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Romário M da Cruz - Pentateuco - Atividade Discursiva

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Polo: Porto Franco - MA
Curso: Bacharel em Teologia
Disciplina: Pentateuco
Acadêmico: Romário Milhomem da Cruz
A Teoria documentária do Pentateuco
Não obstante, muitos estudiosos, principalmente a partir do século XVIII, começaram a duvidar da autoria mosaica. Alguns, inclusive, alegaram que Moisés não sabia escrever posto que em sua época ainda não havia escrita, mas isto já foi desmentido pela Arqueologia. Surgiu então a Teoria Documentária, segundo a qual o Pentateuco possuía vários autores posteriores a Moisés.
Os principais argumentos desta teoria são: o uso dos nomes divinos Yahweh (Senhor) e Elohim (Deus); a diferença de estilo do hebraico nas diversas passagens; a duplicação de certos fatos (duas vezes Abraão mente afirmando que Sara é sua irmã - Gn 12.13 e Gn 20.2; duas vezes o povo reclamou da sede no deserto - Êx 17.1,3 e Nm 21.5; e assim por diante); o uso da terceira pessoa, evidenciando que outra pessoa escreveu sobre Moisés (muito embora este seja um recurso literário muito utilizado na Antigüidade, como fizera Júlio César). Mas o pior não foi colocar em dúvida a autoria mosaica, e sim, afirmar que Moisés sequer nunca existiu que o mesmo é uma “lenda” e que todo o Pentateuco é uma “fraude piedosa”. Logicamente, isto fere o princípio da inspiração divina da Bíblia como um todo.
A hipótese documental, desenvolvida por Julius Wellhausen, também conhecida como Teoria das Fontes, é a teoria segundo a qual os cinco primeiros livros do Antigo Testamento (chamados de Pentateuco) são resultado de uma composição a partir de quatro fontes principais: eloísta, javista, sacerdotal e deuteronomista. Nesta teoria, os escritos veterotestamentarios, principalmente a Torá são divididos em 4 grupos de fontes: 
1) A fonte Javista, que contém relatos de diversas épocas diferentes, sendo original de Judá, no sul do antigo Israel e em geral atribui a Deus o nome de Yahweh – conhecida pela letra J; 
2) a fonte Eloísta, que também contém relatos de diversas épocas diferentes, sendo original de Efraim, no norte do Antigo Israel, em geral trata Deus com o nome de Elohim e é identificada pela letra E. Ambas as fontes contém documentos tão antigos quanto o próprio surgimento do hebraico enquanto língua gramaticalmente estruturada, por volta do Séc X AEC, baseando-nos no Calendário de Gezer, o documento arqueológico em língua hebraica mais antigo. 
3) A fonte Deuteronomista, que provém dos círculos ligados ao ensino doutrinário, contém longos discursos e princípios reguladores, e está espalhada pelos Nebiim além do Deuteronômio e do restante da Torá. É conhecida pela letra D e usa fontes literárias tanto do norte quanto do sul, principalmente do norte, mas seu fechamento redacional ocorreu no sul por volta do período exílico (entre 597 e 538 AEC). 
4) Por fim a fonte Sacerdotal, sempre referenciada com a letra P (do alemão Priester e do inglês Priest), é a fonte dos escritos elaborados pelos membros dos grupos de sacerdotes e que estiveram grandemente envolvidos no processo de compilação tardia ou final dos escritos bíblicos que chamamos de Antigo Testamento ou Tanakh, a Bíblia Hebraica. É uma fonte original do sul de Israel e sua datação é próxima do período pós-exílico (a partir de 445 AEC). 
O uso das letras que caracterizam cada uma das fontes dá à hipótese documental o “codinome” JEDP. As implicações desta teoria vêm de descobertas arqueológicas que contradizem seus argumentos básicos, por exemplo, Julius Wellhausen postula que a escrita não existia nos tempos de Moisés (1530-1440?), por isto, Moisés não poderia ter escrito o Pentateuco, mas, descobertas feitas em Ur dos Caldeus e o descobrimento da correspondência entre os reis de Cannã e o Faraó nas cartas de Tel-Armana provam o oposto.

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