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GESTÃO PÚBLICA - ONGS - UNIVERSIDADE METODISTA

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TERCEIRO SETOR NO BRASIL 
 
 
Alessandro Marco Beltrame 
Evonaldo Santos do Carmo 
Márcia Aparecida Costa 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho apresenta a descrição de um estudo relacionado sobre o 
Terceiro Setor no Brasil, sua importância para a sociedade, a origem das 
Organizações Não Governamentais - ONG’s, e suas áreas de atuação. 
Apontam-se os diferentes tipos de organizações consideradas como terceiro 
setor no Brasil e no mundo e os trabalhos sociais e filantrópicos que 
desenvolvem. O intuito é de compreender o papel do Terceiro Setor e discutir as 
implicações sociais, políticas e econômicas a partir de sua introdução no Brasil; 
discute-se também a atuação de grupos de voluntários e a constituição de uma 
personalidade jurídica com o estudo de caso de uma empresa do Terceiro Setor 
e de um grupo de assistência social. 
 
 
Palavras-chave: Terceiro setor no Brasil; ação social; filantropia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
O terceiro setor é o termo utilizado para designar as entidades sem 
fins lucrativos, de caráter não governamental, que junto com participações 
voluntárias de outras empresas ou pessoas contribuem com a prática de ações 
filantrópicas e cidadania. O termo advém dos setores produtivos e econômicos 
existentes na sociedade, dessa forma, o Estado é considerado o Primeiro Setor 
pelo desempenho de suas funções produtivas, econômicas e sociais, a iniciativa 
privada é considerada o Segundo Setor, por sua atuação nas áreas produtivas 
e econômicas, restando então o cunho de Terceiro Setor para as entidades que 
agem nas lacunas deixadas pelos dois primeiros setores, ou seja, as causas 
sociais que o Estado não dá conta de suprir. 
Essas entidades, constituídas com personalidade jurídica, agem 
coletivamente em prol do bem comum em áreas relegadas pelo poder público e 
são compostas por uma grande variedade de organizações que possuem tipos, 
objetivos e maneiras de funcionamento distintos, sendo representadas por 
fundações, associações, ONGs, conselhos comunitários, entidades religiosas, 
entre outras. 
A criação dessas organizações, seu crescimento e reconhecimento 
social se deu pois a ineficiência do Estado em combater o aumento das 
desigualdades sociais, os conflitos étnicos e diversos outros problemas que 
acometem a sociedade, passaram a sofrer atuação direta de entidades criadas 
para a ação social e a filantropia, dessa forma, a privatização dos serviços 
essenciais e a precarização dos serviços sociais, além da desregulamentação 
de políticas que visassem o bem estar da população propiciaram o surgimento 
de um terceiro setor que atuasse nas áreas em que o poder público e a iniciativa 
privada eram deficitários. 
O conceito de terceiro setor advém, principalmente, porque muitas 
organizações se especializaram com o trabalho de caridade, no entanto, essa 
especialização proporcionou uma profissionalização que passou a ser 
aproveitada pelo poder público, dessa forma, esse setor passou a constituir 
personalidade jurídica para, por meio da captação de financiamento público, 
continuar realizando as ações sociais que já praticavam sem esse 
financiamento. 
As necessidades do terceiro setor são semelhantes às do primeiro e 
segundo setor, há a mudança da natureza e da finalidade, pois o terceiro setor 
atua em áreas relegadas pelo poder público e vislumbram a transformação para 
um mundo melhor, além do fato de serem constituídas sem fins lucrativos. 
Como a área filantrópica consegue captar bons profissionais e 
despertar uma perspectiva de cunho social e de interesse por uma causa, o 
desejo de lutar e se dedicar a um ideal, o terceiro setor é compreendido como 
uma área que não busca o resultado financeiro. 
 
1 METODOLOGIA 
 
 
O presente trabalho apresenta a descrição de um estudo relacionado 
sobre o Terceiro setor no Brasil com intuito de compreender seu papel. Neste 
caminho, discute-se: a origem do termo; sua introdução no Brasil; a origem das 
ONGs e grupos de voluntários no contexto nacional e internacional, sua 
introdução no Brasil, histórias e contribuições do Terceiro Setor. 
Para atingir tal objetivo geral, observam-se os seguintes objetivos 
específicos: (a) identificação sobre o Terceiro setor no Brasil e suas 
características; (b) descrição dos aspectos em relação sobre sua história e 
introdução no Brasil; (c) estudo de caso sobre a constituição de uma ONG; (d) 
análise dos resultados levantados por meio da pesquisa. 
Trata-se de uma pesquisa de caráter descritivo que se utiliza de 
métodos como: pesquisa bibliográfica e análise documental e histórica, discute-
se a importância de constituição da personalidade jurídica para ser considerada 
um empresa do Terceiro Setor e as atuação de grupos de voluntários, para tanto, 
analisaremos o processo de constituição de uma ONG na cidade de São 
Caetano do Sul, no Estado de São Paulo, e de um grupo de voluntários da 
mesma cidade que faz o trabalho assistencial, mas sem personalidade jurídica. 
A Organização Não Governamental a ser pesquisada é a Rede Feminina de 
Combate ao Câncer e o grupo de voluntários é chamado de Corrente do Bem. 
A trajetória metodológica do presente trabalho é apresentada por meio 
da descrição de como uma ação voluntária pode gerar uma Organização Não 
Governamental que possui personalidade jurídica, sendo assim, pode-se 
entender esse estudo como: “[...] uma segunda aplicação é descrever uma 
intervenção e o contexto da vida real na qual ela ocorreu.” (YIN, 2010, p. 41) 
A coleta de informações que embasam o estudo de caso foi realizada 
por meio de pesquisa bibliográfica e documental, que são definidas da seguinte 
forma. 
 
[...] referências teóricas publicadas em artigos, livros, dissertações e 
teses. São identificados documentos (livros, acervos históricos, com o 
propósito de descrever e comparar usos e costumes, tendências, 
diferenças e outras características. As bases documentais permitem 
estudar tanto a realidade presente como o passado, com a pesquisa 
histórica.” (Cervo, Bervian e Silva, 2007, p. 60) 
 
Dessa forma, o objetivo geral do trabalho pode ser definido em 
contribuir para um entendimento mais amplo acerca da importância do Terceiro 
Setor do Brasil. 
 
2 CARACTERÍSTICAS DO TERCEIRO SETOR 
 
 
O Terceiro Setor é formado por instituições de direito privado, sem fins 
lucrativos, e que buscam, dentro de suas finalidades, o alcance do bem-estar 
social. Essas entidades são constituídas de forma voluntária, pela união que 
pessoas que comungam de um mesmo interesse. 
Serão abordadas no presente trabalho algumas características das 
instituições que compõem o Terceiro Setor, quais sejam: Origem; voluntariado, 
e; evolução e surgimento no Brasil. 
 
2.1 Terceiro Setor: Origem 
 
A origem das organizações do Terceiro Setor é uma característica 
bastante altruísta, pois elas nasceram em decorrência das intenções e ações 
realizadas pela sociedade civil organizada que se mobilizou em grupos, clubes, 
associações, e outras formas de agrupamento na busca de direitos sociais e na 
prestação de assistência social. Nesse sentido, o Terceiro Setor se assemelha 
ao Segundo Setor pela sua natureza privada, já que é composta de uma 
personalidade jurídica, mas, por auxiliar o Estado no cumprimento de suas 
atribuições sociais se assemelha ao Primeiro Setor por desenvolver ações de 
natureza pública. 
O Terceiro Setor ficou assim conhecido pela primeira vez nos Estados 
Unidos, esse foi o termo utilizado pelos americanos para designar e classificar 
as instituições criadas em organizações, associações, clubes e demais formas 
de agrupamento com a finalidade de, por meio do voluntariado, contribuir com 
ações sociais e filantrópicas. Já na Europa, esse termo passou a ser entendido 
como característica que faz referência à caridade. 
A história do terceiro setor no Brasil remete ao período colonial queregistrou, já em 1543, a implantação da Santa Casa de Misericórdia de Santos, 
essa foi uma iniciativa da Igreja Católica que praticava ações de assistência 
social nas áreas da saúde e educação, principalmente pelo caráter 
evangelizador que essas ações proporcionaram. 
No período colonial a Igreja Católica atuava na criação de asilos, 
orfanatos, santas casas e colégios, a maioria do trabalho era realizado pelo 
corpo clerical, composto de padres e freiras, mas contavam com grande atuação 
das senhoras da sociedade que praticavam ações voluntárias de caridade cristã. 
A origem do terceiro setor foi justamente a de suprir as necessidades 
básicas da população em áreas relegadas pelo poder público, dessa forma, 
clubes de senhoras, centros comunitários, ações da igreja, e diversos outros 
tipos de associações beneficentes foram criados para atuar filantropicamente e 
trabalhar em ações sociais em diversas áreas, no auxílio aos doentes, na 
alfabetização de pessoas, na arrecadação de alimentos e agasalhos aos mais 
necessitados e etc, sempre sem fins lucrativos. 
Diante da amplitude de atuação desses tipos de grupos e do 
crescimento do número de participantes, o que era apenas uma ação solidária 
acabou por se tornar uma atuação profissional e personalidades jurídicas foram 
criadas para atender essa demanda. As pessoas jurídicas mais conhecidas do 
terceiro setor são as Organizações Não Governamentais – ONG’s, as 
Fundações e as Entidades Beneficentes. Diversos outros tipos de associações 
atuam no terceiro setor, no entanto, ou não recebem subsídio do Estado ou 
atuam de forma amadora, sem a profissionalização que caracteriza o terceiro 
setor institucionalizado. Dessa forma, essa área de atuação passou a ser 
chamada de “Terceiro Setor” para que pudesse ser diferenciada das ações 
governamentais, consideradas o “Primeiro Setor” e das ações da iniciativa 
privada que visam lucros, chamadas de “Segundo Setor”. 
 
2.2 Características do Terceiro Setor: Voluntariado 
 
Uma particularidade a ser destacada na origem do Terceiro Setor é a 
participação do voluntariado, essas pessoas que atuam em prol das ações 
sociais são também as que cuidam da manutenção e da sobrevivência dessas 
organizações. Normalmente essa participação ocorre de forma direta no 
gerenciamento e nas atividades realizadas, contribuindo para que essas 
instituições busquem de forma mais efetiva a realização de seus objetivos 
sociais. 
Essa é a principal característica que difere o Terceiro Setor dos dois 
primeiros setores da sociedade, pois uma organização só nasce e cresce a ponto 
de compor o Terceiro Setor se houver a atuação de voluntários que se organizam 
em prol de uma causa. 
Com o crescimento da atuação dessas entidades, aponta-se a 
necessidade de institucionalização das mesmas, e da necessidade de auto 
administração, visto que o crescimento das atribuições e do número de 
voluntários exige um planejamento de atuação. Dessa forma, estas instituições 
se viram obrigadas a serem legalmente constituídas, assumindo personalidade 
jurídica e se estruturando de forma a gerir suas próprias atividades e recursos. 
Por esse aspecto, identifica-se que o agrupamento de pessoas, por si só, não 
cria uma organização do Terceiro Setor. É imprescindível que esta adquira 
natureza jurídica, podendo ser uma associação ou uma fundação, e que utilize 
boas práticas de gestão e de controle. 
Portanto, o Terceiro Setor é a um só tempo um conjunto de práticas e 
valores que privilegia e estimula a iniciativa individual ou coletiva, a 
solidariedade, a filantropia, a ajuda mútua, e o voluntariado, sem o interesse de 
obtenção de lucro. É a reunião de instituições que possuem natureza jurídica, 
com capacidade de autogestão, e que representam uma força econômica bem 
mais relevante do que em geral se imagina. 
Podemos citar como voluntariado as informações sobre um grupo de 
voluntários chamados Corrente do Bem, grupo esse, sem fins lucrativos, foi 
criado em São Caetano do Sul, no Estado de São Paulo, com intuito de ajudar 
as pessoas mais necessitadas. 
Esse grupo é composto de voluntários que visam ajudar as pessoas 
e entidades como casa de repouso de idosos, escolas, promoção da saúde e 
muito mais. 
A Corrente do Bem surgiu em janeiro de 2012 por meio da ação social 
de 5 (cinco) amigos e hoje esse grupo conta mais de 50 (cinquenta) voluntários, 
o objetivo desse grupo é realizar eventos beneficentes como Natal Feliz, 
Campanha do Agasalho e jantares beneficentes com o objetivo de levantar 
fundos que serão revertidos em assistência social. 
Esta observação caracteriza o momento inicial da pesquisa tendo em 
vista que um dos pesquisadores é também um dos fundadores da Corrente do 
bem, e que esse grupo de voluntários também realizam ações sociais para a 
Rede Feminina de Combate ao Câncer, que é a empresa do Terceiro Setor 
objeto de nosso estudo. 
Esse tipo de grupo de voluntários não é considerado como Terceiro 
Setor pois não tem personalidade jurídica constituída, mas possui potencial para 
constituir, pois realiza o trabalho com o qual diversas ONG’s, Fundações e outros 
tipos de Associações beneméritas iniciaram seus trabalhos. 
Em estudo realizado na Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e 
do Adolescente, definiu-se o voluntário como ator social e agente de 
transformação, que presta serviços não remunerados em benefício da 
comunidade; doando seu tempo e conhecimentos, realiza um trabalho gerado 
pela energia de seu impulso solidário, atendendo tanto às necessidades do 
próximo ou aos imperativos de uma causa, como às suas próprias motivações 
pessoais, sejam estas de caráter religioso, cultural, filosófico, político, emocional. 
Ao analisar os motivos que mobilizam em direção ao trabalho 
voluntário, descobrem-se, entre outros, dois componentes fundamentais: o de 
cunho pessoal, a doação de tempo e esforço como resposta a uma inquietação 
interior que é levada à prática, e o social, a tomada de consciência dos 
problemas ao se enfrentar com a realidade, o que leva à luta por um ideal ou ao 
comprometimento com uma causa. 
Altruísmo, solidariedade e caridade reforçadas pelo ideal, pelas 
crenças, pelos sistemas de valores, e pelo compromisso com determinadas 
causas são componentes vitais do engajamento do voluntário. Não se deve 
esquecer, contudo, o potencial transformador que essas atitudes representam 
para o crescimento interior do próprio indivíduo. 
Quando nos referimos ao voluntário contemporâneo, engajado, 
participante e consciente, diferenciamos também o seu grau de 
comprometimento: ações mais permanentes, que implicam em maiores 
compromissos, requerem um determinado tipo de voluntário, e podem levá-lo 
inclusive a uma "profissionalização voluntária"; existem também ações pontuais, 
esporádicas, que mobilizam outro perfil de indivíduos. 
 
2.3 Terceiro setor: evolução histórica e surgimento no Brasil 
 
 Historicamente a ordem social, política e econômica vigente compreendia 
apenas dois setores: o público e o privado. De um lado ficava o Estado, 
considerado o primeiro setor produtivo administrativo, e do outro lado ficava o 
mercado, as empresas privadas, considerados o segundo setor produtivo 
econômico. Em movimentos da sociedade civil organizada, surge o terceiro 
setor, constituído por pessoas jurídicas não governamentais, sem fins lucrativos, 
cujo objetivo era suprir em forma de serviços as áreas nas quais o Estado era 
deficiente, contribuindo para o desenvolvimento social na forma de oferta de 
serviços básicos em diversas áreas, como saúde, educação, assistência social, 
etc. 
 O Terceiro Setor ficou assim conhecido pela primeira vez nos Estados 
Unidos, esse foi o termo utilizado pelos americanos para designar e classificar 
as instituições criadas em organizações, associações, clubes e demais formas 
de agrupamento com a finalidade de, por meio do voluntariado, contribuircom 
ações sociais e filantrópicas. Já na Europa, esse termo passou a ser entendido 
como característica referente à caridade. 
 Na história recente do Brasil, na Era Vargas, houve a promulgação de 
uma lei que declarou as entidades prestadoras de serviço social como entidades 
de utilidade pública, e em 1938 foi estabelecido que as instituições assistenciais 
inscritas no Conselho Nacional de Serviço Social poderiam receber 
financiamento do Estado para o desempenho de suas obras, porém, é a partir 
da década de 1990, com a redemocratização do país após o período da ditadura 
militar, que as iniciativas assistenciais iniciam uma atuação mais marcante na 
sociedade brasileira como forma de suprir a precária atuação do estado em 
atender as necessidades básicas da população. 
 O Terceiro Setor surge então no Brasil como para ocupar um espaço que 
era relegado pelo poder público, mas se torna uma instituição que não é pública 
nem privada, é entendido como o conjunto de organismos, organizações ou 
instituições ou grupos sem fins lucrativos dotados de autonomia administrativa, 
tendo como objetivo principal atuar de forma voluntária junto à sociedade civil 
visando ao seu aperfeiçoamento. 
Nesse período, para Froes e Neto (1999, p.10), concomitantemente a 
uma expansão de sua atuação (fruto dos apelos sociais), houve também uma 
retração dos aportes financeiros, principalmente os internacionais na medida em 
que novas exigências foram impostas às empresas criadas no Terceiro Setor no 
que diz respeito à eficiência organizacional, planejamento, avaliação e prestação 
de contas. 
Por conta de tais exigências (com maior rigor no que tange a 
organização da empresa) muitas entidades e ONGs ficaram sem repasses de 
recursos por não se adaptarem aos novos padrões estabelecidos. Só a partir de 
meados da década de 1990 que surgiram as fundações e as associações. 
Devido às mudanças advindas das novas exigências do mercado e o surgimento 
do novo marco legal para o terceiro setor, as organizações perceberam a 
importância de melhorar a qualidade de suas ações, assim como investir na 
transparência de seus resultados a fim de expandir sua visibilidade aos olhos 
dos órgãos financiadores, aumentando sua credibilidade. 
Como ainda não existia no sistema normativo brasileiro, uma 
definição jurídica do que é o terceiro setor, isso igualava as diferentes entidades 
que dele faziam parte. Essa ausência normativa impactava diretamente no 
crescimento das instituições que realmente tinham finalidade e ação pública, 
sem objetivar o lucro. 
Ainda na década de 1990, momento no qual debates acalorados 
sobre essas questões foram intensificados, foi aprovada uma nova regulação 
para o setor. Com a Lei 9.790/99, também chamada de novo marco legal do 
terceiro setor, foram introduzidas na atual legislação relativa às organizações da 
sociedade civil importantes alterações, tais como: a qualificação de pessoas 
jurídicas de direito privado sem fins lucrativos como Organização da Sociedade 
Civil de Interesse Público (OSCIP). 
 
 
3 ESTUDO DE CASO 
 
 
Já citamos o grupo de voluntários que atuam em São Caetano do Sul 
e que, apesar de realizar um trabalho assistencial semelhante a de diversas 
empresas do Terceiro Setor, não pode ser considerada nesse grupo pois não 
possui constituição de natureza jurídica. 
Agora iniciamos o estudo de caso sobre a constituição da 
Organização Não Governamental - ONG, denominada Rede Feminina de 
Combate ao Câncer que atua na cidade de São Caetano do Sul, no Estado de 
São Paulo, desde 1971. 
Essa ONG iniciou suas atividades em 1971 com a iniciativa de duas 
senhoras, Sra. Carmem Prudente, idealizadora do projeto que formalizou o 
convite para sua amiga Sra. Santina Moretti, que prontamente aceitou. 
Ambas as senhoras imediatamente abraçaram a ideia de contribuir 
para o combate ao câncer, dessa forma, iniciaram com a realização de 
orientação sobre o câncer para a população, atuavam para a arrecadação de 
fundos para encaminhamento dos mais pobres para o Hospital do Câncer, e 
realizavam outras atividades decorrentes da assistência social ao paciente com 
câncer. 
Quando o projeto foi iniciado, era reconhecido apenas como uma 
regional de São Caetano do Sul da Associação Paulista Feminina de Combate 
ao Câncer, e as voluntárias trabalhavam em prol dos mais necessitados de forma 
a minimizar o impacto que o câncer acarreta na vida afetiva e financeira das 
famílias. 
Em 1998, mediante o reconhecimento do trabalho incansável 
desenvolvido pela Rede Feminina de Combate ao Câncer, e pela necessidade 
de um espaço maior para o atendimento ao público que crescia constantemente, 
a regional recebe do Prefeito de São Caetano do Sul, Dr. Luiz Olinto Tortorello e 
do Vice-Prefeito, Dr. Silvio Torres, um espaço físico para a instalação do grupo 
que já tinha crescido e que já alcançava grandes proporções. 
Em 1999 a Rede recebeu o auxílio de um grupo de artesãs que 
ofereceram seus serviços de mão de obra gratuita na confecção de crochê, tricô, 
pintura em tecido, bordados e outros trabalhos manuais, para, com a venda das 
peças, os fundos pudessem ser revertidos em prol da causa em que atuavam. 
Em maio de 2000, o Hospital do Câncer, por meio da Fundação 
Antônio Prudente, desvinculou todas as regionais do Hospital, isso valia tanto 
para as regionais estaduais quanto para as municipais, isto significava que o 
apoio financeiro, administrativo e de capacitação estava encerrado. 
A Rede Feminina de São Caetano do Sul não esmoreceu diante desse 
impacto, e resolveu dar continuidade às suas atividades, e para tanto, tornou-se 
independente. 
Lutando contra o tempo, os membros voluntários convocaram 
Assembleia, elegeram a diretoria, aprovaram o Estatuto e o Regulamento Interno 
e regularizaram todos os registros exigidos pela legislação. 
Para concretizar esse processo, os futuros diretores jurídicos da 
ONG, Dra. Maria Evani Souza de Moraes, juntamente com o Dr. Amaury Laselva, 
encarregaram-se da elaboração do estatuto, da constituição de pessoa jurídica 
e demais formalidades para a implantação de uma Organização Não 
Governamental. Dessa forma, a regional de combate ao câncer passa a ter o 
nome jurídico de Rede Feminina de Combate ao Câncer - São Caetano do Sul. 
Constituída a personalidade jurídica, as parcerias com o poder público 
se tornaram possível, e em 2001 a Rede passa a atuar com maior amplitude, 
principalmente para a conscientização da prevenção do câncer de mama, para 
tanto, monta um acervo com folhetos, encartes, revistas especializadas com 
referências bibliográficas para fornecer informações sobre os diferentes tipos de 
câncer, levando à comunidade o conhecimento sobre as causas e os 
tratamentos. O intuito era atuar muito além do amparo do doente e realizar a 
prevenção que poderia salvar muitas vidas. 
Nesse mesmo ano, a Rede firmou parceria com a Clínica de 
Psicologia Insight para que os doentes e seus familiares pudessem receber, 
gratuitamente, o suporte psicológico e o atendimento psicoterápico individual, 
tão necessário às famílias acometidas pelo choque de ter um doente com câncer. 
Para aqueles que já haviam realizado o tratamento do câncer, a Rede 
passou a oferecer o serviço de fisioterapeutas, por meio de convênio, para o 
atendimento às mulheres mastectomizadas, que reunidas em grupos, recebiam 
o apoio psicológico e o treinamento de exercícios fisioterápicos necessários para 
sua recuperação. 
A atuação da Rede se ampliou e em 2002 foi organizado um grupo de 
voluntárias, sob a coordenação da Sra. Lair Jung Dias, para atuar diretamente 
no Hospital Pan-Heliópolis, no setor de cabeça e pescoço, estas voluntárias 
agiam no apoio, no amparo, no auxílio e no acompanhamento dos pacientes 
carentes em tudo o que fosse necessário para minimizar o sofrimento destes. 
Em 2004 a Dra. Maria Evani Souza de Moraes foi eleita presidente da 
Rede,conforme preconiza o estatuto aprovado em assembleia. Já em 2005, o 
cargo de Diretor Jurídico da ONG é compartilhado entre o Dr. Amaury Laselva, 
e o Dr. Paulo João Beneveto. Ambos atuavam na orientação dos pacientes 
carentes portadores de câncer em relação aos seus direitos, orientando-os a 
procurar os órgãos específicos para conseguir a isenção de passagem de 
ônibus, saque do FGTS e do PIS, etc. 
Em 2006, por meio de uma doação em dinheiro da Sra. Odaléia 
Conde de Brito Lowe, a Rede Feminina de Combate ao Câncer de São Caetano 
do Sul conquista sua sede própria na Rua Rafael Correia Sampaio, 354 - Bairro 
Santo Antônio - São Caetano do Sul/SP. 
Neste ano a profissionalização da atuação da ONG é uma constante, 
e seus membros começam a participar de congressos e seminários na área de 
voluntariado para conhecer os casos de sucesso, as práticas assertivas e para 
discutir formas de ajudar ao paciente com câncer. Para tanto, um grupo foi 
enviado para o 1º Encontro do Voluntariado de Câncer do Estado de São Paulo. 
Em 2007 a ONG é indicada ao prêmio Mulheres em Destaque em 02 
(duas) categorias, a melhor empresa do Terceiro Setor do ano e a melhor 
decoração de Natal da sede. A Rede ganhou o prêmio de melhor decoração, 
mérito da voluntária Ângela Tasca, e passou a ser reconhecida no meio do 
terceiro setor. 
Em 2008 a Sra. Milza Maria da Cunha Martins Garcia é eleita e 
assume a presidência da ONG para ao biênio 2008/2010. Nesse mesmo ano, a 
Rede envia seus membros para o 7º Congresso das Redes Femininas, em 
Fortaleza. 
Em 2009, com o falecimento da presidente da ONG, a Vice-
Presidente, Sra. Lucia Maria C. de Oliveira Leite assume a presidência até 2010. 
Nesse ano aconteceu a realização do 1º Simpósio Onco-Psicológico do ABC, 
promovido com a parceria da Rede. 
Em 2010 é eleita uma nova gestão, desta feita, a Sra. Lucia Maria C. 
de Oliveira Leite foi eleita presidente e com ela, toda uma nova diretoria para a 
ONG. As voluntárias da Rede puderam participar, neste ano, do 8º Congresso 
das Redes Femininas de Maceió. 
Ao completar 40 anos, em 2011, a Rede Feminina de Combate ao 
Câncer ganhou um prêmio da Pró Vida - Central Geral do Dízimo. Este prêmio 
aconteceu depois de 03 (três) anos de estudo sobre a ONG. O prêmio consistia 
em todo o material de construção para a realização da reforma da sede, todo o 
mobiliários, eletrodomésticos e equipamentos de informática. O prêmio 
contemplou até mesmo todo o material de escritório que a ONG necessitaria e a 
troca de portas e janelas da sede. 
Pela segunda vez a ONG tinha seu trabalho reconhecido e premiado, 
o que só fortaleceu a convicção de seus voluntários sobre a importância de suas 
atuações. 
Nesse mesmo ano a tesoureira da ONG, Sra. Marlene Depólito Santi 
ganhou o prêmio Movimento Acolher - uma categoria de prêmio da empresa 
Natura Cosméticos S.A. O prêmio era no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) 
que foi utilizado para o pagamento da mão de obra na reforma e reestruturação 
da sede da ONG, que durou até 2012, quando a nova sede da rede feminina foi 
reinaugurada. 
Em 2013 a ONG lançou o Livro “08 de Março” com relatos de 
pacientes de câncer de mama que passaram pela ONG e em junho deste ano 
promoveu a palestra “Câncer de Mama”, que foi aberta para a população. Em 
agosto desse mesmo ano o Troféu Personalidade do ABCD teve como 
homenageada a presidente da ONG, Sra. Marlene D. Santi. 
Em 2015 a Rede ofereceu um show com Diogo Nogueira, cuja renda 
foi revertida para o apoio ao paciente com câncer. Em maio de 2015 a ONG 
recebeu novo prêmio, o Prêmio Carpe Dien, que tem como foco principal o 
reconhecimento pela responsabilidade social e promoção dos serviços 
prestados à sociedade. 
Em 2016 a Sra. Vera L. Fedato Monari é eleita para a presidência do 
biênio 2016-2018. A nova presidente trouxe novidades para a ONG, uma delas, 
aconteceu em outubro para a conscientização do Outubro Rosa e além de 
palestras na sede da ONG, foi promovida a venda de guarda-chuvas cor de rosa. 
Em novembro a equipe participou do XI Congresso Nacional em Recife. 
Hoje a ONG Rede Feminina de Combate ao Câncer atua no 
encaminhamento de pacientes para entidades especializadas, tais como o 
Hospital PAM-Heliópolis, o Instituto de Oncologia da Faculdade de Medicina do 
ABC, Hospital Mário Covas e Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho. Realiza ainda 
os agendamentos para consultas; custeia os exames necessários; realiza 
encaminhamentos para cirurgias e tratamentos de radio e quimioterapia; presta 
serviço de apoio psicológico aos pacientes e seus familiares; distribui 
medicamentos e alimentos aos pacientes necessitados; age na conscientização 
dos direitos dos pacientes com câncer e muito mais. Procurando auxiliar de 
forma integral aos pacientes e suas famílias nesse momento tão difícil da vida. 
A Rede Feminina de Combate ao Câncer de São Caetano tem seus 
recursos adquiridos com voluntariado, por meio de arrecadação com campanhas 
que vão desde venda de produtos recebidos em doação até a promoção de 
shows e jantares beneficentes e as parcerias firmadas com instituições públicas 
e privadas. O grupo de voluntários Corrente do Bem atua junto com a Rede 
Feminina no preparo e distribuição de jantares beneficentes para arrecadação 
de recursos. 
A Rede Feminina hoje conta com 110 voluntárias, com o apoio da 
Clínica Insighte de fisioterapeutas. A ONG é cadastrada no Centro de Voluntários 
de São Paulo, e todas as voluntária devem, obrigatoriamente, participar de 
cursos no Hospital das Clínicas, sob a coordenação da Sra. Ermantina Ramos, 
presidente da UNACCAM, e sob a supervisão do Prof. Dr. Aristodemo Pinotti. 
A UNACCAM é a sigla para a frase: “União e Apoio no Combate ao 
Câncer de Mama” e foi criada em 29 de agosto de 2001 com o objetivo de atuar 
no combate do câncer de mama em todo o Estado de São Paulo. Visa formar 
voluntários capacitados para oferecer apoio aos pacientes e ao mesmo tempo 
divulgar as principais formas de prevenção dessa doença. 
A composição da diretoria da Organização Não Governamental Rede 
Feminina de Combate ao Câncer - São Caetano do Sul está discriminada no 
organograma abaixo: 
 
 
 Figura 1 - Organograma da ONG Rede Feminina de Combate ao Câncer 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
 O surgimento, o crescimento e o reconhecimento das empresas do 
Terceiro Setor se deu pois estes atuavam em áreas esquecidas pelo Estado. E 
por atuar em substituição ao Estado, também chamado de Primeiro Setor, e por 
possuir natureza filantrópica que não visava lucros, não poderia se equiparar às 
empresas privadas, o chamado Segundo Setor, estas empresas acabaram 
sendo chamadas de Terceiro Setor. 
 Essas empresas se especializaram no combate às desigualdades sociais, 
em acolher os necessitados e promover capacitação e cidadania e em colaborar 
na resolução de diversos outros problemas que acometem a sociedade. 
 As empresas do Terceiro Setor adquiriram diversos formatos, de acordo 
com as áreas em que atuavam, dessa forma, surgiram fundações para contribuir 
com a educação dos mais necessitados, surgiram ONG’s que prestavam 
serviços diversos, surgiram Entidades Beneméritas como as Santas Casas para 
contribuir com os doentes mais necessitados. 
 Independentemente de seu formato, as empresas do Terceiro Setor foram 
criadas para a atuação direta de entidades criadas para a ação social e a 
filantropia, pois o Estado não dava conta de suprir os serviços essenciais, o que 
tornavam precários os serviços sociais prestados à população. 
 Na falta de políticas que visassem o bem estar da população grupos de 
voluntários começaram a agir para amenizar os problemas sociais e propiciaram 
o surgimento de um terceiro setor que atuasse nas áreas em que o poder público 
e a iniciativa privada eram deficientes. 
O conceito de terceiro setor advém, principalmente, porque muitas 
organizações se especializaramcom o trabalho de caridade, o que favoreceu 
uma especialização e proporcionou a profissionalização que passou a ser 
aproveitada pelo poder público, dessa forma, esse setor passou a constituir 
personalidade jurídica para, por meio da captação de financiamento público, 
continuar realizando as ações sociais que já praticavam sem esse 
financiamento. 
Por esse aspecto, identifica-se que o agrupamento de pessoas, por si 
só, não cria uma organização do Terceiro Setor. É imprescindível que esta 
adquira natureza jurídica, podendo ser uma associação ou uma fundação, e que 
utilize boas práticas de gestão e de controle. 
Esse conceito foi ilustrado no presente trabalho, pudemos verificar a 
atuação de um grupo de voluntários composto por mais de 50 pessoas que 
atuam em ações sociais e filantropia, o grupo Corrente do Bem, que apesar da 
ampla atuação, não são considerados como parte do Terceiro Setor por não 
terem personalidade jurídica. No Anexo I do presente trabalho disponibilizamos 
imagens desse grupo em atuação. 
 Pudemos também analisar a constituição de um empresa do Terceiro 
Setor a Rede Feminina de Combate ao Câncer em São Caetano e verificar que 
o início da empresa aconteceu de forma similar a tantos outros, ou seja, um 
grupo de voluntários se organizando para fazer o bem, mas que diante da falta 
de incentivos e financiamento se viu obrigada a adquirir personalidade jurídica 
para poder captar mais recursos e atuar com maior profissionalismo. No Anexo 
II disponibilizados imagens dessa ONG em ação. 
Dessa forma, conclui-se que o Terceiro Setor é a um só tempo um 
conjunto de práticas e valores que privilegia e estimula a iniciativa individual ou 
coletiva, a solidariedade, a filantropia, a ajuda mútua, e o voluntariado, sem o 
interesse de obtenção de lucro. É a reunião de instituições que possuem 
natureza jurídica, com capacidade de autogestão, e que representam uma força 
econômica bem mais relevante do que em geral se imagina. 
Os dois casos apresentados no presente trabalho demonstram que a 
especialização e a profissionalização do trabalho voluntário se faz necessário 
para a constituição de um empresa do Terceiro Setor, mas demonstram também 
que o ser humano com consciência social pode fazer muito pelo seu próximo, 
inclusive assumir as funções do Estado em assistência social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
ABRINQ. Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente. 
Disponível em: https://www.fadc.org.br/#f551c54a-5efa-4d9f-a939-
6b70435cc9d5. Acesso em: 02/04/2019. 
 
 
CARDOSO, R. Fortalecimento da sociedade civil. In: Terceiro Setor: 
desenvolvimento nacional sustentado. São Paulo, Paz e Terra, 1997. 
 
 
CARVALHO, N. V. Autogestão: O Nascimento das ONGs. São Paulo: Editora 
Brasiliense, 1995. 
 
 
CERVO. Amado L. BERVIAN. Pedro A. Metodologia Científica. 5º ed. Editora 
Pearson. Porto Alegre, 2007. 
 
 
CORRENTE DO BEM. Disponível em: 
https://www.facebook.com/amigosdacorrentedobem/. Acesso em 02/04/2019. 
 
 
MACHADO FILHO, C.A.P. Responsabilidade Social Corporativa e a Criação 
de Valor para as Organizações: Um Estudo Multicasos. Tese de Doutorado, 
São Paulo, 2002. 
 
 
NETO. Francisco Paulo de. FROES. César. Responsabilidade Social e 
Cidadania Empresarial: A Administração do Terceiro Setor. Qualitymark 
Editora. Rio de Janeiro, 1999. 
 
 
REDE. Rede Feminina de Combate ao Câncer em São Caetano do Sul. 
Disponível em: http://www.redefeminina.org.br/. Acesso em 01/04/2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.fadc.org.br/#f551c54a-5efa-4d9f-a939-6b70435cc9d5
https://www.fadc.org.br/#f551c54a-5efa-4d9f-a939-6b70435cc9d5
https://www.facebook.com/amigosdacorrentedobem/
http://www.redefeminina.org.br/
ANEXO I 
 
 
Figura 2. Grupo Corrente do Bem durante o preparo de um jantar beneficente. 
 
 
Figura 3. Voluntários do grupo Corrente do Bem. 
 
 
Figura 4. Alessandro Marco Beltrame, um dos voluntários do grupo Corrente do 
Bem com o Deputado Estadual Thiago Aurichio Junior na noite da Paella 
Solidária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO II 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 - Palestra sobre o Outubro Rosa na Rede Feminina de Combate ao 
Câncer de São Caetano do Sul/SP. 
 
 
Figura 6 - Jantar beneficente promovido pela Rede Feminina de Combate ao 
Câncer. 
 
 
Figura 7 - Entrega de Kit de mantimentos para as famílias necessitadas. 
Organização Não Governamental Rede Feminina de Combate ao Câncer.

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