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UNIP-CAMPUS SÃO JOSÉ DO RIO PARDO NAIARA LÚCIA DE SOUZA RA: D05BAA-2 Fichamento capítulo 2 - Aberastury, Arminda. Psicanálise da Criança. Nascimento de uma técnica: Quando outros analistas tentaram aplicar a pacientes de pouca idade o método criado por Freud para tratamento de adultos viram-se frente a dificuldades quase insuperáveis; mais importante é a impossibilidade de conseguir da criança associações verbais. Faltava o instrumento fundamental da análise de adultos. Assim, os diferentes modos de adaptar o método analítico à mente das crianças deram origem às técnicas da psicanálise infantil. O único material interpretável eram os desenhos que a criança realizava a pedido da psicanalista. O estudo do desenho como meio de expressão da criança tem sido um tema amplamente desenvolvido pela psicologia não analítica, mas recebeu uma complementação definitiva e fundamental quando foi estudado seu significado do ponto de vista psicanalítico Nos casos como o que ela analisou ou em outros onde existe uma inibição muito intensa, os desenhos podem ser de uma utilidade muito grande durante o tratamento. Quando uma criança desenha durante a sessão é preferível que o faça livremente; costuma agregar palavras ou realizar gestos que têm o valor de associações. Em alguns casos, se não se compreende o que está expressando, pode-se interrogar sobre alguns detalhes do desenho ou sobre o que ele representa. Em sua obra, Anna Freud relata dez casos de crianças entre seis e doze anos, todos com neuroses graves, e, através deles, estuda os alcances e limites da análise, juntamente com suas dificuldades. E de opinião que a situação da criança no tratamento analítico é diferente que a do adulto: não tem consciência de enfermidade nem desejos de curar-se, já que, geralmente, não sofre as consequências de seus transtornos; não se analisa por livre decisão e, por último, e mais importante, não oferece associações verbais, faltando assim o instrumento fundamental da análise de adultos. Quando o tratamento chega ao ponto de início do trabalho analítico, evidencia-se o problema de conhecer os meios disponíveis para analisar a criança. Os sonhos infantis são, geralmente, de interpretação mais fácil que os sonhos dos adultos, pois expressam de um modo direto a realização de desejos. O conteúdo latente e manifesto são quase idênticos, limitando-se a elaboração onírica ao aparecimento dos desejos como satisfeitos. Em crianças um pouco maiores, os sonhos também podem ser interpretados sem associações Juntamente com a interpretação dos sonhos, tem um papel importante a interpretação de sonhos diurnos, considerando Anna Freud que o relato destas fantasias é muito útil na análise de crianças, pois considera que a situação psíquica de criança favorece que seja mais frequentemente relatada do que no tratamento de adultos. Outro meio técnico empregado por ela é a interpretação de desenhos, assinalando que em geral eles repetem ou completam o material dos sonhos e dos sonhos diurnos. Este deslocamento das situações internas ao mundo externo aumenta a importância dos objetos reais, que, se em um princípio eram fonte de ódio, produto da projeção dos impulsos destrutivos, com o jogo, e também por ele, se transformam em um refúgio contra a ansiedade, sentimento surgido pelo mesmo ódio. O brinquedo permite à criança vencer o medo aos objetos, assim como vencer o medo aos perigos internos; faz possível uma prova do mundo real, sendo por isso uma “ponte entre a fantasia e a realidade”. É frequente que a criança que sofreu a experiência penosa de uma operação a elabora com um jogo, no qual outro, ou um boneco, padece, enquanto ela assume o papel de cirurgião. As crianças que têm dificuldades no colégio costumam brincar de escola, tomando o papel de professores severos, que castigam e repreendem as crianças que sempre se enganam e não aprendem. Brincar de esconder, por exemplo, tem o significado de tranquilizar-se da possível destruição ou desaparecimento dos que se ama e é o primeiro jogo que observamos no bebê. Durante o tratamento analítico de crianças, é quase uma regra que, em alguma etapa, quando é vivida na transferência o medo de perdê-lo, aparece este jogo realizado com o analista. As experiências orais são expressas pelas crianças, muitas vezes, através de conteúdos e continentes. Existem crianças que somente brincam de agregar, nunca decidindo-se a retirar conteúdos de continentes. São crianças que sofreram experiências muito dolorosas de frustração oral, que tiveram forte inveja, com temor ao abandono e seu jogo tem como intenção manter intacta a fonte de gratificações que é a mãe, para não estarem expostas a futuras privações. E também uma defesa contra o intenso desejo de destruir tudo, provocado pela inveja e pela frustração. Outras crianças retiram pouco alimento, vendem ou dão às bonecas
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