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NFPSS - direito Constitucional TJMS REVISÃO GERAL

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vedada a reprodução, distribuição ou comercialização de qualquer informação 
ou conteúdo dele obtido, em qualquer hipótese, sem a autorização expressa 
de seus idealizadores. O compartilhamento, a título gratuito ou oneroso, leva 
à responsabilização civil e criminal dos envolvidos. Todos os direitos estão 
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per baseado em linhas de identificação criadas a partir do CPF do usuário, 
gerando um código-fonte que funciona como a identidade digital oculta do 
arquivo. O código-fonte tem mecanismo autônomo de segurança e proteção 
contra descriptografia, independentemente da conversão do arquivo de PDF 
para os formatos doc, odt, txt entre outros.
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DIREITO CONSTITUCIONAL1
1 - Constituição: fontes; conceito; objeto; classificações; estrutura. Supremacia da Constituição. 
Aplicabilidade e interpretação das normas constitucionais. Vigência e eficácia das normas constitucionais.
CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO
CONCEITO SOCIOLÓGICO (Ferdinand Lassalle, 1863 – A Essência da Constituição)
 - Escrita ou jurídica  É a Constituição feita por um Poder Constituinte.
 - Real ou efetiva  É a soma dos fatores reais de poder que regem uma determinada nação. O poder era 
o que eles determinavam, e não o que estava no texto constitucional (ex: aristocracia, os banqueiros, a burguesia). 
A Constituição real andaria ao lado da Constituição jurídica (que todos os Estados possuem), sendo que, na 
concepção de Lassale, havendo um conflito entre a Constituição escrita e a real, a constituição escrita sempre irá 
sucumbir face à realidade2. Prevalece a concepção sociológica, real.
Justamente porque defendia a prevalência da Constituição real sobre a escrita, Lassalle denominava esta 
constituição de “folha de papel”. A Constituição não era vista como um documento jurídico, mas como uma 
tentativa que necessariamente fracassava diante dos fatores reais de poder, por ser incapaz de alterar a realidade 
vigente. 
CONCEITO POLÍTICO (Carl Schmitt, 1928 – Teoria da Constituição)
Distingue Constituição X lei constitucional. A Constituição só se refere à decisão política fundamental. Os 
demais dispositivos seriam meras leis constitucionais. A Constituição é a decisão política do titular do poder 
constituinte.
• SENTIDO MATERIAL: está relacionada ao conteúdo (trata-se do que Schimitt chamou de Constituição). Por 
esse critério é possível encontrarmos normas constitucionais fora do texto constitucional. Exemplo: art. 5, § 
3º, da CF/88. 
SENTIDO FORMAL: é o que Schimitt chamou de lei constitucional. O que interessa para definir se uma 
norma é constituição é a forma como ela foi introduzida no ordenamento jurídico. É necessário um processo 
legislativo mais dificultoso, diferenciado e mais solene. Assim, qualquer norma introduzida por meio de um 
1 Conforme previsão do edital, o material foi atualizado considerando toda a legislação em vigor na data de sua publicação.
2 “Se constituição escrita não corresponde à realidade, ela não passa de uma folha de papel” (Lassale), pois ela não teria capacidade de alterar a realidade.
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procedimento mais dificultoso do que o utilizado para a feitura das leis infraconstitucionais, terá natureza constitu-
cional, não importando seu conteúdo. 
CONCEITO JURÍDICO (Hans Kelsen, 1934 – Teoria Pura do Direito) 
Para essa concepção, o fundamento da Constituição não está na sociologia, na política ou na história, mas 
sim no próprio direito. A Constituição está no mundo do “dever ser”. É fruto da vontade racional do homem, sem 
qualquer pretensão a fundamentação sociológica, política ou filosófica. O jurista de Viena aponta dois planos dis-
tintos no direito: a) JURÍDICO-POSITIVO – normas positivadas; b) LÓGICO-JURÍDICO – situado no nível do 
suposto/hipotético. 
Há no direito um escalonamento normativo, sendo que uma norma constitui fundamento de validade de ou-
tra. A Constituição, porém, tem fundamento de validade na norma hipotética fundamental, situada no plano lógico. 
SENTIDO LÓGICO-JURÍDICO SENTIDO JURÍDICO-POSITIVO
• Norma fundamental hipotética, fundamento 
de validade de todo o sistema;
• Situada no plano do suposto (norma hipoté-
tica).
• Constituição enquanto norma positivada suprema;
• Conjunto de normas que regula a criação de outras 
normas (norma positivada)
CONCEITO CULTURALISTA
Não foi Meireles Teixeira quem criou essa teoria, mas como ele trata dessa concepção em seu livro, é men-
cionado em concursos. José Afonso da Silva também defende essa concepção. 
“Para esta concepção, a Constituição se fundamenta simultaneamente em fatores sociais, nas decisões políticas 
fundamentais (frutos da vontade política do poder constituinte) e também nas normas jurídicas de dever ser cogentes. 
Com isso, congrega todas as concepções anteriores, criando um ambiente jurídico favorável ao surgimento de uma 
CONSTITUIÇÃO TOTAL, com aspectos econômicos, morais, sociológicos, filosóficos e jurídicos reunidos com o fito 
de construir uma unidade para a Constituição” (Natália Masson, 2019, p. 33).
CONSTITUIÇÃO SIMBÓLICA (Marcelo Neves)
Refere-se à discrepância entre a função hipertroficamente simbólica e a insuficiente concretização jurídica de 
diplomas constitucionais.
A Constitucionalização e a legislação simbólica são realidades marcantes nos países periféricos da moderni-
dade (em razão da grande desigualdade social e econômica), onde percebe-se o predomínio ou hipertrofia da 
função político-simbólica da atividade legiferante e do Poder Constituinte e de seu produto (a Constituição ou 
lei), sobretudo em detrimento da função jurídico-instrumental. 
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Há um bloqueio no sistema jurídico, havendo uma falta de concretização normativo-jurídica do texto cons-
titucional, que é utilizado de acordo com os interesses políticos.
CONSTITUIÇÃO PARA TEORIA DOS SISTEMAS (Niklas Luhman)
Entre dois sistemas sociais há um acoplamento estrutural: a constituição é o resultado do acoplamento entre 
direito e política.
CONSTITUIÇÃO NA TEORIA DISCURSIVA DO DIREITO (Jürgen Habermans)
Centralidade do Direito, como um pano de fundo para todos os atores sociais, responsável pela sensação 
de segurança e previsibilidade.
A Constituição, como cerne do Direito, é condição recíproca para o exercício da soberania popular e dos 
direitos fundamentais, no momento em que passa a institucionalizar o Sistema de Direitos (conjunto de D. Fun-
damentais que os membros de uma comunidade se atribuem reciprocamente quando decidem regulamentar 
legitimamente sua convivência por meio do Direito Positivo).
ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES
ELEMENTOS 
ORGÂNICOS
ELEMENTOS LIMITA-
TIVOS
ELEMENTOS SOCI-
OIDEOLÓGICOS
ELEMENTOS DE ES-
TABILIZAÇÃO CON-
STITUCIONAL
ELEMENTOS FOR-
MAIS DE APLICAB-
ILIDADE
Regulamentam a 
estrutura e orga-
nização do Esta-
do (ex: título III, 
Da Organização 
do Estado).
Normas que instituem 
o rol de direitos e 
garantias fundamen-
tais (Ex: Título II, Dos 
Direitos e Garantias 
Fundamentais)
Normas que explici-
tam o compromisso 
social (bem-estar 
social).Ex: direitos 
sociais
Reunião das normas 
que asseguram a 
solução de conflitos 
constitucionais, a de-
fesa da CF, do Estado 
e das instituições. Ex: 
art. 60 (processo para 
emenda à CF).
Normas que regem 
a aplicação de ou-
tras normas (ADCT, 
p. ex).
Preâmbulo e seu caráter não normativo, mas interpretativo: O STF já abordou o tema e concluiu que o 
preâmbulo NÃO se situa no âmbito do direito, mas somente no âmbito da política, transparecendo a ideolo-
gia do constituinte. Foi adotada, portanto, a Teoria da Irrelevância Jurídica e inadmitindoo ajuizamento 
de ações de controle de constitucionalidade cujo parâmetro seja o texto preambular da CF, já que não é consid-
erado norma constitucional. 
Existem mais 2 teorias sobre a natureza jurídica do preâmbulo: A) Teoria da Plena Eficácia (tem a mesma eficácia 
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das demais normas constitucionais); B) Teoria da Relevância Jurídica Indireta (tem natureza jurídica, mas difere 
das demais normas constitucionais). Contudo, não foram adotadas pelo STF.
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
QUANTO AO 
CONTEÚDO
• MATERIAL: aborda normas fundamentais e estruturais do Estado.
• FORMAL: é definida pelo processo de formação e não pelo conteúdo.
QUANTO À 
ALTERABILIDADE 
OU ESTABILIDADE
IMUTÁVEL: não admite reformas.
RÍGIDA: para a sua alteração é preciso um processo legislativo mais árduo, mais solene 
e mais dificultoso do que o procedimento de alteração das normas infraconstitucionais. 
FLEXÍVEL: a alteração da Constituição é feita da mesma forma que uma lei não 
constitucional. Aqui, não existe hierarquia entre Constituição e lei infraconstitucional, ou 
seja, uma lei infraconstitucional pode alterar a constituição!
SEMIRRÍGIDAS ou SEMIFLEXÍVEIS: constituições que possuem parte rígida e parte 
flexível. A constituição Imperial de 1824 foi semirrígida.
FIXAS: somente podem ser alteradas por um poder de competência igual àquele que 
as criou, ou seja, pelo poder constituinte originário. São chamadas de constituições 
silenciosas. 
SUPER-RÍGIDA: Alexandre de Moraes afirma que, como a Constituição brasileira, ad-
mite reformas, mas estabelece pontos imutáveis - cláusulas pétreas, é SUPER-RÍGIDA.
Obs: há quem considere mais uma classificação - Constituição transitoriamente imutá-
vel, que nada mais é do que uma limitação temporal ao poder de reforma e não pro-
priamente uma classificação autônoma.
QUANTO À FORMA
• ESCRITA OU INSTRUMENTAL: regras sistematizadas e organizadas em um único 
documento. 
• COSTUMEIRA OU NÃO ESCRITA: formada por textos esparsos. 
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QUANTO À ORIGEM
OUTORGADAS: confeccionadas sem participação popular, por imposição do governante. 
As Constituições outorgadas são chamadas de “Cartas”. Ex: Brasil 1824, 1937, 1967.
PROMULGADA (popular ou democrática): originada de órgão constituinte composto 
de representantes do povo e previamente instituído com a finalidade de elaborar uma 
constituição (Assembleia Constituinte). Ex: Brasil 1891, 1934, 1946, 1988.
CESARISTAS ou PLEBISCITÁRIAS: pode ser um modo de constituição outorgada por 
pessoa interposta. Ocorre quando a Constituição é formada por plebiscito popular 
sobre um projeto elaborado por um Imperador (plebiscito napoleônicos) ou um Ditador 
(plebiscito de Pinochet).
PACTUADAS (convencionada ou dualista): quando o poder constituinte se encontra 
nas mãos de mais de um titular. Pouco comum na modernidade. Geralmente ocorre 
quando determinadas classes (ex: burguesia) disputam ao rei certo grau de participação 
política. Ex: Carta Magna de 1215 .
HETEROCONSTITUIÇÕES: são Constituições eleboradas ou impostas por outros 
Estados. Ex: Austrália (1901).
ASSISTIDA (guiada): decorrente de procedimentos que contam com a intervenção ou 
assistência.
QUANTO À 
EXTENSÃO
• SINTÉTICA: enxutas, trazem apenas os princípios fundamentais e estruturais do 
estado.
• ANALÍTICAS: traz todos os assuntos que os representantes do povo entendem 
constitucionais. Estabelecem regras que poderiam ser tratadas em leis infracons-
titucionais. 
QUANTO AO MODO 
DE ELABORAÇÃO
• DOGMÁTICA: elaborada por órgão ou assembleia constituinte por intermédio do 
qual são sistematizados e documentados (escritos) os dogmas e ideias fundamen-
tais da política no momento. 
• HISTÓRICAS: feitas por meio de um lento e contínuo processo de evolução das 
tradições. 
QUANTO À INTER-
PRETAÇÃO
• NOMINALISTA: admite apenas interpretação gramatical ou literal.
• SEMÂNTICA: permite a aplicação de diversos métodos interpretativos.
OBS: as classificações na linha seguinte não são excludentes em relação a essa, nem 
contraditórias. É que alguns autores utilizam o mesmo termo para espécies diversas de 
interpretação.
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QUANTO À 
CORRESPONDÊNCIA 
COM A REALIDADE 
(CLASSIFICAÇÃO 
ONTOLÓGICA DE 
LOWENSTEIN)
NORMATIVA: o processo de poder está disciplinado e as relações políticas e os agentes 
políticos subordinam-se às determinações do conteúdo e controle exercido pela 
Constituição. A constituição é efetivamente aplicada. Segundo Uadi Bulos, o Brasil nunca 
teve uma constituição normativa.
NOMINAL: carente de realidade existencial. Não é aplicada efetivamente.
SEMÂNTICA: em vez de servir de limitação do poder estatal, visa à estabilização e à 
conservação da estrutura de dominação do poder político.
QUANTO À 
DOGMÁTICA
•	 ORTODOXA: uma só ideologia 
•	 ECLÉTICA: ideologias conciliatórias
QUANTO À 
SISTEMÁTICA OU 
UNIDADE DOCU-
MENTAL
•	 ORGÂNICA: as normas constitucionais estão em uma estrutura única.
•	 INORGÂNICA: as normas constitucionais estão dispersas em vários documentos. 
QUANTO AO SISTE-
MA
•	 PRINCIPIOLÓGICA: há preponderância dos principios.
•	 PRECEITUAL: é a constituição mais detalhista e menos abstrata. Predomina a 
determinabilidade das normas. 
QUANTO AO LOCAL 
DA DECRETAÇÃO
•	 HETEROCONSTITUIÇÃO ou CONSTITUIÇÃO HETERÔNOMA: surge em 
Estado diverso daquele em que terá validade. 
•	 AUTOCONSTITUIÇÃO OU CONSTITUIÇÃO AUTÔNOMA: elaborada dentro 
do próprio Estado que irá viger. 
QUANTO AO PAPEL 
(FUNÇÃO)
CONSTITUIÇÃO-LEI: as normas constitucionais são equiparadas às demais normas do 
ordenamento, sem status hierárquico diferenciado. 
CONSTITUIÇÃO-MOLDURA: a Constituição é apenas “a moldura de um quadro vazio, 
funcionando como limite à atuação do legislador ordinário, que não poderá atuar fora 
dos limites previamente estabelecidos” (Natália Masson, p. 51).
CONSTITUIÇÃO-FUNDAMENTO: a Constituição é a lei fundamental de toda a vida 
social (Virgílio Afonso da Silva), situando em uma plano de superioridade.
QUANTO À FINALI-
DADE
GARANTIA: modelo que restringe o poder estatal por meio da concessão de garantias 
aos indivíduos. Tem um olhar para o passado, porque visa garantir o que já foi conquistado 
(também chamada de “CONSTITUIÇÃO-QUADRO”).
BALANÇO: própria de regimes socialistas. Chamada de Constituição-registro, porque 
registra um estágio das relações de poder.
DIRIGENTE: tem pensamento voltado para o futuro (diferente da Constituição-garantia). 
Tem a marca de programas voltados à concretização de ideais políticos. Ideia defendida 
por Canotilho.
CONSTITUIÇÃO 
SUB-
CONSTITUCIONAL
Constitucionalização de termos excessivos e o alçamento de detalhes e interesses 
momentâneos ao patamar constitucional.
CONSTITUIÇÃO 
PLÁSTICA
Para Uadi Bulos, é a Constituição que apresenta mobilidade que lhe permite projetar sua 
força normativa nos vários setores da realidade estatal.
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CONSTITUIÇÃO 
ABERTA
É o produto da interpretação constitucional, feita por todos os grupos sociais para os 
quais a constituição se dirige, dado o alargamento dos verdadeiros intérpretes das 
normas consitucionais (Peter Häberle).
CONSTITUIÇÃO 
DÚCTIL
Para Zagrebelsky, as constituições atuais podem ser consideradas tanto pluralistas 
quanto dúcteis. Pluralistas, porque não representam uma única ideologia. Dúcteis, 
porque veiculam conteúdos potencialmente contraditórios entre si, mas sem hierarquia 
rigorosa. 
OBS: também chamada de SUAVE LEVE ou SOFT.
CONSTITUIÇÃO EX-
PANSIVA
São as constituições que conferem juridicidade a novas situações e estendem o tratamento 
jurídico de diversos outros temas já presentes nos documentos constitucionais anteriores. 
Como exemplo, pode-se citar a CF/88: além de realizar acréscimo no tratamento de 
alguns temas, como os direitos e garantias fundamentais - cujo rol foi incrementado - 
igualmentetrouxe inovações (Natália Masson).
CONSTITUIÇÃO EM 
BRANCO
Admite alteração, mas as regras não estão dispostas no texto constitucional. O órgão 
revisor é que irá estabelecer as regras e procedimentos para a alteração.
Classificação da CF/88: PROMULGADA, ESCRITA, ANALÍTICA, FORMAL, DOGMÁTICA, RÍGIDA, ECLÉTICA, NO-
MINAL, DIRIGENTE, ORGÂNICA e PRINCIPIOLÓGICA. 
SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO 
 Todas as demais normas estão vinculadas à Constituição. É deste princípio que se extrai a ideia de controle 
de constitucionalidade. 
 “A consolidação da tese da supremacia da Constituição está intimamente ligada às ideias propostas por 
Konrad Hesse, a partir da divulgação de sua obra “A Força Normativa da Constituição”, que se contrapõem às 
idéias pugnadas por Ferdinand Lassalle.
 Lassalle negava força normativa à Constituição jurídica (escrita e formal), e, por via de consequência, nega-
va a sua supremacia formal, pois, no seu entender, caberia à Constituição apenas a expressão dos “fatores reais 
do poder” que regem uma nação.
 Noutro giro, para Hesse, a Constituição jurídica não configura apenas a representação dos “fatores reais 
do poder”. Significa mais do que o simples reflexo das forças sociais e políticas. Na verdade, a Constituição jurídica 
possui força ativa capaz de condicionar a realidade política e social de um Estado, o que denominou de “força 
normativa da Constituição”. A Constituição possui força normativa se os mandamentos constitucionais forem efe-
tivamente realizados pelos detentores do poder político – é o que o autor denomina de “vontade de Constituição”.
 Hesse concorda com Lassalle ao afirmar que a Constituição jurídica é condicionada pela realidade políti-
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co-social. Concorda, também, que a pretensão de eficácia da Constituição somente pode ser realizada se se levar 
em conta essa realidade. Entretanto, não concorda com Lassalle quando este conceitua a Constituição jurídica 
como “mera folha de papel”, pois, para Hesse, é inconcebível reduzir a Constituição jurídica à mísera função de 
justificar as relações de poder dominantes.
 Segundo a visão de Hesse, a Constituição jurídica e a Constituição sociológica estão em relação de coor-
denação, condicionando-se mutuamente, no entanto, em caso de eventual conflito entre ambas, a Constituição 
jurídica deve prevalecer, uma vez que é dotada de força normativa própria.
 Nos Estados que adotam Constituições rígidas (como o nosso), as normas constitucionais só po-
dem ser alteradas segundo um procedimento mais rigoroso do que aquele previsto para a alteração das 
demais normas infraconstitucionais. Nesse modelo, segundo o escalonamento normativo proposto por 
Hans Kelsen, a Constituição ocupa o ápice do ordenamento jurídico, servindo de fundamento de validade 
para a produção normativa subsequente, ou seja, as normas constitucionais possuem uma força destaca-
da apta a condicionar a validade das demais normas infraconstitucionais. Como consequência dessa 
estrutura hierarquizada, fala-se em supremacia das normas constitucionais em face das demais leis do 
ordenamento jurídico.
	 Pode-se	afirmar,	portanto,	que	em	um	sistema	jurídico	dotado	de	supremacia	constitucional,	todas 
as normas constitucionais, independentemente de seu conteúdo, equivalem-se em termos de hierarquia 
e são dotadas de supremacia formal em relação às demais normas infraconstitucionais”3
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS (José Afonso da Silva)
NORMAS 
DE EFICÁCIA 
PLENA
São aquelas normas da Constituição que, no momento em que esta entre em vigor, estão aptas 
a produzir todos os seus efeitos, independentemente de norma integrativa infraconstitucional.
NORMAS 
DE EFICÁCIA 
CONTIDA
Embora tenham condições de, quando da promulgação da nova Constituição, produzir todos 
os seus efeitos, poderá a norma infraconstitucional reduzir a sua abrangência. Michel Temer as 
chama de normas constitucionais de eficácia redutível ou restringível.
NORMAS 
DE EFICÁCIA 
LIMITADA
São aquelas normas que, de imediato, não têm o condão de produzir todos os seus efeitos, 
precisando de lei integrativa infraconstitucional. São, portanto, de aplicabilidade mediata, ou, 
segundo alguns autores, aplicabilidade diferida. José Afonso observa que tais normas têm, 
ao menos, eficácia jurídica imediata, direta e vinculante, já que: a) estabelecem um dever 
para o legislador ordinário; b) condicionam a legislação futura, com a consequência de serem 
inconstitucionais as leis ou atos que a ferirem; c) informam a concepção do Estado e da sociedade e 
inspiram sua ordenação jurídica; d) constituem sentido teleológico para a interpretação, integração 
e aplicação das normas jurídicas; e) condicionam a atividade discricionária da Administração e 
do Judiciário; f ) criam situações jurídicas subjetivas, de vantagem ou desvantagem; g) possuem 
eficácia ab-rogativa da legislação precedente incompatível.
3 Disponível em: http://genjuridico.com.br/2017/02/24/supremacia-constitucional/
http://genjuridico.com.br/2017/02/24/supremacia-constitucional/
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A classificação acima é a mais cobrada em provas. Há, também, a classificação da Prof. Maria Helena Diniz, que 
divide as normas em: 
a) normas de eficácia absoluta ou supereficazes (são imutáveis); 
b) normas de eficácia plena (mesma ideia de José Afonso); 
c) normas de eficácia relativa restringível (equivale à classificação “normas de eficácia contida”, de José Afonso); 
d) normas de eficácia relativa complementáveis ou dependente de complementação (equivale às normas de efi-
cácia limitada).
INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
MÉTODOS CARACTERÍSTICAS
MÉTODO JURÍDICO 
(HERMENÊUTICO 
CLÁSSICO)
Considera que a Constituição é uma lei como qualquer outra, devendo ser 
interpretada usando as regras da Hermenêutica tradicional, ou seja, os elementos 
literais (textual), lógico (sistemático), histórico, teleológico e genético.
MÉTODO TÓPICO-
PROBLEMÁTICO
Há prevalência do problema sobre a norma, ou seja, busca-se solucionar determinado 
problema por meio da interpretação de norma constitucional.
MÉTODO 
HERMENÊUTICO-
CONCRETIZADOR
Criado por Konrad Hesse, segundo o qual a leitura da Constituição inicia-se pela pré-
compreensão do seu sentido pelo intérprete. O método hermenêutico-concretizador 
diferencia-se do método tópico-problemático porque, enquanto este pressupõe 
a primazia do problema sobre a norma, aquele se baseia na prevalência do texto 
constitucional sobre o problema.
MÉTODO 
INTEGRATIVO 
OU CIENTÍFICO-
ESPIRITUAL
A interpretação da Constituição deve considerar a ordem ou o sistema de valores 
subjacentes ao texto constitucional. A Constituição deve ser interpretada como 
um todo, dentro da realidade do Estado. Tanto a Constituição, como o Estado, são 
entendidos como fenômenos culturais ligados a valores, funcionando como elementos 
integradores da comunidade.
MÉTODO 
NORMATIVO-
ESTRUTURANTE
A norma seria o resultado da interpretação do texto aliado ao contexto.
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PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
PRINCÍPIOS CARACTERÍSTICAS
UNIDADE DA 
CONSTITUIÇÃO
A interpretação deve evitar a contradição entre normas constitucionais, que 
devem ser vistas em sua totalidade e não como normas isoladas. Não há hierarquia 
formal entre normas constitucionais, podendo haver hierarquia material (ex: direito 
à vida). Isso explica a impossibilidade de haver norma constitucional originária 
declarada inconstitucional.
MÁXIMA EFETIVIDADE
Deve-se optar pela interpretação que dê maior efetividade e concretude à 
norma, evitando a sua não aplicabilidade. Visa, portanto, a maximizar a norma, a fim 
de extrair dela todas as suas potencialidades.
FORÇA NORMATIVA DA 
CONSTITUIÇÃO
A Constituição, assim como as demais normas do ordenamento, possui eficácia e 
aplicabilidade, devendo ser interpretada da forma que melhor assegure a sua 
aplicaçãoconcreta. É uma autêntica norma jurídica e não uma mera proclamação 
política.
CORREÇÃO 
FUNCIONAL, JUSTEZA 
OU CONFORMIDADE
É corolário do princípio da separação de poderes. Traduz a ideia de que a interpretação 
das normas constitucionais não pode subverter o esquema de organização 
funcional estabelecido na Constituição.
PRINCÍPIO DO EFEITO 
INTEGRADOR
Esse princípio busca que na interpretação da Constituição seja dada preferência 
às determinações que favoreçam a integração política e social e o reforço da 
unidade política.
HARMONIZAÇÃO 
OU CONCORDÂNCIA 
PRÁTICA
Deve-se evitar o sacrifício total de uma das normas diante de um conflito, 
buscando-se a coexistência delas, através de uma ponderação de interesses no caso 
concreto. É consequência do princípio da unidade da Constituição.
INTERPRETAÇÃO 
CONFORME A 
CONSTITUIÇÃO
Trata-se de técnica interpretativa cujo objetivo é preservar a validade das normas, 
evitando que sejam declaradas inconstitucionais. Ao invés de se declarar a 
norma inconstitucional, o Tribunal busca dar-lhe uma interpretação que a conduza 
à constitucionalidade. A interpretação conforme pode ser de dois tipos: com ou 
sem redução do texto.
a) Interpretação conforme COM REDUÇÃO DO TEXTO: Nesse caso, a parte viciada 
é considerada inconstitucional, tendo sua eficácia suspensa.
b) Interpretação conforme SEM REDUÇÃO DO TEXTO: Nesse caso, exclui-se ou se 
atribui à norma um sentido, de modo a torná-la compatível com a Constituição.
#ATENÇÃO: as normas do nosso ordenamento gozam de presunção relativa de constitucionalidade. É relativa 
porque as normas infraconstitucionais ou constitucionais derivadas podem se submeter ao controle de constitu-
cionalidade, cujo objetivo é manter a higidez do ordenamento e a supremacia da Constituição. 
2 - Poder constituinte. Judicialização e Ativismo judicial. 
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PODER 
CONSTITUINTE 
ORIGINÁRIO (PCO)
Instaura uma nova ordem constitucional. Cria um Estado novo. 
Pode ser subdividido em: histórico ou fundamental (é o primeiro ocorrido na história) e 
revolucionário (todos os posteriores ao histórico).
Características: inicial, autônomo, ilimitado juridicamente (o Brasil adotou a corrente 
positivista – e não a naturalista – o PCO é totalmente ilimitado do ponto de vista jurídico), 
incondicionado e soberano, poder de fato e político, natureza pré-jurídica e permanente 
(não se exaure com a edição da nova constituição).
PCO formal: complexo normativo.
PCO material: é substancial. Será o orientador da atividade do PCO formal. O material diz 
o que é constitucional; o formal materializa. 
Formas de expressão: outorga ou Assembleia Nacional Constituinte. 
PODER 
CONSTITUINTE 
DERIVADO (PCD)
É criado e instituído pelo originário. Possui natureza jurídica. 
Características: condicionado, natureza jurídica. Possuem limitações expressas e implícitas 
(ex: impossibilidade de alteração do titular do PCO – povo), derivado e vinculado ao PCO. 
PCD REFORMADOR: competência reformadora. Modifica a Constituição. A manifestação 
ocorre por meio das Emendas Constitucionais (art. 60 da CF/88).
PCD DECORRENTE: estrutura e modifica as Constituições Estaduais. Pode ser inicial 
(elaboração das CE) ou de revisão estadual (modificar o texto das CE). 
PCD REVISOR: art. 3º do ADCT. A revisão constitucional deveria ocorrer após 5 anos da 
promulgação, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em 
sessão unicameral. O PCD revisor elaborou meras 6 emendas de revisão, publicadas no 
DOU em 1994. O art. 3º do ADCT possui eficácia exaurida e aplicabilidade esgotada. 
PODER 
CONSTITUINTE 
DIFUSO
É um poder de fato e serve de fundamento para as MUTAÇÕES CONSTITUCIONAIS 
(processo informal de mudança do sentido interpretativo da Constituição Federal, não há 
mudança no texto).
PODER 
CONSTITUINTE 
SUPRANACIONAL
Tem o escopo de estabelecer uma constituição supranacional legítima. Decorre da 
tendência de globalização do direito constitucional e busca sua fonte de validade na 
cidadania universal.
LIMITAÇÕES AO PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR
- Limitações Temporais: impedem a alteração da CF num determinado período de tempo. A CF atual não tem 
limitações temporais.
- Limitações Circunstanciais: impede a alteração da CF em situações excepcionais, nos quais a livre manifestação 
do poder constituinte esteja ameaçada. Art. 60, §1. Estado de Defesa (art. 137), Estado de Sítio (art. 139), Intervenção 
Federal.
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- Limitações Formais: impõe a observância de determinadas formalidades durante o processo de elaboração das 
emendas. 
• Formais Subjetivas: iniciativa da PEC (art. 60, I a III). 
• Formais objetivas: processo de discussão e aprovação (quórum de 3/5, dois turnos de votação, não existe 
sanção ou veto do Presidente, promulgação e publicação pelas mesas da CD e do SF). Outra limitação for-
mal objetiva diz respeito à promulgação. No caso de emendas, não existe sanção ou veto pelo Presidente 
da República. Também não é ele quem promulga ou manda publicar. Quem promulga a EC são as mesas 
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Além dessas, há outra limitação formal objetiva: a matéria 
constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova propos-
ta na mesma sessão legislativa (#OLHAOGANCHO: Sessão legislativa: de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 
1º de agosto a 22 de dezembro). 
#ATENÇÃO para o estudo das normas constitucionais no tempo: o STF não admite a teoria da inconstituciona-
lidade superveniente. Nesse caso, há recepção ou não recepção.
#JURIS: A alteração do parâmetro constitucional, quando o processo ainda está em curso, não prejudica o 
conhecimento da ADI. Isso para evitar situações em que uma lei que nasceu claramente inconstitucional volte a 
produzir, em tese, seus efeitos. STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907).
#SELIGA Como regra, o Brasil adotou a impossibilidade do fenômeno da repristinação, salvo se a nova ordem 
jurídica expressamente se pronunciar, ou seja, não há repristinação automática. 
3 - Controle de constitucionalidade. Sistema. Ação direta de inconstitucionalidade. Ação declaratória 
de constitucionalidade. Arguição de descumprimento de preceito fundamental. Ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão. Efeitos da decisão no controle abstrato. A fiscalização abstrata no 
plano estadual. A Fiscalização incidental. 4 - Controle de constitucionalidade das leis municipais. A 
ação direta de inconstitucionalidade no âmbito estadual e o problema da norma repetida. Norma 
Constitucional Inconstitucional. O fenômeno da recepção da legislação em vigor pela nova Ordem 
Constitucional. Modulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade. Mutação constitucional. 
CONTROLE CONCENTRADO
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NOÇÕES GERAIS
(a) Processo objetivo: não há partes;
(b) Causa de pedir aberta: o STF pode reconhecer a inconstitucionalidade em 
face de artigo diverso do apontado pelo autor da ação. Apesar da causa de pedir 
ser aberta, o pedido deve ser fechado.
(c) Competência: STF ou TJ (controle estadual)
(d) Legitimados: CF, Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade 
e a ação declaratória de constitucionalidade: I - o Presidente da República; II - a 
Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV a Mesa de 
Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V o Governador 
de Estado ou do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o 
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com 
representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de 
classe de âmbito nacional.
ADI
CABE CONTRA Lei ou ato normativo geral e abstrato
NÃO CABE CONTRA
(i) Atos regulamentares; (ii) Normas constitucionais originárias; (iii)normas anteriores 
à CF/88 (nesse caso, a análise será da RECEPÇÃO da norma); (iv) leis revogadas; (v) 
súmulas; (vi) projeto de lei ainda não promulgado.
LIMITE ESPACIAL Lei ou ato normativo FEDERAL ou ESTADUAL.
CAUTELAR Erga omnes, EX NUNC, vinculante
EFEITOS DA DECISÃO Vinculante, EX TUNC, ERGA OMNES, repristinatório tácito.
ADC
OBJETO Lei ou ato normativo FEDERAL
REQUISITO ADICIONAL Controvérsia judicial relevante
CAUTELAR Suspensão dos processos nos quais se discute o tema pelo prazo de 180 dias.
ADPF
LEGITIMADOS Mesmo da ADI.
OBJETO Qualquer ato do poder público que viole preceito fundamental.
CARÁTER SUBSIDIÁRIO Só cabe se não for possível ADI nem ADC.
OBJETO Qualquer ato do poder público.
ASPECTO TEMPORAL Pode ser até mesmo anterior à CF/88.
ASPECTO ESPACIAL
Pode ser federal, estadual ou MUNICIPAL. 
ATENÇÃO: É possível o conhecimento da ADPF mesmo que a lei atacada tenha 
sido revogada antes do julgamento, se persistir a utilidade em se proferir decisão 
com caráter erga omnes e vinculante. STF. Plenário. ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz 
Fux, julgado em 8 e 9/5/2019 (Info 939). 
ADO
OBJETO O objetivo é conferir efetividade às normas constitucionais de eficácia LIMITADA.
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LEGITIMIDADE PASSIVA Autoridade ou órgão responsável pela medida para tornar efetiva a norma constitucional.
EFEITOS DA DECISÃO
(a) Poder competente: será dada ciência ao poder competente.
(b) Órgão administrativo: deverá editar a norma em 30 dias, sob pena de 
responsabilidade. A lei permite que o STF fixe outro prazo, se entender mais 
conveniente.
#NÃOCONFUNDA:
MANDADO DE INJUNÇÃO ADO
NATUREZA E 
FINALIDADE
Discutem-se direitos subjetivos, com o fim 
de viabilizar seu exercício. É realizado controle 
concreto de constitucionalidade.
Processo objetivo, em que se realiza 
controle concentrado e abstrato de 
constitucionalidade com o fim de declarar a 
existência de omissão normativa.
CABIMENTO
É cabível quando ausente norma 
regulamentadora de direitos e liberdades 
constitucionais, bem como de prerrogativas 
inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania.
Ausência de norma regulamentadora de 
norma constitucional de eficácia limitada.
LEGITIMIDADE
- Individual: pessoas naturais ou jurídicas 
que afirmem serem titulares dos direitos, 
liberdades ou prerrogativas.
- Coletivo:
I - Ministério Público,
II - Partido político com representação no 
Congresso Nacional,
III - organização sindical, entidade de classe 
ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos 1 (um) ano,
IV - Defensoria Pública.
Mesmos legitimados para a propositura da 
ADI.
COMPETÊNCIA Variará conforme a autoridade que ocupe o polo passivo.
STF, podendo também ser instituída em 
âmbito estadual, caso em que a competência 
será do Tribunal de Justiça.
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EFEITOS DA 
DECISÃO
A lei do mandado de injunção (lei 13.300/2016) 
determina que será deferida a injunção para:
I - determinar prazo razoável para que o 
impetrado promova a edição da norma 
regulamentadora;
II - estabelecer as condições em que se dará 
o exercício dos direitos, das liberdades ou das 
prerrogativas reclamados ou, se for o caso, 
as condições em que poderá o interessado 
promover ação própria visando a exercê-los, 
caso não seja suprida a mora legislativa no 
prazo determinado.
#ATENÇÃO: Será dispensada a determinação 
a que se refere o inciso I do caput quando 
comprovado que o impetrado deixou de 
atender, em mandado de injunção anterior, ao 
prazo estabelecido para a edição da norma.
O Poder Judiciário dará ciência ao Poder 
competente, para que este adote as 
providências necessárias.
Tratando-se de órgão administrativo, este 
terá um prazo de 30 dias para adotar a 
medida necessária. Se órgão do Poder 
Legislativo, não há prazo.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL
LEGITIMIDADE
CF, Art. 125. § 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade 
de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, 
vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
OBJETO Leis ou atos normativos estaduais ou municipais.
COMPETÊNCIA TJ
PARÂMETRO Constituição Estadual
EFEITOS DA 
DECISÃO EX TUNC, vinculante, ERGA OMNES. 
RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO
Se a norma da CE for se reprodução obrigatória da CF, caberá RE ao STF. Nesse caso, esse 
RE produzirá os mesmos efeitos de uma ADI (vinculante, ERGA OMNES...) 
→ SIMULTANEIDADE ENTRE ADI FEDERAL E ADI ESTADUAL: 
- Caso o processo perante o Tribunal de Justiça esteja em curso quando uma ADI é ajuizada no STF, o processo em 
âmbito estadual será suspenso até a decisão final do STF. Nesse caso, haverá possibilidades distintas, a depender 
da natureza da norma:
DECISÃO DO STF DECISÃO DO TJ
NORMA DE 
REPRODUÇÃO 
OBRIGATÓRIA
CONSTITUCIONALIDADE Por se tratar de norma de reprodução obrigatória, o 
parâmetro é o mesmo em ambas as ações. Dessa forma, 
qualquer que seja a decisão do STF, obrigará o TJ em razão 
do seu efeito vinculante.
INCONSTITUCIONALIDADE
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NORMA 
AUTÔNOMA
CONSTITUCIONALIDADE
Por se tratar de norma autônoma, o parâmetro em 
âmbito estadual é diverso, de modo que mesmo que seja 
constitucional diante da constituição federal o TJ poderá 
julgar a norma inconstitucional em face da constituição 
estadual.
INCONSTITUCIONALIDADE
Ao ter reconhecida sua inconstitucionalidade, a norma não 
poderá permanecer no ordenamento, de modo que o TJ não 
poderá considerá-la constitucional, ainda que o parâmetro 
seja distinto.
CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO
Também chamada de “full bench”, é condição de eficácia jurídica da própria declaração de inconstitucionali-
dade prevista constitucionalmente. Vejam a redação do art. 97 da CF.
Art. 97. Somente pelo voto da MAIORIA ABSOLUTA de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial 
poderão os TRIBUNAIS declarar a INCONSTITUCIONALIDADE de lei ou ato normativo do Poder Público.
• Deve ser aplicada tanto em controle difuso quanto em controle concentrado. 
• Somente se aplica aos Tribunais.
• Se desrespeitada, haverá nulidade absoluta, por violar norma de repartição de competência funcional.
• A decisão do plenário VINCULA todos os órgãos fracionários daquele Tribunal, e não apenas aquele que 
suscitou o incidente. No entanto, NÃO vincula o Juiz de 1º grau. EXCEÇÕES: (a) Se o Tribunal já tiver decidido 
o tema; (b) Se o STF já tiver reconhecido a inconstitucionalidade, ainda que em controle difuso; 
#SELIGA Somente se aplica a cláusula de reserva de plenário se a decisão for pela inconstitucionalidade. Assim, 
NÃO é preciso respeitá-la em caso de: 
I) decisão pela constitucionalidade; 
II) juízo de recepção; 
III) declaração de nulidade sem redução de texto ou interpretação conforme. 
Também NÃO se aplica para 
a) Juiz de 1ª instância; 
b) Juizados ou Turma Recursal. 
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#ATENÇÃO: Além dessas duas exceções, há julgados do STF no sentido de que seus órgãos fracionários não se 
submeteriam à reserva de plenário, em caso de julgamento de recursos extraordinários. (STF, RE 361829 - 2010).
#SÚMULAS
SV 10-STF: VIOLA a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de Tribunal que 
embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua 
incidência, no todo ou em parte. 
Súmula 513-STF: A decisão que enseja a interposição de recurso ordinário ou extraordinário NÃO é a do plenário, 
que resolve o incidente de inconstitucionalidade, mas a do órgão (câmara, grupos ou turmas) que completa o 
julgado. 
Súmula 614-STF: Somente o Procurador-Geral da Justiça tem legitimidade para propor ação direta interventiva 
por inconstitucionalidade de Lei Municipal.
Súmula 642-STF: Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivadada sua com-
petência legislativa municipal. OBS: Lei do DF só pode ser objeto de ADI quando tratar de assunto de competên-
cia estadual.
#DEOLHONAJURIS 
É cabível ADI contra decreto presidencial que, com fundamento no art. 84, VI, “a”, da CF/88, extingue colegiados 
da Administração Pública federal. Isso porque se trata de decreto autônomo, que retira fundamento de validade 
diretamente da Constituição Federal e, portanto, é dotado de generalidade e abstração. STF. Plenário. ADI 6121 
MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12 e 13/6/2019 (Info 944).
STF (929) Não se conta em dobro o prazo recursal para a Fazenda Pública em processo objetivo, mesmo que 
seja para interposição de recurso extraordinário em processo de fiscalização normativa abstrata. 
STF (927) Coexistindo duas ADIs, uma ajuizada perante o tribunal de justiça local e outra perante o STF, o jul-
gamento da primeira – estadual – somente prejudica o da segunda – do STF – se preenchidas duas condições 
cumulativas: 1) se a decisão do Tribunal de Justiça for pela procedência da ação e 2) se a inconstitucionalidade 
for por incompatibilidade com preceito da Constituição do Estado sem correspondência na Constituição Federal. 
Caso o parâmetro do controle de constitucionalidade tenha correspondência na Constituição Federal, subsiste a 
jurisdição do STF para o controle abstrato de constitucionalidade. 
STF (926) NÃO VIOLA a SV 10 a decisão de Turma do TRT que determina nomeação dos aprovados no concurso 
em razão de preterição e diz que não se aplica, ao caso, o art. 25, § 1º, da Lei 8.987/95
STF (919 – tese de Repercussão Geral) É nula a decisão de órgão fracionário que se recusa a aplicar o art. 94, II, 
da Lei nº 9.472/97, sem observar a cláusula de reserva de plenário (art. 97, da CF/88), observado o art. 949 do 
CPC/2015.
STF (930) Entre as competências constitucionalmente atribuídas ao CNJ, insere-se a possibilidade de afastar, por 
inconstitucionalidade, a aplicação de lei aproveitada como base de ato administrativo objeto de controle. 
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STF (918) Possibilidade de decretação, de ofício, da modulação dos efeitos da decisão proferida em ADI
STF (915) CNJ não pode fazer controle de constitucionalidade de lei ou ato normativo de forma a substituir a 
competência do STF. Contudo, o CNJ pode determinar a correção de ato do Tribunal local que, embora respal-
dado por legislação estadual, se distancie do entendimento do STF.
STF (905) Não cabe ADI contra decreto regulamentar de lei estadual
STF (899) Cabe ADI contra Resolução do CNMP. A Resolução do CNMP consiste em ato normativo de caráter 
geral e abstrato, editado pelo Conselho no exercício de sua competência constitucional, razão pela qual constitui 
ato normativo primário, sujeito a controle de constitucionalidade, por ação direta, no Supremo Tribunal Federal. 
STF (892) É possível que seja celebrado um acordo no bojo de uma arguição de descumprimento de preceito 
fundamental (ADPF).
STF (887) O STF não admite a teoria da transcendência dos motivos determinantes.
STF (886) Efeito vinculante de declaração incidental de inconstitucionalidade. Se uma lei ou ato normativo é 
declarado inconstitucional pelo STF, incidentalmente, essa decisão, assim como acontece no controle abstrato, 
também produz eficácia erga omnes e efeitos vinculantes. Houve mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88. 
A nova interpretação deve ser a seguinte: quando o STF declara uma lei inconstitucional, a decisão já tem efeito 
vinculante e erga omnes e o STF apenas comunica ao Senado com o objetivo de que a referida Casa Legislativa 
dê publicidade daquilo que foi decidido. Em Suma: atualmente é possível falar em abstrativização do controle 
difuso.
STF (857) É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de controle incidental de constitucio-
nalidade.
STF (852): Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utilizan-
do como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de reprodução obrigatória 
pelos Estados. 
STF (872) Não se admite ADI contra lei que teria violado tratado internacional não incorporado ao ordenamento 
brasileiro na forma do art. 5º, § 3º da CF/88.
Prejudicialidade no julgamento das ações de constitucionalidade. Em regra, como essa espécie de demanda tem 
por objeto específico a declaração em tese de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual, 
com a finalidade de expungir do sistema jurídico vigente aqueles atos que não se harmonizam com a Constitu-
ição, é de se concluir que a revogação do ato normativo, objeto da declaração, traz como consequência lógica 
a prejudicialidade da ação, por perda superveniente do objeto. Ocorre que há várias exceções trazidas pela 
jurisprudência. Confira: 
a) ADI 2418, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 04/05/2016 (estava em “jogo” alguns 
dispositivos do CPC/73, posteriormente revogados pelo CPC/2015, sem que a ação tivesse sido julgada. Contu-
do, o CPC/2015 apenas reproduziu os dispositivos objeto da ação direta. O STF entendeu que poderia haver o 
aditamento da petição inicial); 
b) ADI 763, Rel. Min. Edson Fachin, Tribunal Pleno, julgado em 25/11/2015, DJe de 04/12/2015 (entendeu-se que 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/203cb085a5c2c3faf8e4f60131817256?categoria=1&subcategoria=3&assunto=18
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/cb8a08a240f3ea7c99b220d24f54f477?categoria=1&subcategoria=3&assunto=18
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/cb8a08a240f3ea7c99b220d24f54f477?categoria=1&subcategoria=3&assunto=18
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não há perda de objeto quando, na nova lei, persistem as mesmas razões para aduzir inconstitucionalidade); c) 
ADI 3.306, Rel. Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgado em 17/03/2011 (no caso de fraude processual e abuso 
de direito persiste o interesse no julgamento da ação); 
d) ADI 951 (ausência de comunicação ao STF quanto à revogação não impede o julgamento da ADI);
 e) ADI 4.356/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgada em 09/02/2011 (leis de vigência temporária ou eficácia exaurida 
que já tiveram seus dispositivos questionados precisam ser apreciadas pelo STF, pois ainda podem regular situ-
ações pretéritas); 
f ) Informativo 935 do STF: sem duvida o mais importante e recente, com grandes chances de ser cobrado em 
provas - se for editada MP revogando lei que está sendo questionada por meio de ADI, esta ação poderá ser 
julgada enquanto a MP não for votada (enquanto a MP não for votada, não há perda do objeto).
5 - Estado Federal. Princípios fundamentais da Constituição Federal. Jurisdição constitucional e processo 
constitucional. Coisa julgada e processo constitucional.
6 - Direitos e garantias fundamentais. Dos direitos e deveres individuais e coletivos. Tratados e convenções 
sobre direitos humanos. Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica, 
de 22 de novembro de 1969, promulgado pelo Decreto nº 678/92) e Pacto Internacional sobre Direitos 
Civis e Políticos (de 16 de dezembro de 1966, promulgado pelo Decreto nº 592/92). A razoável duração 
do processo. Direitos sociais. Direitos políticos. Partidos políticos. Direitos de nacionalidade. Tutela 
constitucional dos direitos e das liberdades. Mandado de segurança, individual e coletivo. Mandado de 
Injunção. Habeas corpus. Habeas data. Ação popular. Ação civil pública. 
FUNDAMENTOS 
(ART. 1º)
OBJETIVOS FUNDAMENTAIS 
(ART. 3º)
PRINCÍPIOS 
(ART. 4º)
I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e 
da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
I - construir uma sociedade livre, 
justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento 
nacional;
III - erradicar a pobreza e a 
marginalização e reduzir as 
desigualdades sociais e regionais;IV - promover o bem de todos, 
sem preconceitos de origem, raça, 
sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação.
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao 
racismo;
IX - cooperação entre os povos para o 
progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
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TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Conceito
São direitos ou posições jurídicas que investem os seres humanos, individual ou 
coletivamente considerados, em um conjunto de prerrogativas, faculdades e instituições 
imprescindíveis para assegurar uma existência digna, livre, igual e fraterna entre todas as 
pessoas. 
Dimensões
 ¾ 1ª Dimensão Direitos civis e políticos.
 ¾ 2ª Dimensão Direitos sociais, econômicos e culturais.
 ¾ 3ª Dimensão Direitos de solidariedade e fraternidade.
 ¾ 4ª Dimensão Globalização (não é pacífico).
#JÁCAIU FCC, 2010, Analista Judiciário TRF 4ª Região. São direitos fundamentais classifi-
cados como de segunda geração os direitos econômicos e culturais. (certo)
Teoria dos 4 Status
(Jellinek)
 ¾ Passivo: o sujeito está subordinado aos poderes estatais.
 ¾ Ativo: sujeito pode participar da formação da vontade do Estado.
 ¾ Negativo: ao sujeito é assegurada uma esfera indevassável ao Estado.
 ¾ Positivo: sujeito tem direito de pedir certas prestações ao Estado.
Características (a) Universalidade (b) Historicidade (c) Indivisibilidade (d) Imprescritibilidade (e) Relatividade (f )Inviolabilidade (g) Complemantaridade (h) Efetividade (i) Interdependência.
Eficácia
o VERTICAL incidem na relação entre sujeito e Estado;
o HORIZONTAL incidem na relação entre sujeitos privados;
o DIAGONAL incidem na relação entre privados em posição de desigualdade. Ex.: 
consumidor e fornecedor.
PRINCIPAIS DIREITOS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE (art. 5º, CF/88)
Igualdade I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
Legalidade II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Liberdade de 
expressão
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, 
quando necessário ao exercício profissional;
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Direito de resposta V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
Liberdade religiosa
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício 
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas 
liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades 
civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção 
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta 
e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
Privacidade X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Liberdade 
profissional
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer;
Liberdade de 
associação
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de 
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades 
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade 
para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
Direito adquirido, 
ato jurídico perfeito 
e coisa julgada
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
Direitos 
fundamentais 
processuais
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
DIMENSÃO OBJETIVA DIMENSÃO SUBJETIVA
Direito fundamental como norma cogente e irradiante, 
como norte e limite considerando-se o direito de 
forma abstrata.
Direito fundamental dentro de uma relação jurídica, 
considerando-se um titular e um destinatário, de 
forma concreta.
#JÁCAIU FCC 2016, DPE/BA. No âmbito da Teoria dos Direitos Fundamentais, a dimensão subjetiva dos direitos 
fundamentais está atrelada, na sua origem, à função clássica de tais direitos, assegurando ao seu titular o direito de 
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resistir à intervenção estatal em sua esfera de liberdade individual.
LIMITES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: TEORIAS INTERNA E EXTERNA
TEORIA INTERNA TEORIA EXTERNA
Não há conflito entre direitos fundamentais. Os limites 
já existem nos próprios direitos, considerados em si 
mesmo. Tais limites são encontrados em uma operação 
interna, que delimita o conteúdo dos direitos.
É o conflito entre os direitos fundamentais que os limitam 
no caso concreto. Os limites surgem, portanto, de uma 
operação externa, devendo o conflito ser solucionado 
por proporcionalidade.
Conteúdo e limites para o exercício do direito se 
confundem.
Não há confusão entre o conteúdo do direito e os limites 
para seu exercício.
E O LIMITE DOS LIMITES (LIMITES IMANENTES)? Embora se admita a restrição de direitos fundamentais, há 
um conteúdo mínimo que não pode ser atacado. Assim, há limite para a limitação de direitos, que não po-
dem ser descaracterizados. Requisitos para restringir um direito fundamental: a) respeitar o núcleo essencial; b) 
previsão em texto infraconstitucional; c) restrição de caráter geral e abstrato; d) proporcional.
#JÁCAIU FCC 2008, MPE/RS.Considerando os limites e restrições aos direitos fundamentais, analise: I. Restrição 
consistente em limitações não previstas expressamente no texto constitucional, a exemplo de situações relaciona-
das ao direito de greve, cujo estabelecimento é reconhecido como legítimo em razão da necessidade da resolu-
ção de conflitos de direitos e bens. II. Restrição a direito fundamental, a exemplo do sigilo de correspondência e 
comunicações, quando a Constituição, além de exigir que a restrição seja prevista em lei, estabelece também, as 
condições ou os fins que devem ser seguidos pela norma legal restritiva. Referidas restrições denominam-se na 
doutrina, respectivamente, de imanente e legais qualificadas.
NÚCLEO ESSENCIAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: TEORIA ABSOLUTA X RELATIVA
TEORIA ABSOLUTA TEORIA RELATIVA
O conteúdo essencial dos direitos fundamentais é 
estático e definido a priori. Considera que cada direito 
fundamental tem uma zona intocável pré-determinada.
O conteúdo essencial dos direitos fundamentais é 
variável, sendo definido no conflito entre direitos. Não 
há definição a priori, mas concreta.
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
(I) IGUALDADE
#CONCEITOS Ações afirmativas (ou discriminações positivas) consistem em programas públicos ou privados, 
em geralde caráter temporário desenvolvidos com a finalidade de reduzir desigualdades decorrentes de discri-
minações, ou de uma hipossuficiência econômica ou física, por meio de uma concessão de alguma vantagem. 
Ações afirmativas são medidas especiais e concretas para assegurar o desenvolvimento ou a proteção de certos 
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grupos, com o fito de garantir-lhes, em condições de igualdade, o pleno exercício dos direitos do homem e das 
liberdades fundamentais. (Art. 2°, II, da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Ra-
cial, da Organização das Nações Unidas, ratificada pelo Brasil em 1968). O conceito é trazido também pelo art. 
1º, VI, do Estatuto da Igualdade Racial (Lei n.º 12.288/2010).
Ações afirmativas e discriminação inversa (ou reversa) 
As políticas de ações afirmativas acabam por discriminar, direta ou indiretamente, os grupos que não foram 
por elas protegidos. Em outros termos, se são estabelecidas cotas para cargos públicos, consequentemente, pela 
ótica inversa, haverá discriminação aos candidatos da ampla concorrência. Para que não haja distorções, é preciso 
balizar as ações afirmativas pelo viés do princípio da proporcionalidade.
Assim, só serão constitucionais as ações afirmativas que se pautarem em fatores discriminantes condizentes 
com as dificuldades dos beneficiários que a atuação estatal busca sanar. Por outro lado, com a implantação das 
ações afirmativas busca-se a diminuição da assimetria existente, razão pela qual devem ser marcadas também pela 
temporariedade. 
#JURIS O STF, por maioria, conheceu do mandado de injunção n. 4733/DF, julgando-o procedente para (i) 
reconhecer a mora inconstitucional do Congresso Nacional e; (ii) aplicar, com efeitos prospectivos, até que o 
Congresso Nacional venha a legislar a respeito, a Lei nº 7.716/89 a fim de estender a tipificação prevista para 
os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacio-
nal à discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero. Plenário, 13.06.2019.
Constitucionalidade do sistema de cotas com critério étnico-racial
O sistema de cotas em universidades públicas, com base em critério étnico-racial, é CONSTITUCIONAL. No entan-
to, as políticas de ação afirmativa baseadas no critério racial possuem natureza transitória. STF. Plenário. ADPF 
186/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 25 e 26/4/2012 (Info 663).
É também constitucional fixar cotas para alunos que sejam egressos de escolas públicas. STF. Plenário. RE 597285/
RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 9/5/2012 (repercussão geral) (Info 665).
É constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos 
e empregos públicos no âmbito da administração pública direta e indireta. É possível também que a Adminis-
tração Pública adote um controle heterônomo, sobretudo quando existirem fundadas razões para acreditar que 
houve abuso na auto declaração. Assim, é legítima a utilização de critérios subsidiários de heteroidentificação dos 
candidatos que se declararam pretos ou pardos. STF. Plenário. ADC 41/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 
8/6/2017 (Info 868). 
Vale ressaltar as Forças Armadas integram a Administração Pública Federal, de modo que a vagas oferecidas nos 
concursos por elas promovidos sujeitam-se à política de cotas prevista na Lei 12.990/2014.STF. Plenário. ADC 41 ED, 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c81e728d9d4c2f636f067f89cc14862c?categoria=1&subcategoria=1&assunto=2
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Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 12/04/2018.
(II) LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária autorização prévia do indivíduo biografado, das 
demais pessoas retratadas, nem de seus familiares. STF. Plenário. ADI 4815/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado 
em 10/6/2015 (Info 789).
Cabe reclamação contra decisão judicial que determina retirada de matéria jornalística de site
O STF tem sido mais flexível na admissão de reclamação em matéria de liberdade de expressão, em razão da 
persistente vulneração desse direito na cultura brasileira, inclusive por via judicial. No julgamento da ADPF 130, o 
STF proibiu enfaticamente a censura de publicações jornalísticas, bem como tornou excepcional qualquer tipo de 
intervenção estatal na divulgação de notícias e de opiniões. A liberdade de expressão desfruta de uma posição 
preferencial no Estado democrático brasileiro, por ser uma pré-condição para o exercício esclarecido dos demais 
direitos e liberdades. A retirada de matéria de circulação configura censura em qualquer hipótese, o que se 
admite apenas em situações extremas. Assim, em regra, a colisão da liberdade de expressão com os direitos da 
personalidade deve ser resolvida pela retificação, pelo direito de resposta ou pela reparação civil. Diante disso, se 
uma decisão judicial determina que se retire do site de uma revista determinada matéria jornalística, esta decisão 
viola a orientação do STF, cabendo reclamação. STF. 1ª Turma. Rcl 22328/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 
6/3/2018 (Info 893).
O Estado não pode determinar que programas de rádio e TV sejam exibidos somente em determinados 
horários. A classificação etária é meramente indicativa (e não obrigatória). STF, Plenário, ADI 2404/DF, Rel. Min, 
Dias Toffoli, j. 31/08/2016, Info 837.
Palestra proferida por Bolsonaro com críticas aos quilombolas e estrangeiros não configurou racismo
O então Deputado Federal Jair Bolsonaro proferiu palestra no auditório de determinado clube e ali fez críticas e 
comentários negativos a respeito dos quilombolas e também de povos estrangeiros. No trecho mais questionado 
de sua palestra, ele afirmou: “Eu fui em um quilombola em El Dourado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve 
lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador eles servem mais. Mais de um bilhão 
de reais por ano gastado com eles. Recebem cesta básica e mais material em implementos agrícolas. Você vai em 
El Dourado Paulista, você compra arame farpado, você compra enxada, pá, picareta por metade do preço vendido 
em outra cidade vizinha. Por que? Porque eles revendem tudo baratinho lá. Não querem nada com nada.” O STF 
entendeu que a conduta de Bolsonaro não configurou o crime de racismo (art. 20 da Lei nº 7.716/89). As 
palavras por ele proferidas estão dentro da liberdade de expressão prevista no art. 5º, IV, da CF/88, além 
de também estarem cobertas pela imunidade parlamentar (art. 53 da CF/88). O objetivo de seu discurso não 
foi o de repressão, dominação, supressão ou eliminação dos quilombolas ou dos estrangeiros. O pronunciamento 
do parlamentar estava vinculado ao contexto de demarcação e proveito econômico das terras e configuram mani-
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4b01078e96f65f2ad6573ce6fecc944d?palavra-chave=Racismo&criterio-pesquisa=e
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festação política que não extrapola os limites da liberdade de expressão. Além disso, as manifestações de Bolsonaro 
estavam relacionadas com a sua função de parlamentar. Inclusive, o convite para a palestra se deu em razão do 
exercício do cargo de Deputado Federal a fim de dar a sua visão geopolítica e econômica do País. Assim, havia uma 
vinculação das manifestações apresentadas na palestra com os pronunciamentos do parlamentar na Câmara dos 
Deputados, de sorte que incide a imunidade parlamentar.
 STF. 1ª Turma. Inq 4694/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/9/2018 (Info 915).
A incitação de ódio público feita por líder religioso contra outras religiões pode configurar o crime de ra-
cismo
A incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e seus seguidores não está protegida pela 
cláusula constitucional que assegura a liberdade de expressão. Assim, é possível, a depender docaso concreto, que 
um líder religioso seja condenado pelo crime de racismo (art. 20, §2º, da Lei nº 7.716/89) por ter proferido discursos 
de ódio público contra outras denominações religiosas e seus seguidores.
 STF. 2ª Turma. RHC 146303/RJ, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/3/2018 (Info 893). 
#DIFERENCIE Caso Jonas Habib Determinado padre escreveu um livro, voltado ao público da Igreja Católica, no 
qual ele faz críticas ao espiritismo e a religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé. O Ministério 
Público da Bahia ofereceu denúncia contra ele pela prática do art. 20, § 2º da Lei nº 7.716/89 (Lei do racismo). 
No caso concreto, o STF entendeu que não houve o crime. A CF/88 garante o direito à liberdade religiosa. Um dos 
aspectos da liberdade religiosa é o direito que o indivíduo possui de não apenas escolher qual religião irá seguir, 
mas também o de fazer proselitismo religioso. Proselitismo religioso significa empreender esforços para con-
vencer outras pessoas a também se converterem à sua religião. Desse modo, a prática do proselitismo, 
ainda que feita por meio de comparações entre as religiões (dizendo que uma é melhor que a outra) não 
configura, por si só, crime de racismo. Só haverá racismo se o discurso dessa religião supostamente superior 
for de dominação, opressão, restrição de direitos ou violação da dignidade humana das pessoas integrantes dos 
demais grupos. Por outro lado, se essa religião supostamente superior pregar que tem o dever de ajudar os “infe-
riores” para que estes alcancem um nível mais alto de bem-estar e de salvação espiritual e, neste caso não haverá 
conduta criminosa. Na situação concreta, o STF entendeu que o réu apenas fez comparações entre as religiões, 
procurando demonstrar que a sua deveria prevalecer e que não houve tentativa de subjugar os adeptos do es-
piritismo. Pregar um discurso de que as religiões são desiguais e de que uma é inferior à outra não configura, 
por si, o elemento típico do art. 20 da Lei nº 7.716/89. Para haver o crime, seria indispensável que tivesse ficado 
demonstrado o especial fim de supressão ou redução da dignidade do diferente, elemento que confere sentido à 
discriminação que atua como verbo núcleo do tipo. STF. 1ª Turma. RHC 134682/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado 
em 29/11/2016 (Info 849).4
É inconstitucional dispositivo que proíbe, no âmbito da programação das emissoras de radiodifusão co-
munitária, a prática de proselitismo, ou seja, a transmissão de conteúdo tendente a converter pessoas a uma 
4 Fonte: Dizer o Direito: https://www.dizerodireito.com.br/2016/12/criticas-de-um-lider-religioso-outras.html
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/e92e1b476bb5262d793fd40931e0ed53?palavra-chave=Racismo&criterio-pesquisa=e
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/e92e1b476bb5262d793fd40931e0ed53?palavra-chave=Racismo&criterio-pesquisa=e
https://www.dizerodireito.com.br/2016/12/criticas-de-um-lider-religioso-outras.html
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doutrina, sistema, religião, seita ou ideologia (§ 1º do art. 4º da Lei nº 9.612/98). O STF entendeu que essa proibi-
ção afronta os arts. 5º, IV, VI e IX, e 220, da Constituição Federal. A liberdade de pensamento inclui o discurso 
persuasivo, o uso de argumentos críticos, o consenso e o debate público informado e pressupõe a livre troca de 
ideias e não apenas a divulgação de informações. STF. Plenário. ADI 2566/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, 
red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 16/5/2018 (Info 902).
A CF/88 prevê que “o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das esco-
las públicas de ensino fundamental.” (art. 210, § 1º). O PGR ajuizou ADI pedindo que fosse conferida interpretação 
conforme a Constituição ao art. 33, §§ 1º e 2º da LDB e ao art. 11, § 1º do acordo Brasil-Santa Sé. O STF julgou 
improcedente a ADI e decidiu que o ensino religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza con-
fessional, ou seja, pode sim ser vinculado a religiões específicas. A partir da conjugação do binômio Laicidade 
do Estado (art. 19, I) e Liberdade religiosa (art. 5º, VI), o Estado deverá assegurar o cumprimento do art. 210, § 1º 
da CF/88, autorizando na rede pública, em igualdade de condições o oferecimento de ensino confessional das 
diversas crenças, mediante requisitos formais previamente fixados pelo Ministério da Educação. Assim, deve ser 
permitido aos alunos, que expressa e voluntariamente se matricularem, o pleno exercício de seu direito subjetivo 
ao ensino religioso como disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, ministrada 
de acordo com os princípios de sua confissão religiosa, por integrantes da mesma, devidamente credenciados a 
partir de chamamento público e, preferencialmente, sem qualquer ônus para o Poder Público. Dessa forma, o STF 
entendeu que a CF/88 não proíbe que sejam oferecidas aulas de uma religião específica, que ensine os dogmas ou 
valores daquela religião. Não há qualquer problema nisso, desde que se garanta oportunidade a todas as doutri-
nas religiosas. STF. Plenário. ADI 4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, 
julgado em 27/9/2017 (Info 879). 
Violam a Constituição Federal a prática de atos de busca e apreensão de materiais de cunho eleitoral e a 
suspensão de atividades de divulgação de ideias em universidades públicas e privadas (STF, Plenário, ADPF 
548 MC/DF, j. Em 31/10/2018, Info 922).
(III) INVIOLABILIDADE DOMICILIAR
O ingresso regular da polícia no domicílio, sem autorização judicial, em caso de flagrante delito, para que seja 
válido, necessita que haja fundadas razões ( justa causa) que sinalizem a ocorrência de crime no interior da re-
sidência. A mera intuição acerca de eventual traficância praticada pelo agente, embora pudesse autorizar 
abordagem policial, em via pública, para averiguação, não configura, por si só, justa causa a autorizar 
o ingresso em seu domicílio, sem o seu consentimento e sem determinação judicial. STJ. 6ª Turma. REsp 
1574681-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 20/4/2017 (Info 606).
A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada 
em fundadas razões, devidamente justificadas “a posteriori”, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de 
flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e de nulidade 
dos atos praticados. STF. Plenário. RE 603616/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4 e 5/11/2015 (repercussão 
geral) (Info 806).
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(IV) SIGILO DE DADOS E DIREITO À PRIVACIDADE
Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal devem ser mantidos sob re-
serva. Assim, a página do Senado Federal na internet não pode divulgar os dados obtidos por meio da quebra de 
sigilo determinada por comissão parlamentar de inquérito (CPI). STF. Plenário. MS 25940, Rel. Min. Marco Aurélio, 
julgado em 26/4/2018 (Info 899).
É possível que o Fisco requisite a instituições financeiras informações bancárias sobre os contribuintes 
sem intervenção do Judiciário (CUIDADO: na jurisprudência em teses do STJ ainda consta esse entendimento: 
“o compartilhamento de dados obtidos pela Receita Federal com fundamento no art. 6º da Lei Complementar n. 
105/2001, mediante requisição direta às instituições bancárias no âmbito de processo administrativo fiscal, é con-
siderado nulo, para fins penais, se não decorrer de expressa determinação judicial”. Ocorre que o próprio STJ, 
através da sua 6ª Turma, alterou o entendimento em março de 2018. Ademais, como o STF tem posição 
diversa nas duas Turmas, é mais prudente seguir a Corte Constitucional, que já se manifestou pela consti-
tucionalidade do art. 6º da referida lei. Em suma, “os dados do contribuinteque a Receita Federal obteve 
das instituições bancárias mediante requisição direta (sem intervenção do Poder Judiciário, com base nos 
arts. 5º e 6º da LC 105/2001), podem ser compartilhados, também sem autorização judicial, com o Ministé-
rio Público, para serem utilizados como prova emprestada no processo penal”. Isso porque o STF decidiu 
que são constitucionais os arts. 5o e 6º da LC 105/2001, que permitem o acesso direto da Receita Federal à 
movimentação financeira dos contribuintes (RE 601314/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/2/2016. 
Info 815). Este entendimento do STF deve ser estendido também para a esfera criminal. Assim, é possível 
a utilização de dados obtidos pela Secretaria da Receita Federal, em regular procedimento administrativo 
fiscal para fins de instrução processual penal. STF. 1a Turma. RE 1043002 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, 
julgado em 01/12/2017. STF. 2a Turma. RHC 121429/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/4/2016 (Info 
822). STJ. 6a Turma. HC 422.473-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 20/03/2018 (Info 623).
AÇÕES CONSTITUCIONAIS
Habeas corpus
- Motivo: violência ou coação da liberdade de locomoção; 
- Quem pode usar: qualquer pessoa; o habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou 
de outrem, bem como pelo Ministério Público (art. 654 do CPP).
- Quem pode sofrer a ação: qualquer um que use de ilegalidade ou abuso de poder. 
- Modos de HC: Preventivo: Caso haja ameaça de sofrer a coação; Repressivo: Caso esteja sofrendo a coação. 
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- Custas: (LXXVII) São gratuitas as ações de “habeas-corpus”; 
- CF, Art. 142 § 2º: Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. Embora a CF expresse 
que não cabe HC contra punições disciplinares, o STF tem flexibilizado a situação quando a punição privativa de 
liberdade foi imposta de forma ilegal. 
- É cabível habeas corpus inclusive quando a liberdade de locomoção puder ser afetada indiretamente, por exem-
plo, contra a quebra de sigilo bancário, caso dela possa resultar processo penal que leve à sentença de prisão.
- Diferentemente do Mandado de Segurança que só pode ser impetrado quando alguém estiver se valendo de sua 
prerrogativa de “direito público”, o habeas corpus pode ser impetrado contra qualquer pessoa que estiver coagindo 
alguém de sua liberdade de locomoção.
#JURIS HC: em 2018 diversos entendimentos do STF sobre esse remédio constitucional foram extremamente 
importantes e alguns deles já foram cobrados em provas: a) É possível a remessa de habeas corpus ao Plenário 
do STF, pelo relator, de forma discricionária, com fundamento no art. 6º, II, “c” e no art. 21, XI, do RI/STF. STF. 
Plenário. HC 143333/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 11 e 12/4/2018 (Info 897); b) O habeas corpus pode 
ser empregado para impugnar medidas cautelares de natureza criminal diversas da prisão. STF. 2ª Turma. HC 
147426/AP e HC 147303/AP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 18/12/2017 (Info 888); c) O Supremo Tribunal 
Federal e o Superior Tribunal de Justiça não têm admitido o habeas corpus como sucedâneo do meio processual 
adequado, seja o recurso ou a revisão criminal, salvo em situações excepcionais, quando manifesta a ilegalidade 
ou sendo teratológica a decisão apontada como coatora. STJ. 5a Turma. HC 418.896/MA, Rel. Min. Ribeiro Dan-
tas, julgado em 06/02/2018.
#STJ em Teses (HC)
(1) O STJ não admite que o remédio constitucional seja utilizado em substituição ao recurso próprio (apelação, 
agravo em execução, recurso especial), tampouco à revisão criminal, ressalvadas as situações em que, à 
vista da flagrante ilegalidade do ato apontado como coator, em prejuízo da liberdade da paciente, seja cogente 
a concessão, de ofício, da ordem de habeas corpus. No mesmo sentido: “Não se admite habeas corpus para se 
questionar nulidade cujo tema não foi trazido antes do trânsito em julgado da ação originária e tampouco antes 
do trânsito em julgado da revisão criminal. A nulidade não suscitada no momento oportuno é impassível de ser 
arguida através de habeas corpus, no afã de superar a preclusão, sob pena de transformar o writ em sucedâneo 
da revisão criminal” (STF, Info 837).
(2) O conhecimento do habeas corpus pressupõe prova pré-constituída do direito alegado, devendo a parte 
demonstrar de maneira inequívoca a pretensão deduzida e a existência do evidente constrangimento ilegal.
(3) O trancamento da ação penal pela via do habeas corpus é medida excepcional, admissível apenas 
quando demonstrada a falta de justa causa (materialidade do crime e indícios de autoria), a atipicidade da con-
duta ou a extinção da punibilidade.
(4) O reexame da dosimetria da pena em sede de habeas corpus somente é possível quando evidenciada fla-
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grante ilegalidade e não demandar análise do conjunto probatório.
(5) O habeas corpus é ação de rito célere e de cognição sumária, não se prestando a analisar alegações relativas 
à absolvição que demandam o revolvimento de provas.
(6) É incabível a impetração de habeas corpus para afastar penas acessórias de perda de cargo público ou 
graduação de militar imposta em sentença penal condenatória, por não existir lesão ou ameaça ao direito de 
locomoção.
(7) É cabível habeas corpus preventivo quando há fundado receio de ocorrência de ofensa iminente à liberdade 
de locomoção.
(8) Compete aos Tribunais de Justiça ou aos Tribunais Regionais Federais o julgamento dos pedidos de habeas 
corpus quando a autoridade coatora for Turma Recursal dos Juizados Especiais.
(9) A jurisprudência do STJ admite a reiteração do pedido formulado em habeas corpus com base em fatos ou 
fundamentos novos.
(10) O habeas corpus não pode ser impetrado em favor de pessoa jurídica, pois o writ tem por objetivo 
salvaguardar a liberdade de locomoção. Em outras palavras, o que impede a utilização é o fato de que a 
pessoa jurídica, constituindo-se em verdadeira ficção, não reúne possibilidade de locomoção.
#SELIGANASSÚMULAS STF
Súmula 395: Não se conhece de recurso de «habeas corpus» cujo objeto seja resolver sobre o ônus das custas, 
por não estar mais em causa a liberdade de locomoção.
Súmula 692: Não se conhece de habeas corpus contra omissão de relator de extradição, se fundado em fato ou 
direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito.
Súmula 693: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em 
curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.
Súmula 694: Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de pat-
ente ou de função pública.
Súmula 695: Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.
#JÁCAIU FCC DPE/AP, 2018. Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é cabível habeas corpus 
para aplicação de prisão domiciliar, mas vedado para afastar pena acessória de perda de cargo público. (Fun-
damento: “É incabível a impetração de habeas corpus para afastar penas acessórias de perda de cargo público 
ou graduação de militar imposta em sentença penal condenatória, por não existir lesão ou ameaça ao direito de 
locomoção. STJ, AgRg no HC 096807/MS,Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, Julgado em 16/10/2014,DJE 
03/11/2014, Juris em Teses).
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Habeas data
Súmula 2 STJ: Não cabe HD se não houve recusa de informações por parte da autoridade administrativa. 
OBS: nesse caso há falta de interesse de agir.
#JURIS O habeas data, posto instrumento de tutela de direitos fundamentais, encerra amplo espectro, rejeitan-
do-se visão reducionista da garantia constitucional inaugurada pela carta pós-positivista de 1988. 2. A tese fixada 
na presente repercussão geral é a seguinte: “O Habeas Data é garantia constitucional adequada para a ob-
tenção dos dados concernentes ao pagamento

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