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AÇÃO DE ALIMENTOS GRAVIDICOS

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EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DA ____ VARA CÍVIL DA COMARCA DA APUCARANA-PR.
Margarida, (nacionalidade), solteira, trabalhadora rural, inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXXX, RG nº XXXXXX, residente e domiciliado na Rua XXXXX, nº XXX, Bairro XXXXXXX, Apucarana, Paraná, e-mail: (Correio Eletrônico), vem, por meio de seu procurador, com fulcro na lei 11.804 de 2008, propor a presente
AÇÃO DE ALIMENTOS GRAVIDICOS C/C TUTELA ANTENCIPADA
Em face de Francisco, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXXX, RG nº XXXXXX, residente e domiciliado na XXXXXXXXX, nº XXXX, Bairro XXXXXXX, (cidade), (estado), pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
1- DOS FATOS
A autora, trabalhadora rural, que residia no município de Londrina, no estado do Paraná, disse a você que há tempos passou a trabalhar no plantio de milho na propriedade de Francisco. E pouco tempo depois de sua chegada, passou a manter relações sexuais com ele, mesmo sabendo do casamento deste com Rosa. 
Como a autora morava em local distante da propriedade, Francisco o réu, rico empresário rural, a convidou para morarem uma casa dentro de sua propriedade, com a intenção de facilitar os encontros, o que foi aceito pela autora. Após alguns meses, ela engravidou. Porém, Francisco recusou-se a reconhecer o filho, e esbravejou, alegando que se tratava de uma relação extraconjugal. 
O réu terminou a relação entre eles e pediu que a autora desocupasse imediatamente a casa. Então, a autora desesperou-se, pois não possuía condições financeiras para custear todas as despesas da gestação, a qual, conforme atestado por seu médico, era de risco, razão pela qual não poderia se quer exercer o seu trabalho. Sua família, que morava no estado de Santa Catarina, é muito humilde, não pode lhe ajudar financeiramente. Ademais, a autora também não pode retornar à casa de seus pais, porque seu pai, muito tradicional e de modos rudes, não aceita em casa uma filha solteira grávida.
A autora possui farto acervo probatório, contando o laudo de ultrassonografia, atestado médico ginecológico, fotografias, declarações de testemunhas e mensagens de texto comprovando que mantivera diversas relações sexuais com o réu durante meses, inclusive, na semana apontada no laudo de ultrassonografia como a correspondente ao início da gestação.
É imperioso que a autora necessita da ajuda do réu para arcar com as despesas referentes ao plano de saúde, à alimentação, à moradia, aos remédios, do enxoval do bebê e à cesariana, conforme recomendação médica, já que a gravidez é de risco e há recomendação médica expressa que a proíbe de trabalhar.
Além disso, a autora foi praticamente despejada da propriedade do réu, mas conseguiu alugar uma pequena casa apenas em Apucarana, cidade do estado do Paraná, pelo valor mensal correspondente a R$ 350,00 (trezentos e cinquenta reais) mensais. Com isso, além dos valores apontados anteriormente, também necessita dessa quantia, até mesmo porque não teria condições de passar pela gestação sem local para residir.
Dessa forma, não restando outra escolha, intenta a presente ação de alimentos gravídicos para ver suas necessidades e a de seu filho atendidas.
1.1- DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
A autora faz jus a gratuidade da justiça tendo em vista que não possui condições financeiras para seu próprio sustendo conforme garantido no art. 5º, LXXIV CF e da Lei 1.060/50.
2- DO DIREITO
2.1- DOS ALIMENTOS GRAVÍDICOS
Os alimentos gravídicos compreendem, cuja regulamentação é apresentada pela Lei nº 11.804/08, que visa assegurar à mulher grávida e ao nascituro uma gestação saudável. Os alimentos, nessa espécie, incluem os valores suficientes para cobrir os gastos da gravidez, desde a concepção até o parto, conforme descreve o art. 2º, caput, dessa legislação:
Art. 2º Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes. (BRASIL, 2008)
Com todo arcabouço probatório juntado aos autos, fica evidente os indícios da paternidade e, portanto, o dever de prestar alimentos. Reitera-se que o pedido se funda no direito à vida do feto, sendo imprescindível a concessão dos alimentos para um bom período de gestação, certo que a autora não possui condições de arcar sozinha com os custos dada a situação econômica.
Cabe ressaltar ao fato de que, mesmo após o nascimento, os alimentos deverão continuar a serem prestados, sendo convertidos em pensão alimentícia em favor do menor. Neste sentido, o art. 6º caput e parágrafo único da Lei 11.804/2009 institui
Art. 6º Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré. 
Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão.
Devendo o procedimento ser regulamentado pela referida lei, subsidiariamente pelo CPC, conforme estabelece seu art. 11º (lei 11.804/2009). Ficando comprovado os indícios de paternidade, a necessidade da autora dos alimentos para sua boa gestação e possibilidade econômica do réu, requer a concessão imediata dos referidos alimentos no valor de R$ 3.000,00.
Além disso, saliento que conforme disposto no art. 229 da Constituição Federal de 1988 “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.” Diante isso, não há que se falar de que o réu se recusou a reconhecer o filho, ficando comprovado que ele é o pai da criança e por este fato, tem o dever de amparar o filho,
2.2- DA FIXAÇÃO DOS ALIMENTOS PROVISORIOS
A prestação de alimentos em nosso ordenamento jurídico é revestida de proteção especial, dada sua importância para a sobrevivência de quem o pede.
Por ser uma necessidade atual, fica confirmado que o periculum in mora e fumus boni iuris, conforme descrito no art. 300 do CPC, na qual se tratando de dano de difícil reparação, a gestante não pode aguardar até o final da gestação para que tenha deferido seu direito a alimentos tendo em vistas as necessidades diárias dela e do nascituro. Sendo assim, é imprescindível a fixação dos alimentos provisórios no valor de R$ 3.000,00 ou no importe que o juízo achar justo e pertinente, sempre observando o binômio alimentar.
O art. 1694 e 1695 do Código Civil aduz, 
Art. 1694 - Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
§ 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.
Art. 1695 - São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.
Resta comprovando que a autora não possui nenhuma renda para seu sustento e de seu filho com as despesas referentes ao plano de saúde, à alimentação, à moradia, aos remédios, do enxoval do bebê e à cesariana. 
Por fim, o art. 4º da Lei 5.478/68 elucida que “Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.
Parágrafo único. Se se tratar de alimentos provisórios pedidos pelo cônjuge, casado peloregime da comunhão universal de bens, o juiz determinará igualmente que seja entregue ao credor, mensalmente, parte da renda líquida dos bens comuns, administrados pelo devedor.
3- DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto acima, requer a parte autora:
· Requer a citação do réu para, querendo, responder à ação sob pena de revelia;
· Requer que seja deferida e mantida os efeitos produzidos na tutela;
· Requer a intimação do Ministério Publico para acompanhamento do feito;
· Requer a concessão do beneficio da Gratuidade da Justiça;
· Requer a antecipação de tutela com a observância do binômio alimentar;
· Requer, no mérito, a fixação de alimentos gravídicos para a procedências do pedido formulado;
· Requer a conversão dos alimentos gravídicos em pensão alimentícia para o menor após os nascimentos
· Requer a condenação do réu em custas e honorários advocatícios
Dar-se-á o valor da em 12x (doze) prestações mensais do valor estipulado para pensão alimentícia, nos termos do inciso III do art. 292 do Código de Processo Civil.
Nestes termos
Pede deferimento
Apucarana, xx de xxxx de xxxx
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
OAB/XX 00.000

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