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ARTE E ANTIQUÁRIO PROFESSORA LETICIA ESPERIDIÃO CORDEIRO ALUNA: EDUARDA SENGÈS - 20162101622 Proveniente do Antigo Egito (3100 a.C.- 30 a.C.), no vale do rio Nilo, Nordeste Africano, a arte egípcia tinha uma forte ligação com a religião, em específico a vida após a morte e a permanência eterna. É uma cultura de forte simbolismo, ornamentação, representação e relevo. Elementos da natureza são recorrentes em suas manifestações artísticas, em especial a flor de lótus, o papiro, folhas de palmeiras e o próprio sol. Tendo o Faraó, rei e representante religioso na terra, figura mais importante da sociedade egípcia, a arte funerária se mostrava a partir de grandes Pirâmides, que representavam os túmulos dos grandes Faraós. Nas Pirâmides havia todo um cuidado para auxiliar a alma do faraó a se guiar na vida após a morte. Acreditava-se que os bens em vida seriam utilizados após a morte, logo haviam muitos itens de cunho pessoal dos Faraós dentro de seus túmulos, e quando não era possível levar esses itens para dentro dos túmulos, os egípcios faziam pinturas, esculturas e codificação como forma de representação – os hieróglifos. Mais tarde as construções de pirâmides foram trocadas por construção de hipogeus, para garantir maior segurança contra saqueadores. A necessidade de representação de tudo que existia era tão grande que a técnica de perspectiva era pouco explorada por essa sociedade, em vez disso entrava em cena a lei da frontalidade, que valorizava a representação de cada elemento do corpo humano. Outro fato interessante, é que por pouco mais de três mil anos, a arte egípcia pouco sofreu modificações em seu estilo. (Figura 01 – O Jardim de Nebamun, c. 1350 a.C. - Museu Britânico, Londres) Mobiliário Pelo fato do Egito ser um país pobre em espécies de árvores e arbustos, a produção de madeira era muito fraca, das árvores nativas, a Acácia, provavelmente foi a mais utilizada. Sendo assim, as classes mais altas importavam madeira, como cedro e ébano, de outras regiões. Essa limitação fez com que os artesões egípcios fossem considerados mestres da criação, pois o preciosismo da madeira fazia com que fosse necessário aproveitar ao máximo esta peça. Fora isso outras técnicas eram aplicadas ao trabalho da madeira, como incrustar pedras, folhear, dourar (com uso de ouro, prata, cobre), entalhes de marfim, entre outros. É importante perceber que a mobília também refletia o status na sociedade, pessoas das camadas sociais mais baixas, tinham acesso à madeira de baixa qualidade, ou então somente faziam uso de esteiras feitas de papiro, junco e cana. As madeiras luxuosas e bem trabalhadas eram material exclusivo da alta sociedade. ARTE EGÍPCIA ARTE E ANTIQUÁRIO PROFESSORA LETICIA ESPERIDIÃO CORDEIRO ALUNA: EDUARDA SENGÈS - 20162101622 Sabe-se que os egípcios tinham peças mobiliárias como camas, cadeiras, bancos, mesas e baús para guardar seus itens de cunho pessoal. O comum entre esses itens eram as pernas possuírem elementos zoomórficos. Novamente, cabe ressaltar que tal trabalho era mais comum entre a mobília dos nobres. (Imagem 01 – Trono de Tutankamon Museu Egípcio, Cairo) A cama era um artigo de luxo, nem toda a população dormia em camas, somente a alta camada social. O interessante das antigas camas egípcias, é que a parte mais ornada era a que ficava os pés, e não a cabeceira, como é padrão atual. (Imagem 02 – Reprodução do mobiliário da rainha Hetepheres I – Museu de Belas Artes, Boston) As cadeiras também eram muito utilizadas, e também denotavam um grau de status. Pode-se perceber pela iconografia, onde o proprietário do túmulo aparece muita das vezes sentados em cadeiras ou poltronas. Os tronos eram mobílias ligadas diretamente aos faraós e sua família. Os bancos eram a mobília de maior tipologia no Egito Antigo, existiam os feitos de madeira nobre e grandes ornamentos, porém a maioria dos bancos eram geralmente simples e baixos, podendo ser de madeira ou de junco. Haviam diversos trabalhos para suas pernas: curvos, retos, uso de três ou quatro pernas, pernas cruzadas para bancos retráteis. (Imagens 03 e 04 – Banquetas egípcias Museu Metropolitano de Arte, Nova York) As mesas eram itens raros, porém existentes, em sua maioria utilizados para rituais sagrados. As mesas mais altas da época, hoje podem ser comparadas com mesas de centro de salas ocidentais. Em suas derivações, haviam mesas de jogos, que eram transportáveis para qualquer lugar da casa. Tabuleiros de jogos também eram peças de um rico trabalho artesão. Com a finalidade de guardar vestuários, artefatos e alimentos, e para facilitar o transporte dos mesmos, o povo egípcio era grande apreciador do uso de arcas e baús. Muitas dessas informações são graças à descoberta das tumbas dos antigos Faraós, uma das mais conhecidas, a tumba de Tutankamon, abrigava numerosos itens do mobiliário egípcio. (Imagem 05 - Mobília encontrada na tumba de Tutankamon – Griffith Institute) ARTE E ANTIQUÁRIO PROFESSORA LETICIA ESPERIDIÃO CORDEIRO ALUNA: EDUARDA SENGÈS - 20162101622 Referências bibliográficas: Sales, José das Candeias - O mobiliário egípcio: a tecnologia da madeira. In "Hapi [Em linha]: Revista da Associação Cultural de Amizade Portugal-Egipto". ISSN 2181-0991. Nº 3, p. 91-113 Martini, Fátima. (2016). História do mobiliário: Egito Antigo. Universitas: Arquitetura e Comunicação Social. 13. 10.5102/uc.v13i1.4100. Pinheiro, A. C. História e Desenvolvimento de Mobiliário. 1. Brasil: Editora Érica, 2014. Peters, Bruce. The Furniture of Ancient Egypt. Sofas&Sectionals. Disponível em: <https://www.sofasandsectionals.com/furniture-ancient-egypt/>. Acesso em: 01 de maio de 2020.