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Propriedade. Aquisição de bens móveis e perda da propriedade Direito Ocupação Representa modo originário de aquisição de propriedade mobiliária no Direito brasileiro. Conceito - A ocupação é o assenhoreamento de coisa sem dono, seja porque nunca foi apropriada ou por ter sido abandonada. De acordo com o sistema jurídico em vigor, a pessoa que se assenhorear de coisa sem dono, torna-se sua proprietária desde que tal ocupação não seja proibida por lei (CC, art. 1.263). 2 Direito São requisitos para que ocorra a ocupação: a pessoa que apreenda a coisa tenha o ânimo de lhe adquirir a propriedade; o objeto da apreensão seja res nullius (nunca teve dono)ou res derelicta (coisa abandonada); a ocupação não deve ser proibida por lei. elemento objetivo : apropriação elemento subjetivo : o animus de se tornar dono Tendo em vista que não são frequentes as coisas sem dono, a ocupação como modalidade aquisitiva ficou hoje muito reduzida. 3 Direito Achado de tesouro Essa modalidade de ocupação se caracteriza pelo objeto da aquisição de propriedade, a saber, o tesouro (CC, art. 1.264). O tesouro corresponde ao depósito antigo de moedas ou coisas preciosas, enterrado ou oculto, de cujo proprietário não haja memória. Na noção conceitual de tesouro encontram-se quatro elementos: coisa móvel e de significativo valor econômico; depósito oculto; coisa de antigo e desconhecido - ou não comprovado o domínio; impossibilidade jurídica de sua reclamação. 4 Direito Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, será dividido por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente. Art. 1.265. O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio, se for achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro não autorizado. Art. 1.266. Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividido por igual entre o descobridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele mesmo seja o descobridor. 5 Direito Tradição A tradição representa o meio mais frequente de transferência da propriedade; é a entrega efetiva da coisa. Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição. 6 Direito Modalidades: Tradição Real: a que consiste na efetiva entrega ou entrega material da coisa ao adquirente que a recebe e apreende. Tradição Simbólica: se diz da tradição que se não realizada pela entrega e apreensão material da coisa, porém mediante a de algo que a represente, como aquela do alienante que entrega as chaves do carro ao comprador como sinal de que o está transferindo ao mesmo. Tradição Ficta – aquela que se dá por presunção, como ocorre na traditio brevi manu, em que o possuidor possuía em nome alheio e agora passa a possuir em nome próprio; e no constituto possessório, em que o possuidor possuía em nome próprio e passa a possuir em nome alheio. 7 Direito Constituto possessório: vendo uma casa que possuía em nome próprio, e coloco no contrato de compra e venda uma cláusula que prevê minha permanência na casa na condição de locatário, ou seja, passo a possuir a casa em nome alheio. Traditio brevi manu: o locatário que possui a casa em nome alheio compra a casa passando a possuir em nome próprio, 8 Direito Especificação É outro modo peculiar de aquisição de coisa móvel no Direito brasileiro, e envolve a transformação definitiva de matéria prima normalmente pertencente a outra pessoa em espécie nova através do trabalho ou indústria do especificador. A especificação normalmente decorre da capacidade artística, artesanal ou industrial da pessoa humana. Noção e requisitos - Verifica-se a especificação quando a coisa móvel pertencente a determinada pessoa é transformada em espécie nova pelo trabalho de outrem. Exige-se, para a aquisição da propriedade, que haja ação humana correspondente ao trabalho ou à indústria realizados pelo especificador. 9 Direito Comistão, confusão e adjunção Outros modos de aquisição de coisa móvel são a comistão (impropriamente denominada de comissão no CC de 2002), a confusão e a adjunção, reguladas nos arts. 1.272 a 1.274, do CC. A comistão é a mistura de coisas sólidas pertencentes a diferentes proprietários, sem que seja possível a separação delas e sem que haja a produção de coisa nova. O exemplo de barra de aço inoxidável que resultou da utilização de duas barras menores que foram reunidas. A confusão, por sua vez, é a mistura de coisas líquidas nas mesmas circunstâncias em que se verifica a comistão. Dá-se o exemplo da gasolina com aditivo misturado. A adjunção é a justaposição de uma coisa a outra de tal maneira que não possam ser separadas sem deterioração, como no exemplo de um anel de brilhantes. 10 Direito Confusão – mistura de coisas líquidas Comistão – mistura de coisas sólidas ou secas Adjunção - justaposição de uma coisa a outra 11 Direito Da perda da propriedade Umas das características da propriedade é a perpetuidade. Em princípio, a propriedade é irrevogável, transmitindo-se aos seus sucessores. No Código Civil de 2002, perde-se a propriedade voluntariamente por alienação, abandono e renúncia (artigo 1275, I, II e III do CC) e, perde-se a propriedade involuntariamente, pelo perecimento e pela desapropriação (artigo 1275, IV e V, do CC). 12 Direito Modalidades por fato relativo à própria pessoa do titular (ex.: morte natural); por fato relativo ao seu objeto (ex.: perecimento da coisa); por fato relativo ao próprio direito (ex.: alienação, renúncia). 13 Direito Alienação É o ato pelo qual o proprietário, por sua vontade própria, transmite a outrem seu direito de propriedade sobre a coisa. É modo voluntário de perda da propriedade, eis que o transmitente transfere propriedade ao adquirente. 14 Direito Renúncia É o ato pelo qual o proprietário declara o propósito de abdicar, de despojar-se do seu direito, não sendo necessário que haja o abandono material da coisa. Não há necessidade de aceitação da renúncia por parte de qualquer pessoa, tratando-se de ato unilateral. 15 Direito Abandono É o ato voluntário manifestado pelo proprietário no sentido de desfazer da coisa que lhe pertence, por não mais pretender continuar como dono. Deve ser identificada a intenção de abandonar - como no exemplo da pessoa que lança seu relógio na lata de lixo -, do contrário haveria hipótese de perda da coisa. Não há qualquer formalidade exigida para que se dê o abandono. 16 Direito Perecimento da coisa Outro modo de perda da propriedade é o perecimento da coisa, eis que não há direito sem objeto. Dessa maneira, caso um evento da natureza - como um terremoto, um maremoto venha a destruir a coisa, fazendo com que ela desapareça, não haverá mais direito de propriedade eis que sem objeto. O perecimento da coisa pode ser estrutural - perda da estrutura física ou do suporte material do bem ou funcional - perda do papel necessário que o bem exerce. 17 Direito Desapropriação É modo de perda (ou extinção) da propriedade privada, baseada em ato do Poder Público fundado na lei, em razão do qual é transferida a titularidade total ou parcial de determinado bem particular ao domínio público, com motivação inerente à noção de interesse público. O instituto da desapropriação tem previsão constitucional genérica (art. 5°, XXIV) e referências específicas (arts. 182, § 4° e 184). A desapropriação é expressamente prevista como modo de perda da propriedade no CC (art. 1.275, V e art. 1.228, § 3°). 18 Direito Retrocessão É o dever do expropriante de oferecer ao ex-proprietário o imóvel desapropriado, pelo valor do preço da indenização, na hipótese de não se dar o destino para o qual o bem havia sido desapropriado. Caso não haja observância voluntária de tal dever, poderá o expropriado ajuizar ação de retrocessão para o fim de exigir o cumprimento forçado de tal dever jurídico. 19 Direito 20
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