Ressuprimento de Estoques

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aula 7 - Ressuprimento de estoques 175 
AULA 
7 
Ressuprimento de estoques 
NESTA AULA 
´ Políticas de estoques e suas formalizações 
´ Reposição (ressuprimento): metodologia e cálculos 
´ Estoque de segurança: metodologia e cálculos 
´ Lote econômico: metodologia e cálculos 
´ Giro de estoque e giro de capital 
´ Postergar as aquisições de estoques 
METAS DE COMPREENSÃO 
´ Conhecer a função dos estoques na Cadeia de Suprimentos, avaliando 
a política de reposição como fator de decisão da relação quantitativa 
e temporal no ponto de pedido. 
´ Identificar os fatores que influenciam o nível de estoque de segurança 
e entender a lógica do Lote Econômico (LEC) para equilibrar custos e 
obter o tamanho do lote ideal. 
´ Compreender giro de estoque e giro de capital. 
´ Apresentação 
O ciclo de reabastecimento (ressuprimento) de estoques ocorre a partir do mo- 
mento em que o produto é requisitado do estoque. Como custa dinheiro, é importante 
que gerentes de produção, de marketing e de finanças trabalhem juntos, buscando o 
equilíbrio em redução de custos como produção, investimentos e estoques e para au- 
mentar a receptividade do cliente. 
Nesta aula, preocupamo-nos com a integração na definição de políticas de es- 
toques; examinaremos sua natureza e funcionamento interno dos sistemas de estoques, 
assim como o planejamento e técnicas de análise de problemas. 
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176 Gestão e Gerenciamento de Estoque
Políticas de estoques e suas 
formalizações 
Você sabe o que são políticas de estoques? Para Francischini (2004, p. 
87), são “as diretrizes, formal ou informalmente expressas pela administra- 
ção, que se desdobram em padrões, guias e regras a serem utilizadas pelas 
pessoas que possuem autoridade na tomada de decisão numa empresa”. 
Segundo Dias (2005, p.19), o objetivo, portanto, é "otimizar o inves- 
timento, aumentando o uso eficiente dos meios financeiros, minimizando 
as necessidades de capital investido em estoques”. Para ele, existe uma 
situação conflitante entre a disponibilidade de estoque e a vinculação do 
capital, que pode ser vista na Figura 7.1. 
Dias considera que, sob o enfoque de vendas, é desejável ter um estoque 
elevado para atender os clientes, mas do ponto de vista financeiro a melhor 
alternativa é reduzir os estoques para diminuir o capital investido. 
Pontos de vista conflitantes em relação a políticas de estoques não são 
ruins. Ressaltam que o gerente/administrador de estoques deve conciliar 
da melhor forma possível os objetivos dos diversos departamentos envolvi- 
dos, sem prejudicar a operacionalidade da empresa 
Algumas diretrizes são importantes para a tomada de decisão sobre a 
política de estoque pela gerência de materiais/estoque. Dependendo da 
empresa, podem ser por: 
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177 Aula 7: Ressuprimento de estoques 
Necessidade: comprar quando necessário, mas somente a quantidade ne- 
cessária e não manter estoque do item. 
Restrição: comprar lotes que atendam a necessidade da empresa durante 
determinado período de tempo, assumindo risco de falta. 
facilidade: manter estoques suficientes para que a área de produção possa 
produzir qualquer item em determinado período preestabelecido (lead time). 
Adequação: manter em estoques produtos acabados, o suficiente para que 
um percentual de clientes seja atendido de imediato. 
Giro: manter um nível de estoque de matérias-primas e produtos acabados 
que possibilite alcançar a meta preestabelecida de giro de estoque total. 
Ballou (2007, p. 271) define estoques como acumulações de matérias-pri- 
mas, suprimentos, componentes, materiais em processo e produtos acabados 
que surgem em numerosos pontos do canal de produção e logística das em- 
presas. 
Mas onde estão estes estoques e quais são esses canais de produção? A Fi- 
gura 7.2 esclarece essas dúvidas quanto ao fluxo dos estoques e a localização 
dos canais de produção e logística das empresas. 
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Observamos na Figura 7.2 que os estoques figuram normalmente em lu- 
gares como armazéns, pátios, chão de fábrica, equipamentos de transporte 
e em armazéns das redes de varejo, ou seja, estão localizados em todos os 
níveis do canal de suprimentos. 
Para Ballou, o custo de manutenção desses estoques representa de 20% 
a 40% do seu valor por ano. Este é um dos motivos pelos quais se deve ad- 
ministrar cuidadosamente o nível dos estoques, o que é economicamente 
sensato. O autor ainda acrescenta que o gerenciamento dos estoques se 
desenvolve em torno de duas filosofias básicas: puxar e empurrar. A Figura 
7.3 demonstra o desenvolvimento desses conceitos. 
Puxar 
Esta filosofia considera cada ponto de estoque 
– um armazém, por exemplo – independente de
todos os outros no canal. Mas prever a demanda
ou determinar as quantidades de reposição são
tarefas realizadas levando-se em conta apenas as
condições locais como demonstrado na Figura 7.3.
Este método é utilizado especialmente nos níveis
de varejo, em que mais de 60% dos bens duráveis
e quase 40% dos bens de consumo estão sob pro- 
gramas de reposição.
Gestão e Gerenciamento de Estoque
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179 Aula 7: Ressuprimento de estoques 
Em conjuntura econômica adversa, o gerente de materiais deve estar 
preparado e, de forma adequada, capacitado para responder às novas exi- 
gências de mercado. Na incerteza, uma das formas confiáveis e seguras está 
na correta implantação da política de estoques. 
Já foram vistas as principais motivações para redução de níveis de es- 
toque, como evitar as armadilhas e as transformações na Cadeia de Su- 
primentos. Mas ainda há muito a aprender sobre administração e geren- 
ciamento de estoques. Vamos abordar quatro decisões fundamentais para 
formalização de uma política de estoques: 
Quando pedir? (Reposição/Ressuprimento). Uma decisão que busca 
determinar se a empresa deve seguir ou não a metodologia sugerida pelo 
ponto de pedido ou a possibilidade de postergar a aquisição. 
Quanto manter em estoque de segurança? Saber determinar se é pos- 
sível reduzir o estoque sem prejuízo para os níveis de disponibilidade de 
produto exigidos pelo mercado. 
Quanto pedir? Determinar se é mais adequado para uma empresa adotar 
a metodologia do lote econômico de compras ou programar um regime de 
ressuprimento Just-In-Time. 
Onde localizar os estoques na Cadeia de Suprimentos? Essaé uma de- 
cisão referente à centralização ou à descentralização dos estoques; análise 
de algumas dimensões relevantes como giro de estoque e giro de capital. 
Empurrar 
Quando decisões sobre cada estoque são ado- 
tadas independentemente, o momento e os ta- 
manhos dos pedidos de reposição não são neces- 
sariamente bem coordenados com os tamanhos 
dos lotes de produção, quantidades econômicas de 
compras ou volume mínimos de pedidos (Fi- gura 
7.3). Mas muitas empresas optam por alocar 
quantidades de reposição a estoques baseados em 
projeções de necessidades em cada local, espaço 
disponível ou algum outro tipo de critério. Nor- 
malmente este método de empurrar é usado quan- 
do as economias de escala de compra ou produção 
suplantam os benefícios dos níveis mínimos e esto- 
ques coletivos conseguidos pelo método de puxar. 
PENSE NISSO 
"Todo erro de gerenciamento se reflete no estoque" 
(Michael C. Bergerac, ex-diretor presidente da Revlon, 
Inc.) 
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Reposição (ressuprimento): 
metodologia e cálculos 
Pense nisso: quando devemos pedir a reposição do estoque? 
Para ilustrar esta decisão como uma das políticas de estoque, vamos con- 
siderar uma situação doméstica com que lidamos no dia a dia: as provisões 
domésticas, como alimentação. 
No gerenciamento do estoque de alimentos em nossa casa, tomamos 
decisões de quantidades a comprar no momento em que a comida está aca- 
bando no armário ou geladeira. Equilibramos dois conjuntos de custos: (1) 
associado com o ato de sair para comprar; (2) associado com a manutenção 
de nosso estoque. 
Associado com o ato de sair para comprar: Seria manter pouco ou ne- 
nhum estoque. Comprar cada item somente quando fosse necessário. A van- 
tagem: gastaríamos somente o necessário em dinheiro. A desvantagem: te- 
ria que comprar as provisões três ou quatro vezes por dia/semana. E quais 
seriam os custos envolvidos em função do nosso tempo? 
Neste caso, o dinheiro poderia estar no banco rendendo juros. 
Associado com a manutenção do estoque: Programar uma ida ao super- 
mercado e repor o estoque uma vez por mês, comprando todos os produtos 
necessários para o consumo. A vantagem: economizaríamos nosso tempo e 
os custos ocorreriam em menor frequência. A desvantagem: gastaria uma 
quantidade superior em dinheiro neste sistema. 
Neste caso, teríamos que investir em armários/freezer etc., para arma- 
zenar a quantidade adquirida. E nossos custos seriam altos. 
LEITURAS INDICADAS 
Para aprofundar seus conhecimentos, consulte o seguinte título: 
BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: 
Logística Empresarial. 5 ed. Porto Alegre: Bookman, 2007, capítulo 9. 
PENSE NISSO 
Qual estratégia de pedidos entre os dois extremos - comprar no dia 
a dia ou comprar mensalmente - minimizaria os custos totais e o 
esforço envolvido na compra das provisões? 
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A ideia do ponto de reposição/ressuprimento é uma política que consiste 
em decisões: o momento de refazer um pedido e a quantidade necessária 
neste pedido. São decisões que determinam os estoques cíclicos e de segu- 
rança, além do grau de atendimento do produto e nível de serviço. 
O ponto de reposição/ressuprimento, conhecido como método do esto- 
que mínimo, tem como objetivo minimizar os investimentos em estoque. 
Sua finalidade é balancear a relação entre estoque máximo (maior custo de 
manutenção) versus estoque zero (menor custo de manutenção), mas com 
risco de perdas e paradas na produção. 
A finalidade do ponto de pedido é dar início ao processo de ressupri- 
mento em tempo suficiente para que não ocorra falta de material, como 
demonstra a Figura 7.4. 
Aula 7: Ressuprimento de estoques 
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A Figura 7.4 demonstra a quantidade estocada de determinado item no 
tempo, o comportamento de seu consumo em um sistema de lote de ressu- 
primento fixo e o tempo de reposição do estoque variável. 
Nesta metodologia, quando o estoque cai a um nível PP (ponto de re- 
posição), um pedido de compra/ressuprimento é acionado em uma quan- 
tidade fixa, ou seja, o lote ou a reposição Q. Esta quantidade é incorpo- 
rada ao estoque logo após a entrega, ao final do lead time LT, ou seja, no 
tempo de ressuprir. 
Vamos a um exemplo para determinação do PP (ponto de ressuprimento). 
Na certeza de que para um determinado produto o PP seja de duas se- 
manas e o consumo previsto de 100 unidades por semana, então o PP será 
de 200 unidades = (2x100). O PP auxilia a controlar a quantidade adicional 
de estoque necessária como proteção contra oscilações de demanda e no 
lead time de ressuprimento reduzindo a probabilidade de falta do produto. 
Em uma incerteza, vamos supor que o pedido de compra demore três 
semanas, em vez de duas, e que o consumo nunca excedeu a 120 unidades 
semanais. Neste caso teremos que considerar que novo PP deverá ser de 
360 unidades e que dificilmente teremos falta de produto. 
Esta questão foi abordada quando falamos do ressuprimento no nosso 
exemplo de provisão alimentar. No campo empresarial, comprar no dia a 
dia refere-se ao estoque mínimo e comprar mensalmente refere-se ao es- 
toque máximo. 
Dias(2005, p. 60) considera que o lote de compra pode ser ou não eco- 
nômico. Em condições normais de equilíbrio (compra versus consumo), o 
estoque deve variar entre os limites máximos e mínimos sob o enfoque 
produtivo. Precisamos entender o que eles representam para a política de 
estoque em uma organização: 
Q = representa o lote de reposição/ressuprimento. 
PP= ponto de reposição/pedido/ressuprimento ou estoque mínimo. 
LT = tempo a ser determinado no momento de pedir/ressuprir. 
PENSE NISSO 
Vamos relembrar? Qual estratégia de pedidos entre os dois extremos 
- comprar no dia a dia ou comprar mensalmente - minimizaria os custos
totais e o esforço envolvido na compra das provisões?
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183 
1. Fixação por meio de uma projeção mínima (projeção estimada de consumo).
ESTOQUE MÁxIMO 
Podemos considerar que é a soma do estoque mínimo mais o lote de 
compra, ou seja: 
Devemos considerar e estar atentos quanto à ruptura do estoque, que é 
caracterizada pelo estoque = 0 (zero), o que impossibilita o atendimento a 
uma necessidade de consumo, requisição e até mesmo uma venda. 
ESTOQUE MÍNIMO 
A sua determinação é uma das mais importantes informações na admi- 
nistração do estoque. A importância está diretamente ligada ao grau de 
imobilização financeira da empresa. Por definição, é a quantidade mínima 
que deve existir no estoque para cobrir eventuais atrasos de ressuprimento. 
O estoque médio, considerando o estoque mínimo será então: 
Eméd = Emín + Q/2
Segundo Dias (2005), estabelecer uma margem de segurança ou um es- 
toque mínimo é o risco que a empresa está disposta a assumir em relação 
à ocorrência de falta de estoque. O autor propõe determinar o estoque 
mínimo por meio de dois parâmetros: 
Vamos estudar cada um dos casos: 
1. Partimos do pressuposto de que deve ser atendida uma parte do con- 
sumo, isto é, que seja alcançado o objetivo, o grau de atendimento ade- 
quado definido pela empresa. 
2. Por meio de uma análise estatística.
Aula 7: Ressuprimento de estoques 
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184 
Um item do estoque apresenta a seguinte situação: 
Consumo necessário: 3.200 unidades 
Quantidade atendida: 2.900 unidades 
Para um grau de atendimento de 91% e um consumo mensal de 3.200 unida- 
des, a quantidade que devemos ter disponível para fornecimento é de: 
2. Por meio da análise estatística e consumos anteriores podemos determi- 
nar a porcentagem da variação em relação ao previsto. 
Vamos supor uma determinada peça XYZ que tem um consumo previsto de 
4.000 unidades/mês com uma variação de 10%. Esta previsão é feita para os 
próximos três meses, com previsão de uma correção a partir do quarto mês, 
caso ocorra uma variação excessiva no consumo. Os dados coletados estão 
relacionados a seguir: 
1. Coleta de dados dos três primeiros meses com diferenças de 10%.
Mês Percentual 
Quantidade 
Acumulada 
Percentual 
Acumulado 
Janeiro 10% 400 10% 
Fevereiro 10% 800 20% 
Março 10% 1200 30% 
2. Podemos considerar erros e variações no tempo de reposição e que pode
representar também 10% em relação ao consumo previsto: 
Mês Percentual 
Quantidade 
Acumulada 
Percentual 
Acumulado 
Janeiro 10% 400 10% 
Fevereiro 10% 800 20% 
Março 10% 1200 30% 
3. Temos risco de rejeição e outros problemas com o fornecedor. Para co- 
brir esses e outros riscos não enquadrados nos itens (1) e (2), vamos, por 
exemplo, definir uma taxa de 20% do consumo mensal. 
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A soma de 1 + 2 + 3 = (30%+30%+20%) = 80%, ou seja, representa 0,80 do 
consumo mensal. Então podemos determinar o estoque mínimo que é 
determinado pelo consumo mensal x taxa total. 
E.Min=C.Mês x Taxa total
E.Min=4.000x 0,80=3.200
Considerando todas as incertezas, determinamos um estoque de segu- 
rança, ou seja, um estoque mínimo. Uma quantidade que poderá ser con- 
siderada como adequada. 
CÁLCULOS PARA O ESTOQUE MÍNIMO 
I. fórmula simples
E.Min=C x I
E. Min = estoque mínimo
C = consumo médio (semanal/quinzenal/mensal/anual)
I = fator arbitrário (taxa percentual; grau de atendimento). 
PENSE NISSO 
Utilizando-se dos mesmos valores apresentados no desenvolvimento 
do item (b), na coleta de dados (1) você observou que o consumo previsto 
em unidades nos três meses foram negativo, abaixo do planejado pela 
empresa. 
Considerando os demais itens (2) e (3) justificáveis na sua análise: qual 
seria sua decisão para ajuste de um novo estoque mínimo (E.Min.) a ser 
apresentada a direção da empresa? Calcule! 
Aula 7: Ressuprimento de estoques 
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Veja um exemplo: 
Um determinado produto tem um consumo mensal de 600 unidades/mês. A 
direção da empresa quer uma garantia de que somente 10% das vezes o esto- 
que deste produto chegue a zero. Tal decisão justifica que o grau de atendi- 
mento é de 90%. Quanto se deve manter em estoque mínimo? 
II. fórmula pelo método da raiz quadrada
Este método considera o tempo de reposição (TR) não variando mais do que 
a raiz quadrada do seu valor. Só deve ser utilizado se: 
• O consumo durante o tempo de reposição for pequeno inferior
a 20 unidades; 
• O consumo do material for irregular;
• A quantidade requisitada ao almoxarifado seja igual a 1.
Exemplo: 
Vamos supor um consumo médio/mensal de 60 unidades, mas com um tem- 
po de reposição (TR) de 90 dias. Teremos então: 
III. fórmula pelo método de porcentagem de consumo
É um método que considera consumos passados, os quais podem ser ava- 
liados por uma tabela ou medidos por meio de um gráfico de distribuição 
acumulativa. 
Exemplo: 
Um levantamento de dados do consumo diário de um determinado produto 
no ano 2011 foi de: 90; 80; 70; 65; 60; 50; 40; 30 e 20 unidades. O numero de 
dias de ocorrências na mesma ordem foi de: 4; 8; 12; 28; 49; 80; 110; 44; 30 
respectivamente. Estes dados exigem a construção de uma tabela. 
Gestão e Gerenciamento de Estoque
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187 
TAbELA DOS DADOS COLETADOS PARA AVALIAÇÃO DO ESTOQUE 
Unidades 
consumidas 
no período 
Dias de 
utilização/unidades 
no período 
Subtotais 
por unidades 
Consumidas 
Percentuais 
representativos 
no período 
90 4 360 0,0213 
80 8 640 0,0378 
70 12 840 0,0496 
65 28 1.820 0,1076 
60 49 2.940 0,1738 
50 80 4.000 0,2364 
40 110 4.400 0,2600 
30 44 1.320 0,0780 
20 30 600 0,0355 
∑ 365 16.920 1,0000 
Esta tabela torna possível uma avaliação por meio de um gráfico (a se- 
guir) quando comparamos uma relação de Consumo Anual. 
Analisando os resultados pela tabela, verificamos que o consumo mé- 
dio consumido/diariamente no período foi de 46,35 unidades/dia, ou seja, 
47 unidades. 
Aula 7: Ressuprimento de estoques 
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O gráfico os parâmetros da série (3) na reta do x aponta que o maior 
consumo está em torno das 40 unidades/dia. Observa-se que um consumo 
de 70 unidades/dia só ocorrerá em aproximadamente em 10% das vezes que 
pode ser considerado como um estoque máximo. 
Se o TR for de 10 dias, então podemos calcular o estoque mínimo como: 
Atenção! Este método só é aplicado quando o tempo de reposição - TR - 
for fixo e não variável. 
Vamos parar um pouco para pensar? Veja o seguinte caso: 
Um fabricante de produtos eletrônicos está encontrando dificuldades 
para determinar um controle de estoque para um determinado capacitor 
– componente integrante de seu produto final. Efetuou num período de 5
semanas um levantamento de consumo. Os resultados estão relacionados
na tabela a seguir:
LEVANTAMENTO DE DADOS DE CONSUMO DO CAPACITOR xNOW 
Semana 
Consumo 
Médio/diário 
1 64 
2 66 
3 72 
4 56 
5 60 
∑ 
Considerando a semana=5 dias úteis; TR= 10 dias (tempo de reposição), 
apresente uma proposta à Direção da Empresa para manter um Estoque 
Máximo, assim como o Estoque Mínimo para atender esta demanda. 
Instruções: Utilize a tabela, complete-a com colunas e linhas necessá- 
rias para sua análise. Se preferir pode apresentar os resultados graficamen- 
te por meio do Excel. 
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Estoque de segurança: metodologia 
e cálculos 
Uma segunda decisão fundamental da política de estoques abordada 
nesta aula é: quanto manter em estoque de segurança? Ou seja, saber 
determinar se é possível reduzi-lo sem prejuízo para os níveis de disponibi- 
lidade de produtos exigidos pelo mercado. 
Estoque de Segurança é um estoque que deve ser mantido caso a de- 
manda exceda as expectativas e, também, com a finalidade de combater 
as incertezas. Se tudo fosse perfeitamente previsível não seria necessário 
o Estoque de Segurança; apenas o Estoque Cíclico atenderia perfeitamente
às necessidades da demanda.
Mas sabemos que a demanda é incerta, por vezes ultrapassa expectati- 
vas e obriga as empresas a manter estoques de segurança para determina- 
dos períodos de alta ou baixa demanda de seus produtos. Por exemplo: uma 
empresa no ramo de brinquedos precisa manter um estoque de segurança 
para uma demanda alta de compras em períodos festivos. Em compensa- 
ção, se mantiver um alto estoque de segurança e os produtos não foram 
vendidos, pode ter que dar descontos para eliminar os estoques excedentes 
após este período. Por outro ponto de vista, se tiver pouco estoque no pe- 
ríodofestivo perde vendas. 
Concluímos então que: decidir sobre ter ou não estoque de segurança 
envolve uma escolha de custos. Há necessidade de identificar as principais 
decisões relacionadas para que os gerentes da Cadeia de Suprimentos to- 
mem e criem cadeias mais responsivas e mais eficientes. 
As Figuras 7.5 (A e B) mostram o impacto da variação, lead time e o nível 
de serviço na quantidade do estoque de segurança (ES) necessário. 
PALAVRA DE AUTOR 
O tamanho do estoque de segurança que uma 
empresa deveria ter para um determinado item é 
dependente de três fatores: (a) variação na demanda, 
(b) a variabilidade no lead time necessário para a
reposição e (c) o nível desejado de serviço que a
companhia deseja fornecer a seus clientes.
(DAVIS, 2001, p.480) 
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Observamos que o nível de serviços, representado na figura, refere-se à 
probabilidade de que todos os pedidos serão atendidos pelo estoque du- 
rante o lead time, ou seja, os clientes não terão que esperar devido à falta 
de estoque. 
Neste caso um nível de serviço de 95% pode-se interpretar como sendo 
uma probabilidade de 95% de que todos os pedidos colocados durante o lead 
time serão atendidos com o estoque disponível na empresa. 
Conclui-se que quanto maior for a variação na demanda, maior será a 
necessidade do estoque de segurança. Quanto maior for o lead time tam- 
bém será o estoque de segurança. O impacto dos três fatores, segundo 
Davis, está representado na Figura 7.5 (A e B). 
Para determinação do estoque de segurança (ES) e do ponto de pedido 
(PP) devemos lembrar que tudo na vida varia, até mesmo na demanda de 
produtos, como dissemos anteriormente. Mas é necessário algum método 
para descrever a distribuição, sua forma, seu centro e sua dispersão. Este 
padrão, muito utilizado em estatística, é denominado de curva normal. É 
uma distribuição perfeitamente normal e seus valores estão agrupados em 
torno de um ponto central. 
A Figura 7.6 – Distribuição normal nos dará uma base para prever a de- 
manda durante um ciclo de desempenho/índice de atendimento. 
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Exemplo prático 1: 
Considerando que o estoque de segurança foi calculado em 200 unidades: 
Calcule o ponto de pedido (1) para uma demanda prevista de 1.000 
unidades/semana. O Estoque de segurança é de 200 unidades para um lead 
time (TR) de uma semana. 
PP > Ponto de pedido/ressuprimento (order point) 
Dtr > Demanda durante o Tempo de reposição (lead time) 
Es > Estoque de segurança 
Calculando: 
Exemplo prático 2: 
PALAVRA DE AUTOR 
A característica fundamental de uma distribuição normal é que 
as três medidas de tendência central têm valor igual. O valor médio 
(ou média), a mediana (o meio) e a moda (mais frequentemente 
encontrada) são iguais. Quando essas três medidas são 
aproximadamente idênticas, a distribuição de frequência é normal. 
(BOWERSOX, 2007, p. 253) 
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A empresa deseja atualizar ou manter seu estoque de segurança que é 
de 200 unidades desde que possa oferecer um nível de atendimento de 90% 
ao cliente. Sua demanda esperada para as próximas semanas é de 1.500 
unidades/semana. Considerando o fator de segurança para um nível de 
atendimento de 90%. Calcule o PP e o Es considerando que 90% correspon- 
dem a um fator de segurança de 1,28. 
Calculando: 
Para um nível de atendimento de 90% o Es deve ser ajustado para 
256 unidades. 
Lote econômico: metodologia 
e cálculos 
Uma das quatro decisões fundamentais à formalização da política de 
estoque mencionada nesta aula é quanto pedir. Ou seja, saber determinar 
o que é mais adequado à empresa: adotar a metodologia do lote econômico
ou programar um regime de ressuprimento just-in-time.
Ballou (2007, p. 284) afirma que “quando a demanda é contínua e a taxa 
é essencialmente constante, o controle dos níveis de estoques é conseguido 
pela especificação 1) da quantidade a ser usada para a reposição do esto- 
que periodicamente e 2) da frequência do reabastecimento do estoque”. 
Este é um problema de como equilibrar padrões de custos conflitantes. 
No caso mais simples é necessário comparar os custos da aquisição com os 
custos da manutenção. O Lote Econômico de Compra (LEC) fornece a 
quantidade específica que balanceia os dois componentes mencionados por 
Ballou. A Figura 7.7 demonstra uma comparação de custos versus quantida- 
de econômica de pedido. 
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Observamos na Figura 7.7 que duas classes de custos estão traçadas 
graficamente: 
1. Os custos de manutenção de estoque representam todos os custos
anuais associados com o pedir demasiadamente. Eles sobem à medida que 
as quantidades pedidas se elevam. 
2. Os custos de pedido compõem todos os custos anuais associados com o
pedido. Eles caem à medida que as quantidades pedidas aumentam porque 
o número de pedidos emitidos diminui e, consequentemente o nível médio
de estoque aumenta.Observamos ainda na Figura 7.7 que outra classe de custos surge quan- 
do a curva dos custos anuais de manutenção em estoques é adicionada à 
curva dos custos anuais de emissão de pedidos, que se destaca como: cus- 
tos totais anuais de estocagem. Ela demonstra um conceito importante no 
planejamento de estoques: para todo material a ser mantido em estoque 
existe uma quantidade ótima de pedido que minimiza estes custos. Esta 
quantidade ótima de pedido é tradicionalmente denominada de Lote Eco- 
nômico de Compra (LEC). 
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Elliott Weiss (1990) apud Davis (2001, p. 481) expõe o problema expli- 
cando que muitos usuários das equações concentram-se na otimização de 
um conjunto de números que, normalmente, são tomados como um fato 
dado. Ele afirma que deveríamos estar gerenciando o tamanho do lote e o 
controle de estoques, tais como os sistemas just-in-time, que enfatizam a 
importância da redução dos tamanhos dos lotes. 
O meio para reduzir o tamanho dos lotes é reduzir o tempo e os custos 
de preparação. Quando lotes menores são processados, os custos de ma- 
nuseio são reduzidos. O ponto é entender a lógica e saber onde aplicá-la. 
A metodologia do Lote Econômico de Compra está na identificação de 
determinada quantidade em que a demanda e os custos sejam relativa- 
mente estáveis durante todo o ano. O LEC é calculado individualmen- te 
para cada produto e sua fórmula básica não considera o impacto da adição 
de produtos diferentes nos pedidos. Para calcular corretamente, a 
fórmula-padrão é: 
Onde: 
LEC – Lote Econômico de Compra 
Cp - Custo por pedido 
Ci - Percentual de custos de manutenção de inventário. 
D - Volume de vendas anual (unidades) 
U - Custo por unidade 
Exemplo: 
SAIbA 
Ford Harris (1913) apud Ballou (2007, p. 284) 
reconheceu a existência deste problema de 
comparação de custos já em 1913, em seu trabalho na 
Westinghouse. O modelo desenvolvido por ele para 
encontrar a quantidade ótima de pedido tornou-se 
conhecido como a fórmula básica da quantidade 
econômica do pedido (economic order quantity – 
EOQ). 
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Vamos calcular o LEC? 
Vamos confirmar comparando os Custos Totais Mínimos? 
D/Q x Cp + Q/2 x U (Ci) + D x U = CUSTO TOTAL - C. Unitário
Custo(pedido) + custo(armazenagem) + custo(aquisição) = CT CT/D 
# > este é o ponto do LEC. O quadro demonstra uma comparação superior 
e inferior justificando a validade do processo de movimentação dos custos. 
Obs.: Utilizamos o valor do LEC = 300 unidades para ter um nº de 
pedidos = 8. 
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198 
Giro de estoque e giro de capital 
Em uma conjuntura econômica adversa há necessidade de que o gerente 
de materiais (estoque) prepare-se de forma adequada, ou seja, esteja ca- 
pacitado a responder às novas exigências do mercado, como: variações dos 
preços de venda dos produtos acabados e dos preços das matérias-primas. 
Na incerteza, uma das formas confiáveis e seguras está na correta implan- 
tação da política de estoques. 
O giro de estoque não mede a eficácia do controle de estoque, mas sua 
eficiência em termos econômicos. O giro de capital é interessante para a 
Administração de Estoques aumentar o giro e, em consequência, diminui o 
ativo desde que as vendas permaneçam constantes. 
Ballou (2007, p. 304) considera que “o procedimento do giro de esto- 
que figura entre os mais praticados dos métodos de controle agregado de 
estoques”. Para o autor a aceitação desse giro de medição se deve indubi- 
tavelmente à pronta disponibilidade de dados (os balanços financeiros da 
empresa) e à simplicidade do próprio giro de estoque. 
Dias (2005, p.21) sugere que a Administração deve determinar ao de- 
partamento de materiais o programa de objetivos a serem atingidos, ou 
seja, estabelecer certos padrões que sirvam de guia, tanto a programado- 
res como controladores, assim como, critérios para medir o desempenho 
do departamento quanto à responsividade e eficiência. Destacamos duas 
diretrizes importantes: 
1. Identificar até que nível devem flutuar os estoques para atender a
uma alta ou baixa das vendas ou a uma alteração de consumo; 
2. Entender o problema de dimensionamento e da rotatividade do es- 
toque sob o seu desempenho financeiro utilizando-se de um índice de Giro 
de Estoque que é uma medida conveniente conforme fórmula: 
LEITURAS INDICADAS 
Para aprofundar seu estudo, vale a pena conferir os seguintes 
títulos, disponíveis na Biblioteca Virtual: 
TAYLOR, David A. Logística na Cadeia de Suprimentos – 
Cap.8. RUSSO, Pires Clovis. Armazenagem Controle e 
Distribuição. 
CHOPRA, Sunil et.al. Gestão da Cadeia de Suprimentos. – Cap. 10. 
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Onde: 
CAPV > Custo anual de produtos vendidos 
EMVM > Estoque médio em valores monetários 
Obs.: Por ser bastante complexo, o valor do estoque médio por vezes é 
fornecido pela contabilidade de custo. No exemplo a seguir vamos utilizar 
um valor, como dado, para efeito de cálculo do giro de estoque. 
Exemplo: 
(a) Custo anual dos produtos vendidos = R$100.000,00.
(b) Custo do estoque médio fornecido = R$50.000,00.
Calculando: 
Qual o significado desse cálculo? 
Significa que com R$50.000,00 em estoque uma empresa é capaz de 
gerar R$100.000,00 em vendas. Concluímos que com uma excelente admi- 
nistração de estoque, a empresa é capaz deaumentar sua taxa de conver- 
são (giro de estoque) de modo que possa usufruir de um valor menor em 
estoque médio. Vamos ver um novo exemplo: 
(a) manter o custo dos produtos vendidos em R$100.000,00.
(b) há exigências da Alta Administração em reduzir o estoque médio para
R$20.000,00. 
(c) de quanto será a nova taxa de conversão (giro de estoque) para man- 
ter os custos dos produtos vendidos? 
(d) de quanto será a redução no estoque em valores monetários se o giro
aumentasse para 10 vezes/ano? 
Aula 7: Ressuprimento de estoques 
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200 
Redução no estoque > (R$20.000,00 – R$10.000,00 = R$10.000,00) 
(e) se o custo de estocagem corresponder a 25% do estoque médio, de
quanto será a economia? 
Redução no estoque foi de R$10.000,00 
Economia = R$10.000,00 x 0,25 = R$2.500,00 
O giro de capital é interessante para a Administração de esto- ques 
já comentada no início desta aula. Ao diminuir o capital investido em 
estoque, diminui o ativo; aumentando o giro de capital, aumenta o retorno 
do capital. 
A Figura 7.8 a seguir nos dá uma visão dos pontos de atuação da política 
de estoque no retorno de capital para ser possível analisarmos o problema 
de dimensionamento de estoques sob o enfoque financeiro. 
Exemplo: 
1. Vamos supor que uma determinada empresa tenha uma receita de
vendas em torno de R$ 18.000,00, seu capital atual é de R$10.000,00 e sua 
rentabilidade projetada sobre as vendas seja de 10%. Pede-se: 
PENSE NISSO 
O ativo é composto pelo ativo circulante, mais o 
realizável, mais o ativo permanente. 
Os estoques fazem parte do ativo circulante. 
Gestão e Gerenciamento de Estoque
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201 
a) Calcular o giro do capital
Por giro de capital entendemos que para cada R$1,00 aplicado devem 
retornar R$1,80 de venda. 
b) Calcular o retorno do capital
Esta empresa decidiu por uma redução de 20% no seu capital para serem 
aplicados em outros ativos. Refazer os cálculos do item (a) e (b) do 
exemplo 1. 
a) Giro do Capital
b) Retorno do Capital
Observamos que com uma liberação de 20% do capital por meio da re- 
dução dos estoques foi possível aumentar o giro do capital em 2,22, assim 
como, obter um retorno de 22,5%. 
Aula 7: Ressuprimento de estoques 
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202 
O desafio de controlar sua cadeia de suprimentos pode ser aterrorizan- 
te, mas não é insuperável. Dell, Wal-Mart e outras empresas-modelo em 
cadeia de suprimentos não obtiveram sucesso por terem descoberto uma 
fórmula mágica ou terem sido gerenciadas por gênios nos negócios. Conse- 
guiram o sucesso porque entenderam os principais problemas que afetavam 
suas cadeias de suprimentos, conforme aponta Taylor (2005, p. 18). 
Postergar as aquisições de estoques 
Trata-se de adiamento; em inglês, postponement (transferência; adia- 
mento; prorrogação), mas alguns autores preferem usar o termo pos- 
tergação, embora essa palavra tenha conotação negativa, o que não é o 
caso de postponement. 
Para Ballou (2007, p. 61) o princípio do adiamento pode ser estabelecido 
da seguinte forma: “O tempo da remessa e a localização do processamento 
do produto acabado na distribuição deveriam ser adiados até que os pedi- 
dos do cliente fossem recebidos”. 
Segundo Ballou (2007) a ideia que sustenta este princípio é a de evi- tar 
que se remetam mercadorias antes da confirmação da ocorrência da 
demanda (adiamento) e evitar que o produto acabado tenha sua forma 
elaborada antes de ser confirmada pelo comprador (adiamento de forma). 
Podemos citar como exemplos: 
´ A Dell Computer, fabricante de computadores pessoais sob enco- 
menda. Ela pratica o adiamento de formatação ao configurar sistemas de 
microcomputadores de acordo com as variações dos pedidos dos clientes 
sobre modelos disponíveis. 
´ As lojas de varejo de tintas Sherwin-Williams que criam uma infi- 
nita variedade de cores para os clientes mediante a mistura de pigmentos 
com algumas cores básicas, em vez de estocar todas as cores já prontas 
(adiamento de forma). 
LEITURAS INDICADAS 
Se você quer aprender mais sobre postponement 
(postergação) confira o seguinte titulo, disponível na 
Biblioteca Virtual: 
CHOPRA, Sunil et.al. Gestão da cadeia de suprimentos. 4. ed. 
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011, p.. 321 e 356. 
Gestão e Gerenciamento de Estoque
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203 
SÍNTESE 
Políticas de estoques são importantes para Administração para que gerentes da 
Cadeia de Suprimentos. de Produção, de Marketing e de Finanças trabalhem juntos, 
com um único objetivo: alcançar um acordo sobre as políticas definidas pela empresa. 
Mesmo que ocorram pontos de vista conflitantes interdepartamentais ressalta-se a 
importância de equilíbrio que deve-se buscar entre metas como: redução de custos de 
produção, redução de investimento em estoques e aumento na receptividade do cliente. 
Quatro decisões fundamentais de uma política de estoques são: 
1. Quando pedir? Refere-se à reposição ou ressuprimento do estoque. É uma política
que consiste em decisões relacionadas a quando e quanto repor. São decisões que 
determinam o estoque cíclico juntamente com a taxa de atendimento e o nível de 
atendimento. 
2. Quanto manter em estoque de segurança? Refere-se ao estoque de segurança que
é mantido para satisfazer a demanda que ultrapassaa quantidade prevista para 
determinado período. O importante e saber determinar se é possível reduzi-lo sem 
prejuízo para os níveis de disponibilidade de produtos exigidos pelo mercado. 
3. Quanto pedir? Refere-se ao lote econômico uma das abordagens mais comum para
decidir quanto pedir, quando o estoque precisa de reabastecimento. Esta abordagem 
tenta encontrar o melhor equilíbrio entre as vantagens e as desvantagens de manter 
estoque. O importante é saber determinar o que é mais adequado para a empresa, 
adotar a metodologia do LEC ou do Just-In-Time. 
4. Onde localizar os estoques na Cadeia de Suprimentos? Do ponto de vista
financeiro, o estoque é um ativo representa dinheiro preso que não pode ser utilizado 
para outros propósitos, mas ele tem seu custo de estocagem, custos de capital, custos de 
armazenagem e de risco. Uma decisão referente à centralização ou à descentralização 
dos estoques é por meio da análise de algumas dimensões relevantes como: giro de 
estoques e giro do capital desenvolvido nesta aula. 
Vimos também como postergar as aquisições de estoques, sendo que a postergação 
refere- se ao atraso na diferenciação do produto até mais próximo de sua venda. Com a 
postergação, antes da diferenciação, todas as atividades exigem previsões agregadas que 
são mais exatas do que as previsões do produto individual. O adiamento é uma alavanca 
gerencial de grande auxilio para aumentar a lucratividade. 
ATIVIDADES 
Estoque mínimo e estoque de segurança fundamentalmente são 
sobrepostos. Discuta e analise a validade da afirmação e praticidade de que: 
estoque mínimo é um ponto, e estoque de segurança é uma faixa. Veja o 
gráfico a seguir. 
Aula 7: Ressuprimento de estoques 
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ATIVIDADES 
Por que se diz que a nova concorrência ocorre entre 
a CS e não mais entre as empresas individualmente? 
Gestão e Gerenciamento de Estoque
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205 
ATIVIDADES 
A Calaus (fictício) armazena milhares de itens hidráulicos vendidos a 
encanadores, empreiteiros e varejistas. O gerente geral da empresa 
pondera a respeito de quanto poderia economizar anualmente se fosse 
utilizado o LEC em vez das regras atuais da empresa. Ele instrui um analista 
de estoque (você), a realizar uma análise somente do material cód. 3925 
(uma válvula de latão). Quais as economias significativas que poderiam 
resultar com a utilização do LEC avaliando apenas os custos totais de pedidos 
mais os custos de estocagem atuais? Após calcular o LEC calcular novamente 
os custos totais e comparar se haverá economia para a empresa e de quanto. 
Apresentar sua conclusão ao gerente. 
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