 CONCLUSÃO 
Todos os esforços devem ser realizados para tratar adequadamente o 
paciente oncológico, proporcionando um cuidado nutricional individualizado 
adaptado à sua condição atual evitando a evolução de complicações do quadro. A 
escolha da modalidade terapêutica deve basear-se na condição clínica e neurológica 
do paciente, expectativa de vida, grau de comprometimento da coluna vertebral, tipo 
histológico da neoplasia e desejo do paciente e da família, visando à preservação da 
função neurológica e melhora da qualidade de vida. 
 
 
 
42 
 
 
 
2. ESTUDO DE CASO PACIENTE IDOSO 
2.1 PATOLOGIA E FISIOPATOLOGIA 
 De acordo com a Organização Mundial de Saúde - OMS (2013), o AVC trata-
se do desenvolvimento rápido de sinais clínicos de distúrbios focais e/ou globais da 
função cerebral, durando pelo menos vinte e quatro horas, provocando lesões que 
alteram os planos cognitivo e sensório-motor, de acordo com a área e a extensão da 
lesão, ocorrendo por falta de fornecimento sanguíneo, ou seja, quando parte do 
cérebro deixa de ser irrigada pelo sangue. As doenças cardiovasculares estão entre 
as principais causas de morte no mundo todo e o AVC vêm sendo constatado na 
população brasileira, desde 1960, como causa principal de internações, mortalidade 
e disfuncionalidade, acometendo principalmente pessoas com a faixa etária acima 
de 40 anos, superando, até mesmo as doenças cardíacas e o câncer (GOMES & 
SENNA, 2008). 
O AVC é definido como sintomas neurológicos focais ou globais, causados 
por interrupção do suprimento sanguíneo em determinada área do cérebro. Os 
sinais e sintomas incluem alteração do nível de consciência, alteração motora e de 
fala ou queixa de cefaleia intensa. Com o diagnóstico precoce do AVC, direciona-se 
o melhor tratamento para evitar ou minimizar o comprometimento funcional (PAULA 
et al, 2008). 
 O termo acidente vascular cerebral (AVC) é usado para designar o déficit 
neurológico (transitório ou definitivo) em uma área cerebral secundário a lesão 
vascular, e representa um grupo de doenças com manifestações clínicas 
semelhantes, mas que possuem etiologias diversas: AVC hemorrágico (AVCh) 
compreende a hemorragia subaracnóide (HSA), em geral decorrente da ruptura de 
aneurismas saculares congênitos localizados nas artérias do polígono de Willis e a 
hemorragia intraparenquimatosa (HIP), cujo mecanismo causal básico é a 
degeneração hialina de artérias intraparenquimatosas cerebrais, tendo como 
principal doença associada a hipertensão arterial sistêmica (HAS). O AVC isquêmico 
(AVCi) descreve o déficit neurológico resultante da insuficiência de suprimento 
sanguíneo cerebral, podendo ser temporário (episódio isquêmico transitório, EIT) ou 
permanente , e tendo como principais fatores de risco a HAS, as cardiopatias, o 
diabetes mellitus (DM) e o tabagismo. Outras etiologias podem estar associadas ao 
AVC, tais como coagulopatias, tumores, arterites inflamatórias e infecciosas. Este 
43 
 
 
 
conjunto de doenças representa grande ônus em termos socioeconômicos, pela alta 
incidência e prevalência de quadros sequelares (GOMES MM, 1992). 
A hipertensão arterial (HA) é o principal fator de risco modificável para as 
doenças cerebrovasculares (DCV) principalmente para o AVC. Cerca de 80% dos 
AVC estão relacionados à HA, como infartos, hemorragias, grandes AVCs ou 
lacunares e as demências vasculares (ARAWAKA S, 1998). 
A detecção e controle da pressão arterial é um ponto básico e fundamental de 
qualquer programa de prevenção de AVC, devendo ser esse o maior foco. Existe 
uma relação muito próxima entre DCV e HA: o cérebro, muitas vezes, é o causador 
da HA e ao mesmo tempo a principal vítima dessa doença. O cérebro é, em geral, o 
órgão que mais precocemente e mais intensamente sofre as conseqüências da 
pressão alta. O comprometimento é precoce e progressivo; quanto maior o tempo de 
exposição à HA, maior o risco, e quanto maiores os índices da HA, igualmente 
maiores serão as complicações. A hipertensão arterial pode comprometer todas as 
artérias cerebrais, como as de grande calibre (carótidas, cerebrais), as de médio 
calibre e as de fino calibre, como as artérias penetrantes. Pode também 
comprometer todas as estruturas que compõem as artérias, principalmente as 
camadas íntima e média. Nas artérias de grande calibre, o acometimento é 
predominantemente na camada íntima, provocando aterosclerose, e nas de pequeno 
calibre, a lesão se faz principalmente na camada média, ocasionando uma 
degeneração fibrinóide e lipohialinose. Trata-se de variações histopatológicas de 
lesão arterial, e todas podem ser causas de AVC ou de outra forma de DCV, como, 
por exemplo, crise isquêmica transitória e demência (LAWES C.M; BENNET D.A; 
FEIGIN V.L; RODGERS A, 2004). 
 
2.1.1 Dados Estatísticos 
 O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das doenças que mais mata no 
mundo, sendo a maior causa de incapacitação da população na faixa etária superior 
a 50 anos, responsável por 10% do total de óbitos. O Brasil está entre os dez 
primeiros com maiores índices de mortalidade por AVC, sendo registrados a cada 
ano aproximadamente 90 mil óbitos por doenças cerebrovasculares (GILES MF, 
ROTHWEL PM, 2008) 
O AVC é frequente em adultos, a Organização Mundial de Saúde ressalta que 
15 milhões de pessoas apresentam acidente vascular cerebral por ano, destas cinco 
44 
 
 
 
milhões morrem em decorrência do evento e grande parte dos sobreviventes 
apresenta sequelas físicas e/ou mentais. Alterações discretas são manifestadas por 
37% dos pacientes após o acidente vascular cerebral, 16% apresentam moderada 
incapacidade e 32% demonstram alteração intensa ou grave da capacidade 
funcional e alguns dependem de cadeira de rodas ou ficam restritos ao leito. As 
sequelas geram impacto econômico, social e familiar, sendo que 15% dos pacientes 
não apresentam prejuízo da capacidade funcional (CRUZ KC, DIOGO MJ, 2009) 
 Dados do Ministério da Saúde verificaram a ocorrência, em 2010, de 326 mil 
mortes por Doenças Cardiovasculares (DCV),ou seja, cerca de 1.000 mortes/dia, 
das quais 200 mil deveram-se exclusivamente à doença isquêmica do coração e a 
doenças cerebrovasculares, refletindo um cenário dramático e longe de um controle 
minimamente aceitável. (BRASIL, 2010) 
 
2.1.2 Causas, Sinais e Sintomas 
 Segundo Mesquita Et Al (2009), as manifestações clínicas dependem do tipo 
de acidente vascular cerebral, isquêmico ou hemorrágico, da área ou região afetada 
no paciente. Hipertensão arterial, inflamação nos vasos sanguíneos, distúrbios de 
coagulação do sangue como a hemofilia, ferimentos na cabeça ou pescoço, 
tratamento com radiação, angiopatia amilóide cerebral, aterosclerose, arritmias 
cardíacas, doenças das válvulas cardíacas, endocardite, insuficiente cardíaca e 
infarto agudo do miocárdio são possíveis causas para desenvolvimento do AVC 
hemorrágico. Já um AVC isquêmico pode ocorrer por fatores como: aterosclerose, 
formação de trombos e inflamações. As inflamações mais comuns são as causadas 
por anti-corpos (doenças auto-imunes) e as infecções que acometem o interior das 
artérias (GAGLIARDI R.J, 1988). 
Dores de cabeça súbita e sem causa aparente, dificuldade de fala e 
dormência nos membros podem ser sintomas de uma catástrofe que ameaça o 
cérebro de milhões de pessoas e impõe restrições para o resto de suas vidas. Entre 
os sintomas gerais de um AVC pode-se ressaltar diminuição ou perda súbita de 
força na face, braço ou perna de um lado do corpo, alterações súbitas da 
sensibilidade com sensação de formigamento, perda súbita da visão, alteração 
aguda da fala, dor de cabeça intensa, instabilidade, vertigem súbita e intensa e 
desequilíbrio associado a náuseas ou vômitos (LESSA, 1999). 
 
45 
 
 
 
2.1.3 Complicações e Diagnóstico 
 Como o AVC é um diagnóstico de emergência, a consulta normalmente 
ocorre sem um preparo por parte do paciente e seus acompanhantes. Para 
diagnosticá-lo deve se avaliar os sinais vitais logo nos primeiros socorros, como 
verificar se há desvio da boca, falta de força ou alteração na fala. Para um 
tratamento de emergência os cuidados clínicos devem incluir: verificar pressão 
arterial, glicemia, temperatura axilar e administrar oxigênio por cateter nasal ou 
máscara. Durante a internação para auxiliar o diagnóstico alguns exames podem ser 
realizados, como: tomografia computadorizada, ressonância magnética, angiografia, 
ultrassonografia e ecocardiograma. O tratamento e a reabilitação da pessoa vitimada 
dependerão sempre das particularidades que envolvam cada caso. Para que o 
paciente possa ter uma melhor recuperação e qualidade de vida, é fundamental que 
ele seja analisado e tratado por uma equipe multidisciplinar de profissionais da 
saúde; fisioterapeutas, médicos, psicólogos, nutricionistas e demais profissionais. 
Seja qual for o tipo do acidente, as consequências são bastante danosas. Além de 
estar entre as principais causas de morte mundiais, o AVC é uma das patologias que 
mais incapacitam para a realização das atividades cotidianas. É possível o 
surgimento de algumas complicações nos tipos de reabilitações para as principais 
sequelas de um AVC, como: déficit motor, déficit sensitivo, afasia, apraxia, 
negligência, agnosia visual, déficit de memória, lesões no tronco cerebral, alterações 
comportamentais, transtorno de estresse pós traumático e depressão (TOUZÉ, E.; 
COSTE, J.; VOICE, M. et al. 2008). 
 
2.1.4 Tratamento Medicamentoso 
 Poucos sabem que o AVC pode ser tratado, variando do tipo de AVC que 
acomete o indivíduo. O AVC isquêmico (AVCi) corresponde a 80% dos casos, sendo 
caracterizado pela interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro por um coágulo 
(trombo), o que leva a uma região de neurônios mortos e outra em que há 
interrupção de atividade elétrica. O tratamento envolve a remoção do trombo para 
que o fluxo sanguíneo seja restabelecido na área de penumbra isquêmica podendo 
ser feito por meio de cateteres, que removem o coágulo (trombólise mecânica) ou 
através de medicamentos (trombólise química). O tratamento trombolítico 
endovenoso é utilizado desde 1995. Antes disso, era utilizado o ácido acetilsalicílico 
(AAS), que apenas diminui o risco de um novo AVC e, por isso, é tido como um 
46 
 
 
 
método de prevenção secundária. Os outros 20% de casos de AVC são do tipo 
hemorrágico (AVCh), caracterizado por uma ruptura do vaso sanguíneo na região 
encefálica, formando um hematoma, com uma consequente inflamação. O 
tratamento envolve o manejo ideal da pressão arterial para conter a expansão do 
hematoma. Alguns casos com hemorragia podem ser tratados cirurgicamente. Um 
intenso esforço tem sido despendido na tentativa de controlar os fatores de risco e 
na profilaxia de novos eventos, também através da terapêutica medicamentosa ou 
intervenção cirúrgica precoce (endarterectomias) nos pacientes de alto risco 
(DUNBABIN DW, SANDEROCK PAG, 1990). 
 
2.1.5 Terapia Nutricional 
 Mesquita (2009) define que uma dieta adequada deve levar em consideração 
as variações individuais, tais como idade, sexo, atividade física e hábitos alimentares 
e tem como objetivo suprir as necessidades de cada indivíduo para a manutenção 
ou recuperação da saúde. Com o aumento dos estudos na área da Nutrição e, 
consequentemente, do conhecimento da relação entre alimentação e doenças, uma 
dieta adequada é também considerada como aquela que contribui para a redução 
dos riscos de desenvolvimento de doenças crônico. Quando analisado alguns dos 
fatores de risco das doenças cardiovasculares, como hipertensão, diabetes, 
dislipidemias, hiperuricemia e obesidade, notam-se uma relação importante entre 
uma dieta equilibrada e a prevenção da Doença Vascular Cerebral (DVC). Na 
prática, observa-se uma ligação entre esses fatores, sendo evidente a necessidade 
de adaptação de intervenções nutricionais para o controle e prevenção dos riscos 
vasculares. Sabe-se que a má alimentação é um dos principais fatores 
desencadeantes do AVC, pois não contribui apenas para aumentar a determinação 
de riscos decorrentes de problemas cardiovasculares, mas também de outros 
problemas para o indivíduo, como: obesidade, colesterol elevado, gastrite, diabetes 
e hipertensão. Entende-se que a escolha de uma dieta com menor teor de gordura e 
rica em cereais integrais, frutas, vegetais e hortaliças pode ser efetiva não só na 
redução de doenças cardiovasculares, mas também nos problemas citados 
(MESQUITA H, 2009). 
Fatores socioculturais como o consumo excessivo de alimentos ricos em 
calorias, associado à inatividade física e, como consequência, o desenvolvimento de 
obesidade e de diabetes, associado ao excesso de sal na dieta são fatores que 
47 
 
 
 
contribuem para que o indivíduo não tenha oportunidade de mudanças de estilo de 
vida. Sabe-se que o indivíduo fisicamente ativo e praticamente de uma alimentação 
saudável tende a ter maior qualidade e expectativa de vida. (GLAGIARDI,1988) 
 Estudos mostram que pacientes com AVC têm um elevado risco de 
desnutrição devido à ingestão alimentar inadequada, possibilidade de disfagia, 
elevado nível de dependência e necessidades energéticas aumentadas durante o 
período de recuperação (GOMES e GOMES, 2007). 
 
2.2 OBJETIVOS 
 Nas últimas décadas, uma enorme quantidade de recursos tem sido investida 
em pesquisas na tentativa de reduzir a morbidade e mortalidade dos AVC. Várias 
modalidades terapêuticas têm sido preconizadas, todas objetivando minimizar o grau 
de lesão neuronal que ocorre após uma oclusão ou sangramento arterial. O 
principal objetivo é devolver a capacidade motora e fazer com que se possível 
o paciente seja capaz de realizar suas atividades da vida diária sozinho. A Rede 
Nacional de Atendimento ao AVC, um programa idealizado no fim de 2007 pelo 
Ministério da Saúde, tem como objetivo melhorar a qualidade do atendimento à 
doença, diminuir o número de pacientes incapacitados e o custo em longo prazo 
cominternações e tratamentos (BRASIL, 2009). 
 
2.3 METODOLOGIA 
Estudo realizado na Santa casa de Misericórdia de Avaré do dia 02/09/2019 
ao dia 10/10/2019, data do término do estágio. Nesse período foi realizado 
acompanhamento presencial sempre que possível, além de avaliações nutricionais, 
como: Triagem Nutricional (ASG), Anamnese Clínica, Circunferências, Pregas 
Cutâneas e interpretação de Exames Físicos e Laboratoriais. Além da aceitação da 
dieta, escolha da via de administração e adequação das necessidades energéticas 
ofertadas. 
 
2.4 APRESENTAÇÃO DO CASO 
N.D.N, sexo masculino, 60 anos, branco, desempregado, alcoólatra e 
hipertenso. Deu entrada na SCMA no dia 24 de agosto após AVC hemorrágico, 
relatando má aceitação da dieta pastosa hipossódica, odinofagia e dificuldade para 
beber água. Após alta programada o paciente retorna ao hospital, onde realizou a 
48 
 
 
 
cirurgia de derivação do ventrículo peritoneal e encontra-se internado atém então. A 
acompanhante relata que o paciente não faz uso correto dos medicamentos para 
pressão arterial, além de misturá-los com bebidas alcoólicas. Após cirurgia o 
paciente encontra-se em TNE com posicionamento nasogástrico, dieta hipercalórica 
e hiperproteica. Paciente apresenta histórico de depressão e problemas familiares, 
além de quadros de constipação em certo período de internação. 
 
2.5 ANAMENESE 
2.5.1 Avaliação Nutricional e Diagnóstico 
Após realização da triagem nutricional para idosos o nível de assistência 
nutricional foi diagnosticado como desnutrido, os dados antropométricos e exames 
físicos também indicam quadro de desnutrição. 
Além da antropometria foi realizado uma anamese clínica com a 
acompanhante do paciente, já que o mesmo perdeu os movimentos da fala após o 
AVC. (Ver apêndice A) 
Pode se observar também resultados de exames laboratoriais, presença ou 
ausência de evacuação e acompanhamento da pressão arterial aferida. Além do 
acompanhamento do prontuário. (Ver apêndice B). 
 
 2.5.1.1 Cálculos 
(Ver apêndice C) 
 
2.5.2 Terapia Nutricional Prescrita 
24/08/2019 1a internação - Dieta Pastosa 
07/09/2019 2a internação - Terapia Nutricional Enteral, Fresubin 2.0 
Dieta com densidade calórica de 2,0 kcal/ml com sonda nasogástrica no 
volume de 850 ml ao dia, 1.700kcal ofertado em 24h. De 4h em 4h + 100ml de água 
por BIC. Dieta polimérica, administrada por sonda nasogástrica no volume de 850ml 
ao dia por bomba de infusão à 35,4ml em 24h. 
 
2.5.3 Medicamentos 
 O paciente faz uso de medicamentos para controle da pressão arterial, 
antibióticos, antidepressivos, analgésicos e anticoagulantes para tratamento do 
AVC. Além de fármacos para constipação e para controle de náuseas e vômitos. 
49 
 
 
 
 Os fármacos são: ondansetrona, losartana, clexame, bes. de anlodipino, 
captopril, apressolina, simeticona, dipirona, clonazepam e óleo mineral. 
 No soro fisiológico há 600mg do medicamento clindamicina, logo, esse 
medicamento não há interação com nutriente tanto na via oral quanto na terapia 
enteral. 
As interações fármaco-nutriente estão explícitas no anexo 1. 
 
2.5.4 Orientação de Alta 
 Logo após a primeira internação foi prescrito alta para o paciente com dieta 
de característica abrandada pela cocção e processos mecânicos, com alimentação 
de moídos ou liquidificados, em forma de purês ou mingaus, exigindo pouca 
mastigação e sem uso de sal. Evitando qualquer alimento que não apresente 
consistência pastosa, pães duros ou com sementes, biscoitos duro, cereais seco, 
hortaliças folhosas cruas, frutas cruas, carne dura, crocantes, empanados, açúcar, 
doces e refrigerantes. 
Após retorno ao hospital a nutricionista avaliou o paciente no dia 13/09/2019 
indicando TNE domiciliar hipercalórica e hiperproteica (250ml de 4/4h + 100 ml AF) 
em caso de alta programada. 
 
2.5.5 Análise de Perspectiva do Tratamento 
 Atualmente, a única terapia aprovada para AVC é a trombólise, sistêmica ou 
local, que utiliza o ativador do plasminogênio tecidual recombinante (rtPA). No 
entanto, o tratamento deve ser administrado dentro das primeiras 4,5h do início dos 
sintomas. Outro ponto crítico para eficácia deste tratamento, é que ainda existe a 
possibilidade de ocorrerem complicações hemorrágicas, levando o paciente a óbito. 
Aproximadamente 70% das pessoas que sofreram um AVCi não conseguem 
retornar às suas atividades devido às sequelas que, muitas vezes, comprometem o 
sistema neuro-motor. (SAVER JL et al. 2013) 
 Diante dessas dificuldades, vários estudos mostram que a terapia celular, que 
tem como finalidade utilizar células-tronco na tentativa de restaurar ou repor tecidos 
danificados ou doentes, tem se mostrado uma alternativa promissora para o 
tratamento de lesões cerebrais, incluindo o AVCi . A célula-tronco é definida como 
uma célula com habilidade de se auto-replicar por períodos indefinidos durante a 
vida do organismo. Em condições apropriadas, podem produzir múltiplos tipos 
50 
 
 
 
celulares, diferenciando-se em células maduras com morfologia característica e 
funções especializadas. Porém, apesar do potencial terapêutico, algumas 
dificuldades ainda são enfrentadas: a sobrevivência das células transplantadas 
diretamente na lesão, ou injetadas na corrente sanguínea, é baixa. Existe ainda o 
risco de retenção destas células tanto nos rins, como nos pulmões (KANEKO Y et al. 
2012). 
 
2.6 CONCLUSÃO 
 O Brasil vem apresentando consideráveis avanços no atendimento aos 
pacientes com AVC, entretanto, ainda é necessário ampliar o atendimento para que 
um maior número de usuários seja beneficiado com o tratamento adequado. O 
melhor tratamento para o AVC ainda é a prevenção e esse deve ser o foco maior 
das atenções, tanto dos serviços públicos quanto do setor privado. 
 
 
51 
 
 
 
3. ESTUDO DE CASO PACIENTE ADOLESCENTE 
3.1 PATOLOGIA E FISIOPATOLOGIA 
 A pneumonia é, por princípio, uma doença do trato respiratório oportunista 
que se trata de uma infecção aguda nos pulmões agindo nos organismos que 
apresentam baixa imunidade. A bactéria de nome Streptococo pneumoniae é o 
agente mais comum a provocar a pneumonia, porém existem outros, tais como: 
vírus, fungos, protozoários, outras bactérias e agentes químicos. Sendo assim, há 
quatros tipos de pneumonia; viral, bacteriana, química e por fungos. Há ainda outros 
com características clínicas especiais que são de difícil abordagem (MATTHAY RA, 
ARROLIGA AC, 1997). 
 A pneumonia viral é causada pela instalação do vírus no pulmão. Geralmente, 
este se acomoda na região alveolar, desemborcando nos brônquios e em alguns 
casos, nos interstícios. Já a pneumonia bacteriana é adquirida a partir de bactérias 
presentes em nariz, boca, sistema digestivo e garganta, quando a imunidade do 
indivíduo cai, pode causar a pneumonia bacteriana. A pneumonia química não é 
causada por vírus ou bactérias, mas sim pela inalação de substâncias agressivas 
aos pulmões, como agrotóxicos, fumaça e outros produtos químicos. Quando esses 
elementos são inalados, o espaço alvéolo é infecionado. Por fim, a pneumonia 
causada por fungos é a mais agressiva. Geralmente, se encontra em pessoas 
imunodeprimidas, como pacientes oncológicos ou soropositivos além de pessoas 
com doenças crônicas. Pneumonias bacterianas e virais são muito mais comuns do 
que as pneumonias causadas por fungos ou parasitas. Os organismos específicos 
variam de acordo com a idade, saúde, local de moradia da pessoa, além de outros 
fatores. Pode haver o envolvimento de mais de um micro-organismo. Por 
exemplo, gripe (uma infecção viral) que é frequentemente complicada por uma 
pneumonia bacteriana (SACHS A, LERARIO MC, 2002). 
Segundo o Departamento de Informática do SUS (2014) a patologia é 
transmitida, em geral, entre pessoas que estejam vítimas por meio das secreções do 
trato respiratório. Os mais vulneráveis são as crianças pequenas, idosos, fumantes, 
portadoresde doenças respiratórias crônicas, como asma e enfisema, além de 
indivíduos com baixa imunidade. Geralmente, a pneumonia começa após a 
aspiração de micro-organismos das vias aéreas superiores para os pulmões; mas, 
por vezes, a infecção é causada por micro-organismos inalados do ar, carregados 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/v%C3%ADrus-respirat%C3%B3rios/influenza-gripe
52 
 
 
 
até os pulmões pela corrente sanguínea, ou invadem os pulmões diretamente de 
um sítio infeccioso próximo (BRASIL, 2014). 
 A pneumonia pode ser subsequente a uma cirurgia, particularmente cirurgia 
abdominal, ou após uma lesão (trauma), particularmente uma lesão torácica, porque 
a dor desses quadros clínicos impede que as pessoas respirem profundamente ou 
tussam. Se as pessoas não respirarem profundamente nem tossirem, é mais 
provável que os micro-organismos permaneçam nos pulmões e causem a infecção. 
Outra característica fundamental é o fato de a pneumonia ocorrer em uma pessoa 
saudável ou alguém com um sistema imunológico comprometido. Uma pessoa com 
o sistema imunológico comprometido é muito mais propensa a contrair pneumonia, 
incluindo pneumonia causada por bactérias e vírus incomuns e até mesmo por 
fungos e parasitas. Além disso, uma pessoa com o sistema imunológico 
comprometido pode não responder tão bem ao tratamento como pessoas cujo 
sistema imune é saudável. As pessoas com um sistema imunológico comprometido 
incluem aquelas que usam certos medicamentos (como corticosteroides ou 
quimioterápicos) ou aquelas que têm certas doenças, como AIDS ou vários tipos de 
câncer. Ainda há casos de indívudos que possuem um sistema imunológico 
subdesenvolvido, como no caso de bebês e crianças pequenas, ou o sistema 
imunológico comprometido por uma doença grave. Outros quadros clínicos que 
predispõem as pessoas a ter uma pneumonia incluem alcoolismo, tabagismo, 
diabetes, insuficiência cardíaca, idade mais avançada e doença pulmonar obstrutiva 
crônica porque estes distúrbios podem enfraquecer os mecanismos de defesa dos 
pulmões ou o sistema imunológico (MANNINO DM et al. 2002). 
 
3.1.1 Dados Estatísticos 
O Departamento de Informática do SUS ressalta que a pneumonia é uma 
das causas mais comuns de morte no mundo, atingindo principalmente os extremos 
da população: crianças com menos de 5 anos de idade e idosos com mais de 65 
anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano morre 1,6 
milhão de pessoas no mundo decorrente a pneumonia. A doença, que é provocada 
pela bactéria Streptococcus pneumoniae atinge, na maioria das vezes, idosos e 
crianças como citado anteriormente, mas nada a impede de levar pessoas de 
diferentes idades a óbito (BRASIL, 2014) 
53 
 
 
 
Segundo dados do Manual da Saúde da Família, nos Estados Unidos cerca 
de dois a três milhões de pessoas desenvolvem pneumonia a cada ano, das quais 
60.000 morrem. Nos Estados Unidos, a pneumonia, juntamente com a influenza, é 
a oitava principal causa de morte, devido às infecções oportunistas que se 
desenvolvem em pessoas hospitalizadas. A pneumonia também é uma das causas 
mais comuns de infecções graves em crianças e bebês, com uma incidência anual 
de 34 a 40 casos por 1.000 crianças na Europa e América do Norte (BRASIL, 
2019). 
 
3.1.2 Causas, Sinais e Sintomas 
 Basicamente, a doença é causada pela ação de algum agente irritante ou 
infeccioso, como bactérias, fungos, vírus e reações alérgicas. A partir do momento 
em que os agentes bacterianos se instalam no espaço alveolar, a troca gasosa já 
não é livre de substâncias. Isso é prejudicial, pois as trocas gasosas sempre devem 
ser limpas, sem nada que impeça o contato do ar com o sangue (BAGATIN E, 
2006). 
 Os sinais de melhora da pneumonia bacteriana incluem a diminuição da febre, 
da tosse e do catarro, assim como, redução da falta de ar e da dificuldade para 
respirar, após inicio dos medicamentos. Normalmente há sinais de melhora em 3 
dias, mas o médico pode decidir manter a pessoa internada por até 3 semanas para 
se certificar que ela está bem para voltar para casa ou poderá indicar que ela 
termine o tratamento em casa, dependendo do seu estado geral de saúde. Já os 
sinais de piora da pneumonia bacteriana surgem quando o tratamento não é iniciado 
logo que o paciente apresenta os sintomas da doença e incluem o aumento ou a 
persistência da febre, da tosse com catarro, podendo haver vestígios de sangue e 
aumento da falta de ar e da dificuldade para respirar. A piora também pode estar 
relacionada com infecções em outros locais do corpo ou com a má escolha dos 
antibióticos usados, sua combinação ou dosagem (BARROS SEB, 2003). 
 Em geral os sintomas considerados clássicos da pneumonia em adultos são 
tosses secas ou com catarro amarelo esverdeado, falta de ar, dificuldades para 
respirar, calafrios, fraqueza, suores intensos (principalmente de noite), náuseas e 
vômito, febre alta (acima de 37,5°C) e dor no tórax/peito. Para crianças e idosos os 
sintomas podem variar, incluindo dor abdominal, respiração ruidosa, perda de 
https://escolaeducacao.com.br/virus/
https://escolaeducacao.com.br/os-acaros-e-as-alergias/
54 
 
 
 
apetite ou recusa alimentar, respiração acelerada, desorientação, perda de memória 
e confusão mental (CORDEIRO, 1995) 
 
3.1.3 Complicações e Diagnóstico 
 As complicações da pneumonia mais comuns incluem baixos níveis de 
oxigênio na corrente sanguínea, pressão arterial baixa, abscesso pulmonar ou 
empiema e lesão pulmonar grave (síndrome do desconforto respiratório agudo 
[SDRA]). Um abscesso é uma bolsa de pus dentro do tecido que se forma quando 
uma pequena área do pulmão morre e um acúmulo de pus se forma no lugar. Um 
empiema é uma coleção de pus no espaço entre o pulmão e a parede torácica e 
uma infecção devastadora ou inflamação excessiva em resposta à infecção pode 
causar lesão grave dos pulmões. Uma pneumonia grave pode impedir que o 
oxigênio chegue até a corrente sanguínea causando falta de ar, sendo assim, baixos 
níveis de oxigênio podem trazer risco à vida. (HUGLI O, FITTING JW, 2003). Em 
alguns casos, a pneumonia bacteriana pode agravar de tal maneira que há morte do 
tecido pulmonar, sendo preciso fazer punção ou colocar um dreno para eliminar as 
secreções (MCEARCHERN R, 1998). 
O diagnóstico pode ser realizado através de exame médico, em geral uma 
radiografia do tórax e algumas vezes exames para identificar o micro-organismo 
causador da pneumonia. O médico verifica a presença de agentes infecciosos 
auscultando o tórax com um estetoscópio, pois geralmente produz sons 
característicos causados pelo estreitamento ou fechamento das vias aéreas, 
processo chamado consolidação. Na maioria dos casos, o diagnóstico de 
pneumonia é confirmado apenas com a radiografia torácica, mas as pessoas que 
estão doentes ao ponto de exigirem hospitalização os médicos geralmente testam 
amostras de escarro, sangue e urina em uma tentativa de identificar o organismo 
causador da pneumonia. Em pessoas muito doentes, pessoas com um problema 
conhecido do sistema imunológico ou quando estiverem procurando por organismos 
incomuns, os médicos poderão colher amostras de escarro administrando um 
tratamento com vapor que faz com que a pessoa tussa profundamente (induzindo a 
produção de escarro) ou inserindo um broncoscópio nas vias aéreas (CAPITANI D et 
al. 2010). 
É particularmente importante que os médicos identifiquem o organismo 
causador da pneumonia quando as pessoas estão gravemente doentes, não têm um 
55 
 
 
 
sistema imunológico normal ou não estão respondendo bem ao tratamento. No 
entanto, apesar desses testes, o organismo preciso não pode ser identificado de 
forma conclusiva na maioria das pessoas que têm pneumonia (ROCHESTER DF, 
1986). 
 
3.1.4 Tratamento Medicamentoso 
 A pneumonia é tratada através de antibióticos e, por vezes, medicamentos 
antivirais, antifúngicos

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