Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADE EDUVALE AVARÉ ANA BEATRIZ RAMOS CAVECCI ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA AVARÉ-SP 2019 ANA BEATRIZ RAMOS CAVECCI ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA Relatório final apresentado à disciplina de Nutrição Clínica ao curso de Nutrição da Faculdade Eduvale de Avaré como requisito parcial para conclusão do curso. Sob supervisão da Prof.a Dr.a Mariana Baptista Tablas AVARÉ-SP 2019 IDENTIFICAÇÃO O estágio obrigatório supervisionado em Nutrição Clínica foi realizado pela acadêmica Ana Beatriz Ramos Cavecci, do oitavo período do curso de Nutrição da Faculdade Eduvale de Avaré. PERÍODO DE REALIZAÇÃO O estágio iniciou-se no dia de 05 de agosto de 2019. As atividades práticas foram desenvolvidas de segunda à quinta-feira, das 13h ás 17h na Santa Casa de Misericórdia de Avaré e as sextas-feiras na faculdade Eduvale, obtendo 4 horas diárias de Segunda a Quinta e 6 horas/dia nas sextas feiras. Foram totalizadas 220 horas, finalizada no dia 11 de outubro de 2019. INSTITUIÇÃO CONCEDENTE O estágio foi realizado na Santa Casa de Misericórdia na cidade de Avaré, no período vespertino, referente à demanda diária do hospital. Tendo como supervisora de campo a professora e nutricionista Mariana Baptista Tablas, CRN3- 3670. AGRADECIMENTOS Este trabalho só foi concluído graças às orientações da supervisora de estágio Profa. Dra. Mariana Baptista Tablas em conjunto com a Nutricionista responsável da Santa Casa de Misericórdia de Avaré, Beatriz Langoni Rodrigues, que se dedicaram arduamente a acompanhar todo percurso realizado ao longo dessas 220 horas de estágio. Agradeço em especial todos os funcionários do hospital por toda dedicação, paciência e respeito com minha pessoa, além de todo auxilio nessa jornada. Toda minha gratidão aos demais estagiários e colegas de classe por todo conhecimento compartilhado, e por dividirem comigo toda essa trajetória de aprendizados. SUMÁRIO 1. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR.........................................1 2. SERVIÇO DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA................................................................2 2.1 MANUAL DE DIETAS.............................................................................................2 2.2 DEMONSTRAÇÃO E CÁLCULO DE CARDÁPIOS...............................................2 2.2.1 Análise Crítica.....................................................................................................3 2.3 DIETAS...................................................................................................................3 2.3.1 Solicitação, Identificação e Atualização..............................................................3 2.3.2 Porcionamento, Acondicionamento e Distribuição..............................................3 2.4 CONTROLE HIGIÊNICO-SANITÁRIO...................................................................4 3. SETOR DE NUTRIÇÃO CLÍNICA............................................................................5 3.1 ATRIBUIÇÕES DO ESTAGIÁRIO E DO NUTRICIONISTA CLÍNICO...................5 3.2 AVALIAÇÃO E TRIAGEM NUTRICONAL..............................................................5 3.2.1 Diagnóstico e Periodicidade................................................................................5 3.2.2 Métodos, Materiais e Referências.......................................................................6 3.3 EVOLUÇÃO NUTRICIONAL NO PRONTUÁRIO...................................................6 3.3.1 Prescrição de Dieta e Suplementação................................................................6 3.3.2 Aceitação da Dieta..............................................................................................6 3.4 SETOR DE ESPECIALIDADE CLÍNICA................................................................6 3.5 EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE TERAPIA NUTRICIONAL............................7 3.6 DIETA ENTERAL E PARENTERAL.......................................................................7 3.7 ORIENTAÇÃO DE ALTA........................................................................................7 4. RECOMENDAÇÃO E AVALIAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO DO ESTÁGIO............8 4.1 CONTRIBUIÇÕES DO ALUNO..............................................................................8 4.1.1 Problemas e Dificuldades encontradas no serviço de saúde..............................8 5. AVALIAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO DO ESTÁGIO................................................9 5.1 CONTRIBUIÇÕES DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO E ATIVIDADES PLANEJADAS..............................................................................................................9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................10 APÊNDICES...............................................................................................................11 ANEXOS....................................................................................................................19 1 1. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR Estágio realizado na instituição Santa Casa de Misericórdia de Avaré, localizado na rua Paraíba, n0 1003, Bairro Centro, CEP: 18.700.110 no município de Avaré. Aos cuidados da Nutricionista responsável Beatriz Langoni Rodrigues, CRN 48.865. O hospital realiza serviço misto atendendo SUS, particular e convênios. Sendo 160 leitos para o serviço particular, 59 convênios e 109 do SUS atendendo toda a população de Avaré e região. As alas do hospital são divididas conforme necessidade de cada patologia. (Ver apêndice A) Não há controle do fluxo de pacientes, como número de internações e/ou números de altas por dia. As doenças mais atendidas são: diabetes, doença renal e hipertensão arterial. As dietas mais utilizadas são ofertadas via oral e através da terapia nutricional enteral, podendo oscilar conforme a ala. No anexo 1 está inserido uma prescrição nutricional fornecido pelo hospital juntamente com uma sugestão de cardápio para pacientes diabéticos. 2 2. SERVIÇO DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA 2.1 MANUAL DE DIETAS O manual de dietas serve como “GUIA ALIMENTAR” na prescrição da dieta feita pelo médico, mostrando as principais indicações de cada uma e demonstrando suas particularidades no Serviço de Nutrição e Dietética. A escolha dos alimentos que compõem a dieta é de responsabilidade do nutricionista, levando em consideração hábitos e necessidades dos pacientes, dessa forma, têm-se as dietas orais, enterais e parenterais, usadas em casos específicos. As dietas orais que compõem o cardápio da instituição podem ser de consistência: geral, leve, branda, pastosa, pastosa liquidificada e apenas líquida. A composição nutricional pode ser para diabetes, dieta hipossódica, assódica, hipogordurosa, hipoproteica, hipocalórica, laxativa, com resíduos mínimos (alta absorção ou sem resíduos), pobre em potássio, dieta hipoalergênica, isenta de glúten e hiperproteica. Já as dietas enterais usadas na instituição são: Fresubin Lipid, Impact, Fotcare e Reconvan – usados como imunomoduladores, e em casos de câncer e sepse; Glucerna1.5, Novasource GC 1.5, Diben – usados em casos de Diabetes tipo I e II; Cubison, Cubitan, Proline, Impact – usados em casos de lesão por pressão; Nutri Renal (sem diálise/ tratamento conservador), Nutri Renal D (hiperproteico, em casos de diálise) e Novasource Ren (diálise/não diálise) – usados em caso de renal crônico; Nutri Liver, Fresubin Hepa – usados com pacientes hepatopatas; Peptimax, Survimed OPD, Peptamen 1.5, Arg, Prebio, Intense, Pó, AF, HN, Peptamen Jr (empó, e em tretrapak) – usados para absorção alta; Fresubin HP Energy, Fresubin 2kcal HP, Novasource Senior, Nutri Fiber 1.5, Trophic EP, Protison, Peptamen Intense – usados em dietas hiperproteicas e hipercalóricas. As dietas parenterais são solicitadas pela nutricionista à farmácia, e são de dois tipos, sendo elas: Kabiven Padrão e Smoof Kabiven. O manual de Dietas e Suplementações da Santa Casa de Misericórdia de Avaré está inserido no anexo 2. 2.2 DEMONSTRAÇÃO E CÁLCULO DE CARDÁPIOS (Ver apêndice B e C) 3 2.2.1 Análise Crítica As dietas orais estão dentro do padrão referente à consistência e composição nutricional. Assim como as dietas enterais também estão, podendo ser utilizadas como sistema fechado ou aberto. Lembrando que depois de aberto o frasco deve ser consumido por inteiro ou descartado. 2.3 DIETAS 2.3.1 Solicitação, Identificação e Atualização O médico é quem prescreve as dietas de acordo com a situação do paciente. Como a prescrição e evolução da dieta são realizadas apenas pelo médico, percebe-se certa “falha operacional”, devido à nutricionista não ter autonomia referente às dietas e suplementação, resultando na privação dos pacientes a suplementos que poderiam completar a dieta ou em dietas específicas para sua patologia, sem o tempo de espera até o médico readequar. Todos os dias a nutricionista responsável passa pelos postos de enfermagem e confere possíveis alterações nas dietas dos pacientes, sendo interessante que a própria tenha autonomia de modificá-las. 2.3.2 Porcionamento, Acondicionamento e Distribuição Quanto às refeições, essas são porcionadas manualmente pelas copeiras e após a montagem são distribuídas nas alas. Para as refeições dos pacientes do SUS, as copeiras deixam identificadas em cada marmita de alumínio a letra inicial do tipo de dieta (ex: dieta para diabéticos,marcam DM com a caneta), facilitando assim a distribuição. No caso das dietas para convênio e particular, as bandejas são demarcadas com uma fita e a informações do tipo de dieta. As refeições ofertadas são: café da manhã, almoço, café da tarde, jantar e ceia. As preparações são levadas até as alas dos pacientes em carrinhos térmicos. No SUS a distribuição da refeição é através de marmitas de alumínio e talhares descartáveis, tanto para o paciente quanto para o acompanhante. Já no particular ou convênio a refeição é distribuída em bandejas plásticas com divisórias e talheres de alumínio, também para o paciente e acompanhante. 4 2.4 CONTROLE HIGIÊNICO-SANITÁRIO. Quando se trata de controle higiênico sanitário, a cozinha hospitalar segue as normas do Manual de Boas Práticas, que é atualizado a cada dois anos, e são feitas duas cópias, onde uma é fixada na cozinha a disposição das cozinheiras e copeiras, e a outra permanece com a nutricionista. A partir disso, o departamento de Nutrição e Dietética tem a disposição o POP (Procedimento Operacional Padrão), que pode ser utilizado quando existir dúvidas sobre procedimentos internos. Outra forma de controle é a coleta de amostras, com o objetivo de esclarecer possíveis ocorrências de enfermidades transmitidas por consumo de alimentos. É aferida temperatura e em seguida retirado uma amostra de cada alimento que foi servido, tendo os dados registrados em uma planilha (temperatura e amostras coletadas). Essa planilha é arquivada pela nutricionista para futuras verificações. A qualidade da água usada no local é controlada através de empresa especializada no tratamento, sendo de responsabilidade do funcionário da manutenção do hospital. A higienização da cozinha é feita pelas copeiras e cozinheiras. Para a limpeza geral do hospital existe uma equipe específica responsável. 5 3. SETOR DE NUTRIÇÃO CLÍNICA 3.1 ATRIBUIÇÕES DO ESTAGIÁRIO E DO NUTRICIONISTA CLÍNICO Tanto o estagiário quanto o nutricionista tem como atribuições: avaliar o estado nutricional; realizar triagem e diagnóstico do estado nutricional; prescrição dietética; adequar a composição da dieta ao paciente; acompanhar a evolução dietoterápica em função da evolução clínica, nutricional e da ingestão alimentar do paciente; prescrição, avaliação e acompanhamento de dieta enteral e fórmulas lácteas; avaliação e acompanhamento de dieta parenteral; elaboração e acompanhamento de dietas especiais; solicitação e interpretação exames bioquímicos; orientação dietoterápica de alta hospitalar. 3.2 AVALIAÇÃO E TRIAGEM NUTRICIONAL De acordo com a Associação Brasileira de Nutrição (2014), o sistema de triagem é capaz de identificar o risco nutricional do indivíduo e assim possibilitar a realização de uma intervenção rapidamente. É recomendado aplicá-la em até 24h da admissão do paciente em nível hospitalar. Deste modo, a triagem deve ser um procedimento dinâmico, realizado pela equipe multidisciplinar de saúde que recebe o paciente hospitalizado, podendo assim avaliar seu estado nutricional. Segundo Raslan (2008), no Brasil não existe uma técnica padrão de triagem nutricional. No entanto, a literatura oferece diferentes ferramentas de triagem ou rastreamento nutricionais validados. É comum que haja uma comparação entre as mesmas. Alguns aspectos como: culturais e socioeconômicos interferem no desempenho das ferramentas de triagem nutricional. Portanto é necessário estabelecer senso crítico sobre a mais indicada ao ambiente hospitalar. O Sistema de Triagem Nutricional utilizado no estágio de nutrição clínica está inserido no anexo 3. 3.2.1 Diagnóstico e Periodicidade Primeiramente, realizou-se a Avaliação Subjetiva Global em todos os pacientes, onde foi possível verificar o estado nutricional de cada um e classificá-los em três níveis: eutróficos; sob risco de desnutrição e; desnutrido. Para os pacientes diagnosticados com o estado nutricional eutrófico, apenas avaliou-se a aceitação da dieta diariamente. Já os pacientes em estado de desnutrição ou risco de 6 desnutrição, além de avaliar a aceitação da dieta, foram feitos cálculos de necessidade energética para atingir o peso ideal e avaliações nutricionais. 3.2.2 Métodos, Materiais e Referências Para os pacientes diagnosticados com o estado nutricional eutrófico, foi utilizado apenas o método de avaliação subjetiva global e em seguida avaliação da aceitação da dieta enquanto que pacientes em estado de desnutrição ou risco de desnutrição, foram coletados dados antropométricos, como peso, altura, circunferência do braço, prega cutânea tricipital e, quando necessário, altura do joelho e circunferência da panturrilha, utilizando balança, fita métrica e adipômentro. Além disso, calculou-se o peso ideal para estes pacientes, a taxa de metabolismo basal (TMB) através da formula de Harris Benedict (1919) e as necessidades energéticas totais (NED). 3.3 EVOLUÇÃO NUTRICIONAL NO PRONTUÁRIO 3.3.1 Prescrição de Dieta e Suplementação A prescrição do tipo de dieta e a suplementação eram registradas diariamente no prontuário de cada paciente. 3.3.2 Aceitação da Dieta A aceitação da dieta também foi registrada diariamente no prontuário de cada paciente. 3.4 SETOR DE ESPECIALIDADE CLÍNICA O hospital é dividido em alas, sendo elas: - Ala 1 – Maternidade - Ala 2 – Doenças crônicas - Ala 3 – Cirurgias do trato gastrointestinal - Ala 4 – Particular e convênio - Ala 5 – Trauma e Ortopedia - Ala Cirúrgica - Ala Pediátrica - Unidade de Terapia Intensiva 7 3.5 EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE TERAPIA NUTRICIONAL A Equipe Multiprofissional é responsável por realizar discussões sobre as dietas compostas por nutricionista, enfermeiro, psicólogo, assistente social, fisioterapeuta e o médico. No hospital a dieta e sua evolução são prescritas somente pelos médicos, no entanto, existe uma reunião para discussões sobre. 3.6DIETA ENTERAL E PARENTERAL Os pedidos de compra das dietas enterais e parenterais são realizados pelo serviço de nutrição. A prescrição das dietas é realizada pelo médico responsável e a farmácia responsável pela distribuição das mesmas. 3.7 ORIENTAÇÃO DE ALTA As orientações de alta são realizadas em casos que o médico responsável julga necessário, informadas no prontuário do paciente como “alta programada”. Onde são pré-estabelecidas e avaliadas conforme o tipo de patologia. Nos casos em que o paciente recebe alta e apresenta algum risco nutricional ou doenças associadas, que requerem uma intervenção nutricional específica, a nutricionista fica responsável em fazer as orientações pertinentes, entregando ao paciente uma via impressa, onde explica tópico a tópico quais as orientações, sendo possível também a retirada de dúvidas. Caso o paciente necessite de acompanhamento nutricional após a internação o mesmo é encaminhado a UBS locais, dando continuidade ao tratamento com os nutricionistas do município. 8 4. RECOMENDAÇÃO E AVALIAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO DO ESTÁGIO 4.1 CONTRIBUIÇÕES DO ALUNO O indivíduo quando chega ao hospital já está com dor ou alguma doença, ou seja, fragilizado físico e emocionalmente. É nesse ponto que entra a humanização e capacitação dos profissionais durante o atendimento, desde a recepção até a alta do paciente. Ali pode ser o único momento de atenção, por parte das pessoas, que esse paciente venha a ter. O estagiário tem como missão atender aos pacientes, de forma que haja acolhimento, atenção e monitoramento, sob vigilância nutricional diária resultante de avaliações nutricionais, anamnese, antropometria, avaliação da aceitação da dieta e sugestões a nutricionista local, aperfeiçoando a terapia nutricional e a dieta ofertada. Os casos clínicos foram avaliados um a um e apresentados em sala de aula semanalmente aonde surgiram oportunidades de discussões, descobertas e divisões de experiências, além de possibilitar um aprofundamento no conhecimento das patologias estudadas. 4.1.1 Problemas e Dificuldades encontradas no serviço de saúde Os pacientes que foram atendidos pelos estagiários estavam sob assistência do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo assim, percebeu-se que muitos casos mesmo com argumentos controversos, rapidamente geravam a alta do paciente, com finalidade de vagar um novo leito, mostrando uma condição bem clara de rotatividade de leitos, devido a não existência de quantidades suficientes. Encontraram-se também leitos desativados, sem uso, com acúmulo de materiais hospitalares, aonde possivelmente poderiam ser instalados mais leitos. Ainda assim o hospital se encontra bem administrado, com atendimento de médicos e enfermeiros em números aparentemente suficientes, o que não acontece com o Departamento de Nutrição, visto que existe apenas uma nutricionista para visitas aos leitos para realização da avaliação nutricional, além de ficar responsável por todo setor da unidade de alimentação e nutrição (UAN). Do ponto de vista do estagiário, seria interessante a contratação de mais uma nutricionista no local. Uma para administrar o setor de alimentação e outra responsável apenas para o setor clínico. 9 5. AVALIAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO DO ESTÁGIO 5.1 CONTRIBUIÇÕES DA SUPERVISÃO DE ESTÁGIO E ATIVIDADES PLANEJADAS Tanto a supervisão do estágio quanto as atividades planejadas elevou muito o nível de conhecimento dos estagiários, sanando dúvidas das práticas diárias e melhorando a postura ética profissional. As atividades planejadas possibilitaram uma ampla visão de cada caso estudado, possibilitando discussões de algumas vertentes além da troca de conhecimento. 10 REFERÊNCIAS BIBLÍOGRÁFICAS RASLAN. M. et al. Aplicabilidade dos métodos de triagem nutricional no paciente hospitalizado. Revista de Nutrição, Campinas v.21, n.5, p. 553-561, set./out., 2008. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1415- 52732008000500008. Acessado em: 15/10/2019. SÃO PAULO (Estado). Associação Brasileira de Nutrição. Sistematização do Cuidado de Nutrição. Manual Orientativo. São Paulo, 2014. 66 p. Disponível em http://www.asbran.org.br/storage/arquivos/PRONUTRI-SICNUT-VD.pdf. Acessado em: 15/10/2019. 11 APÊNDICE 12 APÊNDICE A - TABELA REFERÊNTE AOS LEITOS EXISTENTES 13 Leitos por Especialidade Existentes Part/Conv SUS Cirurgia Geral 45 19 26 Obstetrícia 26 10 16 Ortopedia/Traumatologia 2 0 2 Clínica Geral 61 27 34 Pediatria 15 2 13 AIDS 4 0 4 UTI 10 1 9 ISOLAMENTO 5 0 5 Total Geral 168 59 109 14 APÊNDICE B - CARDÁPIO UTILIZADO NO HOSPITAL 15 7:00 CAFÉ DA MANHÃ MEDIDA CASEIRA QUANTIDADE KCAL Pão francês 1 unidade 50g 142,8 kcal Café com leite 1 copo médio 150 g 47,16 kcal Margarina c/ ou s/ sal 1 colher de chá 15g 107,85 kcal Açúcar 1 sachê 5g 19,35 kcal TOTAL --------------- 220 G 317 KCAL 12:00 ALMOÇO MEDIDA CASEIRA QUANTIDADE KCAL Arroz 2 escumadeiras 170 g 212 kcal Feijão 2 conchas média 172 g 105 kcal Cenoura refogada 4 colheres de sopa 100 g 45 kcal Frango assado em pedaço 1 filé médio 100 g 239 kcal Alface crespa 1 pires de chá picado 20 g 2,6 kcal Tomate 3 rodelas média 45 g 9,4kcal Gelatina 1 xícara de chá 110 g 11 kcal TOTAL --------------- 717 g 624 KCAL 15:00 CAFÉ DA TARDE MEDIDA CASEIRA QUANTIDADE KCAL Pão francês 1 unidade 50 g 142,8 kcal Chá mate com açúcar 1 copo médio 150 g 14,18 kcal Margarina com ou sem sal 1 colher de chá cheia 15 g 107,85 kcal TOTAL --------------- 215 G 265 KCAL 16 20:30 CEIA MEDIDA CASEIRA QUANTIDADE KCAL Pão francês 1 unidade 50 g 142,8 kcal Chá mate com açúcar 1 copo médio 150 g 14,18 kcal Margarina com ou sem sal 1 colher de chá cheia 15 g 107,85 kcal TOTAL --------------- 215 G 265 KCAL TOTAL DE KCAL POR DIA= 1.769,14 KCAL 18:30 JANTAR MEDIDA CASEIRA QUANTIDADE KCAL Canja de galinha 1 prato fundo 520 g 287,14 kcal Gelatina 1 xícara de chá 110 g 11 kcal TOTAL --------------- 630 G 298, 14 KCAL 17 APÊNDICE C - DISTRIBUIÇÃO DE MACRONUTRIENTES POR REFEIÇÃO 18 Refeição Proteínas Carboidratos Lipídeos Calorias Quantidade 07:00 Café da Manhã 7,43g (10%) 37,38g (7%) 15,88g (21%) 317kcal (17%) 220g (11%) 11:00 Almoço 40,88g (55%) 71,69g (14%) 18,72g (24%) 624kcal (34%) 717g (35%) 15:00 Lanche 4,95g (7%) 32,10g (6%) 13,35g (17%) 265kcal (14%) 215g (10%) 18:00 Jantar 16,45g (22%) 350,38g (67%) 9,36g (12%) 298kcal (16%) 630g (31%) 20:30 Ceia 4,95g (7%) 32,10g (6%) 13,35g (26%) 265kcal (18%) 215g (13%) Total 74,65g (10%) 523,66g (69%) 70,66g (21%) 1.769kcal 1.997g 19 ANEXO 20 ANEXO 1 – PRESCRIÇÃO NUTRICIONAL E SUGESTÃO DE CARDÁPIO 21 22 23 24 ANEXO 2 – DIETAS E SUPLEMENTAÇÕES 25 26 ANEXO 3 – TRIAGEM NUTRICIONAL 27 28 29 FACULDADE EDUVALE AVARÉ ANA BEATRIZ RAMOS CAVECCI ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA AVARÉ-SP 2019 30 ANA BEATRIZ RAMOS CAVECCI ESTÁGIO SUPERVISIONADOEM NUTRIÇÃO CLÍNICA Relatório final apresentado à disciplina de Nutrição Clínica ao curso de Nutrição da Faculdade Eduvale de Avaré como requisito parcial para conclusão do curso. Sob supervisão da Prof.a Dr.a Mariana Baptista Tablas AVARÉ-SP 2019 31 SUMÁRIO 1. ESTUDO DE CASO PACIENTE ADULTO............................................................33 1.1 PATOLOGIA E FISIOPATOLOGIA......................................................................33 1.1.1 Dados Estatísticos.............................................................................................33 1.1.2 Causas, Sinais e Sintomas................................................................................34 1.1.3 Complicações e Diagnóstico.............................................................................35 1.1.4 Tratamento Medicamentoso..............................................................................36 1.1.5 Terapia Nutricional............................................................................................36 1.2 OBJETIVOS.........................................................................................................37 1.3 METODOLOGIA...................................................................................................38 1.4 APRESENTAÇÃO DO CASO..............................................................................38 1.5 ANAMENESE.......................................................................................................38 1.5.1 Avaliação Nutricional e Diagnóstico..................................................................38 1.5.1.1 Cálculos..........................................................................................................39 1.5.2 Terapia Nutricional Prescrita.............................................................................40 1.5.3 Medicamentos...................................................................................................40 1.5.4 Orientação de Alta.............................................................................................41 1.5.5 Análise de Perspectiva do Tratamento .............................................................41 1.6 CONCLUSÃO.......................................................................................................41 2. ESTUDO DE CASO PACIENTE IDOSO...............................................................42 2.1 PATOLOGIA E FISIOPATOLOGIA......................................................................42 2.1.1 Dados Estatísticos.............................................................................................43 2.1.2 Causas, Sinais e Sintomas................................................................................44 2.1.3 Complicações e Diagnóstico.............................................................................45 2.1.4 Tratamento Medicamentoso..............................................................................45 2.1.5 Terapia Nutricional............................................................................................46 2.2 OBJETIVOS.........................................................................................................47 2.3 METODOLOGIA...................................................................................................47 2.4 APRESENTAÇÃO DO CASO..............................................................................47 2.5 ANAMENESE.......................................................................................................48 2.5.1 Avaliação Nutricional e Diagnóstico..................................................................48 2.5.1.1 Cálculos..........................................................................................................48 32 2.5.2 Terapia Nutricional Prescrita.............................................................................48 2.5.3 Medicamentos...................................................................................................48 2.5.4 Orientação de Alta.............................................................................................49 2.5.5 Análise de Perspectiva do Tratamento .............................................................49 2.6 CONCLUSÃO.......................................................................................................50 3. ESTUDO DE CASO PACIENTE ADOLESCENTE................................................51 3.1 PATOLOGIA E FISIOPATOLOGIA......................................................................51 3.1.1 Dados Estatísticos.............................................................................................52 3.1.2 Causas, Sinais e Sintomas................................................................................53 3.1.3 Complicações e Diagnóstico.............................................................................54 3.1.4 Tratamento Medicamentoso..............................................................................55 3.1.5 Terapia Nutricional............................................................................................56 3.2 OBJETIVOS.........................................................................................................56 3.3 METODOLOGIA...................................................................................................56 3.4 APRESENTAÇÃO DO CASO..............................................................................57 3.5 ANAMENESE.......................................................................................................57 3.5.1 Avaliação Nutricional e Diagnóstico..................................................................57 3.5.1.1 Cálculos..........................................................................................................58 3.5.2 Terapia Nutricional Prescrita.............................................................................59 3.5.3 Medicamentos...................................................................................................59 3.5.4 Orientação de Alta.............................................................................................59 3.5.5 Análise de Perspectiva do Tratamento .............................................................59 3.6 CONCLUSÃO.......................................................................................................60 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................61 APÊNDICES...............................................................................................................65 ANEXOS....................................................................................................................80 33 1. ESTUDO DE CASO PACIENTE ADULTO 1.1 PATOLOGIA E FISIOPATOLOGIA Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2019), o câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos e se dividem rapidamente. Estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo. Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células. Quando começam em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, são denominadas carcinomas. Se o ponto de partida são os tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou cartilagem, são chamados sarcomas. Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes, conhecida como metástase. (INCA, 2019) O tumor ósseo maligno é um tipo de câncer que acomete qualquer osso do corpo. Freqüentemente afeta osossos longos dos braços e coxas, coluna e bacia. Pode ser dividido em tumor ósseo primário, que é quando o câncer se desenvolve diretamente no osso previamente normal, e tumor ósseo secundário, quando se origina em qualquer outro órgão e se dissemina para os ossos. Quando as células se dividem de forma anormal e incontrolável elas podem formar uma massa ou nódulo de tecido, esse nódulo ou massa é chamado de tumor e, quando ele cresce, acaba por comprometer o tecido previamente saudável e a rigidez do osso. Os tumores ósseos, em geral, raramente causam a morte. Mas, eles ainda podem ser perigosos e requerem tratamento. Alguns tipos são benignos, o que significa que não são cancerígenos e outros malignos. Mesmo os tumores benignos podem crescer e comprometer a estrutura do osso. Os tumores malignos, cancerígenos, podem se espalhar pelo corpo (AMERICAN CANCER SOCIETY, 2018) 1.1.1 Dados Estatísticos Segundo a Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS, 2018) o câncer é uma das principais causas de morte no mundo, sendo responsável por cerca de 9,6 milhões de mortes em 2018. A incidência, a morbidade hospitalar e a mortalidade são medidas de controle para a vigilância epidemiológica que permitem analisar a 34 ocorrência, a distribuição e a evolução das doenças. Conhecer informações sobre o perfil dos diferentes tipos de câncer e caracterizar possíveis mudanças de cenário ao longo do tempo são elementos norteadores para ações de Vigilância do Câncer - componente estratégico para o planejamento eficiente e efetivo dos programas de prevenção e controle de câncer no Brasil. A base para a construção desses indicadores são os números provenientes, principalmente, dos Registros de Câncer e do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Mais de 100.000 novos pacientes apresentam metástases ósseas nos Estados Unidos. A prevalência da doença produz quase 200.000 pacientes devido à prolongada sobrevida. Dor óssea, secundária as metástases, é a síndrome dolorosa mais comum, que requer tratamento em pacientes com metástases ósseas perfazem o maior grupo que recebem tratamento paliativo. Pacientes que apresentam predominantemente metástases ósseas sobrevivem mais tempo do que os pacientes portadores de metástases predominantemente viscerais. Por outro lado, pacientes que desenvolvem metástases ósseas tendem a apresentar sintomas mais precocemente no curso clínico da doença do que pacientes que apresentem metástases viscerais, no fígado ou pulmão. (GUYATT GH et al. 2011) No Brasil, o instituto nacional de câncer não dispõe de estimativas para tumores ósseos, porém de um modo geral, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, no ano 2030, haverá 27 milhões de casos novos de câncer, 17 milhões de mortes pela doença e 75 milhões de pessoas vivendo com câncer. (OPAS/OMS, 2018) 1.1.2 Causas, Sinais e Sintomas O câncer não tem uma causa única. Há diversas causas externas (presentes no meio ambiente) e internas (como hormônios, condições imunológicas e mutações genéticas). As causas internas estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Apesar de o fator genético exercer um importante papel na formação dos tumores (oncogênese), são raros os casos de câncer que se devem exclusivamente a fatores hereditários, familiares e étnicos. Sendo assim, os fatores podem interagir de diversas formas, dando início ao surgimento da doença (INCA,2019). O câncer nada mais é que mutações no interior das células, contendo no DNA um conjunto de instruções que dizem à célula como crescer e se dividir, logo, erros 35 nas instruções podem permitir que uma célula se torne cancerosa. Ainda não é claro o que causa a maioria dos tumores ósseos, mas médicos acreditam que a doença começa com o erro no DNA das células. Este erro faz com que a célula cresça e se divida de forma erronia. Esse acúmulo de células forma uma massa, ou tumor, que pode invadir as áreas próximas e também pode atingir outras partes do corpo (INCA,2019). Os sinais e sintomas causados pelo câncer variam de pessoa para pessoa e o estágio em que a patologia se encontra. Porém, alguns sinais clássicos como fadiga, protuberância ou área de espessamento que pode ser sentida sob a pele, mudanças de peso, alterações da pele, mudanças nos hábitos intestinais, tosse persistente, odinofagia, rouquidão, má ingestão alimentar ou desconforto depois de se alimentar, dores musculares ou articulares persistentes e sem causa aparente, febre e sudorese intensa podem evidenciar a urgente procura médica. Os sintomas do tumor ósseo podem incluir dor nos ossos, inchaço e sensibilidade perto da área afetada, ossos quebradiços, fadiga, perda de peso não intencional e febre. A dor é importante para determinar o escore entre dor e medicação, a fim de determinar se a dor é intratável ou passível de tratamento, estabelecendo ainda se a dor é superficial ou visceral ou se ela é local ou referida. Sintomas como náuseas e vômitos, além da perda da deambulação, podem ocorrer devido à patologia ou seu tratamento (NATIONAL CANCER INSTITUTE,2008). Problemas psicológicos como medo, ansiedade e depressão também devem ser avaliados frente às possibilidades e probabilidades de surgirem devido ao câncer (INCA, 2019). 1.1.3 Complicações e Diagnóstico As complicações das metástases ósseas são causadas pela combinação da destruição óssea e do crescimento do tumor. Aproximadamente 2/3 dos pacientes com metástases ósseas apresentam dor. Os mecanismos da dor não são bem claros. Eles ocorrem tanto devido à estimulação de nociceptores, citoquinas (como a serotonina), como por desenvolvimento de macro ou micro fraturas (FERRIS FD et al. 2009). Na consulta médica é realizado exames que comprovem o diagnóstico clínico através de exames de imagem, como raios-X, tomografia, ressonância magnética e cintilografia óssea. Sendo o último o mais específico para o tumor ósseo por detectar 36 dano funcional ao invés de dano estrutural. Entretanto, a cintilografia óssea não visualiza o tumor. A radioatividade se acumula em áreas de hiperemia óssea ou de nova formação óssea (INCA, 2019). 1.1.4 Tratamento Medicamentoso Alguns tratamentos sistêmicos, como quimioterapia, hormonioterapia, terapia alvo, imunoterapia e radiofármacos são utilizados para o tratamento de células cancerígenas em qualquer parte do corpo. Sendo o método mais comum a quimioterapia, empregando ao organismo drogas anticâncer que são injetadas na veia ou administradas por via oral. Estes fármacos entram na corrente sanguínea e atingem todas as áreas do corpo, tornando este tratamento potencialmente útil para cânceres que se disseminaram para órgãos distantes (metástases). Os efeitos colaterais da quimioterapia dependem do tipo de drogas, da dose administrada e do tempo de duração do tratamento. Estes efeitos são temporários e podem incluir: náuseas e vômitos, perda de apetite, perda de cabelo, feridas na boca, diarreia, infecções, hemorragias ou hematomas e fadiga. Entretanto, a maioria desses efeitos desaparecem com o término do tratamento (MARTIN L et al. 2010). A imunoterapia com farmaconutrientes isolados ou combinados com a quimioterapia podem apresentar benefícios ao paciente oncológico em tratamento.Destacam-se nutrientes com a atividade imunomoduladora, como a arginina, os ácidos graxos ômega-3 e os nucleotídeos (BRAGA et al., 2013; KREYMANN et al., 2006). 1.1.5 Terapia Nutricional A terapia nutricional para pacientes oncológicos visa atender as necessidades nutricionais modulando a resposta inflamatória sistêmica e prevenindo o estresse celular oxidativo. Além de preservar perdas de massa magra e reduzir complicações infecciosas ou não infecciosas. Assim, para a formulação de uma prescrição adequada devem-se considerar os resultados da triagem e da avaliação nutricional,as necessidades nutricionais, a escolha da via de administração e a capacidade metabólica que está associada às complicações relacionadas com a doença. As necessidades nutricionais dependem do tipo de câncer, do local, do estágio, do grau de estresse metabólico, da presença de desnutrição, comorbidades e má absorção e do tipo de tratamento (MENDELSOHN; SCHATTNER, 2012). 37 A via preferencial de oferta de nutrientes e calorias é a oral, entretanto, para muitos pacientes, essa via não pode ser utilizada ou é insuficiente. Nessa situação, a terapia enteral passa a ocupar essa preferência seguida da nutrição parenteral. Atualmente a associação de vias enteral vem ocupando destaque por proporcionar mais precocemente a oferta de todas as calorias e todos os nutrientes que o paciente necessita (ARENDS et al., 2006; HEIDEGGER et al., 2013). Porém, independente da via de oferta de nutrientes e calorias, a terapia nutricional deve ser iniciada imediatamente após o diagnóstico nutricional, na presença de estabilidade hemodinâmica, ou seja, nas primeiras 24 horas após a internação. O paciente deve receber um suporte nutricional metabólico com uma quantidade de calorias e nutrientes suficiente para evitar hiperglicemia, aumento da taxa metabólica, aumento do consumo de oxigênio, produção elevada de gás carbônico e resistência à insulina. Por outro lado, devem-se evitar o déficit calórico e protéico que podem contribuir para maior tempo de internação, complicações e mortalidade (CASAER et al., 2014; KLEIN; STANEK; WILES, 1998; MARTINDALE et al., 2009). A terapia enteral está indicada quando a via oral for insuficiente, ou seja, na presença de ingestão oral em torno de 60% das necessidades nutricionais, ou quando o paciente não puder utilizar a via oral. A maioria dos pacientes tolera uma fórmula polimérica com densidade calórica entre 1,0 e 1,5 cal/ml com localização gástrica. A ingestão calórica, suplementação a quantidade de proteína ofertada depende da situação do paciente, podendo ser dividido em adultos em realimentação,adultos em manutenção,obesos, ganho ou repleção. Quanto à proteína pode se analisar individualmente conforme o grau de estress e complicações, e em casos de repleção protéica (NATIONAL CANCER INSTITUTE, 2008). 1.2 OBJETIVOS As modalidades terapêuticas possuem como objetivo geral o controle dos sintomas provocados pelo câncer, além de preservação das funções e melhora da qualidade de vida. Enquanto que o objetivo da terapia nutricional é recuperar ou manter o estado nutricional do paciente, a fim de evitar processos como perda de peso, degradação protéica, desidratação, entre outros. A terapia nutricional para o paciente oncológico também tem como objetivo manter a homeostase, melhorar o estresse metabólico e oxidativo, diminuir as 38 complicações, o tempo de internação e a mortalidade. Isso pode ser alcançado por meio da modulação da resposta imunológica e inflamatória (HEYLAND et al., 2013; MARTINDALE et al., 2009). 1.3 METODOLOGIA Estudo realizado na Santa casa de Misericórdia de Avaré do dia 26/08/2019 ao dia 07/09/2019, quando o paciente veio a óbito. Nesse período foi realizado acompanhamento presencial sempre que possível além de avaliações nutricionais, como: Triagem Nutricional (ASG), Anamnese Clínica, Circunferências, Pregas Cutâneas e interpretação de Exames Físicos e Laboratoriais. Além da aceitação da dieta, escolha da via de administração e adequação das necessidades energéticas ofertadas. 1.4 APRESENTAÇÃO DO CASO C.M.S, sexo masculino, 56 anos, branco, casado, eletricista. Deu entrada na SCMA no dia 20 de agosto com sudorese intensa, muita dor na coluna, perda dos movimentos da cintura para baixo e ausência de evacuação e gases. Paciente se encontra em TNE com posicionamento nasogástrico desde o dia da internação, mantém AVC na jugular para passagem de soro glicosado + fentanil e traqueostomia em ventilação mecânica. Foi diagnosticado com câncer de coluna e após uma parada cardiorrespiratória ficou sedado,inconsciente e em jejum, relato sobre a dieta causar distensão abdominal,além de náuseas e vômitos. Após 24h retornou pra dieta enteral hipercalórica e hiperproteica 500ml/24h por bomba de infusão. Encaminhado ao CTI semi intensivo após 8 dias de internação, no dia 28/08. Histórico de DCV fazendo uso de medicamentos para controle da HAS, além de analgésicos para controle da dor e ceftriaxona para a infecção óssea. 1.5 ANAMENESE 1.5.1 Avaliação Nutricional e Diagnóstico Após realização da triagem nutricional no paciente C.M.S o nível de assistência nutricional foi diagnosticado como primário. Porém, além da perda de peso crônica que pacientes oncológicos apresentam também há respostas imunoinflamatórias que aumentam o metabolismo, gerando um estado inflamatório 39 hipercatabólico, podendo assim classificá-lo em risco nutricional, precisando de acompanhamento ao longo da sua permanência no hospital. Podendo avaliar também os resultados dos exames laboratoriais como uréia sérica, potássio sérico, sódio sérico e creatinina. Não foi possível obter dados referentes à albumina sérica, transferrina,pré- albumina ou proteína ligadora de retinal. Não podendo então avaliar os níveis de depleção proteica significativa, importante marcador de avaliação laboratorial em paciente oncológicos. Desse acompanhando ainda foi possível coletar os dados referentes à aferição de pressão arterial, desde o dia da internação até o dia de entrada no CTI, já que a acompanhante do paciente relatou que ele apresenta pressão alterada (HAS) há alguns anos. Exame Resultado Valor de referência Uréia sérica 51mg/dl 19 a 43 mg/dl Potássio sérico 0,9mg/dl 0,8 a 1,5 mg/dl Sódio sérico 136 mmol/L 3,6 a 5,1 mmol/L Creatinina 0,8 mg/dl 0,8 a 1,5 mg/dl DATA PAmm/Hg DATA PAmm/Hg 20/08 12/8 24/08 11/6 21/08 13/9 25/08 13/8 22/08 14/10 26/08 8/6 23/08 11/16 27/08 13/9 23/08 12/8 28/08 13/9 1.5.1.1 Cálculos Peso Usual= 92kg (relato acompanhante) Estatura= 1,69cm (relato acompanhante) Peso Est. = 76,13kg (CHUMLEA, 1988) Estatura Est. = 1,70cm (Chumlea,1985) Peso ideal= 69,4kg (WHO, 1985) Peso Ajustado= 71,02kg (Karkeck, 1984) 40 IMC= 26,3 kg2/m2 (OMS, 1995) TMB= 1.514 kcal/dia (Harris Benedict, 1919) NED= 1.800 kcal/dia (FAO/OMS, 1985) Circunferências Classificação CB= 32cm PCT= 28mm CMB= 23,20cm Adequação da CB% = 99,07% Eutrofia Adequação da PCT%= 234% Obesidade Adequação da CMB%= 83,45% Desnutrição leve AMBc= 32,8cm² Desnutrição grave AGB= 38,65 cm2 Obesidade (Frisancho, 1990). 1.5.2 Terapia Nutricional Prescrita Terapia Nutricional Enteral, Fresubin HP Energy 75g/PTN. Dieta com densidade calórica de 1,5 kcal/ml. Ofertando ao paciente 37,5g de PTN/dia/NE 500ml. Porém, para suprir suas necessidades calóricas totais deveria ser ofertado 103,95g/PTN/dia (1,5g x kg/peso). 1.200ml de dieta deveria ser ofertado para suprir a taxa metabólica basal de 1.800kcal/dia. Está sendo ofertado 500ml, 6x ao dia. Onde há um déficit de 1.300kcal/dia. 2.079,1ml de água deveriam ser ofertadas conforme necessidades hídricas diárias/kg de peso (30ml x peso ideal). É ofertado 100ml de 4h em 4h por BIC (600ml) + 395ml da dieta. Totalizando uma ingestão hídrica de aproximadamente 1L/dia. Dieta Polimérica, administrada por sonda nasogástrica no volume de500ml ao dia por bomba de infusão a 50ml em 24h. 1.5.3 Medicamentos O paciente fez uso de medicamentos para controle da hipertensão arterial, antiarrítmicos, analgésicos, antidepressivo, sedativos e antibióticos. Sendo esses: Ondansetrona, carvedilol, acido acetilsalicílico, sinvastatina, citalopram, selozok, levofloxacino, dipirona e ceftriaxona para infecções ósseas. E ainda junto ao soro glicofisiológico midazolan 15mg + fentanil 10ml correndo em BIC a 30ml/h. 41 As interações fármaco-nutriente estão explícitas no anexo 1. 1.5.4 Orientação de Alta Paciente veio a óbito durante o tratamento. Não houve prescrição de alta. Porém, em uma abordagem nutricional correta o paciente em uma alimentação via oral poderia adequar ingestão calórica e protéica, preferindo alimentos hipercalóricos e hiperproteicos, ricos em vitaminas A,C,E além de ingerir grandes quantidades de líquidos. Deve-se modificar a alimentação do paciente durante a quimioterapia e radioterapia quanto à consistência, conteúdo, temperatura, acidez, quantidade e frequencia. Em caso de TNE domiciliar, adequar as quantidades calóricas e proteína com a densidade da dieta. Sendo assim, hipercalórica e hiperproteica de 4 em 4h + h20. 1.5.5 Análise de Perspectiva do Tratamento Sabe-se que neoplasias metásticas são tumores malignos com baixa perspectiva de tratamento, devido ao grau de comprometimento que atinge os tecidos. O grande desafio do tratamento do câncer é a detecção do tumor antes da migração das células cancerígenas pelos vasos sanguíneos ou vasos linfáticos para outras áreas do corpo, quando descoberto tardiamente,como no caso da paciente, pode-se classificar como tratamento paliativo. O tratamento paliativo foca no controle dos sintomas, manutenção de adequado estado de hidratação e preservação composição corporal. 1.6 CONCLUSÃO Todos os esforços devem ser realizados para tratar adequadamente o paciente oncológico, proporcionando um cuidado nutricional individualizado adaptado à sua condição atual evitando a evolução de complicações do quadro. A escolha da modalidade terapêutica deve basear-se na condição clínica e neurológica do paciente, expectativa de vida, grau de comprometimento da coluna vertebral, tipo histológico da neoplasia e desejo do paciente e da família, visando à preservação da função neurológica e melhora da qualidade de vida. 42 2. ESTUDO DE CASO PACIENTE IDOSO 2.1 PATOLOGIA E FISIOPATOLOGIA De acordo com a Organização Mundial de Saúde - OMS (2013), o AVC trata- se do desenvolvimento rápido de sinais clínicos de distúrbios focais e/ou globais da função cerebral, durando pelo menos vinte e quatro horas, provocando lesões que alteram os planos cognitivo e sensório-motor, de acordo com a área e a extensão da lesão, ocorrendo por falta de fornecimento sanguíneo, ou seja, quando parte do cérebro deixa de ser irrigada pelo sangue. As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte no mundo todo e o AVC vêm sendo constatado na população brasileira, desde 1960, como causa principal de internações, mortalidade e disfuncionalidade, acometendo principalmente pessoas com a faixa etária acima de 40 anos, superando, até mesmo as doenças cardíacas e o câncer (GOMES & SENNA, 2008). O AVC é definido como sintomas neurológicos focais ou globais, causados por interrupção do suprimento sanguíneo em determinada área do cérebro. Os sinais e sintomas incluem alteração do nível de consciência, alteração motora e de fala ou queixa de cefaleia intensa. Com o diagnóstico precoce do AVC, direciona-se o melhor tratamento para evitar ou minimizar o comprometimento funcional (PAULA et al, 2008). O termo acidente vascular cerebral (AVC) é usado para designar o déficit neurológico (transitório ou definitivo) em uma área cerebral secundário a lesão vascular, e representa um grupo de doenças com manifestações clínicas semelhantes, mas que possuem etiologias diversas: AVC hemorrágico (AVCh) compreende a hemorragia subaracnóide (HSA), em geral decorrente da ruptura de aneurismas saculares congênitos localizados nas artérias do polígono de Willis e a hemorragia intraparenquimatosa (HIP), cujo mecanismo causal básico é a degeneração hialina de artérias intraparenquimatosas cerebrais, tendo como principal doença associada a hipertensão arterial sistêmica (HAS). O AVC isquêmico (AVCi) descreve o déficit neurológico resultante da insuficiência de suprimento sanguíneo cerebral, podendo ser temporário (episódio isquêmico transitório, EIT) ou permanente , e tendo como principais fatores de risco a HAS, as cardiopatias, o diabetes mellitus (DM) e o tabagismo. Outras etiologias podem estar associadas ao AVC, tais como coagulopatias, tumores, arterites inflamatórias e infecciosas. Este 43 conjunto de doenças representa grande ônus em termos socioeconômicos, pela alta incidência e prevalência de quadros sequelares (GOMES MM, 1992). A hipertensão arterial (HA) é o principal fator de risco modificável para as doenças cerebrovasculares (DCV) principalmente para o AVC. Cerca de 80% dos AVC estão relacionados à HA, como infartos, hemorragias, grandes AVCs ou lacunares e as demências vasculares (ARAWAKA S, 1998). A detecção e controle da pressão arterial é um ponto básico e fundamental de qualquer programa de prevenção de AVC, devendo ser esse o maior foco. Existe uma relação muito próxima entre DCV e HA: o cérebro, muitas vezes, é o causador da HA e ao mesmo tempo a principal vítima dessa doença. O cérebro é, em geral, o órgão que mais precocemente e mais intensamente sofre as conseqüências da pressão alta. O comprometimento é precoce e progressivo; quanto maior o tempo de exposição à HA, maior o risco, e quanto maiores os índices da HA, igualmente maiores serão as complicações. A hipertensão arterial pode comprometer todas as artérias cerebrais, como as de grande calibre (carótidas, cerebrais), as de médio calibre e as de fino calibre, como as artérias penetrantes. Pode também comprometer todas as estruturas que compõem as artérias, principalmente as camadas íntima e média. Nas artérias de grande calibre, o acometimento é predominantemente na camada íntima, provocando aterosclerose, e nas de pequeno calibre, a lesão se faz principalmente na camada média, ocasionando uma degeneração fibrinóide e lipohialinose. Trata-se de variações histopatológicas de lesão arterial, e todas podem ser causas de AVC ou de outra forma de DCV, como, por exemplo, crise isquêmica transitória e demência (LAWES C.M; BENNET D.A; FEIGIN V.L; RODGERS A, 2004). 2.1.1 Dados Estatísticos O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das doenças que mais mata no mundo, sendo a maior causa de incapacitação da população na faixa etária superior a 50 anos, responsável por 10% do total de óbitos. O Brasil está entre os dez primeiros com maiores índices de mortalidade por AVC, sendo registrados a cada ano aproximadamente 90 mil óbitos por doenças cerebrovasculares (GILES MF, ROTHWEL PM, 2008) O AVC é frequente em adultos, a Organização Mundial de Saúde ressalta que 15 milhões de pessoas apresentam acidente vascular cerebral por ano, destas cinco 44 milhões morrem em decorrência do evento e grande parte dos sobreviventes apresenta sequelas físicas e/ou mentais. Alterações discretas são manifestadas por 37% dos pacientes após o acidente vascular cerebral, 16% apresentam moderada incapacidade e 32% demonstram alteração intensa ou grave da capacidade funcional e alguns dependem de cadeira de rodas ou ficam restritos ao leito. As sequelas geram impacto econômico, social e familiar, sendo que 15% dos pacientes não apresentam prejuízo da capacidade funcional (CRUZ KC, DIOGO MJ, 2009) Dados do Ministério da Saúde verificaram a ocorrência, em 2010, de 326 mil mortes por Doenças Cardiovasculares (DCV),ou seja, cerca de 1.000 mortes/dia, das quais 200 mil deveram-se exclusivamente à doença isquêmica do coração e a doenças cerebrovasculares, refletindo um cenário dramático e longe de um controle minimamente aceitável. (BRASIL, 2010) 2.1.2 Causas, Sinais e Sintomas Segundo Mesquita Et Al (2009), as manifestações clínicas dependem do tipo de acidente vascular cerebral, isquêmico ou hemorrágico, da área ou região afetada no paciente. Hipertensão arterial, inflamação nos vasos sanguíneos, distúrbios de coagulação do sangue como a hemofilia, ferimentos na cabeça ou pescoço, tratamento com radiação, angiopatia amilóide cerebral, aterosclerose, arritmias cardíacas, doenças das válvulas cardíacas, endocardite, insuficiente cardíaca e infarto agudo do miocárdio são possíveis causas para desenvolvimento do AVC hemorrágico. Já um AVC isquêmico pode ocorrer por fatores como: aterosclerose, formação de trombos e inflamações. As inflamações mais comuns são as causadas por anti-corpos (doenças auto-imunes) e as infecções que acometem o interior das artérias (GAGLIARDI R.J, 1988). Dores de cabeça súbita e sem causa aparente, dificuldade de fala e dormência nos membros podem ser sintomas de uma catástrofe que ameaça o cérebro de milhões de pessoas e impõe restrições para o resto de suas vidas. Entre os sintomas gerais de um AVC pode-se ressaltar diminuição ou perda súbita de força na face, braço ou perna de um lado do corpo, alterações súbitas da sensibilidade com sensação de formigamento, perda súbita da visão, alteração aguda da fala, dor de cabeça intensa, instabilidade, vertigem súbita e intensa e desequilíbrio associado a náuseas ou vômitos (LESSA, 1999). 45 2.1.3 Complicações e Diagnóstico Como o AVC é um diagnóstico de emergência, a consulta normalmente ocorre sem um preparo por parte do paciente e seus acompanhantes. Para diagnosticá-lo deve se avaliar os sinais vitais logo nos primeiros socorros, como verificar se há desvio da boca, falta de força ou alteração na fala. Para um tratamento de emergência os cuidados clínicos devem incluir: verificar pressão arterial, glicemia, temperatura axilar e administrar oxigênio por cateter nasal ou máscara. Durante a internação para auxiliar o diagnóstico alguns exames podem ser realizados, como: tomografia computadorizada, ressonância magnética, angiografia, ultrassonografia e ecocardiograma. O tratamento e a reabilitação da pessoa vitimada dependerão sempre das particularidades que envolvam cada caso. Para que o paciente possa ter uma melhor recuperação e qualidade de vida, é fundamental que ele seja analisado e tratado por uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde; fisioterapeutas, médicos, psicólogos, nutricionistas e demais profissionais. Seja qual for o tipo do acidente, as consequências são bastante danosas. Além de estar entre as principais causas de morte mundiais, o AVC é uma das patologias que mais incapacitam para a realização das atividades cotidianas. É possível o surgimento de algumas complicações nos tipos de reabilitações para as principais sequelas de um AVC, como: déficit motor, déficit sensitivo, afasia, apraxia, negligência, agnosia visual, déficit de memória, lesões no tronco cerebral, alterações comportamentais, transtorno de estresse pós traumático e depressão (TOUZÉ, E.; COSTE, J.; VOICE, M. et al. 2008). 2.1.4 Tratamento Medicamentoso Poucos sabem que o AVC pode ser tratado, variando do tipo de AVC que acomete o indivíduo. O AVC isquêmico (AVCi) corresponde a 80% dos casos, sendo caracterizado pela interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro por um coágulo (trombo), o que leva a uma região de neurônios mortos e outra em que há interrupção de atividade elétrica. O tratamento envolve a remoção do trombo para que o fluxo sanguíneo seja restabelecido na área de penumbra isquêmica podendo ser feito por meio de cateteres, que removem o coágulo (trombólise mecânica) ou através de medicamentos (trombólise química). O tratamento trombolítico endovenoso é utilizado desde 1995. Antes disso, era utilizado o ácido acetilsalicílico (AAS), que apenas diminui o risco de um novo AVC e, por isso, é tido como um 46 método de prevenção secundária. Os outros 20% de casos de AVC são do tipo hemorrágico (AVCh), caracterizado por uma ruptura do vaso sanguíneo na região encefálica, formando um hematoma, com uma consequente inflamação. O tratamento envolve o manejo ideal da pressão arterial para conter a expansão do hematoma. Alguns casos com hemorragia podem ser tratados cirurgicamente. Um intenso esforço tem sido despendido na tentativa de controlar os fatores de risco e na profilaxia de novos eventos, também através da terapêutica medicamentosa ou intervenção cirúrgica precoce (endarterectomias) nos pacientes de alto risco (DUNBABIN DW, SANDEROCK PAG, 1990). 2.1.5 Terapia Nutricional Mesquita (2009) define que uma dieta adequada deve levar em consideração as variações individuais, tais como idade, sexo, atividade física e hábitos alimentares e tem como objetivo suprir as necessidades de cada indivíduo para a manutenção ou recuperação da saúde. Com o aumento dos estudos na área da Nutrição e, consequentemente, do conhecimento da relação entre alimentação e doenças, uma dieta adequada é também considerada como aquela que contribui para a redução dos riscos de desenvolvimento de doenças crônico. Quando analisado alguns dos fatores de risco das doenças cardiovasculares, como hipertensão, diabetes, dislipidemias, hiperuricemia e obesidade, notam-se uma relação importante entre uma dieta equilibrada e a prevenção da Doença Vascular Cerebral (DVC). Na prática, observa-se uma ligação entre esses fatores, sendo evidente a necessidade de adaptação de intervenções nutricionais para o controle e prevenção dos riscos vasculares. Sabe-se que a má alimentação é um dos principais fatores desencadeantes do AVC, pois não contribui apenas para aumentar a determinação de riscos decorrentes de problemas cardiovasculares, mas também de outros problemas para o indivíduo, como: obesidade, colesterol elevado, gastrite, diabetes e hipertensão. Entende-se que a escolha de uma dieta com menor teor de gordura e rica em cereais integrais, frutas, vegetais e hortaliças pode ser efetiva não só na redução de doenças cardiovasculares, mas também nos problemas citados (MESQUITA H, 2009). Fatores socioculturais como o consumo excessivo de alimentos ricos em calorias, associado à inatividade física e, como consequência, o desenvolvimento de obesidade e de diabetes, associado ao excesso de sal na dieta são fatores que 47 contribuem para que o indivíduo não tenha oportunidade de mudanças de estilo de vida. Sabe-se que o indivíduo fisicamente ativo e praticamente de uma alimentação saudável tende a ter maior qualidade e expectativa de vida. (GLAGIARDI,1988) Estudos mostram que pacientes com AVC têm um elevado risco de desnutrição devido à ingestão alimentar inadequada, possibilidade de disfagia, elevado nível de dependência e necessidades energéticas aumentadas durante o período de recuperação (GOMES e GOMES, 2007). 2.2 OBJETIVOS Nas últimas décadas, uma enorme quantidade de recursos tem sido investida em pesquisas na tentativa de reduzir a morbidade e mortalidade dos AVC. Várias modalidades terapêuticas têm sido preconizadas, todas objetivando minimizar o grau de lesão neuronal que ocorre após uma oclusão ou sangramento arterial. O principal objetivo é devolver a capacidade motora e fazer com que se possível o paciente seja capaz de realizar suas atividades da vida diária sozinho. A Rede Nacional de Atendimento ao AVC, um programa idealizado no fim de 2007 pelo Ministério da Saúde, tem como objetivo melhorar a qualidade do atendimento à doença, diminuir o número de pacientes incapacitados e o custo em longo prazo cominternações e tratamentos (BRASIL, 2009). 2.3 METODOLOGIA Estudo realizado na Santa casa de Misericórdia de Avaré do dia 02/09/2019 ao dia 10/10/2019, data do término do estágio. Nesse período foi realizado acompanhamento presencial sempre que possível, além de avaliações nutricionais, como: Triagem Nutricional (ASG), Anamnese Clínica, Circunferências, Pregas Cutâneas e interpretação de Exames Físicos e Laboratoriais. Além da aceitação da dieta, escolha da via de administração e adequação das necessidades energéticas ofertadas. 2.4 APRESENTAÇÃO DO CASO N.D.N, sexo masculino, 60 anos, branco, desempregado, alcoólatra e hipertenso. Deu entrada na SCMA no dia 24 de agosto após AVC hemorrágico, relatando má aceitação da dieta pastosa hipossódica, odinofagia e dificuldade para beber água. Após alta programada o paciente retorna ao hospital, onde realizou a 48 cirurgia de derivação do ventrículo peritoneal e encontra-se internado atém então. A acompanhante relata que o paciente não faz uso correto dos medicamentos para pressão arterial, além de misturá-los com bebidas alcoólicas. Após cirurgia o paciente encontra-se em TNE com posicionamento nasogástrico, dieta hipercalórica e hiperproteica. Paciente apresenta histórico de depressão e problemas familiares, além de quadros de constipação em certo período de internação. 2.5 ANAMENESE 2.5.1 Avaliação Nutricional e Diagnóstico Após realização da triagem nutricional para idosos o nível de assistência nutricional foi diagnosticado como desnutrido, os dados antropométricos e exames físicos também indicam quadro de desnutrição. Além da antropometria foi realizado uma anamese clínica com a acompanhante do paciente, já que o mesmo perdeu os movimentos da fala após o AVC. (Ver apêndice A) Pode se observar também resultados de exames laboratoriais, presença ou ausência de evacuação e acompanhamento da pressão arterial aferida. Além do acompanhamento do prontuário. (Ver apêndice B). 2.5.1.1 Cálculos (Ver apêndice C) 2.5.2 Terapia Nutricional Prescrita 24/08/2019 1a internação - Dieta Pastosa 07/09/2019 2a internação - Terapia Nutricional Enteral, Fresubin 2.0 Dieta com densidade calórica de 2,0 kcal/ml com sonda nasogástrica no volume de 850 ml ao dia, 1.700kcal ofertado em 24h. De 4h em 4h + 100ml de água por BIC. Dieta polimérica, administrada por sonda nasogástrica no volume de 850ml ao dia por bomba de infusão à 35,4ml em 24h. 2.5.3 Medicamentos O paciente faz uso de medicamentos para controle da pressão arterial, antibióticos, antidepressivos, analgésicos e anticoagulantes para tratamento do AVC. Além de fármacos para constipação e para controle de náuseas e vômitos. 49 Os fármacos são: ondansetrona, losartana, clexame, bes. de anlodipino, captopril, apressolina, simeticona, dipirona, clonazepam e óleo mineral. No soro fisiológico há 600mg do medicamento clindamicina, logo, esse medicamento não há interação com nutriente tanto na via oral quanto na terapia enteral. As interações fármaco-nutriente estão explícitas no anexo 1. 2.5.4 Orientação de Alta Logo após a primeira internação foi prescrito alta para o paciente com dieta de característica abrandada pela cocção e processos mecânicos, com alimentação de moídos ou liquidificados, em forma de purês ou mingaus, exigindo pouca mastigação e sem uso de sal. Evitando qualquer alimento que não apresente consistência pastosa, pães duros ou com sementes, biscoitos duro, cereais seco, hortaliças folhosas cruas, frutas cruas, carne dura, crocantes, empanados, açúcar, doces e refrigerantes. Após retorno ao hospital a nutricionista avaliou o paciente no dia 13/09/2019 indicando TNE domiciliar hipercalórica e hiperproteica (250ml de 4/4h + 100 ml AF) em caso de alta programada. 2.5.5 Análise de Perspectiva do Tratamento Atualmente, a única terapia aprovada para AVC é a trombólise, sistêmica ou local, que utiliza o ativador do plasminogênio tecidual recombinante (rtPA). No entanto, o tratamento deve ser administrado dentro das primeiras 4,5h do início dos sintomas. Outro ponto crítico para eficácia deste tratamento, é que ainda existe a possibilidade de ocorrerem complicações hemorrágicas, levando o paciente a óbito. Aproximadamente 70% das pessoas que sofreram um AVCi não conseguem retornar às suas atividades devido às sequelas que, muitas vezes, comprometem o sistema neuro-motor. (SAVER JL et al. 2013) Diante dessas dificuldades, vários estudos mostram que a terapia celular, que tem como finalidade utilizar células-tronco na tentativa de restaurar ou repor tecidos danificados ou doentes, tem se mostrado uma alternativa promissora para o tratamento de lesões cerebrais, incluindo o AVCi . A célula-tronco é definida como uma célula com habilidade de se auto-replicar por períodos indefinidos durante a vida do organismo. Em condições apropriadas, podem produzir múltiplos tipos 50 celulares, diferenciando-se em células maduras com morfologia característica e funções especializadas. Porém, apesar do potencial terapêutico, algumas dificuldades ainda são enfrentadas: a sobrevivência das células transplantadas diretamente na lesão, ou injetadas na corrente sanguínea, é baixa. Existe ainda o risco de retenção destas células tanto nos rins, como nos pulmões (KANEKO Y et al. 2012). 2.6 CONCLUSÃO O Brasil vem apresentando consideráveis avanços no atendimento aos pacientes com AVC, entretanto, ainda é necessário ampliar o atendimento para que um maior número de usuários seja beneficiado com o tratamento adequado. O melhor tratamento para o AVC ainda é a prevenção e esse deve ser o foco maior das atenções, tanto dos serviços públicos quanto do setor privado. 51 3. ESTUDO DE CASO PACIENTE ADOLESCENTE 3.1 PATOLOGIA E FISIOPATOLOGIA A pneumonia é, por princípio, uma doença do trato respiratório oportunista que se trata de uma infecção aguda nos pulmões agindo nos organismos que apresentam baixa imunidade. A bactéria de nome Streptococo pneumoniae é o agente mais comum a provocar a pneumonia, porém existem outros, tais como: vírus, fungos, protozoários, outras bactérias e agentes químicos. Sendo assim, há quatros tipos de pneumonia; viral, bacteriana, química e por fungos. Há ainda outros com características clínicas especiais que são de difícil abordagem (MATTHAY RA, ARROLIGA AC, 1997). A pneumonia viral é causada pela instalação do vírus no pulmão. Geralmente, este se acomoda na região alveolar, desemborcando nos brônquios e em alguns casos, nos interstícios. Já a pneumonia bacteriana é adquirida a partir de bactérias presentes em nariz, boca, sistema digestivo e garganta, quando a imunidade do indivíduo cai, pode causar a pneumonia bacteriana. A pneumonia química não é causada por vírus ou bactérias, mas sim pela inalação de substâncias agressivas aos pulmões, como agrotóxicos, fumaça e outros produtos químicos. Quando esses elementos são inalados, o espaço alvéolo é infecionado. Por fim, a pneumonia causada por fungos é a mais agressiva. Geralmente, se encontra em pessoas imunodeprimidas, como pacientes oncológicos ou soropositivos além de pessoas com doenças crônicas. Pneumonias bacterianas e virais são muito mais comuns do que as pneumonias causadas por fungos ou parasitas. Os organismos específicos variam de acordo com a idade, saúde, local de moradia da pessoa, além de outros fatores. Pode haver o envolvimento de mais de um micro-organismo. Por exemplo, gripe (uma infecção viral) que é frequentemente complicada por uma pneumonia bacteriana (SACHS A, LERARIO MC, 2002). Segundo o Departamento de Informática do SUS (2014) a patologia é transmitida, em geral, entre pessoas que estejam vítimas por meio das secreções do trato respiratório. Os mais vulneráveis são as crianças pequenas, idosos, fumantes, portadoresde doenças respiratórias crônicas, como asma e enfisema, além de indivíduos com baixa imunidade. Geralmente, a pneumonia começa após a aspiração de micro-organismos das vias aéreas superiores para os pulmões; mas, por vezes, a infecção é causada por micro-organismos inalados do ar, carregados https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/v%C3%ADrus-respirat%C3%B3rios/influenza-gripe 52 até os pulmões pela corrente sanguínea, ou invadem os pulmões diretamente de um sítio infeccioso próximo (BRASIL, 2014). A pneumonia pode ser subsequente a uma cirurgia, particularmente cirurgia abdominal, ou após uma lesão (trauma), particularmente uma lesão torácica, porque a dor desses quadros clínicos impede que as pessoas respirem profundamente ou tussam. Se as pessoas não respirarem profundamente nem tossirem, é mais provável que os micro-organismos permaneçam nos pulmões e causem a infecção. Outra característica fundamental é o fato de a pneumonia ocorrer em uma pessoa saudável ou alguém com um sistema imunológico comprometido. Uma pessoa com o sistema imunológico comprometido é muito mais propensa a contrair pneumonia, incluindo pneumonia causada por bactérias e vírus incomuns e até mesmo por fungos e parasitas. Além disso, uma pessoa com o sistema imunológico comprometido pode não responder tão bem ao tratamento como pessoas cujo sistema imune é saudável. As pessoas com um sistema imunológico comprometido incluem aquelas que usam certos medicamentos (como corticosteroides ou quimioterápicos) ou aquelas que têm certas doenças, como AIDS ou vários tipos de câncer. Ainda há casos de indívudos que possuem um sistema imunológico subdesenvolvido, como no caso de bebês e crianças pequenas, ou o sistema imunológico comprometido por uma doença grave. Outros quadros clínicos que predispõem as pessoas a ter uma pneumonia incluem alcoolismo, tabagismo, diabetes, insuficiência cardíaca, idade mais avançada e doença pulmonar obstrutiva crônica porque estes distúrbios podem enfraquecer os mecanismos de defesa dos pulmões ou o sistema imunológico (MANNINO DM et al. 2002). 3.1.1 Dados Estatísticos O Departamento de Informática do SUS ressalta que a pneumonia é uma das causas mais comuns de morte no mundo, atingindo principalmente os extremos da população: crianças com menos de 5 anos de idade e idosos com mais de 65 anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano morre 1,6 milhão de pessoas no mundo decorrente a pneumonia. A doença, que é provocada pela bactéria Streptococcus pneumoniae atinge, na maioria das vezes, idosos e crianças como citado anteriormente, mas nada a impede de levar pessoas de diferentes idades a óbito (BRASIL, 2014) 53 Segundo dados do Manual da Saúde da Família, nos Estados Unidos cerca de dois a três milhões de pessoas desenvolvem pneumonia a cada ano, das quais 60.000 morrem. Nos Estados Unidos, a pneumonia, juntamente com a influenza, é a oitava principal causa de morte, devido às infecções oportunistas que se desenvolvem em pessoas hospitalizadas. A pneumonia também é uma das causas mais comuns de infecções graves em crianças e bebês, com uma incidência anual de 34 a 40 casos por 1.000 crianças na Europa e América do Norte (BRASIL, 2019). 3.1.2 Causas, Sinais e Sintomas Basicamente, a doença é causada pela ação de algum agente irritante ou infeccioso, como bactérias, fungos, vírus e reações alérgicas. A partir do momento em que os agentes bacterianos se instalam no espaço alveolar, a troca gasosa já não é livre de substâncias. Isso é prejudicial, pois as trocas gasosas sempre devem ser limpas, sem nada que impeça o contato do ar com o sangue (BAGATIN E, 2006). Os sinais de melhora da pneumonia bacteriana incluem a diminuição da febre, da tosse e do catarro, assim como, redução da falta de ar e da dificuldade para respirar, após inicio dos medicamentos. Normalmente há sinais de melhora em 3 dias, mas o médico pode decidir manter a pessoa internada por até 3 semanas para se certificar que ela está bem para voltar para casa ou poderá indicar que ela termine o tratamento em casa, dependendo do seu estado geral de saúde. Já os sinais de piora da pneumonia bacteriana surgem quando o tratamento não é iniciado logo que o paciente apresenta os sintomas da doença e incluem o aumento ou a persistência da febre, da tosse com catarro, podendo haver vestígios de sangue e aumento da falta de ar e da dificuldade para respirar. A piora também pode estar relacionada com infecções em outros locais do corpo ou com a má escolha dos antibióticos usados, sua combinação ou dosagem (BARROS SEB, 2003). Em geral os sintomas considerados clássicos da pneumonia em adultos são tosses secas ou com catarro amarelo esverdeado, falta de ar, dificuldades para respirar, calafrios, fraqueza, suores intensos (principalmente de noite), náuseas e vômito, febre alta (acima de 37,5°C) e dor no tórax/peito. Para crianças e idosos os sintomas podem variar, incluindo dor abdominal, respiração ruidosa, perda de https://escolaeducacao.com.br/virus/ https://escolaeducacao.com.br/os-acaros-e-as-alergias/ 54 apetite ou recusa alimentar, respiração acelerada, desorientação, perda de memória e confusão mental (CORDEIRO, 1995) 3.1.3 Complicações e Diagnóstico As complicações da pneumonia mais comuns incluem baixos níveis de oxigênio na corrente sanguínea, pressão arterial baixa, abscesso pulmonar ou empiema e lesão pulmonar grave (síndrome do desconforto respiratório agudo [SDRA]). Um abscesso é uma bolsa de pus dentro do tecido que se forma quando uma pequena área do pulmão morre e um acúmulo de pus se forma no lugar. Um empiema é uma coleção de pus no espaço entre o pulmão e a parede torácica e uma infecção devastadora ou inflamação excessiva em resposta à infecção pode causar lesão grave dos pulmões. Uma pneumonia grave pode impedir que o oxigênio chegue até a corrente sanguínea causando falta de ar, sendo assim, baixos níveis de oxigênio podem trazer risco à vida. (HUGLI O, FITTING JW, 2003). Em alguns casos, a pneumonia bacteriana pode agravar de tal maneira que há morte do tecido pulmonar, sendo preciso fazer punção ou colocar um dreno para eliminar as secreções (MCEARCHERN R, 1998). O diagnóstico pode ser realizado através de exame médico, em geral uma radiografia do tórax e algumas vezes exames para identificar o micro-organismo causador da pneumonia. O médico verifica a presença de agentes infecciosos auscultando o tórax com um estetoscópio, pois geralmente produz sons característicos causados pelo estreitamento ou fechamento das vias aéreas, processo chamado consolidação. Na maioria dos casos, o diagnóstico de pneumonia é confirmado apenas com a radiografia torácica, mas as pessoas que estão doentes ao ponto de exigirem hospitalização os médicos geralmente testam amostras de escarro, sangue e urina em uma tentativa de identificar o organismo causador da pneumonia. Em pessoas muito doentes, pessoas com um problema conhecido do sistema imunológico ou quando estiverem procurando por organismos incomuns, os médicos poderão colher amostras de escarro administrando um tratamento com vapor que faz com que a pessoa tussa profundamente (induzindo a produção de escarro) ou inserindo um broncoscópio nas vias aéreas (CAPITANI D et al. 2010). É particularmente importante que os médicos identifiquem o organismo causador da pneumonia quando as pessoas estão gravemente doentes, não têm um 55 sistema imunológico normal ou não estão respondendo bem ao tratamento. No entanto, apesar desses testes, o organismo preciso não pode ser identificado de forma conclusiva na maioria das pessoas que têm pneumonia (ROCHESTER DF, 1986). 3.1.4 Tratamento Medicamentoso A pneumonia é tratada através de antibióticos e, por vezes, medicamentos antivirais, antifúngicos
Compartilhar